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A tortura uma doena

O pastor mais ecumnico do Brasil revela como evanglicos colaboraram
com a represso poltica

JORGE ANTONIO BARROS


Apesar de toda a controvrsia que costuma haver em torno da questo de direitos humanos no Brasil, hoje em dia mais comum
ver-se evanglicos ou instituies eclesisticas dedicadas a clamar pelo respeito vida humana em muitos dos seus aspectos.
Consagrado em 1950 pastor da Misso Presbiteriana Brasil Central um dos grupos pioneiros do presbiterianismo no pas, o
reverendo Jaime Wright era uma das vozes que clamava no deserto do regime militar, quando fazer isso poderia significar cassao
dos direitos polticos, exlio, priso, tortura e at mesmo morte. Naquela poca, revela Wright, os evanglicos, em geral, estavam do
lado dos opressores.

O desaparecimento do irmo, Paulo Wright, nos idos dos 70, levou o reverendo a se aproximar de ningum menos que um dos
bispos catlicos considerados mais progressistas do pas, d. Paulo Evaristo Arns, com quem trabalhou por nove anos ininterruptos,
em favor dos direitos humanos. E a coordenar, com d. Paulo, um projeto indito na documentao da represso poltica instalada
no pas com o regime militar de 64 o Brasil Nunca Mais, que resultou num best-seller da dcada de 80, publicado pela Editora
Vozes.

Com uma prtica ecumnica que durante anos o puniu com o isolamento por setores evanglicos, o reverendo Jaime Wright,
paranaense de Curitiba, 69 anos, foi secretrio-geral da IPU (Igreja Presbiteriana Unida) e o nico protestante vivo a Ter sido
homenageado este ano com a Medalha Chico Mendes de Direitos Humanos, comenda do Grupo Tortura Nunca Mais. Filho de
missionrios americanos, casado, cinco filhos, Jaime Wright virou tambm personagem do livro Um milagre, um universo, de
Lawrence Weschler (Companhia das Letras), que qualquer dia desses deve estar nas telas de cinema. Num hotel no Rio, Wright
deu a seguinte entrevista VINDE:

Como foi sua participao no projeto Brasil Nunca Mais?

Esse projeto resultou de uma preocupao com a questo dos direitos humanos depois de decretada a anistia poltica, em 1979.
At ento, os grupos de direitos humanos haviam tratado somente do efeito da represso torturas, detenes arbitrrias, as
mortes e desaparecimentos. Ento, pensamos num projeto que fosse descobrir as causas da represso. E surgiu essa idia
maluca de copiarmos clandestinamente os cerca de 700 processos que transitaram nas auditorias militares e estavam nos arquivos
do STM (Supremo Tribunal Militar).

Foi um trabalho de formiga, no?

Evidente. E muitas formigas. Os processos eram copiados em Braslia e transportados para So Paulo, onde concentramos a
pesquisa. Trabalhamos em cima desses documentos por cinco anos, publicamos os resultados em 12 volumes, quase 7 mil
pginas, e resolvemos fazer o resumo num livro que se chamou Brasil: Nunca Mais, um dos mais vendidos da histria da literatura
brasileira do tipo no fico. O livro est na 27a edio, com cerca de 300 mil exemplares vendidos. Publicamos tambm Perfil dos
Atingidos, um dos 12 volumes, que a melhor coletnea brasileira da esquerda que atuou durante a ditadura.

No volume Os repressores, sobre pessoas que atuaram na represso poltica, o senhor acha que h possibilidade de Ter ocorrido
injustia com algum dos listados?

Por causa de um editorial muito bravo no jornal O Globo, que criticou o projeto por publicar os nomes, mudamos o ttulo, que
ou a ser, com certa ironia, Os funcionrios. A argumentao do jornal era de que o pessoal no era todo culpado, que estavam
simplesmente cumprindo uma funo. Documentamos nove categorias diferentes de funcionrios, inclusive a de torturadores.
Chegamos aos nomes de 444 torturadores. So nomes com dados irrefutveis, onde e quem torturaram, alm das formas de tortura
empregada. Alis, o brasileiro muito criativo na tortura. Ns listamos 285 formas diferentes de tortura usada nos pores dos anos
de chumbo da ditadura militar.

A sociedade brasileira, de alguma forma, no foi conivente com isso?

Claro que sim. Durante a ditadura, uma parcela da sociedade s apoiou nossa luta contra os violadores dos direitos humanos
porque estavam sendo torturados os filhinhos e filhinhas de papai, os filhos da elite. A maioria dos mais de 17mil detidos listados no
projeto Brasil Nunca Mais era formada por estudantes.

O senhor teve um irmo, Paulo Wright, tambm evanglico, que atuou como "subversivo", foi preso, torturado, morto e
desaparecido at hoje. Esse foi o principal motivo que o levou a essa luta?

No. Isso tem sido uma motivao do meu ministrio, desde os meus tempos de pastor evangelista em Caiquit, no interior da
Bahia. Na lista de 136 desaparecidos, h dois que so irmos de pastores da IPU (Igreja Presbiteriana Unida). Paulo Wright e o
irmo do reverendo Zwingler Mota Dias. Outro dia soube tambm que uma das vtimas do Araguaia era presbiteriana.

O que falta para o governo virar de vez a pgina dos desaparecidos polticos?

Abrir os arquivos das Foras Armadas. O que aconteceu aps a ditadura Vargas? Houve um incndio que acabou com todos os
registros. Os registros da escravido tambm foram destrudos. Agora esto querendo destruir os arquivos do regime militar. O
Brasil um pas que se acostumou a destruir sua memria. O projeto Brasil Nunca Mais foi exceo.

E o que devem conter os arquivos da memria poltica ps-64?

Os arquivos tm informao sobre os guerrilheiros mortos e desaparecidos no Araguaia. Ao sonegar essas informaes, o Brasil
est descumprindo os convnios de Genebra, assinados em 1949, sobre os crimes de guerra, que declaram explicitamente que
cada adversrio deve permitir que o inimigo morto tenha direito a um enterro em local conhecido da Justia e com cerimnia
religiosa. Nos arquivos, h informaes de onde foram escondidos os restos mortais mesmo daqueles que foram esquartejados.
Falta nobreza de esprito s Foras Armadas de virem a pblico e fazerem um mea culpa, como fizeram os generais na Argentina.
At hoje nenhum general brasileiro veio a pblico fazer mea culpa. O presidente Fernando Henrique reconheceu a lista com 136
pessoas torturadas, mortas e desaparecidas quando estavam sob custdia das Foras Armadas. Falta agora que se diga onde
esto os restos mortais para que seus familiares tenham direito a fazer um enterro digno.

O senhor acha que os episdios de violncia e abuso de poder da polcia que assistimos hoje nos grandes centros urbanos
refletiriam de alguma forma a cultura da tortura empregada durante o regime militar?

Mais do isso. Reflete a cultura brasileira do tempo da escravido, quando os escravos eram os torturados. Essa tortura tornou-se
endmica, antes e durante a ditadura, e continua assim at hoje. Tanto assim que na delegacia mais prxima, possivelmente nesta
hora, h algum sendo torturado. A tortura continua sendo nas delegacias o instrumento mais eficaz de se extrair uma "confisso"
e tambm de se conseguir uma promoo para o torturador.

Se a mensagem do Evangelho tem um contedo social to forte, por que os evanglicos de modo geral se comovem to pouco
com a questo dos direitos humanos?

Os evanglicos, de um modo geral, aspiram historicamente a uma rpida ascenso econmica e social. Os presbiterianos
contribuiram para isso com algo muito curioso. No rito do batismo, no Brasil, se inseriu pela primeira vez, no sistema presbiteriano
mundial, a seguinte pergunta aos pais: "Prometem ensinar essa criana a ler a Bblia?" Para que isso acontecesse os pais tinham
que se educar. E a criana bem instruda tinha condies de se sobressair em termos educacionais. Da o fato de termos no
cenrio nacional distinguidos personagens presbiterianos, em vrias reas. No somente presbiterianos, mas outras igrejas deram
nfase educao. Assim como os batistas, os metodistas, por exemplo, espalharam escolas em todo lugar por onde andaram.
Eu mesmo estudei num colgio metodista em o Fundo (RS). Ento, no Brasil, se deu condies para que os evanglicos
tivessem uma rpida ascenso social. Por esse motivo, alguns deles se tornaram, com muito orgulho, parte integrante da elite
brasileira. Tanto assim que em 1964 esses evanglicos foram os primeiros a apoiar o golpe. No centro de So Paulo, vi
constrangido do meu escritrio um grupo de estudantes do Mackenzie saindo s ruas no dia 2 de abril dando vivas revoluo.

Mas o mesmo no ocorreu com os catlicos?

No sei se eu descreveria a Igreja Catlica dessa forma. Alguns membros da Igreja Catlica colaboraram e colaboram com bispos
chamados progressistas, como d. Paulo Evaristo Arns. Tanto assim que, ao fundar a Comisso de Justia e Paz de So Paulo,
escolheu de prosito pessoas da elite para integr-la porque, em tese, no seriam atacadas. Era uma elite que afinava com d.
Paulo, um pastor de p no cho, um franciscano que, inclusive no tem sequer conta bancria.

Setores da Igreja Evanglica colaboraram com a represso?

Certamente. Em todos os setores da represso que visitei sempre encontrei evanglicos, especialmente presbiterianos. O chefe do
SNI (extinto Servio Nacional de Informaes) em So Paulo era um presbtero. O chefe do CIE (Centro de Informaes, hoje Centro
de Inteligncia do Exrcito) era um presbiteriano. Os presbiterianos estavam muito bem cotados dentro do sistema. Era presidente
da Misso Presbiteriana do Brasil Central e responsvel pelo trabalho da igreja americana no pas. Fui denunciado vrias vezes
pelos lderes da IPB na poca apenas por atuar em direitos humanos. Na poca a IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil ) no aceitava
isso como parte de sua misso. Certa vez, o diretor do DOPS (Departamento de Ordem Poltica e Social), em So Paulo, me disse
que a represso no estava preocupada com protestantes de modo geral, mas com os catlicos. "Os protestantes trazem seus
probleminhas e ficamos sabendo de tudo", disse-me o diretor.

O senhor no acha que essa atitude dos evanglicos diante da represso no teve fundamento num temor de que o movimento
considerado subversivo implantasse no pas um regime que proibisse a divulgao do Evangelho?

Sim. Era essa a ideologia predominante entre os evanglicos na poca.

E isso no poderia Ter realmente acontecido se a esquerda armada, por hiptese pouco provvel, tivesse derrotado o regime
militar?

Eles tinham Cuba como modelo para isso. A prpria Unio Sovitica, onde a prtica da religio foi cerceada e proibida. Os
evanglicos tinham razo para Ter algum receio disso.

Como ento o senhor convivia com essa aparente contradio, de atuar contra a represso e, ao mesmo tempo, saber que a
suposta vitria dos inimigos do regime poderia favorecer o cerceamento liberdade religiosa?

No era propriamente um problema porque havia um fator geogrfico que nos favorecia. O trabalho da Misso Presbiteriana do Brasil
Central estava isolado da igreja nacional. Ns fizemos, por exemplo, nossa prpria reforma agrria, usando como argumento o de
fazer antes que algum entre aqui para fazer por ns. Foram privilegiadas famlias pobres, quando possvel de origem evanglica.
Conseguimos fazer essas coisas e manter nossa integridade teolgica porque estvamos geograficamente distantes. Por essas
circunstncias fomos obrigados a manter essa estrutura prpria at 1975, quando tive o privilgio, como presidente liquidante, de
dissolver a Misso Presbiteriana do Brasil Central e apagar, pelo menos estruturalmente, a presena da igreja fundadora do
presbiterianismo no pas.

O senhor filho de missionrios americanos, no?

Meu pai e minha me foram missionrios em Santa Catarina e no Paran, onde nasci. Durante muitos anos serviram numa igreja
pioneira no Vale do Rio do Peixe, em Santa Catarina, numa poca em que fomos severamente perseguidos pela Igreja Catlica. O
bispo de Lajes ordenou aos comerciantes que no vendessem nada a famlia Wright. Era um boicote contra os protestantes e uma
forma de tentar nos expulsar da regio. A coisa no funcionou porque havia quem fosse mais comerciante do que catlico. "Eles
(os Wright) so os poucos que pagam a vista", alegavam os comerciantes. Veja bem o milagre que aconteceu na minha vida. De
Ter ado por essa experincia de perseguio, pela Igreja Catlica, e ser convidado em 1980, por d. Paulo Arns a ajudar a
redigir o sermo que o papa iria pregar para 700 mil pessoas, em So Paulo.

Como o senhor conseguiu perdoar os catlicos?

Eu sempre via no exemplo de meu pai e minha me, como enfrentavam serenamente essas coisas. Meu pai dava sonoras
gargalhadas porque ele sabia que no final isso estava ajudando a propagao do Evangelho. Quanto mais perseguio havia, mais o
trabalho dos evanglicos ficava conhecido.

O seu pai ainda era vivo quando o senhor se aproximou dos catlicos?

No. Ele faleceu, aposentado, nos Estados Unidos.

O senhor, ento, nunca soube como ele reagiria sua atitude ecumnica?

No, no soube, no. Outro exemplo tive de minha me que sentiu a necessidade das mes solteiras e pobres por tratamento
pr-natal. Minha me foi ao gabinete da primeira-dama, Darcy Vargas, de onde s saiu com a garantia da instalao do posto de
puericultura, como era chamado na poca. O posto funciona l at hoje.

Ao longo do tempo o senhor se sentiu discriminado por setores evanglicos em virtude de sua aproximao dos catlicos?

Sim. Minha amizade com o cardeal Paulo Arns foi estreitada com o desaparecimento de meu irmo. Eu era amigo de um inimigo
nmero um do regime, como d. Paulo era conhecido na poca. To logo comecei a trabalhar com ele, uma igreja de So Paulo
onde eu pregava todo ms encerrou minha participao. Durante todo esse tempo de trabalho com a Igreja Catlica, me senti um
exilado da minha famlia presbiteriana. Em 1987 a IPU (Igreja Presbiteriana Unida) se reuniu em assemblia-geral, em Vitria (ES),
e fui eleito por unanimidade como primeiro secretrio-geral daquela nova denominao. Meus amigos me convidaram para comer
uma peixada. Eu liguei para minha esposa e disse: "Olha fui eleito secretrio-geral da IPU". E no consegui falar mais nada. Fiquei
chorando. E me surpreendi em descobrir naquele momento a alegria de estar de volta minha igreja presbiteriana

Do ponto de vista teolgico como o senhor lidava com a questo ecumnica sabendo que os catlicos mantm a adorao de
imagens, totalmente rejeitada pelos evanglicos?

Fui o primeiro e nico pastor do mundo a ser convidado por um bispo catlico a trabalhar dentro da Igreja Catlica, em tempo
integral. Fui nomeado por minha igreja para essa tarefa, tambm de modo indito. Durante quase nove anos em que trabalhei com
d. Paulo, preciso afirmar categoricamente que me senti mais a vontade trabalhando com os catlicos do que com os presbiterianos
da igreja nacional, em termos inclusive de expresso. Podia me expressar abertamente sobre qualquer assunto sem precisar estar
escolhendo as palavras para no ferir sensibilidades. Eu tinha um escritrio ao lado de d. Paulo, na Cria Metropolitana, e nunca
tivemos uma diferena sequer porque tanto ele como eu resolvemos tratar apenas das coisas do Evangelho. E no falar sobre as
coisas da doutrina. Se voc centra nas verdades do Evangelho, no tem o que divergir. J brinquei com d. Paulo publicamente que
ele sempre me parece um protestante disfarado. D. Paulo sabe de cor o Novo Testamento. Ele, por sua vez, diz que eu sempre
pareci um catlico disfarado.

Mas o senhor no acha relevante essa diferena sobre a adorao de imagens?

No, porque nunca vi meno da virgem Maria como nos meus tempos de infncia e adolescncia. Participei de vrias cerimnicas
plicas que se tornaram conhecidas, como o culto em memria de Vladimir Herzog (jornalista torturado e morto no DOI-CODI de
So Paulo, em 1976). Pela primeira vez na histria da religiosidade brasileira, houve uma cerimnia ecumnica, com a participao
de um catlico, um judeu e um protestante.

Durante seu trabalho juntos aos catlicos algum tentou convenc-lo a se tornar padre?

Sim. Um dia veio a meu escritrio uma irm, com hbito de freira. Ela ento pegou minha mo. Senti que ela estava emocionada e
me disse: "Olha reverendo, uma bno conhec-lo; o senhor sabe que todas noites ns rezamos pela sua converso?". Eu
disse: "Olha, irm, isso me comove muito porque s o fruto do seu amor poderia desejar isso. Mas a senhora no acha que mais
importante do que ser catlico ou protestante ser cristo, s cristo?", indagou. Ao que ela respondeu: "O senhor tem razo".

Por que tem sido difcil para o governo colocar em prtica uma poltica mais eficaz na defesa dos direitos humanos?

Porque h falta de vontade poltica.

Mas o presidente Fernando Henrique tem se manifestado a favor disso, no?

Como ele se manifesta a favor de outras coisas bonitas que no acontecem. Digo isso com algum constrangimento porque fui
nomeado pelo presidente Fernando Henrique como membro do comit nacional julgador do Prmio de Direitos Humanos. Mas no
quero que minha presena numa comisso do governo cerceie esta liberdade to preciosa de denunciar essas violaes dos
direitos humanos, de agir biblicamente como profeta. Era isso que os profetas faziam, quando botavam dedo em riste no nariz do
rei, denunciando as barbaridades. O pastor tem essa funo de profeta tambm. De colocar o dedo no nariz do imperador, de Fara
ou at de FH, e dizer que isso est errado.

O senhor no cr que esse aparente imobilismo do governo nessa questo no est relacionado tambm ao fato de boa parte da
opinio pblica ainda associar a defesa de direitos humanos defesa de bandidos?

Sim. Mas quem pensa assim sempre gente de elite. A Igreja sempre convocada a defender a pessoa oprimida. At obrigada a
denunciar quem tortura um criminoso confesso. A tortura vil porque afeta a pessoa criada a imagem e semelhana de Deus. H
uma dignidade no ser humano que vilificada toda vez que ferida por torturas sejam fsicas ou psicolgicas. A Igreja tem a
obrigao de denunciar os violadores dos direitos humanos sejam quem for, de onde for. A Igreja tem que socorrer o pobre
adolescente sem nome recebendo pauladas da PM. H programas de rdio em So Paulo que tentam ridicularizar os defensores de
direitos humanos, chamando-os de defensores de bandidos. Isso um vilipndio. obrigao da Igreja fazer isso.



Mas esses programas formam conscincias populares que tambm apiam essa reao aos direitos humanos, no?

Infelizmente verdade. Essa ideologia, que partiu as elites, est impregnada no pessoal pobre das favelas. Isso s pode causar
profunda tristeza no cristo, de ver que uma ideologia de violncia est tomando lugar do Evangelho quela pessoa que foi
violentada quando descia da estrada. A obrigao do samaritano parar, estender a mo e ajudar.

O senhor j temeu algum tipo de represlia?

Outro dia fui ameaado de morte pelo telefone, depois de Ter denunciado casos de violncia rural no Esprito Santo, onde a polcia
estava completamente ausente. Estou preocupado agora com um fato inusitado que me aconteceu dia desses: recebi um visto
americano de apenas um ano, quando sempre conseguia vistos vlidos por quatro ou cinco anos. Me fizeram vir ao consulado falar
com o funcionrio americano que me indagou por que perdi minha cidadania americana. Eu no perdi eu a renunciei em 1958 para
Ter mais independncia na evangelizao. Ele ficou sem saber o que dizer.

Qual a orao que o senhor faz a Deus no seu trabalho nos direitos humanos no Brasil?

Simplesmente que eu seja sempre, em todos os lugares, um instrumento de amor e de justia.

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