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Insurreio Comunista de 1935
em Natal e Rio Grande do Norte

A Insurreio Comunista de 1935 – Natal, o primeiro Ato da Tragdia
Homero de Oliveira Costa

Capitulo III
A Insurreio de novembro de 1935

3.5 - Os levantes em Recife e no Rio de Janeiro
3.5.2 - Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro as autoridades j estavam informadas dos acontecimentos tanto de Natal quanto de Recife. Os quartis entram de prontido. J no domingo, dia 24 de novembro, pela manh “... antes mesmo do dia clarear, a policia deteve cerca de 150 pessoas, entre as quais Roberto Sisson e a maior parte do antigo diretrio da ANL ”(Levine, l980 ,p.178). Pegos de supresa quanto ao levante do 21 BC em Natal, a direo do partido comunista se reune para decidir o que fazer. Aps a avaliao dos acontecimentos de Natal e Recife, a deciso pelo levante com inicio no 3 Regimento de Infantaria. Na tarde do dia 26 chega ao 3 R.I. um estafeta a mando do “comit revolucionrio” com uma ordem assinada por Prestes, endereada a Agildo Barata. A ordem era para que o regimento se sublevasse s 2 horas da madrugada do dia 27 de novembro. At l o partido se mobilizaria para conseguir apoio popular (Antonio Maciel Bonfim, O “Miranda” secretrio geral do partido, presente a reunio disse que o partido teria condies de desencadear uma greve geral e Luiz Carlos Prestes usa um argumento decisivo : o apoio da Marinha)(Moraes, l985, p.96)

O quartel tinha cerca de l.700 homens, a maioria dos quais constituda por recrutas recm incorporados e sem nenhuma instruo militar. Segundo Agildo Barata “... a clula do PCB tinha um efetivo de 12 ou 13 homens dos quais dois oficiais, um cabo e o restante soldados. O ncleo aliancista do qual fazia parte a clula comunista no atingia a 30 pessoas”(Barata, l978, p. 265). Se esses nmeros forem corretos, o levante ir contar com uma adeso surpreendente. Na hora combinada, com o capito Agildo Barata frente, o regimento se insurge. No entanto, ficam completamente isolados, de um lado, por no contar com o esperado apoio popular e muito menos com a adeso de outras unidades militares e por outro, a prpria posio geogrfica do quartel, localizado na praia vermelha, com uma unica rua de o aos bairros vizinhos. Com as informaes sobre o levante, as foras legalistas, sob o comando do general Eurico Gaspar Dutra, comandante da la. Regio Militar, ocupam posies estratgicas, no permitindo a sada dos revoltosos e ainda usando avies para bombardear o quartel. Cercados e inferiorizados numericamente, no tem como resistir e se entregam no inicio da tarde.

A diferena entre esse levante, assim como o do 29 BC em Recife para o de Natal, est em que este, como demonstramos, mesmo que fugazmente, conseguem efetivamente no s levantar o quartel, como dominar a cidade e estender-se pelo interior do Estado. Em segundo lugar, foi um levante dirigido por cabos e sargentos, sem a participao de nenhum oficial(ao contrrio do Rio e Recife) e ainda contar com alguma adeso popular.

Um aspecto relevante quanto a participao da ANL(Aliana Nacional Libertadora). Grande parte dos analistas atribuem os levantes a ANL (44). No entanto, como demostramos, no caso de Natal, o levante no teve nada a ver com a ANL, embora o partido comunista continuasse a usar o seu nome. E creio que pode ser extensivo aos demais Estados. Em Pernambuco, com a ilegalidade da ANL em ll de julho de 1935, ela desaparecera como entidade poltica tendo seus nucleos operativos se restringido ao partido comunista(Levine, l980 , p.175)

Com sede na rua do Imperador, no centro da cidade, a ANL foi fundada em Recife no inicio de abril de 1935 e segundo Gregrio Bezerra “onde se registrava um colossal movimento de massas”(Bezerra, l979, p. 234). Robert Levine registra que no apogeu, a ANL chegou a ter 2 mil membros na capital (Levine, l980, p.175). Gregrio Bezerra recebe a incumbncia de Cristiano Cordeiro, da direo do partido no Estado, para organizar ncleos da ANL dentro do quartel. Com a ilegalidade da ANL “boa parte dos soldados, cabos e sargentos que haviam se filiado ANL pediram para entrar no partido “ e acrescenta que com a ilegalidade “ o partido designou-me para preparar a luta armada no setor militar” (Bezerra, 1979, p.232-36)

Ele tambm faz referncias preparao de um movimento armado “ base do programa da ANL contra o fascismo e a guerra” para o inicio de agosto de 1935 “...no setor militar estava tudo pronto, s aguardvamos a palavra de ordem para desencadear a luta armada (...) s 3 horas da madrugada, recebemos um telegrama do Rio, suspendendo o movimento revolucionrio e mandando aguardar nova oportunidade(...) pouco depois, em funo de rumores quanto possibilidade de um desmobilizao em massa nos quarteis do Nordeste, a direo nacional do partido baixou um resoluo, ordenando que, em caso de desmobilizao nos quartis, se poderia iniciar o movimento revolucionrio “(Bezerra, l979, p. 236)

Agildo Barata faz referncias a “um tal comit revolucionrio do nordeste (...) organismo de composio totalmente comunista (...) que usa o nome e o prestgio do movimento aliancista e, ante a proibio dos reengajamentos, determina o incio da insurreio”. Faz aluso tambm a agentes provocadores infiltrados (Barata, 1978, p. 259-260).

No entanto, os levantes de Recife e Rio de Janeiro foram consequncias do de Natal e no em funo da desmobilizao dos quartis(que pode ter contribuido para o clima de insatisfaes ento existente). Quanto a agentes provocadores, creio que , se estiverem mesmo sido infiltrados, no tiveram qualquer influncia no desencadeamento nas insurreies nas unidades militares de nenhum dos Estados. Como afirma Dinarco Reis, militar e militante comunista na poca (e preso em consequncia de sua participao) “a maior responsabilidade coube, sem dvidas, ao partido e sua direo da poca”(Reis, l985, p. 46).


Notas

44 - Entre outros, podemos citar Rodrigues, l980 ; Dias, 1983 ; Del Royo l990 e Cavalcante,1978.

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