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Estadual de Direitos Humanos AP
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Me
Luzia
lvaro da Cunha
Velha, enrugada, cabelos
d'algodo
Fim de existncia atribulada, cuja
Apoteose um rol de roupa suja
E a aspereza das barras de sabo.
Me Luzia! Me Preta! Um corao
Que atravs dos milagres de ternura
Da mais rudimentar puericultura
Foi o primeiro doutor da regio.
Quantas vezes, luz da lamparina,
Na pobreza do catre ou da esteira,
Os braos rebentando de canseira,
Me Luzia era toda a medicina.
Na quietude humlima do rosto
Sulcado de veredas tortuosas,
H um clamor profundo de desgosto
E o silncio das vidas dolorosas.
Oh, brnzea esttua da maternidade:
Ao te encontrar curvada e seminua,
Vejo o folclore antigo da cidade
Na paisagem ancestral da minha rua. 1c5l
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