Comisso
Brasileira de Justia e Paz
Encontros
Nacionais da Rede Brasileira Justia
e Paz 152s4f
COMISSO BRASILEIRA JUSTIA
E PAZ
II Encontro Nacional de Comisses Justia e
Paz
Resumo de encaminhamentos
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O II Encontro Nacional de Comisses Justia e Paz,
realizado em Braslia de 24 a 26 de novembro
de 2000, em continuidade ao I Encontro
realizado em 25 e 26 de maro do corrente
ano, reuniu 32 pessoas, representando
9 Comisses Justia e Paz, 5 Comisses
e Centros de Defesa dos Direitos Humanos,
2 Pastorais Sociais Diocesana e 7 representantes
da Comisso Brasileira Justia e Paz.
A principal prioridade de trabalho estabelecida no I Encontro foi a fiscalizao
da aplicao da Lei 9840, contra a corrupo
eleitoral. Os participantes do II Encontro
iniciaram seus trabalhos avaliando os
resultados dessa ao, os avanos registrados
e as dificuldades encontradas.
A concluso geral a que se chegou foi a de que os resultados foram positivos
onde existiram Comits 9840 ou outras
organizaes que divulgaram a Lei e puderam
atuar na sua fiscalizao, ou onde a Justia
Eleitoral e o Ministrio Pblico se empenharam
nesse sentido.
Em inmeros lugares, no entanto, a Lei 9840 foi praticamente ignorada,
pelo menos quanto a denncias e punies
de infraes. O hbito da impunidade e
o poder poltico de muitos candidatos
- inibindo muitas vezes a prpria
Justia Eleitoral - fez com que abusassem
ostensivamente desse mtodo para captar
votos, e usassem at mesmo a violncia
para se impor.
Os participantes do Encontro consideraram que uma real e importante novidade
foi o fato de se ter ado a saber,
de forma geral em todo o pas, graas
especialmente s pequenas inseres do
TSE nas TVs, que a compra de votos constitui
um crime. Isto inibiu muitos candidatos
que usavam habitualmente esse mtodo,
tendo inclusive impedido sua eleio.
O que ficou no entanto menos conhecido foi a prpria Lei 9840, e portanto
o fato de se dispor agora, com essa Lei,
de um remdio mais eficaz para combater
esse crime. Isto se revela at hoje em
reportagens jornalsticas e matrias de
formadores de opinio, assim como pelo
fato de no se ter dado maior importncia,
na imprensa, divulgao das inmeras
punies efetivadas, alimentando a descrena
na possibilidade de se acabar efetivamente
com a compra de votos e o uso da mquina
istrativa.
O respeito Lei 9840 exige na verdade uma profunda mudana na cultura
poltica brasileira em prticas arraigadas
de polticos e de eleitores e na prpria
atuao da Justia Eleitoral. Os participantes
do Encontro consideraram ento que de
fato o que se conseguiu foi iniciar um
processo de mudana, e que portanto
fundamental dar continuidade a esse processo,
para aprofund-lo e consolid-lo. Nessa
perspectiva, consideraram que era muito
importante bem preparar as eleies do
ano 2002, tanto no que se refere fiscalizao
da Lei 9840 como ao processo educativo
que a acompanha.
Aps essa avaliao, os participantes do Encontro fizeram coletivamente
uma anlise da conjuntura nacional e,
levando em conta as demais prioridades
definidas no I Encontro, discutiram as
perspectivas de trabalho que agora se
apresentam para as Comisses Justia e
Paz.
Considerados os encaminhamentos abaixo indicados, foram fixados os dias
5, 6 e 7 de outubro de 2001 (com chegada
no dia 4 noite) para um III Encontro
de CJPs, decidindo-se que dever se realizar
em Braslia.
Na avaliao feita ao final do Encontro, este foi considerado de forma
geral bastante positivo pelos participantes,
tanto no seu contedo e dinmica e condies
do local como nas oraes e celebraes,
embora alguns tenham sentido que estas
faltaram no seu incio. Foi sugerida a
realizao, no comeo do prximo Encontro,
de atividades que levem mais rapidamente
integrao dos participantes. Sugeriu-se
tambm que se adotasse um sistema de rateio
dos gastos com agens, como ocorre
nas Assemblias da CNBB, para que esse
custo possa ser assumido por todos sem
sobrecarregar mais uns do que outros.
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I - CONTINUIDADE DO TRABALHO REALIZADO EM TORNO
DA LEI 9840
O ponto de partida da reflexo sobre a continuidade do trabalho realizado
em torno da Lei 9840 foram as propostas
assumidas pelos participantes da reunio
de 21 Comits 9840 realizada em So Paulo
em 12 de novembro de 2000, com esse mesmo objetivo
de continuidade.
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1.
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Acompanhamento dos processos em andamento
Para que no se frustrem as expectativas abertas pela
Lei 9840, quanto efetiva punio de
prticas que, sem essa Lei, estariam somente
sendo objeto de interminveis processos
penais, fundamental que no se extingam,
por falta de acompanhamento, as punies
dos que a infringiram, j obtidas
em primeira e/ou segunda instncia.
Os participantes do II Encontro propam, assim,
que as Comisses Justia e Paz facilitem
e apoiem a continuidade desse trabalho,
visando:
- assegurar que os processos iniciados nesta eleio sejam levados at
o final;
- fazer com que sejam apresentados recursos nos casos em que a deciso
judicial no seja satisfatria.
Alm do que cada Comisso puder fazer nesse sentido, apoiando-se, quando possvel, nas seccionais ou sub-seccionais
da OAB, encontram-se disposio dos
interessados, para a troca de experincias:
- a pgina da Lei 9840 na Internet:
www.lei9840.org.br;
- o sistema de consultas jurdicas dessa pgina, no endereo [email protected].
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2.
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Preparao para as eleies do ano 2002
Na preparao para que a aplicao da Lei 9840 seja mais plena nas
eleies do ano 2002, os participantes
do II encontro propam que as Comisses
facilitem e apoiem a ajuda e o estmulo
mtuos e a troca de experincias dos
Comits 9840, e outras organizaes formadas
para fiscalizar a aplicao da Lei 9840,
nas atividades que desenvolvam para essa
preparao.
A lista de discusso que j existe com esse objetivo na Internet, com
o atravs da pgina www.novomilenio.inf.br/voto,
poder ser utilizada para isso.
Aqueles que se inscreverem nessa lista aro a receber automaticamente
os textos, propostas e notcias a ela
encaminhadas.
Alem dessa lista de discusso, continua a servio desse objetivo a pgina
www.lei9840.org.br.
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3.
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Continuidade
da organizao e mobilizao dos Comits
9840
Um dos grandes ganhos do processo de fiscalizao da lei 9840
foi a mobilizao e organizao
de cidados contra as atuais distores
do nosso processo eleitoral e em aes
educativas sobre o valor e a importncia
do voto.
Os participantes do II Encontro consideraram que as Comisses
Justia e Paz deveriam facilitar e apoiar
a continuidade dos Comits 9840 e outras
organizaes que se formaram, propondo-lhes
que assegurem essa continuidade ando
agora a fiscalizar as Cmaras Municipais,
e a dar uma ajuda pluripartidria aos
novos vereadores, especialmente queles
eleitos em decorrncia da renovao das
Cmaras por efeito indireto da Lei 9840.
Grupos de Igreja j vm desenvolvendo essa fiscalizao
em muitas cidades, desde a Campanha da
Fraternidade de 1996, como os GALs (Grupos
de Acompanhamento do Legislativo) do Esprito
Santo, ou os grupos da Rede Sul Fluminense
de Cidadania Ativa. Outros grupos de diversos
tipos j tm tambm experincia acumulada,
como por exemplo o movimento do Voto
Consciente. Novas propostas esto igualmente
surgindo, como a Ouvidoria do Eleitor,
em So Paulo e Rio. Seria importante entrosar-se
com essas atividades.
Para apoiar esse trabalho devero ser produzidos novos subsdios, alem
dos j disponveis (como o vdeo das Edies
Paulinas Cidadania Ativa a soluo),
e organizados encontros de formao e
troca de experincias (como os realizados
por Repoltica, em So Paulo).
O Secretariado Executivo da CBJP dever criar uma lista de discusso na
Internet especificamente para a troca
de experincias e ajuda mtua nesse tipo
de atividade.
Uma equipe de apoio est sendo organizada, em torno do endereo
[email protected],
junto ao qual podero se inscrever os
interessados em receber informaes e
se associar a esse trabalho.
Essa equipe est programando para meados do primeiro semestre
de 2001 um Encontro de Formao e Troca
de Experincias sobre Acompanhamento de
Cmaras Municipais, na regio de So Paulo,
alm de outros encontros regionais dentro
desse Estado ou nos Estados vizinhos.
Os participantes do II Encontro propam
que as Comisses Justia e Paz organizem
encontros desse tipo em outras regies
do Brasil.
Os participantes do Encontro consideraram igualmente
que, no acompanhamento de mandatos eletivos,
deve ser dada especial ateno reflexo
e ao debate sobre a tica no exerccio
dos mandatos. Levantou-se inclusive
uma proposta a ser aprofundada, sobre
a necessidade de se limitar o nmero de
mandatos exercidos.
Sobre esta e outras questes relativas a mandatos, anunciou-se
a realizao do
Encontro Nacional de Militantes
na Poltica Partidria e nos Movimentos
Sociais, de carter pluripartidrio e
reunindo cristos com esse tipo de engajamento,
que se realizar em Salvador (BA), em
janeiro de 2001, para o qual foram convidados
todos os interessados.
4.
Educao para as eleies
Um segundo ganho constatado no trabalho realizado por
muitos Comits 9840 foi a ao educativa
desenvolvida em escolas. Os participantes
do II Encontro consideraram que ser importante
continuar e ampliar esse tipo de atividade,
como um trabalho de educao para a
cidadania voltado especificamente
para os processos eleitorais.
Para isso ser necessrio comear a preparar subsdios
e outros materiais e propostas pedaggicas,
a ser disponibilizado para utilizao
em escolas, do nvel elementar ao superior.
Esse trabalho poder ser desenvolvido com apoio numa lista de discusso
que foi criada especialmente para esse
fim, na qual os interessados podem se
inscrever atravs do endereo [email protected].
Ela ter como mediadores os animadores
da Associao de Pais e Amigos da Escola
Pblica de Santos (SP).
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5.
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Seminrio
de Juizes e Promotores Eleitorais
Constatou-se
que muitos Juizes e Promotores Eleitorais
no tiveram, na aplicao da Lei 9840,
a atitude de interesse efetivo e mesmo
de independncia que se esperava, considerando-se
a ateno dada a essa Lei pelo TSE e alguns
TREs. Torna-se portanto necessrio traar uma estratgia,
dentro do Poder Judicirio e do Ministrio
Pblico, para que isto no venha a ocorrer
nas eleies do ano 2002.
Nessa perspectiva,
o Secretariado Executivo da CBJP
dever organizar, em parceria com
a Transparncia Brasil e, a confirmar,
com a OAB Federal, de 25 a 27 de abril
de 2001, em Braslia, um seminrio
nacional que reuna Juizes e Promotores,
que se mobilizaram para assegurar a aplicao
da Lei 9840 nas eleies realizadas
em outubro de 2000. Esse seminrio poder
ser eventualmente aberto tambm a agentes
da Policia Federal e advogados eleitorais
que se interessem.
Ele ter
por objetivo avaliar os resultados obtidos
e as insuficincias e dificuldades encontradas,
e propor iniciativas e orientaes que
levem plena participao do Judicirio
e do Ministrio Pblico, bem como da Polcia
Federal, na aplicao da Lei 9840 nas
eleies do ano 2002.
Segundo
os participantes do II Encontro, ateno
especial dever ser dada, nas discusses
desse Seminrio, soluo dos problemas
do temor experimentado pelas testemunhas
de infraes denunciadas e da possibilidade
de arem de acusadores a acusados,
bem como do modo de serem produzidas provas
e se obterem flagrantes.
Os
participantes do II Encontro se propam
a identificar e contatar, com o auxlio
dos Comits 9840, os Juizes e Promotores
que se mobilizaram, bem como os policiais
e advogados que atuaram nesse sentido.
Quando disp desses nomes e respectivos
endereos, o Secretariado Executivo da
CBJP dever consult-los sobre seu interesse
em participar do Seminrio.
6.
Formao em Direito Eleitoral
Constatou-se
que houve insuficincias na atuao de
muitos advogados para fazer valer a Lei
9840, por falta de um domnio mais completo
dos termos e possibilidades dessa Lei.
Por outro lado, sabe-se que o Direito
Eleitoral, que na verdade mais utilizado
somente nos perodos eleitorais, constitui
ainda uma matria facultativa nos cursos
jurdicos em que ministrada.
Para
preparar melhor a atuao dos advogados
nas eleies de 2002, o Secretariado Executivo
da CBJP dever se empenhar na organizao,
em parceria com outras instituies que
se interessarem (em especial a OAB), no
correr de 2001 e primeiro semestre de
2002, de uma srie de seminrios de
formao em direito eleitoral, com
especial nfase na Lei 9840.
Os
participantes do II Encontro se propam
a indicar advogados interessados em participar
desses Seminrios.
7.
Emenda Constitucional sobre Iniciativas
Populares de Lei
Quando
se processava a coleta de s
para a Iniciativa Popular de Lei que resultou
na Lei 9840, a Deputada Federal Luiza
Erundina apresentou uma Proposta de
Emenda Constitucional (PEC), visando,
entre outras mudanas, diminuir para 0,5%
do eleitorado nacional o nmero mnimo
de s de eleitores para Projetos
de Lei de Iniciativa Popular.
Por
outro lado, quando foi entregue o Projeto
de Lei que resultou na Lei 9840, constatou-se
que, pela impossibilidade material de
verificao das s, no
aconselhvel que as Iniciativas Populares
tramitem no Congresso enquanto tais, para
se evitar o risco de questionamentos judiciais
que anulem as Leis que delas resultem.
Torna-se necessrio, assim, que os correspondentes
Projetos de Lei tramitem como Iniciativas
Parlamentares como ocorreu com o Projeto
da Lei 9840 e com a outra Iniciativa Popular
que j deu entrada no Congresso, sobre
o Fundo Nacional de Habitao.
Nesse
quadro, os participantes do II Encontro
consideraram que o Secretariado Executivo
da CBJP dever buscar formas de colaborar
para a aprovao dessa PEC no prazo mais
curto possvel, e que deve propor que
ela estabelea no somente a diminuio
do nmero de s como tambm o
modo de tornar exeqvel sua verificao.
Dispam-se tambm a enviar sugestes
quanto a modos de fazer valer essas s,
e a atuar junto aos parlamentares de seus
Estados para a rpida aprovao da PEC.
8.
Seminrio com Senadores e Deputados Federais
Nas
discusses e deliberaes das sesses
plenrias e de Comisses do Congresso,
sobre o Projeto de Lei de Iniciativa Popular
que deu origem Lei 9840, muitos Senadores
e Deputados indicaram as insuficincias
desse Projeto e outros tipos de modificaes
legislativas que seriam necessrias para
se enfrentar mais plenamente a questo
da corrupo eleitoral e outras prticas
que distorcem nosso processo eleitoral.
Tais pronunciamentos foram transcritos
no livro Combatendo a corrupo eleitoral,
publicado pela Mesa da Cmara dos Deputados
em novembro de 1999. Seria portanto oportuno
que se aprofundassem essas anlises, tendo
em vista a efetiva realizao da Reforma
Poltica que a sociedade brasileira vem
reivindicando.
Dentro dessa perspectiva, os participantes do Encontro apoiaram a proposta
de realizar, em Braslia, em fevereiro
de 2001, em parceria com a Transparncia
Brasil e, a confirmar, a OAB Federal,
um Seminrio com os Senadores e Deputados
Federais que fizeram esses pronunciamentos.
Se
nesse Seminrio for considerado possvel
formular um novo Projeto de Lei abordando
alguma outra insuficincia estratgica
de nosso sistema eleitoral, dever ser
discutida a possibilidade de lanamento
de uma nova Iniciativa Popular de Lei,
se, at l, tiver progredido suficientemente
a deliberao do Congresso sobre a PEC
da Deputada Luza Erundina, tratada no
item anterior, que tornaria necessrio
somente 500.000 s para apresent-las
ao Congresso.
Sero
enviados previamente aos Senadores e Deputados
Federais os textos de suas intervenes
em Plenrio ou nas Comisses do Congresso,
transcritas no livro mencionado. Os participantes
do II Encontro se propam a enviar
CBJP tambm suas sugestes quanto a
mudanas que julguem necessrias na legislao
eleitoral, para serem incorporadas s
discusses do Seminrio.
Considerou-se,
por outro lado, que no seria prudente
pretender modificar a prpria Lei 9840,
no que ela j demonstrou ser inadequada
ou insuficiente. A conjuntura que permitiu
sua aprovao pelo Congresso poder no
se repetir, correndo-se o risco da emenda
sair pior que o soneto.
9.
Novos subsdios
Os participantes do II Encontro apoiaram o projeto do Secretariado Executivo
da CBJP
de publicar dois novos livros,
em continuidade ao Roteiro para fiscalizar
a aplicao da Lei 9840:
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-
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uma
coletnea das sentenas e acrdos
de Juizes e Tribunais nos processos abertos
por infrao Lei 9840, com vistas
formao da jurisprudncia nessa
matria;
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-
<![endif]>
uma
memria da ao fiscalizatria dos
cidados para a efetiva aplicao
da Lei 9840 nas eleies de 2000, com
relatos de experincias e iniciativas
de Comits 9840 e outras organizaes
criadas com esse objetivo.
Para
realizar esses objetivos o Secretariado
Executivo da CBJP dever fazer suas prprias pesquisas, mas conta
com a ajuda de todos para isso, pedindo
que lhe sejam enviados relatos de aes
e iniciativas, indicando-se igualmente
as dificuldades encontradas e as vitrias
alcanadas, bem como cpias das sentenas
e acrdos a que tenham o as Comisses
Justia e Paz.
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10.
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Pesquisa sobre os resultados da aplicao da lei 9840
O
Secretariado Executivo da CBJP informou
os participantes do Encontro de sua inteno
de realizar uma pesquisa sobre os resultados
efetivos da aplicao da Lei 9840 nas
eleies realizadas este ano.
A pesquisa, qualitativa e quantitativa,
dever abordar no somente os efeitos
diretos da Lei punio dos infratores
como indiretos inibio nas formas
usuais de compra de votos, maior conhecimento,
pela populao e pelos candidatos, do
fato da compra de votos constituir um
crime, no eleio de candidatos denunciados
pela compra de votos ou uso da mquina
istrativa. Ela procurar igualmente
identificar os casos em que, apesar da
Lei 9840, candidatos utilizaram aberta
e impunemente, de forma ostensiva, a mquina
istrativa e a compra de votos para
se elegerem, ou usaram violncia para
amedrontar eleitores e Comits 9840, bem
como os casos em que houve interesse e
firmeza por parte da Justia Eleitoral
e do Ministrio Pblico.
O
questionrio, em preparao, ser distribudo
atravs das Dioceses, possivelmente no incio do
ano 2001, e divulgado para todos os interessados
atravs da Internet, nas pginas www.lei9840.org.br
e www.cbjp.org.br.
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11.
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Ajuda das seccionais e subseccionais
da OAB
Os participantes do II Encontro relataram alguns casos em que a ajuda
das seccionais ou subseccionais da OAB,
embora fortemente estimulada pelo seu
Conselho Federal e pelas OABs estaduais,
ficou a desejar. Pediu-se a todos
que viveram esse tipo de situao que
levem os fatos ao conhecimento do Conselho
Federal da OAB, para que se possa identificar
onde e porque isso ocorreu e corrigir
o que possa ser corrigido com vistas s
eleies do ano 2002.
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12.
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Fiabilidade da urna eletrnica
Os
participantes do II Encontro relataram
um certo nmero de casos que pem em
dvida a fiabilidade absoluta da urna
eletrnica, como defendida pela Justia
Eleitoral. Como a questo j vinha sendo
levantada por especialistas em informtica
desde antes da eleio, sendo objeto inclusive
de discusses e projetos de lei no Congresso
Nacional, resolveu-se pedir a todos que
tenham informaes a respeito que entrem
em contato com a pgina www.votoseguro.org
e se inscrevam na lista de discusso aberta
nessa pgina.
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II PERSPECTIVAS DE TRABALHO DAS COMISSES JUSTIA
E PAZ
A discusso sobre as perspectivas de trabalho das Comisses Justia e
Paz, articuladas em rede, entre si e com a Comisso
Brasileira, teve como base:
- a anlise de conjuntura feita coletivamente sobre o quadro econmico-social
brasileiro, abordando-se tambm questes
eclesiais como o interesse de um nmero
crescente de Bispos, em criar Comisses
Justia e Paz;
- o Guia de Orientao para a Organizao e o Trabalho das Comisses Justia
e Paz, que resultou do I Encontro;
- o subsdio enviado antes do Encontro aos participantes, com as propostas
de orientao elaboradas em reunio do
Secretariado Executivo da Comisso Brasileira
em fim de outubro.
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1.
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Identidade e papel das Comisses Justia e Paz
Os participantes do II Encontro revisaram o Guia de Orientao para a
Organizao e o Trabalho das Comisses
Justia e Paz, que resultou do I Encontro,
reafirmando os princpios nele enumerados,
e decidiram abrir uma lista de discusso
eletrnica fechada na Internet, que
o Secretariado Executivo da CBJP dever
operacionalizar, para aprofundar o
intercmbio sobre essas questes.
Foi considerado que esse intercmbio dever buscar a formulao de um
Guia mais completo e detalhado sobre
a organizao e o trabalho das Comisses
Justia e Paz, sobre os os a serem
dados para formar novas Comisses, e sobre
o modo de financiarem suas atividades.
Sobre a questo do financiamento das Comisses,
os representantes da Diocese de Macap
assumiram o compromisso de enviar propostas
a respeito.
Foi recomendado que, no intercmbio entre CJPs, se atenda com especial
ateno necessidade de se assegurar
o ecumenismo na composio e no
modo de funcionamento das Comisses.
Quanto ao papel das CJPs, os participantes do II Encontro valorizaram
de modo especial a proposta apresentada,
no subsdio que lhes foi enviado pelo
Secretariado Executivo da Comisso Brasileira,
quanto atuao dessa Comisso, considerando
que essa proposta abre uma pista importante
para a definio de um papel especfico
s CJPs no conjunto de atividades da Igreja.
O subsdio mencionado explicita de seguinte maneira essa proposta:
Em vez de somente atender ivamente s solicitaes que lhe so encaminhadas pela
CNBB ou se limitar a atividades decorrentes
da atual ao da Igreja, a CBJP poderia,
por sua natureza e composio, contribuir,
numa postura ativa, com propostas concretas
para uma atuao mais proftica da CNBB
no campo poltico-social.
Se
fosse adotada essa perspectiva, a dinmica
fundamental do trabalho da CBJP aria
a ser o empenho de todos os seus membros
na identificao, a partir de uma anlise
sistemtica da realidade brasileira, dos
meios e modos pelos quais no somente
a Comisso mas toda a Igreja poderiam
efetivamente contribuir para a defesa
e promoo da pessoa humana, a prtica
da justia e a edificao da Paz.
Os
participantes do Encontro consideraram
que esse papel e modo de funcionamento
poderia ser adotado tambm pelas demais
Comisses Justia e Paz, de nvel
diocesano ou regional, existentes ou em
vias de criao em diferentes lugares
do Brasil, isto , independentemente
das aes prprias que lhes seriam especficas
ou de estudos que pudessem desenvolver,
sua atuao poderia ter como eixo fundamental
a anlise sistemtica da realidade
diocesana ou regional, com vistas a identificar
possibilidades de atuao proftica da
Igreja, para a defesa e a promoo
da pessoa humana, a prtica da justia
e a edificao da Paz .
Segundo essa orientao, a atuao mais significativa das Comisses que
assim o decidissem aria a ser, por
assim dizer, a de instigar posicionamentos
e aes profticas da Igreja, ainda que
pudessem tambm realizar outras atividades
prprias, paralelamente e desejavelmente
articuladas s aes de outros organismos
e pastorais de Igreja.
Nessa linha de reflexo, foi reafirmado que as Comisses Justia e Paz,
para poderem cumprir de fato esse papel,
devem ser compostas maioritariamente por
leigos, engajados em diferentes tipos
de atuao social, uma vez que, vivendo
situaes que dificilmente os Bispos e
mesmo os padres podem viver, eles podem,
assumindo sua corresponsabilidade eclesial,
trazer Igreja perspectivas de que a
Igreja necessita para bem cumprir sua
misso.
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2. Movimento pela tica na
poltica
Considerando
esse papel que pode ar a ser cumprido
pelas CJPs, foi discutida a oportunidade
de se relanar, no Brasil, um Movimento
pela tica na poltica, como o que levou
ao impeachment do Presidente Fernando
Collor, mas com uma diferena importante:
o entendimento do conceito de tica.
De fato, o Movimento pela tica na
Poltica lanado h dez anos visava especificamente
a corrupo, que atingira altos nveis
no processo decisrio governamental, encabeada
pelo tesoureiro da campanha eleitoral
do Presidente da Repblica, com o beneplcito
do prprio Presidente. A corrupo um
problema real do Brasil, que o coloca
em m posio nos ndices internacionais
que buscam medi-la como os divulgados
anualmente pela entidade Transparncia
Internacional levando a que possa ser
considerada como endmica em nosso pas.
Penetrando de diferentes formas nas mais
diversas reas e nveis de governo, sua
denncia chegou a ser um fator determinante
em alguns resultados eleitorais deste
ano como no Municpio de So Paulo.
A corrupo precisa, portanto, ser enfrentada
no Brasil com ainda mais vigor. O projeto
Combatendo a corrupo eleitoral, lanado
pela CBJP, se situa nessa perspectiva.
Mas o maior problema tico nacional
no este. O grande problema tico do
Brasil para cujo agravamento a corrupo
tambm contribui - a desigualdade social,
aceita e banalizada como se nada pudssemos
contra ela e estivssemos condenados a
com ela conviver. Esse de fato o maior
desafio tico que se coloca para o povo
brasileiro.
Os participantes do II Encontro consideraram
que CBJP deveria, em sua prxima reunio
geral, no incio do prximo ano, aprofundar
essa proposta
e discutir sua viabilidade e formas
de concretiz-la. E deveria lev-la
CNBB, estabelecendo tambm contatos com
outras instituies nacionais, com vistas
ao eventual lanamento de um novo Movimento
pela tica na Poltica no Brasil, voltado
para a questo da desigualdade social.
Segundo as possibilidades, dever ser
buscada a participao das demais CJPs
nessas discusses.
3. Anlises de conjuntura
O Secretariado Executivo da CBJP informou que tinha sido constitudo um
Comit, com a participao do IBRADES,
INESC, CCM, IMDH, INTELECTO, assessores
da CNBB e outros membros da Secretaria
Executiva, em torno do Padre Virglio
Leite Ucha, membro da Comisso Brasileira,
para dar continuidade s Anlises de Conjuntura
que estavam sob sua responsabilidade,
enquanto foi assessor poltico da CNBB,
e que eram igualmente teis em diferentes
meios e organismos.
Analisando o contedo e a forma dessas Anlises, esse Comit tinha adotado
a orientao expressa na nota explicativa
que lanou, logo depois do Encontro, esse
novo tipo de servio patrocinado pelo
CBJP:
Este
servio que vem sendo realizado desde
setembro de 1996 evoluiu e amadureceu
no prprio processo de sua elaborao.
A constante preocupao de ver a realidade
e seus desafios definiu o caminho e as
opes de anlise.
O
horizonte maior luz do qual os acontecimentos
vm sendo analisados diz respeito aos
excludos e suas necessidades face avalanche
de concentrao de riqueza e benefcios
nas mos de poucos, o que conseqncia
do projeto econmico hegemnico, capitaneado
pelo fenmeno da globalizao financeira.
A
avaliao feita pelo comit de discusso
e de redao, em recente reunio, abriu-nos
um novo horizonte para esse servio. Este
tambm se identifica com objetivos da
Comisso Brasileira de Justia e Paz (CBJP)
na sua defesa e a promoo da pessoa
humana, a prtica da justia e edificao
da paz.
Por
isso mesmo a CBJP chama agora para si
a continuidade e a regular periodicidade
deste trabalho, mantendo a originalidade
do servio de anlise, que sempre visou
provocar a reflexo e a prtica de novas
atitudes, no s para a Igreja Catlica
e entre os cristos em geral, mas tambm
junto s pessoas e grupos sociais, organizados
ou no, sensveis atual evoluo dos
desafios da conjuntura nacional e internacional.
Os
instrumentos de informao e anlise hoje
disponveis so muitos e variados e no
se pretende repeti-los. O que se far
ento escolher fatos cuja compreenso
fica obscurecida pelo pensamento hegemnico
e procurar enxergar e entender o que est
por detrs das aparncias e do discurso
dominante, aprofundando as razes subjacentes
ao fato escolhido. Este ser o tom e o
tipo das anlises daqui para frente. Elas
buscaro tambm identificar correlaes
do fato temtico abordado com temas maiores,
tanto nacionais quanto internacionais.
O que se pretende entender o que no
est explcito nas informaes que nos
so dadas e o que existe de fato para
alm das anlises que so feitas.
Espera-se
que este tipo de abordagem analtica permita
s pessoas e grupos sociais que dela fizerem
uso escolher os melhores caminhos para
transformar a realidade, a partir de uma
melhor e mais profunda compreenso do
que est acontecendo.
O
Secretariado informou que os dois primeiros
estudos em curso pela equipe, dentro desta
nova orientao - que implica em abordar
temas conjunturais em maior evidncia
e debate - versaro sobre a Lei de Responsabilidade
Fiscal e a constante criminalizao do
MST pelo governo federal, e sero colocados
disposio dos interessados na pgina
da CBJP na Internet (www.cbjp.org.br),
bem como divulgados atravs de outras
pginas e publicaes.
Os participantes do Encontro consideraram que esse servio poder ter
grande utilidade, ficando estabelecido
que as CJPs podero propor temas para
os estudos, bem como, sempre que possvel,
subsdios para sua elaborao.
4. Retomada da questo
dos Conselhos de Comunidade no tema Encarcerados.
O mtodo utilizado pela
CBJP, para definir suas atividades, consistia
em identificar, em cada Campanha de Fraternidade,
juntamente com o setor pastoral responsvel
pela mesma, uma questo especfica em
torno da qual pudesse ser formulado um
projeto de ao. A CBJP pretendia dessa
forma contribuir para a continuidade das
Campanhas da Fraternidade.
Foi com esse mtodo que
se formulou o projeto Combatendo a corrupo
eleitoral, em continuidade CF de 1996.
Na Campanha da Fraternidade de 1997, sobre
os encarcerados, a questo especfica
escolhida foi a necessidade de serem criados
os Conselhos de Comunidade, previstos
na Lei de Execues Penais, junto a todos
os estabelecimentos prisionais do Brasil.
Iniciado o projeto, o
falecimento inesperado do assessor nacional
da Pastoral Carcerria, Padre Francisco
Reardon grande animador da criao desses
Conselhos - levou interrupo dessa
parceria.
As iniciativas que j
haviam sido tomadas, no entanto, para
implementar o projeto, surtiram efeito,
tendo sido criados muitos Conselhos de
Comunidade, com os resultados que deles
se pode esperar na soluo dos problemas
de nossas prises.
Como vrios dos participantes
do II Encontro tm engajamento pessoal
no trabalho junto prises, considerou-se
que deveria ser feito um esforo especial
para que esse projeto fosse retomado e
desenvolvido.
5. Relatrio anual sobre Dignidade Humana
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Dentro dessa mesma metodologia,
o Secretariado Executivo da CBJP props
ao CONIC, que coordenou a Campanha do
ano 2000, sobre Dignidade Humana e Paz,
ao se fazer sua avaliao, que lhe fosse
dada continuidade por meio da elaborao
de um Relatrio Anual sobre a Dignidade
Humana e a Paz no Brasil, que considerasse
no somente a situao do pas nesses
aspectos, mas tambm, e especialmente,
as aes concretas ecumnicas ou das diferentes
Igrejas em particular. O Secretariado
Executivo da CBJP se disporia, se a proposta
fosse aceita, a coordenar um grupo de
trabalho ecumnico para realizar sistematicamente
essa tarefa.
Os
participantes do II Encontro acolheram
essa proposta e se dispam, se ela
for aceita, a contribuir para a elaborao
dos Relatrios.
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6. Dvida social dos povos
negros
Uma das decises do I
Encontro tinha sido a de priorizar, nas
atividades das CJPs, a questo da terra,
tanto no que se refere Reforma Agrria
como titulao das terras dos Quilombos
e demarcao das terras dos Povos Indgenas.
A partir dessa deciso, os participantes
do II Encontro propam que se retomasse
mais especificamente a questo dos povos
negros, tanto no que se refere aos Quilombos
como a iniciativas que esto em curso,
como a Conferncia Mundial contra a Discriminao,
que ter lugar na frica do Sul em 2001.
Para permitir o necessrio
intercmbio de informaes e experincias,
ficou de ser operacionalizada a criao,
na Internet, de uma lista de discusso
fechada sobre esta questo.
7. Frum Social Mundial
O Secretariado Executivo da CBJP apresentou aos participantes do Encontro
o Frum Social Mundial, que ter lugar
em Porto Alegre, Brasil, de 25 a 30 de
janeiro de 2001, com o tema Um outro
mundo possvel. Esse Frum ocorrer
nos mesmos dias em que se realiza em Davos,
Sua, o Frum Econmico Mundial, que
rene as cabeas pensantes do neo-liberalismo
e representantes de multinacionais e dos
governos mais poderosos do mundo.
A CBJP participa, em parceria com sete outras entidades brasileiras, do
Comit de Organizao do Frum Social
Mundial.
Os participantes do Encontro foram informados do andamento da preparao
do Frum e de que a participao aberta
a representantes de entidades que nele
se inscrevam, respeitada a distribuio
de quotas entre as regies do mundo e
entre tipos de atuao, mais informaes
sobre o Frum e sobre o modo de se inscrever
encontrando-se na pgina da Internet www.forumsocialmundial.org.br.
7. Formao dos membros das Comisses Justia e Paz
Os participantes do Encontro consideraram que dever merecer ateno a
formao permanente dos membros das CJPs.
Foi levantada a possibilidade de se utilizar os materiais e meios de formao
desenvolvidos pelo CELAM, e ficou estabelecido
que o III Encontro dever incluir uma
manh de formao, com material previamente
enviado a todos. A pgina da CBJP na Internet,
por sua vez, dever disponibilizar artigos
e textos de formao, bem como bibliografias
sobre temas diversos, esperando-se que
todas as CJPs possam contribuir com sugestes
para esse material de formao.
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Braslia, 5 de dezembro de 2000.
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Para contatar a Comisso Brasileira
Justia e Paz:
CBJP
- SE Sul Q. 801 Conj. B - Braslia
DF CEP 70401-900
Endereo
eletrnico: [email protected];
pgina na Internet: www.cbjp.org.br
Tel:
(0xx61) 323 8713 313 8328 - fax: (0xx61)
322 2684
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