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de Produo 2r5p6o
Insurreio 1935 RN | Sindicato do Garrancho | Caldeiro | Cartografia
PCB/RN | Sindicalismo RN | Joo Caf Filho | Djalma Maranho
Novembro
1935 – Dias do Ms
23
| 24 | 25
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| 30
Dezembro 1935 – Dias do Ms
01
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| 30 | 31
Novembro
de 1935
23 de novembro de
1935, Sbado
Primeiro Dia da
Insurreio em Natal RN
Horas do Dia
09:00 | 10:00
| 11:00 | 12:00
| 13:00 | 14:00
| 15:00 | 16:00
| 17:00 | 18:00
| 19:00 | 20:00
| 21:00 | 22:00
| 23:00 | 24:00
09:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“O
bacharel Joo Medeiros Filho, Chefe de
Polcia, recebe telefonema do 21
BC, informando o desligamento de praas,
por incapacidade moral.
O jornal A Repblica, rgo
oficial do governo do estado, noticiava a realizao
noite, no Teatro Carlos Gomes, hoje Alberto
Maranho, de solenidade de colao
de grau do Colgio Santo Antnio,
ento funcionando nas dependncias
do atual convento e confirmava a presena
do governador Rafael Fernandes. Informava ainda
estar ancorado no cais do porto, uma esquadrilha
mexicana, composta de seis navios, em operaes
de treinamento.
O secretrio geral do governo, Aldo Fernandes,
teria recebido em palcio informaes
acerca de "reunies de carter
subversivo" com a participao
de Lauro Lago, que recentemente havia sido demitido
da direo da Casa de Deteno,
aps a posse do novo governo. No quartel
do 21 BC chegou expediente do comandante
da 7 Regio Militar oficializando
o desligamento dos primeiros 30 soldados, cabos
e sargentos com o tempo de convocao
extinto e a informao de que na
segunda-feira, 25, chegaria nova relao.”
(Excertos
de A Insurreio Militar e Comunista
de 1935, de Ives Bezerra – Referncia
Bibliogrfica 01)
^
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10:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
11:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
12:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“Findo
o expediente da manh e por ser sbado,
os oficiais e praas foram dispensados
com a obrigao de apresentar-se
para a revista, somente s 21 horas, ficando
no quartel apenas o pessoal da guarda e o oficial
de dia, tenente Abel Cabral Batista.”
(Referncia 01)
^
Subir
13:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
14:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
15:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“A
direo do Partido Comunista que
se encontrava reunida com o enviado do comit
central nacional Joo Lopes, o Santa, recebe
a visita do cabo Giocondo Dias e do sargento Quintino
Clementino de Barros para transmitir informaes
de que a tropa estava revoltada e um levante era
iminente. Apesar da discordncia inicial
dos dirigentes do partido, que no haviam
recebido instrues do comit
do Recife, ao final da reunio, por volta
das dezesseis horas, a direo curvou-se
ao fato consumado, solicitando um prazo, para
arregimentar seus quadros (basicamente estivadores
e porturios) e fez uma nica exigncia:
todos os civis deveriam usar fardas do exrcito
e estar armados. Quintino e Giocondo voltaram
ao quartel e a direo do partido
iniciou a mobilizao de seus filiados
e simpatizantes, ficando estabelecido que a deflagrao
do levante seria naquela noite.”
(Referncia
01)
^
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16:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
^
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17:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
^
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18:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
18:30
Horas do dia 23.11.1935, em Natal RN
“Na Vila Cincinato, residncia oficial
do governador, situada praa Pedro
Velho, de frente para o atual Palcio dos
Esportes Djalma Maranho, no prdio
hoje ocupado por repartio da Secretaria
da Educao, o governador Rafael
Fernandes, aps o jantar, acompanhado do
secretrio geral Aldo Fernandes e do ajudante
de ordens capito Jos Bezerra de
Andrade, dirige-se ao Teatro Carlos Gomes para
presidir a solenidade de colao
de grau e a seguir, assistir encenao
pelos alunos da pea "A Vitria
da Cruz". No recinto encontravam-se alm
das mais altas autoridades como o Prefeito de
Natal, Gentil Ferreira de Souza e diretores de
departamentos da istrao estadual,
todo o "grand monde" natalense. “
(Referncia
01)
18:30 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“Joaquim Incio Torres, "Seu
Torres", farmacutico e professor do
Ateneu, figura folclrica da cidade, residindo
na avenida Rio Branco, prximo ao quartel,
aps o jantar senta em cadeira na calada,
para fumar seu charuto.
Cascudo em O Tempo e Eu, 1967, conta o episdio:
ou um cabo do exrcito e vendo aquela
tranqilidade, segredou-lhe:
- Seu Torres melhor o senhor entrar.
Vai comear uma revoluo
no quartel e deve haver tiroteio. - Revoluo,
? Est certo, obrigado. No
perguntou que revoluo era, nem
para que e meteu-se na sala. Meia hora depois,
como nada ocorresse, levou a cadeira para fora
e continuou fumando. ou um soldado correndo
e Torres gritou:
- Como ? Essa revoluo
vem ou no vem? Comecem logo, que coisa
mais demorada! - Vai rebentar logo, seu Torres,
mas no se arrisque, entre ... e saiu convencido
que o velho professor do Ateneu estava inteiramente
sabedor da conspirao".”
(Referncia
01)
^
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19:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
19:30
Horas do dia 23.11.1935, em Natal RN
“A festa da Padroeira, N.S da Apresentao,
fizera-se com todo esplendor, nada ocorrendo que
se pudesse dizer fosse perturbao
da ordem. O Colgio de S. Antnio,
sob a direo dos Irmos
Maristas, fazia-se a festa de diplomao
dos alunos do curso ginasial e do curso comercial.
A festa realiza-se no Teatro Carlos Gomes, pelas
19:30 horas. O teatro achava-se lotado, e, a fim
de ouvir o Padre Monte que era paraninfo da dupla
turma, achava-me na festa. Discursava o 1.o orador,
quando ouvi o 1.o tiro de fuzil!...Alarmei-me
ao 2.o e 3.o tiros, sa do teatro. O tiroteio
generalizou-se... Que era?! Ningum sabia.
O prprio governo com os secretrios
achava-se, tambm, no teatro. Encontrei
no Colgio Pedro II, vizinho ao teatro,
o Chefe de Polcia, que dizia ignorar o
que se ava e que havia ordenado,
polcia se recolhesse ao Quartel e ficasse
de prontido”
(Sob
a Poeira do Tempo, Monsenhor Jos Alves
Landim – Referncia 02)
19:30 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“s 19h30m do sbado, 23 de
novembro de 1935, o 21 Batalho de
Caadores do Exercito Brasileiro, sediado
em Natal, iniciou um levante liderado por sargentos
e cabos filiados ao Partido Comunista do Brasil
e Aliana Nacional Libertadora,
organizao poltica de esquerda,
recebendo a adeso da direo
do PCB e a participao de operrios,
populares e ex-integrantes da guarda civil do
Estado. Consolidado o controle militar, foi instalado
um autodenominado “Comit Popular
Revolucionrio” que durante 80 horas,
at a madrugada do dia 27, manteve o controle
da capital e de dezessete cidades do interior,
dissolvendo-se e pondo-se em fuga, ante a aproximao
de tropas leais ao governo federal, provenientes
dos estados vizinhos.”
(Referncia
01)
19:30 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“Dando seqncia aos preparativos
que vinham sendo feitos desde o final da tarde,
o cabo Giocondo Dias e o soldado Raimundo Tarol
deram voz de priso ao sargento - chefe
da guarda e ao oficial de dia. Ao mesmo tempo,
comandados pelos Sargentos Quintino Clementino
de Barros e Eliziel Diniz Henrique, os praas
comprometidos com o levante ocupam as posies
estratgicas do quartel, soltam os soldados
presos no xadrez e aliciam os indecisos. Ao toque
de recolher que ecoou no centro da cidade, acorreram
oficiais e praas que residiam ou se encontravam
nas imediaes. Os praas
receberam comunicao que o quartel
estava de prontido; os oficiais, instados
a aderir, negaram-se e recusaram assumir o comando
oferecido. Em vista disso, assumiu o comando militar
formal do movimento, o sargento Quintino Clementino
de Barros que alem de senso de organizao,
demonstrou equilbrio nos dias que se sucederam,
evitando ou condenando violncias e arbitrariedades.
Fez recolher, presos no cassino, os poucos oficiais
que atenderam ao toque, em nmero de sete,
sendo um capito e seis tenentes. Vale
ressaltar que havia dezoito oficiais no contingente
do batalho, tendo a maioria se refugiado
em residncias de amigos e parentes ou no
interior do estado.”
Assumido o controle da unidade, os insurrectos
efetuaram sucessivos disparos para o alto, sinal
combinado como aviso para os civis que se achavam
comprometidos, aos quais foram distribudos
fardamento militar, armas e munies.
Curiosamente, os tiros disparados serviram tambm
de alerta s autoridades e principal
fora militar legalista, a Polcia
Militar, de vez que seu QG no prdio hoje
ocupado pala Casa do Estudante, esta a pouco mais
de um quilmetro do 21BC. Por outro lado,
apenas trs quarteires separavam
o local da rebelio do teatro, onde se
encontravam as principais autoridades.
Encontrando-se no Grande Ponto, o chefe de polcia
(equivalente hoje s funes
de Secretrio da Segurana Pblica),
ouvindo os tiros e identificando a origem, mas
sem a menor idia de seu real significado,
dirigiu-se ao quartel da PM onde sugeriu ao oficial
de dia Capito Joaquim Teixeira de Moura,
que entrasse de prontido e convocasse
seu contingente, fazendo o mesmo na Inspetoria
de Polcia Civil, localizada na atual sede
do ITEP, na avenida Duque de Caxias. Da,foi
ao teatro onde conferenciou com o governador e
voltou ao centro da cidade para averiguaes.
No teatro, os primeiros tiros foram ouvidos em
meio solenidade, provocando natural alvoroo
e a retirada de oficiais da marinha mexicana e
dos comandantes militares Otaviano Pinto Soares,
do 21BC e major Luiz Jlio, da PM e de
parte da platia. Reiniciada a cerimnia,
com a intensificao do tiroteio,
aumentou o pnico e efetuou-se a disperso
dos assistentes, inclusive das autoridades. O
governador, acompanhado do secretrio geral
e do ajudante de ordens, dirigiu-se Inspetoria
de Polcia e como os tiros j estivessem
sendo disparados na praa Augusto Severo,
optaram por solicitar abrigo na residncia
do comerciante Xavier de Miranda, na avenida Duque
de Caxias, onde aram a noite e aguardaram
contatos com informaes mais precisas.
No mesmo momento, o prefeito Gentil Ferreira,
o presidente da Assemblia Legislativa,
monsenhor Joo da Mata Paiva, o chefe de
gabinete do governador, bacharel Paulo Pinheiro
de Viveiros e o diretor do jornal oficial A Repblica,
bacharel e jornalista Edgar Barbosa, refugiaram-se
na residncia do comerciante Amador Lamas,
irmo do cnsul honorrio
do Chile, comerciante Carlos Lamas, tambm
na Ribeira.
Enquanto isso acorrem ao 21BC algumas dezenas
de operrios, principalmente estivadores
e sapateiros e antigos guardas civis que ao chegar
recebem fardamento do exrcito, armas e
munio. Com o controle total do
quartel e seu contingente acrescido de grande
nmero de civis, os rebeldes trataram de
dominar a capital, sendo formadas diversas patrulhas
com a finalidade de ocupar os pontos estratgicos:
o palcio do governo, a residncia
do governador, o Banco do Brasil, a sede da polcia
civil, a Companhia Fora e Luz (eletricidade),
o telgrafo, a companhia telefnica,
o cais do porto e a estao ferroviria.
A seguir, foram formados dois destacamentos, sendo
o primeiro para assumir o controle da Casa de
Deteno (onde hoje fica o Centro
de Turismo), o que foi feito sem nenhuma resistncia,
tendo a guarda se retirado pelos fundos, atravs
das dunas situadas na rea da atual rua
do Motor; o segundo dirigiu-se ao Esquadro
de Cavalaria onde aps breve tiroteio durante
a noite, seus defensores comandados pelo tenente
Severino Raul Gadelha e em desvantagem, retiraram-se
atravs das dunas (o esquadro estava
localizado no terreno onde foi edificada a Escola
Domstica).
Na breve luta na Casa de Deteno,
ocorreu a primeira morte da insurreio:
um preso de justia Jos Pedro Celestino,
que antes de ser libertado, foi baleado pela guarda
do presdio.“
(Referncia
01)
^
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20:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“Joo
Medeiros Filho, aps tomar as primeiras
providncias na Ribeira, dirigi-se ao Grande
Ponto no automvel particular do comerciante
Daniel Serquiz e em companhia do fotgrafo
Jos Seabra, com a finalidade de colher
maiores informaes acerca do movimento.
Mesmo sabendo que o mesmo tinha origem no 21 BC,
de ter encontrado uma patrulha do exrcito
guardando a sede do Banco do Brasil e seu automvel
oficial ter sido alvejado por tiros na Duque de
Caxias, ao encontrar o sargento Amaro Pereira
que comandava uma patrulha na rua Joo
Pessoa, inadvertidamente aceita o convite para
dirigir-se ao 21BC, onde um oficial lhe daria
informaes mais precisas. Ao transpor
o porto do quartel imediatamente
preso e recolhido ao xadrez onde permaneceu at
a madrugada do dia 27, privando a cidade e o estado
de sua principal autoridade policial, elemento
importante para a coordenao de
sua defesa. Nessa mesma hora, o cabo Giocondo
Dias, ao descer a avenida Rio Branco no comando
de uma patrulha, trava tiroteio com policiais
militares, baleado superficialmente na
cabea sendo internado no Hospital Miguel
Couto (atual Onofre Lopes), onde permanece tambm
at o final. Um anti-clmax para
dois atores que estavam fadados a ser os personagens
principais.”
(Referncia
01)
20:30
Horas do dia 23.11.1935, em Natal RN
“O
major Luiz Jlio, comandante da Polcia
Militar, que havia recebido telefonema do oficial
de dia, capito Joaquim Teixeira de Moura,
informando que o quartel estava sendo atacado
e tendo se dirigido residncia
do governador, a encontrou-se com o tenente-coronel
Jos Otaviano Pinto Soares que h
duas semanas era o novo comandante do 21 BC. A
p, ambos dirigiram-se ao quartel da PM,
nesse momento sendo atacado por pequena fora,
conseguindo o intento de penetrar e comandar a
organizao da defesa. Nesse nterim,
atrados pelos tiros, comunicados por telefone
ou convocados pelo toque de reunir, dezenas de
sargentos e praas conseguiram chegar antes
que o cerco fechasse.”
(Referncia
01)
^
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21:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“Estabelecido
o controle da cidade, foi possvel aos
rebelados direcionar para o ataque ao quartel
da Polcia Militar o grosso de suas tropas,
tanto militares, como civis que haviam aderido.
A partir desse momento e at o incio
da tarde do domingo, dia 24, o quartel resistiu
ao cerco, com sessenta e oito defensores, sendo
cinco oficiais, vinte e quatro sargentos, trinta
e quatro soldados e cinco civis. Alm do
comandante e do oficial de dia j citados,
os nicos oficiais que acorreram ao quartel
foram os tenentes Francisco Bilac de Faria, Jos
Paulino de Medeiros, o Zuza Paulino e Pedro Slvio
de Morais. Dentre os sargentos, inmeros
chegaram ao posto de coronel e se destacaram na
histria da corporao, como
Celso Carlos Pinheiro, Sebastio Revordo,
Bento Manuel de Medeiros e Jlio Csar
Pinheiro. Entre os civis, os servidores pblicos
estaduais Joo Batista de Andrade, Lucrcio
Pegado Cortez e Damasceno Bezerra. Para a luta,
o batalho contava apenas com quatro metralhadoras,
trezentos fuzis, cinqenta e dois revlveres
e cerca de trinta mil balas. A fora atacante
era superior em nmero, com o triplo de
combatentes, armas modernas e cerca de cento e
trinta mil cartuchos, com os quais manteve o cerco
ao quartel e combateu entrincheirada em situao
favorvel, mais elevada, na esplanada que
corresponde atual praa Joo
Tibrcio, durante toda noite do sbado,
24. Nessa noite, quem pode saiu da cidade, quem
ficou, no dormiu com o barulho.”
(Referncia
01)
^
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22:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
“s
22 horas, terminou a festa colegial e o governador
saa do teatro com os secretrios.
Cessara um pouco o tiroteio. Procurei subir para
casa, pois me achava refugiado no dito Colgio
Pedro II... Ao defrontarmos o quartel do 21 B.C.,
recrudesceu a fuzilaria. Aps ter ficado
deitado na calada da balaustrada... O
tiroteio aumentava e propagava-se! Foi a noite
inteira. No bater das horas, o tiroteio cerrava-se.
Percebi, sem tardana, que havia um ataque.
Quem atacava, quem era atacado? Mistrio...”
(Referncia
02)
^
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23:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
^
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24:00 Horas do dia 23.11.1935,
em Natal RN
^
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24
de novembro de 1935, Domingo
Segundo Dia da
Insurreio em Natal RN
01:00 | 02:00
| 03:00 | 04:00
| 05:00 | 06:00
| 07:00 | 08:00
| 09:00 | 10:00
| 11:00 | 12:00
| 13:00 | 14:00
| 15:00 | 16:00
| 17:00 | 18:00
| 19:00 | 20:00
| 21:00 | 22:00
| 23:00 | 24:00
01:00 Hora do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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02:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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03:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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04:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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05:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
“Sa
muito cedo, dia 24, domingo, pelas 5 horas, quando
arriscamos abrir uma janela, vi uma praa
embalada, de os apressados que respondia a
um popular: “Isso se acaba quando a polcia
aderir...”
- E se a polcia no aderir? Arriscou
o popular.
Isso no se acaba nunca... –foi a
resposta.Por a, convenci-me de que o ataque
era ao quartel da polcia, pelo 21.o B.C.”
(Monsenhor
Jos Alves Landim)
(Referncia
02)
^
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06:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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07:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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08:00 Horas do dia
24.11.1935, em Natal RN
“Com
a cidade sob controle, restando apenas o quartel
da PM resistindo, o comit regional do PCB
rene-se com o comando militar e o assessor
Santa, para definir as medidas istrativas
e a estratgia militar, na residncia
de um ferrovirio membro do partido, nas
Rocas.
Com a recusa de diversos oficiais convidados para
assumir o comando militar do movimento, essa posio
foi entregue ao sargento musico Quintino Clementino
de Barros, norte-riograndense de Serra Negra,
membro do PCB e lder natural entre seus
pares. Em seguida, foi escolhido o Governo Popular
Revolucionrio, constitudo por
Lauro Lago, servidor da polcia civil,
secretrio do Interior; Jos Macdo,
tesoureiro dos Correios, secretrio de
Finanas; Joo Batista Galvo,
servidor do Ateneu Norte-riograndense, secretrio
da Viao; Jos Praxedes
de Andrade, sapateiro, secretrio de Abastecimento;
e Quintino Clementino de Barros, secretrio
da Defesa. Foi oferecido a Santa o cargo de presidente,
que foi recusado, permanecendo o assessor dando
sempre a ltima palavra em todas as decises.
Todos os cinco componentes eram filiados ao Partido,
sendo que dois, eram membros do comit regional.”
(Referncia
01)
^
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09:00 Horas do dia
24.11.1935, em Natal RN
“A
junta de governo toma as primeiras medidas prticas.
O presidente do sindicato dos estivadores Joo
Francisco Gregrio recebe a incumbncia
de assumir o comando militar do cais do porto,
impedindo a entrada ou sada de qualquer
navio, inclusive as seis corvetas mexicanas, dois
cargueiros britnicos e um brasileiro, o
embarque ou desembarque de ageiros e tripulantes,
e a desativao de seus rdio-telgrafos
e do farol martimo.
Durante a noite, haviam recebido asilo na esquadrilha
mexicana, algumas pessoas entre as quais o mdico
Aberdal de Figueirdo, o deputado Pedro
Matos, o desembargador Silvino Bezerra e o capito
Leonel Bastos, comandante da Escola de Aprendizes
Marinheiros. O capito havia abandonado
a escola, atravessando o rio Potengi em escaleres,
com dezenas de alunos e retornando at
o navio mexicano. O motorista Epifnio Guilhermino,
membro do Partido Comunista, recebe a tarefa de
requisitar automveis particulares e caminhes
e organiza um grupo de motoristas, entre os quais
Domcio Fernandes, que tambm teve
destacada atuao no movimento.
Vrios proprietrios foram procurados
e tiveram seus veculos requisitados, entre
eles os comerciantes Severino Alves Bila e Jos
dos Santos, que eram concessionrios. Na
mesma hora em Currais Novos, o delegado geral
Enock Garcia que havia deixado a capital durante
a madrugada, telegrafa a Dinarte Mariz em Caic,
relatando os acontecimentos e solicitando arregimentao
de homens e armas. Dando seqncia,
Dinarte telegrafa ao governador Argemiro Figueiredo,
da Paraba e acerta o envio do pedido com
a mxima urgncia.”
(Referncia
01)
^
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10:00 Horas do dia
24.11.1935, em Natal RN
“Jos
Praxedes, que provavelmente por sua condio
de filiado mais antigo do PCB, era tido entre
os membros da Junta de Governo, como seu coordenador,
rene populares e partidrios na
praa do mercado, em frente ao quartel
do 21 BC, para ler a proclamao
do Governo Popular Revolucionrio, o que
fez "subindo na mureta do quartel em meio
a vivas revoluo e a Prestes”.”
(Referncia
01)
^
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11:00 Horas do dia
24.11.1935, em Natal RN
“A
Junta assume formalmente o governo do estado em
reunio na Vila Cincinato, residncia
oficial do governador, editando ento seu
primeiro decreto, que destitua o governador
Rafael Fernandes e dissolvia a Assemblia
Estadual Constituinte. Distribuiu comunicado "aos
camaradas em armas e ao povo em geral", apelando
manuteno da ordem, respeito
s pessoas e propriedade privada
e dando garantia aos comerciantes para abertura
dos estabelecimentos comerciais na segunda-feira.
Em seu priplo na coleta de viaturas, ao
ar pela rua General Glicrio, na Ribeira
(por trs da igreja do Bom Jesus) ao avistar
na porta da sua residncia o agente da Companhia
de Navegao Costeira Otaclio
Werneck, sem motivo aparente o alvejou mortalmente.
Por esse crime hediondo, que seria a segunda das
quatro nicas mortes violentas ocorridas
em Natal em quatro dias de lutas, receberia mais
tarde a maior pena aplicada aos participantes
da insurreio: trinta e trs
anos de priso. Continuando sua trajetria
de violncias, que incluiu o incndio
de um cartrio e saque em um box do mercado
pblico, ao tentar arrombar o armazm
da viva Machado, desentendeu-se com um
soldado do exrcito que o atingiu com um
tiro, levando sua internao
hospitalar e ao final de sua carreira de "revolucionrio",
poupando a cidade de sua sanha.”
(Referncia
01)
^
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12:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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13:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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14:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
“Aps
dezessete horas de combate, no havendo
mais munio, o comandante Luiz
Jlio rene seu estado - maior e
decide pela retirada, evitando assim a rendio.
A sada dos combatentes se d pelos
fundos do quartel, situado em um barranco voltado
para o mangue na margem do Potengi, onde hoje
a a avenida do Contorno. O objetivo era tentar
alcanar a Ribeira ou o Alecrim pela margem
do rio ou atravess-lo a nado. Dos oficiais,
o nico a conseguir esta faanha
foi o tenente Bilac de Faria, exmio nadador.
Bilac, que tinha relao de parentesco
com o ex-governador Juvenal Lamartine e na dcada
de 1950 seria deputado estadual, destacou-se como
um dos mais aguerridos combatentes durante o cerco.
Todos os demais oficiais foram presos, juntamente
com grande nmero de praas. O tenente
Jos Paulino de Medeiros, o Zuza Paulino,
que tambm se destacara pela bravura no
combate, no momento da fuga foi atingido por uma
rajada de metralhadora no brao, foi preso
e transportado para o Hospital Miguel Couto, onde
depois teve o antebrao esquerdo amputado.
Zuza Paulino era um dos mais exaltados partidrios
de Mrio Cmara na polcia
militar e estava sofrendo presses do novo
governo por suas posies polticas.
Sua atitude legalista, refora o entendimento
de que apesar do elevado nmero de "maristas"
que aderiram ao levante (inclusive na PM), essa
no foi uma posio oficial
da Aliana Social, nem do ex-interventor
ou de Caf Filho. O major Luiz Jlio
e o comandante do 21BC, tenente coronel Otaviano
Pinto Soares seguiram pelo mangue, na tentativa
de abrigar-se na Escola de Aprendizes Marinheiros,
que no sabiam j estar ocupada
pelos revoltosos desde a noite anterior. No trajeto,
foram presos por uma patrulha e recolhidos ao
xadrez do 21BC. No decorrer da luta apenas cinco
combatentes sofreram ferimentos, todos de natureza
leve, sendo um deles o futuro coronel Celso Pinheiro.
Apenas uma morte (a terceira das quatro ocorridas
em Natal durante todo o levante, de acordo com
a documentao existente) foi registrada
no longo combate pela posse do quartel da PM:
do cidado Luiz Gonzaga. Esse fato ocasionou
uma polmica que setenta anos depois no
ficou completamente esclarecida. Luiz Gonzaga
realmente participou dos combates dentro do quartel
desde a primeira hora, tendo demonstrado muita
coragem e afoiteza, sendo essa a causa de sua
morte, pois no momento da retirada retardou a
fuga, sendo alvejado pelo motorista Sizenando
Filgueira, membro do PCB e dos mais ativos participantes
do levante. A polmica situa-se no fato
de que, at o ms de janeiro de 1936,
nem o detalhado relato do rgo
oficial A Repblica, nem os diversos relatrios
oficiais, tampouco nos autos dos processos e nos
julgamentos dos indiciados, h citao
da morte e da condio de soldado
da polcia militar de Luis Gonzaga. A ausncia
de divulgao da morte, que realmente
ocorreu, levou alguns historiadores a aventurar
a hiptese de que, o fato de no
ter sido registrada, significaria que era um popular
desconhecido, cujo alistamento realizou- se post
– mortem”
(Referncia 01)
^
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15:00 Horas do dia
24.11.1935, em Natal RN
“Dominado
o quartel da PM e controlada totalmente a capital,
com todos os efetivos armados disponveis
e contando com um nmero razovel
de viaturas, a junta de governo deu seqncia
ao seu segundo objetivo militar: a ocupao
e instaurao de governos locais
provisrios nas principais cidades do interior
do estado.
Foram organizados trs destacamentos, constitudos
de militares e civis armados, que seguiram o roteiro
das estradas que levam ao litoral sul e agreste,
ao litoral norte e mato grande e ao trairi e serid.”
(Referncia
01)
15:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
“No domingo, s 15 horas, aps
ter queimado o ltimo cartucho, rendeu-se
o quartel da polcia eu havia resistido
heroicamente at aquele instante, e aram
presos pela nossa porta, em demanda do 21 B.C.”
(Monsenhor Jos Alves Landim)
(Referncia
02)
^
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16:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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17:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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18:00 Horas do dia
24.11.1935, em Natal RN
“Aps
entendimentos intermediados por Aurino Suassuna,
genro do cnsul honorrio do Chile,
Guilherme Lettire, o governador Rafael
Fernandes, o secretrio-geral Aldo Fernandes
e o ajudante de ordens capito Jos
Bezerra de Andrade se transferem para a residncia
do cnsul, situada em rua prxima.
A famlia do governador, que at
ento residia no Rio de Janeiro, havia
partido no dia 21, de navio, tendo desembarcado
em Salvador no dia 24, a convite do governador
Juraci Magalhes, que a hospedou at
o final do levante.”
(Referncia
01)
^
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19:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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20:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
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21:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
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22:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
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23:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
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24:00 Horas do dia 24.11.1935,
em Natal RN
^
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25
de Novembro de 1935, Segunda-Feira
Terceiro Dia da
Insurreio em Natal RN
01:00 | 02:00
| 03:00 | 04:00
| 05:00 | 06:00
| 07:00 | 08:00
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| 19:00 | 20:00
| 21:00 | 22:00
| 23:00 | 24:00
“Na
madrugada do dia 25, segunda, partem para o interior
as primeiras tropas de ocupao.
O destacamento sul, comandado pelo tenente da
PM Oscar Mateus Rangel (o comandante da patrulha
envolvida na morte de Otvio Lamartine)
que havia sido libertado na vspera, da
priso no quartel da PM, ocupou os municpios
de So Jos de Mipibu, Arez, Goianinha,
Canguaretama e Pedro Velho, substituindo os respectivos
prefeitos e delegados. O destacamento norte, comandado
pelo estudante Benilde Dantas, membro do PCB,
repete os mesmos procedimentos nas cidades de
Cear - Mirim e Baixa Verde. O destacamento
centro que se destinava ao eixo trairi-serid
seguiu para as (atual Bom Jesus), sob o comando
do sargento do exrcito Oscar Wanderley,
assumiu o controle da cidade e em seguida de Serra
Caiada.
Nesse momento, enfrenta uma coluna formada por
civis do serid, que foi organizada sob
a liderana de Dinarte Mariz e tinha a
participao de alguns policiais
militares, entre eles o capito Severino
Elias. Os legalistas, inferiorizados, batem em
retirada at a serra do Doutor, onde aguardariam
os rebeldes para aquela que seria a ltima
batalha, no dia 26. De Serra Caiada o destacamento
dirigiu-se no dia seguinte a Santa Cruz, onde
recebeu o apoio de parte da populao,
principalmente de partidrios locais da
Aliana Social, determinou a substituio
do prefeito e do delegado e providenciou o reabastecimento
necessrio para prosseguir at o
serid. Nesse momento, os rebeldes controlavam
dezessete dos quarenta e um municpios,
correspondendo tera-parte da
rea geogrfica do estado.”
(Referncia
01)
01:00 Hora do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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02:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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03:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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04:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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05:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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06:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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07:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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08:00
Horas do dia 25.11.1935, em Natal RN
“Apesar
do apelo da junta na vspera, compreensivelmente
o comrcio no abriu suas portas
na segunda-feira. Foram expedidas requisies
assinadas por Praxedes, para o fornecimento de
vveres, que seriam distribudos
populao. Seja por que
no foram encontrados os proprietrios
ou por deciso arbitrria, foram
arrombados e saqueados diversos estabelecimentos
comerciais, entre eles o armazm da viva
Machado, o maior e mais tradicional emprio
de alimentos da cidade. Aproveitadores de ocasio
associaram-se a revoltosos inescrupulosos e arrombaram
e saquearam outros estabelecimentos que comercializavam
produtos diversos, como tecidos (Loja Paulista),
utilidades (Armazm Elias Lamas), cigarros
(Souza Cruz) e jias (Joalheria Progresso).
Apesar da falta de planejamento e de estrutura,
a junta conseguiu distribuir populao,
na vila Cincinato, grande quantidade de alimentos
e de tecidos. Essa medida, at certo ponto
ingnua (ou demaggica) repete outras
que foram tomadas, como a promulgao
de decreto que instituiu a reforma agrria
e confiscou as terras de latifndio (sem
no entanto, regulamentar) e a reduo
de quarenta porcento no preos das agens
de bondes.
Necessitando recursos para o custeio do levante,
a junta recorreu s reservas do Banco do
Brasil, do Banco do Rio Grande do Norte e da Recebedoria
de Rendas, que na segunda-feira continuaram fechadas
e com seus es foragidos. As sedes
foram arrombadas, assim como seus cofres, esses
com a utilizao de maaricos.
Do Banco do Brasil foi retirada quantia
de dois mil e novecentos contos de ris
e da recebedoria, cerca de duzentos contos de
ris que somados as quantias menores requisitadas
de algumas coletorias no interior, totalizam aproximadamente
trs mil e duzentos contos de ris
(um conto de reis equivalia a um milho
de ris). Para uma referncia a este
valor, uma agem de bonde custava cinqenta
ris.
Ainda
na manh da segunda-feira, uma patrulha
foi enviada praia da Redinha, principal
local de veraneio, onde muitas famlias
haviam se refugiado na vspera. O objetivo
principal era a eventual priso de autoridades
(ou simplesmente adversrios) e a busca
de armas. Ao chegar residncia
de Arnaldo Lira, tendo o mesmo ironizado a busca
e manifestado sua condio de integralista,
foi preso e recolhido Vila Cincinato.
Ao chegar, reage tentativa de um soldado
de tomar-lhe o relgio e na briga e atingido
com um golpe de sabre no abdome. Removido para
o Hospital Miguel Couto gravemente ferido, veio
a falecer aps o final do levante. Seria
a quarta e ltima vitima de morte violenta
comprovadamente ocorrida durante o levante, em
Natal.”
(Referncia
01)
^
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09:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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10:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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11:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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12:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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13:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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14:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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15:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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16:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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17:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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18:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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19:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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20:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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21:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
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22:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
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23:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
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24:00 Horas do dia 25.11.1935,
em Natal RN
^
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26
de Novembro de 1935, Tera-Feira
Quarto Dia da Insurreio
em Natal RN
01:00 | 02:00
| 03:00 | 04:00
| 05:00 | 06:00
| 07:00 | 08:00
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| 23:00 | 24:00
“O
dia comeou tranqilo em Natal: os
revoltosos dominavam a cidade e os combates estavam
ocorrendo no interior, com suas foras
controlando um permetro cujos pontos mais
remotos distavam mais de cem quilmetros:
Canguaretama, Baixa Verde e Santa Cruz.”
(Referncia
01)
“A junta iniciou ento a batalha
da comunicao. Determinou a impresso
de milhares de folhetos que continham uma proclamao
e informavam as principais medidas tomadas e de
maneira ufanista, a marcha da insurreio
pelo pas. Um avio da companhia
area Condor foi requisitado e sobrevoou
a cidade, lanando os panfletos.Nesse dia
tambm, foi composta e impressa nas oficinas
grficas de A Repblica, rgo
oficial do estado, a nica edio
do jornal oficial da revoluo,
A Liberdade. Dessa misso foi encarregado
Raimundo Reginaldo da Rocha, mossoroense, do comit
regional do PCB, que teve a colaborao
de Horcio Valadares, jornalista e membro
do secretariado nacional que encontrava-se no
estado em misso partidria, acompanhando
as lutas camponesas da regio oeste. To
logo eclodiu o levante, ambos deslocaram-se para
Natal e tiveram participao discreta,
mas importante.”
(Referncia
01)
01:00 Hora do dia
26.11.1935, em Natal RN
^
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02:00 Horas do dia
26.11.1935, em Natal RN
^
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03:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
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04:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
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05:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
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06:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
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07:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
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08:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
09:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
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10:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
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11:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
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12:00 Horas do dia
26.11.1935, em Natal RN
“No
final da manh da Tera, 26, chega
ao comando rebelde a primeira m notcia:
o fracasso do levante do 29 BC, do Recife, iniciado
no domingo e subjugado na noite da segunda, com
a priso de seus principais lderes,
o capito Otaclio Lima e o tenente
Silo Meireles, prestistas e comunistas. “
(Referncia
01)
^
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13:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
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14:00 Horas do dia
26.11.1935, em Natal RN
“Na
tarde do dia 26, rearticulados em Santa Cruz e
aps receber reforos de Natal,
os revoltosos tomam a direo do
serid, tentando alcanar Currais
Novos. A essa altura a fora legalista,
coordenada por comerciantes e fazendeiros liderados
por Dinarte Mariz e acrescidos de integralistas
de Acari e policiais paraibanos, reagrupa-se na
Serra do Doutor, entre Santa Cruz e Currais Novos.
Enquanto isso, chegam ao conhecimento do comando
militar notcias de que aps a rendio
do 29 BC, tropas do 20 BC de Macei e do
22 BC de Joo Pessoa se dirigiam rapidamente
para Natal (h boatos, no confirmados,
de bombardeio areo).
Aguam-se as divergncias entre os
chefes civis e militares: os voluntaristas defendendo
a resistncia, os realistas a favor da retirada.
Os militares, com uma avaliao
mais precisa, esto convencidos da derrota.
Giocondo Dias sai do hospital e comea
a articular uma sada. Em nome de um grupo
de cabos e sargentos e com a aquiescncia
de Quintino, tenta negociar com a Junta a transferncia
dos presos civis e militares para a esquadrilha
mexicana. Essa atitude teria dupla finalidade;
retardar a articulao de uma possvel
perseguio nas primeiras horas
da retirada e preservar a integridade dos prisioneiros
de forma a garantir a atenuao
de penas em um futuro julgamento. revelia
da Junta e sem seu conhecimento, o sargento Amaro
Pereira vai corveta capitnia em
nome dos militares e recebe de seu comandante
a garantia do asilo.”
(Referncia
01)
^
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15:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
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16:00 Horas do dia
26.11.1935, em Natal RN
“s
quatro horas, em outro automvel, Santa,
sua companheira e um auxiliar, saem em direo
Paraba por estradas secundrias.
Na mesma hora, Praxedes, a p a partir
da ponte de Igap, dirige-se a Pajuara,
entre a Redinha e Genipabu”
(Referncia
01)
^
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17:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
“s
cinco horas, Quintino e o sargento Eliziel Diniz
Henriques, que era de fato o segundo homem no
comando militar, seguiram tambm de automvel
para Baixa Verde.”
(Referncia
01)
“No meio da tarde as tropas rebeldes iniciam
a marcha para Currais Novos, sem conhecimento
da real magnitude da reao que
iro enfrentar. Em uma das curvas da estrada,
na subida da serra, defrontam-se com uma barreira
de pedras fechando-lhes a agem. Inferiorizadas
pela surpresa e pela posio do
inimigo, bem entrincheirado, resistem algumas
horas”
(Referncia
01)
^
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18:00 Horas do dia
26.11.1935, em Natal RN
“Ao
escurecer, batem em retirada desordenadamente,
deixando em campo trs mortos e muitos feridos.
s dezenove horas estava encerrado o ltimo
combate.”
(Referncia
01)
^
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19:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
20:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
21:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
22:00 Horas do dia 26.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
23:00 Horas
do dia 26.11.1935, em Natal RN
“Tarde
da noite, em Natal, Quintino recebe um telegrama
do comando da Stima Regio Militar
no Recife, comunicando o controle da situao
em todo o nordeste e conclamando os rebeldes
rendio. Ao mesmo tempo, comeam
a chegar as primeiras notcias da derrota
na serra.”
(Referncia
01)
^
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24:00 Horas do dia
26.11.1935, em Natal RN
“
meia - noite, Giocondo, o sargento Amaro e o cabo
Adalberto Cunha, com forte escolta e em trs
caminhes, realizam a transferncia
dos presos para os navios. “
(Referncia
01)
^
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Jornal
Correio Paulistano – So Paulo, Tera-Feira,
26 de Novembro de 1935
O GOVERNADOR RAPHAEL FERNANDES REFUGIOU-SE EM
UM NAVIO NORTE-AMERICANO
RIO, 25(A.B) – Notcias chegadas
da Bahia informam que o governador Raphael Fernandes,
do Rio Grande do Norte, estaria refugiado a bordo
de um vapor norte-americano, surto no porto de
Natal
(Jornal
Correio Paulistano – So Paulo, Tera-Feira,
26 de Novembro de 1935)
(Refncia
Bibliogrfica 03)
CONTINUAM INTERROMPIDAS
AS LIGAES COM NATAL
RIO, 25(A.B) – A chefatura de polcia
distribuiu uma nota dizendo que, de accordo com
as ltimas informaes recebidas,
a situao de Pernambuco, caminhava
para uma soluo com a ida de recursos
dos Estados vizinhos. Recife est em completa
ordem em ligao com o Rio, porm,
as communicaes telegrphicas
com Natal ainda no est estabelecidas.
Nos demais Estados do Sul e do Norte reina calma.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
NATAL EM PODER DOS AMOTINADOS
RIO, 25(A.B) – O superintendente do trfego
do Districto Federal recebeu, pela manh,
o seguinte telegrama do dirigente do trfego
na capital da Parahyba:
- “Joo Pessoa – 842.24 –
a cidade est em completa ordem. A ordem
pblica, em todo Estado, conserva-se inalterada.
Natal, apesar de de occupada militarmente pela
tropa federal amotinada. Conseguiu falar com o
dirigente Luiz Coelho, prometteu tudo fazer para
reiniciar o trfego hoje. Aquela capital,
entretanto, continua em poder dos amotinados,
no havendo notcias sobre a sorte
do governador Raphael Fernandes e seus auxiliares.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
VAE SEGUIR PARA O NORTE
UMA ESQUADRILHA DE BOMBARDEIO
RIO, 25 (A.B) – Dever seguir para
o Norte, para auxiliar nas operaes
militares, uma esquadrilha de bombardeio
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
RIGOROSA PROMPTIDO
DAS TROPAS
BELM, 25(A.B) – Todas as foras
do Exrcito, Marinha e Polcia esto
em rigorosa promptido. Tudo est
em calma, no havendo temores de qualquer
perturbao da ordem pblica.
Os jornais affixaram em cartazes as notcias
de Recife e Natal, aqui recebidas pelo radio
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
UNIDADES DA NOSSA ESQUADRA
PROMPTAS PARA SEGUIR PARA O NORTE
RIO, 25(A.B) – Os navios cruzadores “Rio
Grande do Sul”. “Bahia” e tender
“Belmonte” esto promptos a
seguir para o Norte. Todos os commandantes desses
navios estiveram em longa conferencia com o Almirante
Aristides Guilhem, Ministro da Marinha
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
MAIS FORAS QUE VO
COMBATER OS REBELDES
RIO, 25 (A.B) – Numerosas foras
esto a caminho de Natal afim de dar combate
aos amotinados, composta de foras armadas
e elementos civis.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
O “ZEPPELIN”
NO POUDE ATRACAR EM RECIFE
RIO, 25 (H) – Segundo informaes
obtidas noite o “Zeppelin”
no tinha podido descer em Recife, devido
ao fato do campo de aterrissagem estar ainda occupado
pelos rebeldes. Dirigvel estava assim
viajando para o Rio.
Entretanto a estao de Olinda,
que se acha em poder das autoridades legaes, tinha
tentado em vo comunicar-se com o “Zappelin”.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
COLUMNAS DE CIVIS COMBATEM
OS EXTREMISTAS
RIO, 25 (H) – Telegramas particulares recebidas
nesta capital informam que uma columna civil constituda
por elementos situacionistas do Rio Grande do
Norte retomou a cidade de las, fazendo 90
prisioneiros entre os quais dois sargentos, conhecidos
communistas.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
NO EXTERIOR OS TTULOS
BRASILEIROS SOFREM ALTERAO EM
CONSEQUENCIA DO MOVIMENTO
LONDRES, 25 (H) – A notcia sobre
o movimento revolucionrio no Brasil produziu
uma reaco nos valores desse pas,
no incio da sesso de hoje do Stock
Exchange. O movimento de alta comeou logo
depois,mas, no fechamento, a tendncia desses
valores mostrava-se irregular.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
OS REVOLUCIONRIOS
DEVEM SER BOMBARDEADOS ONDE QUER QUE SE ENCONTREM
RIO,
(H) – As instrues que levaram
os aviadores do Exercito foram decisivas: as posies
dos revolucionrios devero ser
bombardeadas, onde quer que elles estejam.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo, Tera-Feira, 26 de Novembro de 1935)
IRRADIAES
DOS AMOTINADOS CAPTADAS PELA POLCIA CARIOCA
RIO, 25 (B) – A estao de
rdio da Chefatura de Polcia interceptou
diversos despachos transmitidos por estaes
clandestinas.
Entre esses, um vespertino publica os seguintes:
“Hora 21,40 – Os lacaios do imperialismo
e da camarilha dominante j esto
tremendo aqui. O Norte todo firme – cada
setor na sua hora determinada, est formando.
P.R.2 e A.
C.K3
– Camarilhas Aracaj j esto
formando B.C. nosso. Aguardando hora
egual”
“A.V.4 em... – Agora sem material
(P.D.N) venha assim. No posso ir a tua
onda. Venha. Abraos aos K.3 – (a)
X.X.X.
“Hora 21,30 – Luis Carlos Prestes.
Viva Luis Carlos Prestes. Por Po, terra
e liberdade para o Rio Grande do norte, Pernambuco
e Alagoas.
(Jornal
Correio Paulistano – So Paulo, Tera-Feira,
26 de Novembro de 1935)
27
de Novembro de 1935, Quarta-Feira
Quinto Dia da Insurreio
em Natal RN
01:00 | 02:00
| 03:00 | 04:00
| 05:00 | 12:00
“Na manh de 27, quarta-feira, aos
poucos a cidade se deu conta de que sua vida havia
voltado normalidade. Atravs de
funcionrios de escales inferiores
que continuavam em circulao, de
cidados de fora do governo, mas a ele
ligados, dos anfitries do governador e
do prefeito e dos militares mexicanos, o mundo
oficial teve a certeza do abandono da capital
pelas foras revoltosas. As foras
policiais militar e civil ocuparam os pontos estratgicos,
restabeleceram as comunicaes telefnicas
e telegrficas iniciaram a priso
dos que se renderam e a busca dos foragidos.“
(Referncia
01)
01:00
Hora do dia 27.11.1935, em Natal RN
“
uma hora da quarta, 27, Santa vai ao 21 BC para
fazer uma avaliao e constata,
surpreso, que o quartel encontra-se deserto. Quintino,
rendido s circunstncias, determinara
a retirada e a disperso dos remanescentes,
liberando-os para a deciso pessoal: fugir
ou entregar-se s autoridades militares.
Na Vila Cincinato, constatada a derrota, os membros
civis da Junta e as lideranas do partido
iniciam as providncias para a fuga. Destroem
os documentos mais importantes e distribuem o
dinheiro entre todos os participantes que a
se encontravam. Despedem-se e cada um toma seu
destino. Os primeiros a sair, s duas horas,
foram Lauro Lago, Jos Macedo e Joo
Batista Galvo que juntos, em um automvel
dirigido por motorista, rumaram para Canguaretama.
“
(Referncia
01)
^
Subir
02:00 Horas do dia 27.11.1935,
em Natal RN
^
Subir
03:00 Horas do dia
27.11.1935, em Natal RN
^
Subir
04:00 Horas do dia
27.11.1935, em Natal RN
“s
quatro horas da madrugada, do dia 27, Praxedes
caminhou solitariamente de Igap at
a localidade de Pajuara, na poca
uma rea de pequenos stios, alguns
de propriedade de sua famlia e recebeu
abrigo de um primo. Durante seis meses, at
maio de 1936, viveu em um barraco de madeira no
meio de uma mata. Nessa poca veio a Natal
um enviado do PCB que conseguiu localiz-lo
e transmitir um endereo no Recife para
contato. Com o dinheiro que tinha guardado, iniciou
viagem a p, durante a noite, at
poucos quilmetros aps Nova cruz,
onde tomou um trem clandestinamente at
Joo Pessoa e da de nibus
para Recife e depois Salvador. Na Bahia adquiriu
nova identidade, com a qual viveu quarenta e nove
anos incgnito, at 1984, quando
foi descoberto pelo jornalista paulista Moacyr
de Oliveira Filho. Em novembro de 1984 grava longa
entrevista que Oliveira transformaria em livro.
Sofrendo de grave enfermidade crnica, vem
a falecer em 11 de dezembro de 1984.”
(Referncia
01)
^
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05:00 Horas do dia
27.11.1935, em Natal RN
“Antes
do nascer do sol, Natal estava abandonada pelo
revolucionrios. Foram necessrias
algumas horas para que se restabelecesse a autoridade
legal. Chegava ao final a tentativa de implantar
um governo popular ou a aventura de sobrepor-se
s massas atravs do golpe militar.”
(Referncia
01)
^
Subir
12:00 Horas do dia
27.11.1935, em Natal RN
“Ao
meio-dia, aps a chegada das tropas da
Polcia Militar da Paraba e do
22 BC de Joo Pessoa, o governador Rafael
Fernandes reassumiu formalmente o governo.”
(Referncia
01)
“Enquanto o comando revoltoso em Natal desativava
seu dispositivo, na mesma hora, no Rio de Janeiro,
tinha incio o levante do 3 Regimento
de Infantaria na praia Vermelha, na Urca, sob
comando do capito Agildo Barata Ribeiro,
tenentista e membro do Partido Comunista. Iniciado
na madrugada do dia 27, foi prontamente reprimido,
tendo o quartel se rendido aps oferecer
resistncia e ser bombardeado, s
catorze horas. Os lderes da revolta de
Natal somente vieram tomar conhecimento desse
levante, na priso.
Iniciou-se ento uma fase de intensa represso,
qual no faltaram os ingredientes
da falsa denncia de adversrios
inocentes e a tortura de presos. Aproveitando-se
da ocasio, partidrios do governo
e autoridades policiais incriminaram, prenderam
e indiciaram centenas de adversrios, apenas
pela condio de correligionrios
ou amigos de Caf Filho e de Mrio
Cmara. Os presos civis de maior participao
no levante como Lauro Lago, Joo Batista
Galvo, Jos Macdo, Epifnio
Guilhermino e Sizenando Figueira, foram barbaramente
espancados. O prprio chefe da polcia
reconhece em seu livro: "houve sim interrogatrios
speros, inflexveis, como era natural;
de presses fsicas, tive notcias,
verdade".”
(Referncia
01)
^
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Jornal Correio Paulistano
– So Paulo, Quinta-Feira, 27 de
Novembro de 1935
UM TELEGRAMA DO CORONEL DINART MARIS AO DEPUTADO
JOS AUGUSTO
RIO, 27 (H) – O Deputado Jos Augusto
recebeu hoje o seguinte telegrama:
“Nossa columna organizada Serid
cerca 400 homens acaba occupar las. Hontem
choque resultou uma baixa, vrias prises,
inclusive aprehenso material bellico,
tudo parte amotinados. Nossa tropa sahiu sem grande
coisa lamentar. Tenho estado sempre entendimento
governo parahybano, que promette auxilio. Todo
serto completa calma. Estamos com as estradas
todas guardadas. Apenas Macahiba est posse
revoltosos. Ainda hoje esperamos atac-la.
Natal continua sob domnio dos mesmos.
O governador asylou-se esquadrilha mexicana. Esperamos
providencias governo federal venham auxiliar efficiencia
nossa aco. Luctaremos at
o fim. Abraos, Dinart.”
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 27 de Novembro de 1935)
(Referncia
Bibliogrfica 03)
ACTOS DO PODER LEGISLATIVO
DECRETO LEGISLATIVO N.o
5 – DE 25 DE NOVEMBRO DE 1935 Autoriza
o Presidente da Republica a declarar em estado
de sitio, durante trinta dias, o territrio
nacional.
O Presidente da Camara dos Deputados dos Estados
Unidos do Brasil:
Fao saber que a Camara dos Deputados e
o Senado Federal decretam e eu promulgo a seguinte
resoluo:
Artigo nico. Fica o Presidente da Republica
autorizado a declarar em estado de stio,
durante trinta dias, o territrio nacional;
revogadas as disposies em contrrio.
Camara dos Deputados, 25 de novembro de 1935
ANTONIO CARLOS RIBEIRO DE ANDRADA
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 27 de Novembro de 1935)
28
de Novembro de 1935
^
Subir
Jornal
Correio Paulistano - So Paulo, Quinta-Feira,
28 de Novembro de 1935
OS REBELDES RETIRARAM 3 MIL CONTOS DA AGENCIA
DO BANCO DO BRASIL
NATAL, 27 (A.B.) – Informaes
que nos forneceu um funcionrio da Great
Western dizem que os rebeldes levaram 3.000:000$000
do Banco do Brasil.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 28 de Novembro de 1935)
UM AVIO DA CONDOR
EFFETUA UMA PRISO EM PLENO AR
BAHIA, 27(A.B) – Chegou a esta capital um
avio da Condor, procedente de Natal, na
manh de hoje. O comandante do aparelho,
logo que chegou, fez entrega s autoridades
de um prisioneiro. A notcia foi to
sensacional que procuramos urgentemente entrar
em o com o aviador. E assim tivemos conhecimento
do seguinte caso: o radiotelegraphista rebelde
Waldemar Coelho, chegou, hoje pela manh,
ao aeroporto de Natal, fazendo, para isso, o uso
de um parabellum.
O piloto consentiu que o ageiro entrasse.
Em pleno vo, deixando o commando do avio,
numa altura de 2.000 metros, dirigiu-se ao telegraphista
rebelde, dominando-o. Waldemar Coelho trazia uma
caixa contendo bombas de dynamite. As autoridades
bahianas abriram inqurito.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 28 de Novembro de 1935)
TROPAS PARAHIBANAS EM OFFENSIVA
EM TERRITORIO DO RIOGRANDE DO NORTE
JOO PESSOA, 27(H) – As foras
parahybanas iniciaram hontem violenta offensiva
em territrio do Rio Grande do Norte.
Os capites Bencio e Antonio Pereira,
frente de 400 homens, occuparam Nova
Cruz de Guanguaretama, onde fizeram diversos prisioneiros,
entre os quaes um chefe sertanejo. O capito
Dinarte Mariz, com uma columna de de 400 homens
tambm emprestou o seu apoio causa
da legalidade, entrando em o com os rebeldes
20 kilometros ao sul de Natal, onde fez vrios
prisioneiros.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 28 de Novembro de 1935)
BOLETIM OFFICIAL DAS DEZESETE
HORAS
RIO, 27(H) – Communicam-nos do Gabinete
do Chefe de polcia:
“As 17 horas – Os movimentos que irromperam
nos estados do Rio Grande do norte e Pernambuco,
de accrdo com as ltimas informaes
recebidas, esto, j, em vias de
completo domnio por parte das foras
do governo...
Em Natal, de posse da estao de
rdio do “Condor”, os rebeldes
aram a irradiar notcias falsas, visando,
com isso, crear confuso no esprito
pblico. Assim que que noticiaram
elles,pela referida estao, pretensos
gestos de adheso da esquadra e de fortes
ncleos operarios na Capital Federal e
em So Paulo, o que em absoluto carece
de fundamento.
Segundo informaes transmitidas
pelo Telegrapho Nacional de Recife, a situao
no Rio Grande do Norte a seguinte:
Os rebeldes, sob a chefia dos sargentos Diniz,
Henrique, Elizer, o msico Quirino, depois
de dominarem os officiaes que offereceram brava
resistncia, organizaram um governo communista,
procurando infiltrao no interior
do Estado, onde encontraram, comtudo, completa
repulsa da populao civil. Ahi
foram organizados batalhes, por chefes
locais, os quaes, articulados com foras
do governo, atacaram e repelliram os rebeldes.
O tenente Oscar Wanderley, que se encontrava entre
os sediciosos e havia partido para o interior,
foi batido por tropas civis e feito prisioneiro.
De Parahyba j seguiu um batalho
para atacar os rebeldes em natal. O 22.o BC, de
Fortaleza, tomou rumo de Cabedellos. Sabe-se que
todos os officiaes do 21.o BC, inclusive o Capito
Aloisio Moura, no aderiram, estando presos.
Com as providencias tomadas e em face da reaco
popular que se operou, breve estar dominado
o movimento em Natal. Nos demais pontos do pas
reina completa calma”
As 24 horas – “Confirmam-se as informaes
referentes aos acontecimentos do Norte. O Governador
de Pernambuco declara findo ali o movimento, depois
das prises dos chefes do mesmo, Tenente
Syllo Meirelles, Mota Cabral.
As foras do governo esto a caminho
de Natal, tendo sido j installada em Mossor
em uma estao de rdio que
entrou em funcionamento.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 28 de Novembro de 1935)
ORGANIZAM-SE COLUMNAS PARAHYBANAS
PARA COMBATER OS REBELDES
JOO PESSA, 27 (H) – A cidade
est em completa calma. A populao
apoia as medidas do governo do Estado, no sentido
de assegurar a Ordem.
O GOVERNADOR Argemiro Figueiredo ordenou s
columnas estacionadas em Mamanguape, sob o commando
do capito Pereira Diniz, em Caleara, sob
o commando do capito Manuel Benefcio,
e na serra do Serid, sobo commando do
capito Jacob Preste, que transponham as
fronteiras e ataquem simultaneamente os rebeldes
do Rio Grande do norte.
O Sr.Dinard Diniz, chefe sertanejo, esteve nesta
capital, obtendo do governo do Estado grande cpia
de material bllico, a fim de resguardar
sua columna, que se dirige ao encontro dos amotinados
de Bittigury.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 28 de Novembro de 1935)
PRISES EFFETUADAS
EM MOSSOR
FORTALEZA, 27(H) – Notcias de Mossor
informam que logo que, chegou quella cidade,
a policia cearense prendeu 100 salineiros communistas,
inclusive um chefe. Foi preso tambm um
deputado estadual da oposio.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 28 de Novembro de 1935)
COMMENTRIOS DA IMPRENSA
ALLEM SOBRE OS ACONTECIMENTOS EM NOSSO
PAIZ
BERLIM,
27 (A.B) – A imprensa allem dedica
extensos commentrios situao
poltica da Amrica do Sul em face
da intensa propraganda communista desenvolvida
pela II Internacional de (ilegvel). Actual
movimento sedicioso no Brasil qualificado
como uma das conseqncias da agitao
systemtica do Komintern russo. O jornal
“Correspondencia Nacional Socialista”,
tratando dos movimentos communistas na Amrica
do Sul, publica “Na Amrica do Sul
h muito terreno favorvel ao desencadeamento
de uma guerra civil de grande envergadura. Os
governos so obrigados a desenvolver toda
a sua actividade para desativarem as rebelies.
pela primeira vez que se verifica um
effeito prtico dos processos bolchevistas,
principlamente na propaganda do credo de Moscou
entre os militares.
O artigo em apreo tem a seguinte “manchette”:
“Um signal de alarme contra as manobras
bolchevistas sombra dos acontecimentos(ilegvel).
O jornal conclue affirmando que tambm
nos Estados Unidos e nos pases europeus
os germens do bolchevismo invadem as foras
militares e que a situao actual
do Brasil servir de aviso para o mundo
inteiro.
(Jornal Correio Paulistano – So
Paulo,Quinta-Feira, 28 de Novembro de 1935)
29
de Novembro de 1935
^
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Correio
Paulistano, So Paulo, Sexta-Feira, 29
de novembro de 1935
CALMA NA BAHIA
BAHIA, 28 (H) – A cidade est calma.
O indivduo que veio hontem como telegraphista,
num avio da Condor, juntamente com os
agentes W. Coelho, no foi preso, como
tinha sido annunciado, mas foi apenas ouvido pela
polcia. O citado sargento informou que
Ra apenas padioleiro do 21.o BC.
(Correio Paulistano, So Paulo, Sexta-Feira,
29 de novembro de 1935)
SO DESENCONTRADAS
AS NOTCIAS SOBRE O NAVIO “SANTOS”
Rio,
28 (H) – As notcias a respeito do
navio “Santos”, a cujo bordo estariam
os revolucionrios de Natal, so
desencontradas. A imprensa noticia que os cruzadores
“Bahia” e ‘Natal” percorrem
a costa procura daquelle vapor.
(Correio Paulistano, So Paulo, Sexta-Feira,
29 de novembro de 1935)
EXTREMISTAS PRESOS NA REGIO
DE MOSSOR
FORTALEZA, 28 (A.B) – Noticia-se nesta capital
que foram presos pela polcia cearense,
em marcha para Natal, 100 usineiros na regio
de Mossor, todos apontados como extremistas,
inclusive vrios capatazes que faziam ampla
propaganda do credo vermelho. Annuncia-se tambm
que foi preso um deputado estadual oppositor.
(Correio Paulistano, So Paulo, Sexta-Feira,
29 de novembro de 1935)
CONTINUA ANCORADO EM NATAL
O NAVIO “SANTOS”
RIO, 28 (H) – Segundo as primeiras notcias
aqui recebidas, o “Santos” havia deixado
Natal tomando destino ignorado. Annunciou-se mais
tarde que dois avies haviam partido
procura do vapor.
Cerca de 1 e 30 da madrugada de hoje, porm,
a Repartio dos Telegraphos recebeu
a seguinte communicao do director
regional em Recife:
“O major Flvio, chefe do estado
maior da Regio, acaba de informar-me que
o vapor “Santos” continua ancorado
no porto de Natal, disposio
da regio.
Assim, quem tiver famlia bordo,
tranquille se. (a) Braga.”
(Correio Paulistano, So Paulo, Sexta-Feira,
29 de novembro de 1935)
UM COMPLOT COMMUNISTA FRACASSADO
NA PARAHYBA
JOO PESSOA, 28 (A.B.) – A polcia
descobriu um “complot” communista
no bairro Cruz das Almas, visando agir de combinao
com Recife e Natal. Os cabeas foram detidos.
Todo Estado est em perfeita tranqilidade.
(Correio Paulistano, So Paulo, Sexta-Feira,
29 de novembro de 1935)
PROSSEGUE A PRESSO
CONTRA OS ULTIMOS REBELDES
JOO PESSOA, 28 (A.B.) – Si bem que
a ordem tinha sido restabelecida no Rio Grande
do Norte, as columnas da polcia parahybana
avanam em direo a Natal,
occupando varias cidades norteriograndenses. Ao
meio dia de hontem a fora parahybana,
sob o commando do capito Benicio attingiram
Canguaretama, rechassando os rebeldes. O avano
de outras columnas est sendo feito com
xito. O esprito publico est
empolgado, apoiando o governo.
(Correio Paulistano, So Paulo, Sexta-Feira,
29 de novembro de 1935)
30
de Novembro de 1935
^
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Correio
Paulistano, So Paulo, Sbado, 30
de novembro de 1935
DESPACHOS IRRADIADOS PELOS REBELDES
BAHIA, 29 (A.B) – Foram captados pela estao
de radio da polcia desta capital, quando
se desenrolavam os movimentos revolucionrios
de Pernambuco e Rio Grande do norte, os seguintes
despachos:
“R.B 2 para C.B 3 – Bom dia –
Movimento fracassado – Muitos companheiros
comprometidos trahiram miseravelmente. Maioria
procura salvao. Tudo perdido.
Governo dominou a nossa situao.
Abraos.
“De R.B para K.3, 34, Z.F.,3 e K 8 –
Abandonados, acabando miseravelmente. No
se comprometesse... No foram amigos. Salvaremos
material. Governo conseguiu dominar. Norte fracassado.
Governo dominou situao miserveis
trahidores.Adeus”
De R.B 2 para B.CY., P.R.Q.A, BTQ – Fomos
forados recuar Recife visto termos siso
abandonados companheiros covardes, salvando todo
material. E por ultimo, vamos fugir agora.
(Correio Paulistano, So Paulo, Sbado,
30 de novembro de 1935)
DERROTA DOS REBELDES NO
RIO GRANDE DO NORTE
RIO, 29 (H) - O Deputado Jos Augusto,
entrevistado por um vespertino sobre as ltimas
occorrencias verificadas no Estado do Rio Grande
do Norte, declarou que um communicado recebido
do Sr. Raul Ges, Secretario de Segurana
da Parahyba, informava que as tropas daquelle
Estado derrotaram os revoltosos no lugar denominado
Monte do Bode.
(Correio Paulistano, So Paulo, Sbado,
30 de novembro de 1935)
DETALHADAS NOTCIAS
SOBRE O MOVIMENTO NO RIO GRANDE DO NORTE
RIO, 29 (H) – O Deputado Jos Augusto
recebeu do governador do Rio Grande do norte,
Sr. Raphael Fernandes, o seguinte telegrama:
Natal, 28 – O Estado voltou a sua vida normal.
Hontem pela manh os rebeldes fugiram daqui,
depois de enormes saques. A resistncia
herica de nossa polcia, offereceu
opportunidade para a organizao
de foras em Serid, as quaes luctaram
heroicamente sob a orientao de
Dinart Mariz, Severino Ellias, Antonio Castro
e Pedro Ciciliano.
A zona oeste nada soffreu. Nesta cidade foram
saqueados o Banco do Brasil, o Banco do Rio Grande
do Norte, a Recebedoria de Rendas Estaduais e
diversas casas commerciaes.
Hontem, tarde, as foras seridoenses
desbarataram na serra do Doutor os ltimos
rebellados, sendo presos numerosos extremistas,
fugindo outros. J conseguimos arrecadar
perto de 200 contos, sendo que somente no Banco
do Brasil o saque attingiu a cifra de 2.800:000$000.
O hospital recolheu quatro feridos da polcia,
cinco do 21.o B.C., quatro paisanos, dois officiaes
de polcia, alm de inmeros
feridos levssimos.
H muitos mortos.
Os officiaes do 21.o B.C. voltaram ao quartel,
onde dirigem a reorganizao dos
servios militares.
H mais de cem prisioneiros.
A Junta Governativa, organizada pelos extremistas
na sde da Villa Cincinato, era composta
por Lauro Lago, Joo Baptista Galvo,
Jos Macedo, Praxedes e Sargento Quintino.
Folgo dizer que os dois primeiros foram demittidos
por mim na vspera do movimento, sob fundamento
de serem extremistas, dos cargos de director da
Deteno e de Secretario do Atheneu.
O terceiro thesoureiro do Correio aqui,
estando em fuga. O palcio nada soffreu.
Os consulados da Itlia e do Chile acolheram
durante o fogo, amigos e auxiliares do governo,
impossibilitados de alcanarem suas residncias.
O Sr. Joo Medeiros, chefe de polcia,
preso nas primeiras horas de combate, foi conduzido
ao 21.o BC, onde foi victima de constantes ameaas
de morte.
Aqui tudo calmo, ultimando-se providncias
para a normalizao da vida da cidade,
onde trafegam bondes, estando o commercio aberto
e funccionando reperties. Abraos,
Raphael Fernandes, governador do Estado”
(Correio Paulistano, So Paulo, Sbado,
30 de novembro de 1935)
O ‘SANTOS” VIAJA
PARA O RIO CONDUZINDO AGEIROS
RIO, 29 (H) – Aps vrias
notcias contradictorias sobre o vapor
“Santos”, sabe-se agora, por um telegrama
recebido de Natal, pelo Departamento dos Correios
e Telegraphos, que esse navio levantou ferros
hoje da cidade de Natal com destino a esta capital
e traz a bordo todos os seus ageiros.
(Correio Paulistano, So Paulo, Sbado,
30 de novembro de 1935)
Dezembro
1935 – Dias do Ms
01
| 02 | 03
| 04 | 05
| 06 | 07
| 08 | 09
| 10 | 11
| 12 | 13
| 14 | 15
| 16 | 17
| 18 | 19
| 20 | 21
| 22 | 23
| 24 | 25
| 26 | 27
| 28 | 29
| 30 | 31
01
de Dezembro de 1935
^
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Correio
da Manh, Domingo,1 de Dezembro de 1935
A REBELLIO MILITAR
DOMINADA PELO GOVERNO
“ACTOS DA JUNTA REVOLUCIONARIA DE NATAL
NUM DOS COMUNICADOS. SERIAM PUNIDOS, PRINCIPALMENTE
OS EBRIOS!
Tomado de assalto o poder no Estado do Rio Grande
do Norte, no dia 23 de novembro, como se sabe,
assumiu a direco daquella unidade
federativa uma junta de trez membros, presidentes
de syndicatos locaes. Um dos primeiros cuidados
dessa junta foi publicar um jornal “rgo
official do governo popular revolucionrio”,
dirio de 3 folhas e de pequenas dimenses
intitulado “A Liberdade”, cujo “fac-simile”
damos em outro lugar.
H nelle uma serie de “decretos”
e “communicados” interessantes.
Transcrevemos um desses communicados divulgados
em letras garrafais.
“ Communicado do Comit revolucionrio.
Tendo chegado ao nosso conhecimento que alguns
elementos terroristas, a servio dos inimigos
do povo andam espalhando pela cidade boatos alarmantes
no intento de aterrorizar as famlias,
e nos incompatibilizar com o povo, resolvemos
tomar as seguintes medidas: sero punidos
com o Maximo rigor todos os que forem pegados
na pratica de actos attentatorios moral
e ao decoro publico. Sera prso todo e qualquer
individuo que transite pelas ruas em visvel
estado de embriaguez.
Natal, 26-11-35”
(Correio da Manh, Domingo,1 de Dezembro
de 1935)
“LEGISLAO
REVOLUCIONRIA”
Esse foi o “decreto” principal que
destituiu o governador e dissolveu a Assembleia
estadual:
“O Comit Revolucionario acclamado
democraticamente em praa publica pelo
povo de Natal, capital do Rio Grande do Norte,
s 10 horas do dia 26 de novembro e mediante
a sua responsabilidade e a necessidade de defender
e salvaguardar os interesses do POVO E DO Estado,
Decreta:
1.o – Em virtude de no ser encontrado,
em parte alguma deste Estado, o governador Sr.
Raphael Fernandes Gurjo, fica o mesmo
destitudo de seu cargo, que no
pode mais exercer.
2.o – Por no consultar mais aos
interesses do povo e do Estado, fica dissolvida
por este acto a Assemblia Constituinte
do Estado do Rio Grande do Norte, FICANDO ASSIM
OS SRS. Deputados destitudos dos seus
mandatos, sem remunerao de espcie
alguma.
Natal, 25 de novembro de 1935
O Comit Revolucionrio
(O presente decreto foi lido na praa publica
e transmittido pelo telegrapho e radio para todo
o Brasil)
(Correio da Manh, Domingo, 1 de Dezembro
de 1935)
02 de Dezembro de 1935
^
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03 de Dezembro de 1935
^
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Correio
da Manh, Tera-Feira,3 de Dezembro
de 1935
UMA EPOPIA A RESISTNCIA
DO QUARTEL DA POLCIA DE NATAL
A EPOPIA DO QUARTEL DA POLCIA
POTIGUAR
CINQUENTA HOMENS, CERCADO, COMBATERAM DEZENOVE
HORAS
Natal, 1 (Do nosso enviado especial) – O
coronel Octaviano Pinto Soares, commandante do
21.o batalho de caadores, descreveu
para o ‘Correio da Manh”,
o levante de sua unidade da seguinte forma:
Encontrava-me apenas h dezenove dias no
commando. Havia recebido do general Manoel Rabello
informes sobre a disciplina da tropa. Aqui chegando,
scientifiquei-me disso com todos os officiaes,
os quaes foram unanimes em assegurar que a tropa
merecia absoluta confiana. s 7
1/2 da noite, de 23 em minha residncia,
fui surprehendido com o tiroteio em todos os pontos
da cidade. Corri ao quartel, onde fui recebido
com vivo fogo de metralhadoras. Resolvi procurar
o quartel da polcia, embora j
cercado pelos rebeldes. A muito custo consegui
penetrar nesse quartel, sendo reecebido pelo commandante,
major Luiz Julio, que disponde apenas de cincoenta
homens e cerca de cem mil tiros, offerecia herica
resistncia aos atacantes. Sustentvamos
ento dezenove horas de fogo, poupando
a escassa imunio com que contvamos.
Os atacantes usaram e abusaram das metralhadoras
pesadas e bombas de dynamite, alm de granadas
de mo.
Deante da desordem verifiquei que os rebeldes
estavam claramente sem commando, gastando a esmo
a munio. Resolvi assim esperar
apenas o momento azado para abandonar o quartel,
que est situado em um socavo,
ponto da cidade que facilita qualquer ataque.
Reputo digna dos maiores louvores a aco
dos cincoenta homens da polcia potyguar.
Foram sem favor hericos: no desanimaram
um s instante. A retirada foi effetuada
pelos fundos do quartel, com extrema dificuldade,
pois tivemos de descer, valendo-nos de cordas
uma barranca a pique. Quando procurvamos
sem munio, attingir a Escola de
Aprendizes Marinheiros, fomos cercados por cerca
de trezentos extremistas a fogo de metralhadoras.
Tive de usar da mxima energia para no
ver sacrificados os hericos soldados potyguares.
Os rebeldes fizeram trgua, efectuando
o aprisionamento sem condies.
Fomos ento levados para o quartel do 21.o
de caadores que encontrei em franca desordem.
Os sargentos e demais rebeldes diziam ter sido
ludibriados pelos communistas, que s visavam
saquear a cidade. Procurei debalde chamal-os
ordem. Sabedores do fracasso do movimento em Pernambuco,
como da marcha de columnas do governo, da Parahiba,
e do Cear, sobre Natal, deliberaram marchar
para o sul.
Como velho soldado, affeito a lutas renhidas,
no tenho palavras capazes para louvar
com justia o herosmo da polcia
riograndense do norte: um punhado de soldados
que honram a terra potyguar. Jamais poderei esquecer
eeses heroes, que lutaram ao meu lado e do major
Luiz Julio, sem alimentao, sob
fogo terrvel de dezenove horas, sem demonstrar
um s instante o menor desanimo. Bem dizia
Euclydes da Cunha que no nordeste do Brasil est
a rocha viva da nacionalidade.
(Correio da Manh, Tera-Feira,3
de Dezembro de 1935)
OS
ITENS VERMELHOS
Natal, dezembro(do enviado especial do “Correio
da Manh”) – Os autores da
intentona fizeram distribuir o seguinte boletim
expondo os seus itens:
“Ao povo – mais uma vez, queremos
declarar ao povo em geral, e em particular aquelles
que apiam este grandssimo movimento
revolucionrio, que elle no surja
de forma alguma beneficiar polticos de
quaisquer correntes regionalistas, pois que
um amplo movimento popular e por isso s
beneficiar o povo quia o Brasil.
Ns lutamos e lutaremos pela implantao
no Brasil de um governo que esteja disposto a
por em prtica os seguintes itens:
1 – Pela expulso dos imperialistas
do territrio nacional e punio
dos seus lacaios do paiz!
2 – Pelo no pagamento das dvidas
externas!
3 – Contra a sada de capites
para pagamento de dividendos das empresas imperialistas!
4 – Pela nacionalizao e
unificao da merinha mercante!
5 – Pela nacionalizao de
todas as empresas imperialistas e dos bancos
6 – Pela tomada das terras dos grandes fazendeiros,
latifundirios e bares feudaes,
do clero e do imperialismo e sua distribuio
entre os camponezes e ndios.
7 – Contra os despejos e a opresso
nas fazendas, uzinas e latifndios!
8 – Pelo reajustamento immediato, com augmento
de vencimentos para todos os funccionrios
civis e militares!
9 – Pelo augmento de salrios para
todos os trabalhadores das cidades e dos campos!
10 – Pela unificao syndical
de todo o proletariado do Brasil!
11 – Contra a carestia da vida!
Pela diminuio dos impostos para
o pequeno commrcio, a pequena indstria
e os pequenos proprietrios!
12 – Pelo desarmamento e dissoluo
dos bandos integralistas!
13 – Contra a obrigatoriedade do ensino
religioso nas escolas e pela liberdade de cathdra!
14 – pelas mais amplas liberdades democrticas
de todo o povo brasileiro!
Por isto e para isto contamos com o apoio da adheso
de todos os brasileiros homens e mulheres, principalmente
da juventude que a alma do Brasil joven.
Viva a Revoluo! – Viva Luiz
Carlos Prestes!... Viva o 21.o Batalho
dos Caadores – Viva o povo livre
do Rio Grande do Norte. 9 Boletim do Typ. Da Alliana
Libertadora)”.
(Correio da Manh, Tera-Feira,3
de Dezembro de 1935)
O
BRASIL “ERA UM IMMENSO BARRIL DE PLVORA”!...
Natal, 5 de dezembro (do enviado especial do “Correio
da Manh”) – Um dos “boletins
informativos do governo revolucionrio
deste estado publicado no dia 26 est concebido
nos seguintes termos, cuja orthographia respeitamos.
“ A Marcha da Revoluo Libertadora
– cumprimos o grato dever de com alegria
verdadeiramente revolucionria comunicar
ao povo deste Estado a marcha assenssiva da revoluo.
Isto podemos fazer porque estamos de posse do
telgrapho e dos rdios e controlando
todas as notcias que por eles vm:
Ns sabamos que o Brasil era um
immenso “Barril de plvora”
e que bastaria uma centelha para que ele explodisse,
ns fomos essa centelha.
Sem vaidade, sem orgulho que ns Rio Grandenses
do Norte no os temos,, poderemos dizer
ao Brasil estasiado que fomos a primeira pedra
desse grande edifcio que vae ser o Governo
popular.
Ao echo de nossa metralha j responderam
os companheiros da Parahyba do Norte, Pernambuco,
Alagoas, Esprito Santo e E. do Rio de
Janeiro e Maranho, os quaes j
esto nas mos dos Nacionaes Libertadores.
So Paulo est insurrecionado com
o povo em armas e o proletariado em greve revolucionria,
tudo indicado que o governo no se sustentar
por muitas horas, e mais para o sul o proletariado
se atira a greves combativas aclamando o nome
de Luiz Carlos Prestes.
A gloriosa Marinha Brasileira tambm j
virou os seus canhes contra a tirania
estando revoltada na Baa Guanabara e bem
assim no Par, Santos, Santa Catharina,
levantou-se a poucos minutos sob o comando do
valente companheiro Hercolino Cascardo –
Viva a Aliana Nacional Libertadora! –
Viva Luiz Carlos Prestes! – Viva o Governo
N. Popular Revolucionrio. – Natal,
26-11-1935” – (Tip. Libertadora)
(Correio da Manh, Tera-Feira,3
de Dezembro de 1935)
04 de Dezembro de 1935
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05 de Dezembro de 1935
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06 de Dezembro de 1935
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07 de Dezembro de 1935
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Correio
Paulistano, Sbado, 07 de Dezembro de 1935
MORATORIA COMMERCIAL PARA O RIO GRANDE DO NORTE
RIO, 6(A.B) – A Camara approvou, hoje, o
projecto de lei concedendo moratria commercial
para as praas do Rio Grande do Norte
(Correio Paulistano, Sbado, 07 de Dezembro
de 1935)
08 de Dezembro de 1935
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09 de Dezembro de 1935
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10 de Dezembro de 1935
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11 de Dezembro de 1935
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12 de Dezembro de 1935
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13 de Dezembro de 1935
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14 de Dezembro de 1935
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15 de Dezembro de 1935
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16 de Dezembro de 1935
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17 de Dezembro de 1935
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18 de Dezembro de 1935
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19 de Dezembro de 1935
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20 de Dezembro de 1935
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Correio
Paulistano, Sexta-Feira, 20 de Dezembro de 1935
FOI DEMITIDO O THESOUREIRO DOS CORREIOS DE NATAL
RIO, 19 (A.B.) – O Sr. Leonides de Siqueira
Menezes, director geral dos Correios e telegraphos,
props, hoje, em officio dirigido ao ministro
da Viao, a demisso do
thesoureiro dos Correios de Natal, Jos
Macedo, que, segundo noticiaram os jornaes e conforme
ficou apurado em inqurito istrativo
aberto na regio norte-riograndense, se
envolveu na rebelio extremista e fez parte
do Governo Communista naquelle Estado, dando um
desfalque na thesouraria sob sua guarda.
Ser demittido a bem do servio
pblico, de accrdo com o art. 130,
ns 1 e 10 do dec 28.859, de 6 de dezembro de 1934.
(Correio Paulistano, Sexta-Feira, 20 de Dezembro
de 1935)
21 de Dezembro de 1935
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22 de Dezembro de 1935
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23 de Dezembro de 1935
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24 de Dezembro de 1935
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25 de Dezembro de 1935
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26 de Dezembro de 1935
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27 de Dezembro de 1935
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Correio
Paulistano, Sexta-Feira, 27 de Dezembro de 1935
ELOGIO FORA PUBLICA PARAHYBANA
JOO PESSA, 26 (A.B.) – P
governador do Estado, SR. Argemiro Figueiredo,
mandou elogiar o commandante, officiaes e soldados
da Fora Publica que estiveram no Rio Grande
do Norte a servio da legalidade, pela
bravura e discuplina demonstrada no desempenho
da misso que os levou quelle Estado.
(Correio Paulistano, Sexta-Feira, 27 de Dezembro
de 1935)
28 de Dezembro de 1935
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29 de Dezembro de 1935
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30 de Dezembro de 1935
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31 de Dezembro de 1935
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Referncia
Bibliogrfica 01
Excertos de A Insurreio
Militar e Comunista de 1935, de Ives Bezerra
Referncia
Bibliogrfica 02
Excertos de Sob a Poeira do Tempo
Monsenhor Jos Landim Imprensa
Industrial, Recife Pernambuco 1950
Referncia
Bibliogrfica 03
Os 50 anos da Primeira Intentona Comunista
A.C.Otoni Soares(Organizador),
So Paulo, OESP Grfica1985
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