Projeto DHnet
Ponto de Cultura
Podcasts
Direitos Humanos
Desejos Humanos
Educao EDH
Cibercidadania
Memria Histrica
Arte e Cultura
Central de Denncias
Banco de Dados
MNDH Brasil
ONGs Direitos Humanos
ABC Militantes DH
Rede Mercosul
Rede Brasil DH
Redes Estaduais
Rede Estadual RN
Mundo Comisses
Brasil Nunca Mais
Brasil Comisses
Estados Comisses
Comits Verdade BR
Comit Verdade RN
Rede Lusfona
Rede Cabo Verde
Rede Guin-Bissau
Rede Moambique
Espanhol
Italiano
Ingls

Tecido Social Correio Eletrnico da Rede Estadual de Direitos Humanos - RN N. 015 – 08/12/03 6z35c

Depoimentos de mulheres vtimas de violncia recolhidos na Delegacia Especializada de Atendimento Mulher (DEAM) da Ribeira, Natal (RN)

S. M. S., 40 anos, empregada domstica, moradora do bairro Me Luza

O ms ado fui estuprada pelo meu ex marido mas fiquei com pena dele e tirei a queixa da delegacia, ento ele voltou a praticar outros crimes comigo. Colocou gua, gelo e acar numa camisinha cheia de esperma dele e me obrigou a tomar. Depois de eu vir de novo dar parte na delegacia, veio para mim chorando, pedindo que tirasse a queixa. Ele no de Natal, de Alagoas e est sozinho aqui, alm do mais tem um bom emprego e tudo isso me deixou mais uma vez com pena dele, no queria prejudic-lo nem sujar seu nome. Assim retirei a queixa outra vez e desisti de process-lo. Ento no domingo ado ele entrou na minha casa botando a porta para dentro, me agrediu, ainda estou com o corpo todo arranhado. Chegou a dizer que tinha falado aos amigos dele que no ia me matar mas ia trazer para eles uma orelha minha. Me atirou encima da cama, cuspiu na minha cara e disse que do jeito que fez comigo fazia na cara da delegada. Depois pegou um espeto de churrasco para me ferir, lutei com ele e ele furou minha mo, ainda tenho as marcas. Agora eu pretendo levar adiante o processo sem pena, sem dor nem nada, porque ele no tem pena de mim.

M. G. B., 26 anos, empregada domstica, moradora do bairro Cidade Nova

Trabalhava na casa de um empresrio desta cidade h sete anos. Um dia a esposa dele chegou em casa e ou direto para o quarto deles, ao qual s tm o eles dois, pois fica tudo trancado. Eram as 4:00 da tarde, s 4:30 ela tinha mdica, foi para a consulta levando consigo a bolsa, trancou o quarto e saiu. No dia seguinte, quando cheguei ao trabalho s 6:00 da manh, fui acusada de ter roubado dinheiro da bolsa dela, da qual estavam faltando 3.100 reais. Ela veio me fazer a acusao e em seguida voltou para o quarto. Poucos minutos depois chegou o esposo perguntando pelo dinheiro, eu respondi que no sabia nada e comeou a me bater com tapas no rosto para me forar a assumir o furto. Como eu continuava a dizer que no tinha feito nada, colocou uma sacola na minha cabea tentando me asfixiar. Depois tirou esta sacola da minha cabea e saiu dizendo que ia buscar a polcia. Eu voltei ao meu trabalho e pouco tempo depois ele chegou com trs amigos. Me obrigaram a entrar no carro dele e me trouxeram at a minha casa. Quando chegaram, meu esposo estava tomando banho. Eles empurraram a porta para dentro e meu marido chegou correndo para perguntar o que estava acontecendo. Disseram que eram da polcia, ento meu esposo perguntou um mandato de busca para entrar na nossa residncia e um deles sacou um revlver, o apontou contra o peito dele e disse que seu mandato de busca era aquele. Ento comearam a revirar tudo procurando o dinheiro: guarda-roupa, bolsas, gavetas, tudo o que tinha l em casa... Colocaram de novo uma sacola na minha cabea e comearam a bater no meu rosto e me dar chutes. Jogaram meu esposo encima do sof, apontaram a arma na sua cabea e disseram que se o dinheiro no aparecesse atiravam nele. Me amarraram com fio de luz, com as mos para atrs, e algemaram meu marido com algema de dedo. Ento quebraram todos os cofrezinhos de gesso que tinha l em casa, tiraram todo o dinheiro (2.725 reais, as nossas economias), levaram as nossas duas televises, o som, o som do carro do meu esposo e ainda nos levaram - eu amarrada com fio de luz e meu marido com os dedos algemados - para o estacionamento do condomnio dele. Ai disse que se a gente no entregasse o dinheiro ia nos matar. Depois de nos ameaar a agredir muito verbalmente, nos levaram de volta para casa e tiraram dai tudo o que ficava, todos os pertences que a gente tinha. Ainda por cima, foi delegacia denunciar a gente de furto, mas a gente veio aqui dar entrada por danos morais.

Nota da redao: O autor dos abusos cometidos contra M. G. B. e o esposo dela dono dos motis Bahamas e Cassino, em Natal (RN).

Veja tambm:
- ENTREVISTA. Joo Alfredo (Deputado Federal do PT e fundador do Observatrio do Judicirio do Cear). "O Poder Judicirio tambm tem que responder perante a sociedade"
- VIOLNCIA CONTRA A MULHER. A Delegacia da Mulher de Natal: como funciona e as dificuldades que enfrenta
- Comisso do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) sobre o caso Jorge Abafador mal recebida pelo Judicirio de Natal
- Campanha pelo respeito dos Direitos Humanos durante a Festa da Excluso
- ENTREVISTA. Rogrio Tadeu Romano (Procurador da Repblica do Rio Grande do Norte). "Hoje o compromisso do Ministrio Pblico no com as elites, mas com a sociedade"

< Voltar

Desde 1995 dhnet-br.informativomineiro.com Copyleft - Telefones: 055 84 3211.5428 e 9977.8702 WhatsApp
Skype:direitoshumanos Email: [email protected] Facebook: DHnetDh
Busca DHnet Google
Not
Loja DHnet
DHnet 18 anos - 1995-2013
Linha do Tempo
Sistemas Internacionais de Direitos Humanos
Sistema Nacional de Direitos Humanos
Sistemas Estaduais de Direitos Humanos
Sistemas Municipais de Direitos Humanos
Hist
MNDH
Militantes Brasileiros de Direitos Humanos
Projeto Brasil Nunca Mais
Direito a Mem
Banco de Dados  Base de Dados Direitos Humanos
Tecido Cultural Ponto de Cultura Rio Grande do Norte
1935 Multim