1992 - Em plenos preparativos
para a chegada dos restos mortais de Emmanuel Bezerra dos Santos,
mrtir potiguar brutalmente assassinado pela ditadura militar, travamos
conhecimento (mais do que isso, criamos uma cumplicidade) com o
companheiro Teotnio Roque.
No ar dos anos, muitas lutas foram encampadas,
sempre com ele, de mquina e presena por perto, acompanhando todas as
aes dos grupos de direitos humanos no Estado do Rio Grande do Norte.
Experincias e acontecimentos os mais diversos
consolidaram uma amizade, no apenas comigo, mas com todo o nosso
grupo. Sempre que tem alguma coisa quente, o primeiro pensamento :
"d uma ligadinha para Teotnio!!!".
Tempos 'brabos". Chacina
de Me Luiza, grupo de extermnio da Polcia
Civil/RN, assassinato do nosso companheiro Gilson
Nogueira, julgamento(s).
Tempos de ousar poesia, ampliar a luta pela cidadania
a partir do elemento tico, radicalizar no Potico e no Esttico.
E sempre ali o Companheiro Teo.
1997 - Todo mundo em euforia (se que pode-se dizer
isso...), pois em Vallegrande (Bolvia), os restos mortais de Che
Guevara so exumados e comeam os preparativos para sua ida para
Cuba. Parecia tempos de Emmanuel...
Conta-nos seu sonho de ir a Cuba e clicar aquele
momento histrico/pico. Entramos na sua viagem e atravs do 'compaero'
Mousinho, em Braslia, viabilizado o seu visto e sua ida a 'La Isla'.
E uma coisa pouca gente sabe: de todos os reprteres-fotogrficos
brasileiros presentes, ele o nico com um visto que lhe d direito
a circular livremente, tanto no enterro de Ernesto Che Guevara, como em
lugar que contra no entra...
Acredito ser um prmio que Teotnio mais que
merecia, pois alm de fazer uma homenagem pessoal, ele ali estava
representando todo(a)s que partilham o mesmo ideal de justia, de
fraternidade, de igualdade, por que no dizer?, de todos os que almejam
a Utopia (realizvel) de uma sociedade socialista.
com imenso prazer que falo de Teotnio Roque,
cabra potiguar, quase que 'calado', mas um sujeito inserido na prxis
da mudana, estando onde as coisas esto.
Um companheiro de todas as horas dos que lutam pelos
direitos humanos.
Roberto Monte
Centro de Direitos Humanos e Memria Popular
do Rio Grande do Norte
CDHMP
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