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de Produo 37fe
Capitulo
V
Reviso crtica da Bibliografia
sobre a insurreio de novembro
de 1935 em Natal
5.2
- Sobre a adeso a insurreio
do 21 BC
Hlio Silva, num
livro inteiramente dedicado ao ano de l935,
ao se referir aos acontecimento de Natal,
diz “... o levante em Natal foi um
revoluo de cabos, sargentos,
operrios e funcionrios pblicos.
A maioria nada sabia de comunismo (...)
e o grosso dos adesistas pensavam tratar-se
de um movimento para repor Mrio
Cmara”(Silva, 1969, p. 280).
Esta verso compartilhada
por outros autores, como o caso
de Glauco Carneiro que diz “... somente
os dirigentes do partido comunista local
sabiam a verdadeira finalidade do levante.
Para a grande maioria dos rebeldes entretanto,
embuda como sempre pelos lderes,
visava repor Mario Cmara, ex-interventor
que nas eleies fora vencido
por Rafael Fernandes”( Carneiro, l965,
p. 419) . Joo Maria Furtado, diz
“e se algum elemento marista ou cafeista
aderiu a esse levante - e s o fizeram
figuras insignificantes de revoltados como
alguns ex-componentes da guarda-civil -
o foi na persuaso de se tratar da
derrubada do governo recm eleito”(Furtado,
1976, p. 123)
So opinies
de dificil comprovao. A
leitura dos autos dos processos do Tribunal
de Segurana Nacional , no entanto,
no autoriza afirmaes
definitivas. No h, na realidade,
indcios nesse sentido e sequer referncias
a Mrio Cmara nas centenas
de depoimentos dos indiciados, mesmo entre
os poucos guardas-civis que aderem ao movimento(o
que poderia ter sido at uma boa
estratgia uma vez que era muito
menos grave do que aderir pensando tratar-se
de um movimento comunista). Alguns partidrios
da Aliana Social(partido do ex-interventor)realmente
aderem, alguns com posies
de destaque, como So os casos do
mdico Orlando Azevedo e do dentista
Nizrio Gurgel e exatamente por isso
so condenados pelo Tribunal de Segurana
Nacional. Mas como compreender esse fato
seno remetendo-se ao contexto de
conflitos que caracterizaram a campanha
eleitoral? (Em seus depoimentos
policia, todos alis alegam completa
inocncia - uma honrosa exceo
Quintino Clementino de Barros,
que em seu depoimento a policia assume total
responsabilidade pela insurreio
do 21 BC. Joo Batista Galvo,
um dos integrantes da junta, diz em seu
depoimento que s s soube
do levante do 21 Bc na segunda-feira, dia
25 . Havia ficado com sua me todo
o final de semana. Na segunda, ao sair para
fazer fazer umas compras “ uma multido
em eata me aclamou Secretrio
de Viao” ...)
Eduardo Maffei, ao se referir
a adeses diz “... no nico
local em que houve adeso em massa
foi no Rio Grande do Norte, onde os cafeistas
participam a revelia do seu chefe(...) eles
supunham que se tratasse de um conflito
entre os grandes politicos do latifundio,
os Cmaras, os Fernandes e dos Bezerras”(50).
dificil se comprovar suposies.
No caso da adeso de cafeistas, muitos
de seus partidrios foram indiciados
em processo, no entanto, ficou comprovado
muitos o foram por simples perseguio
poltica. Os que aderiram, provavelmente
o fizeram por outras razes, uma
vez que no havia qualquer referncia
a Caf Filho, que sequer estava no
Estado naquele momento e, que por suas posturas
anteriores, no estimularia conflitos
armados, especialmente contra a ordem estabelecida.
Se se puder falar em “base popular”esta
era constituida por estivadores cuja adeso
no teve nada a ver com Caf
Filho, de resto com pouca influncia
junto aos estivadores filiados
Unio Sindical, mas liderana
de Joo Francisco Gregrio(embora
Robert Levine afirme que “... o mais
influente dos sindicatos de Natal, o dos
estivadores, apoiava a Aliana Social,
de Mario Cmara e Caf Filho,
mas os trabalhadores das docas , no
participaram da revolta em numero aprecivel,
a despeito do que alega o partido comunista”(Levine,1980,
p.164 ).
De qualquer forma, parece
inegvel que a ciso Aliana
social/ partido popular, desempenharam um
papel importante no desenvolvimento da insurreio,
no sentido de ,que em funo
de todo o clima de conflitos que caracterizaram
as eleies um movimento como
esse, claramente contra Rafael Fernandes
- que representava o partido que antes,
durante e depois da eleies,
tinha sido responsvel por uma srie
de arbitrariedades contra os partidrios
de Caf Filho - certamente contaria,
como contou, com a adeso dos que
se envolveram mais diretamente na campanha
eleitoral ou foram vitimas de alguma forma
de algum tipo de violncia ou arbitrariedade.
Notas
50 - Manuscrito
de uma conferncia apresentada na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
no dia 6 de maro de 1987.
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