693k4x Teologia
da Libertao
Para se pensar em Teologia da Libertao, antes tem que
se considerar a Doutrina Social da Igreja.
At meados do sculo XIX, a Igreja Catlica
ainda permanecia atrelada aos poderosos da sociedade antiga
e medieval, esquecendo que, na prpria Bblia h um contedo e
um apelo acerca da fraternidade universal e que coloca todos os
homens como irmos e semelhantes a Deus.
Somente a partir da Carta Encclica Rerum
Novarum, do Papa Leo XIII, 15 de maio
de 1891, que a Igreja Catlica insere-se nos
tempos modernos, ou melhor dizendo, viu-se cercada
por mudanas substanciais no mundo ocidental,
como as reformas sociais e polticas que as revolues
burguesas trouxeram, e tambm pelos novos ventos
dos movimentos socialistas e comunistas e foi
ento, repensando seu papel.
A Encclica Rerum Novarum, trata principalmente da
questo operria
e teve grande ressonncia para o debate sobre a ao social da
igreja. Seu efeito foi comparado com o que foi o Manifesto
Comunista e o Capital de Karl Marx para a ao
socialista, esta encclica foi para a ao social crist.
Pouco a pouco, a igreja foi vendo que a sua encclica fora
aclamada e posta em prtica pelos catlicos
do campo social, pois havia muita sede de mudanas neste
campo. Com ela, a igreja Catlica d um salto qualitativo entre
o liberalismo e o socialismo, propondo uma via prpria guiada nos
princpios cristos. Durante todo o sculo XX a caminhada foi
sendo duramente trilhada e construda. Tomou mais flego, depois
do Conclio Vaticano II???W?/b>span style="mso-spacerun: yes">
que ajudou a impulsionar esta grande mudana.
Neste ponto, coloca-se a questo fundamental de como
anunciar o evangelho, de modo que ele seja compreendido e
livremente acolhido. Acolhido
por todas as classes sociais, pois somos irmos em cristo.
.TOSI,
Giuseppe, Histria e atualidade
dos direitos do homem. texto, p.08,Ed. UFPB.
.
LEO XIII, Rerum Novarum. p.05, So Paulo,.Paulinas, 12 ed.
2000.
.
SORGE, Bartolomeo.Por uma civilizao de amor. So Paulo,
Paulinas 1998.
No caso da Amrica Latina, no devemos esquecer que a
igreja catlica entrou de companheira da Europa, no processo de
colonizao, sendo conivente inclusive, com a escravido. Mas,
se olharmos com mais ateno para este mesmo continente, veremos
que foi na Amrica latina o nascedouro da Teologia da
Libertao, surgida atravs das quatro Conferncias Gerais
realizadas pelo Episcopado da Amrica Latina:
1955
Rio de Janeiro
1968 Medelln
1979 Puebla
1992
Santo Domingos
.
Elas constituem marcos profundos da vida eclesial do continente
latino-americano e grande dignificado pela dimenso histrica,
teolgica e renovadora. Ao longo de mais de cinqenta anos,
estas quatro Conferncias transformaram-se em fonte de reflexo
teolgica e de fomento que impulsiona processos de renovao,
modificando vises de mundo, pois, uma coisa ver a histria e
a teologia pela tica dos pobres e oprimidos, e outra, ver
pela tica dos poderosos como antes.
ou tambm, a ser um marco referencial para outros
grupos que se consideram oprimidos: os cristos pobres da frica
e da sia, as minorias discriminadas nos Estados Unidos (negros e
hispanos) e os diversos movimentos feministas.
A temtica da libertao aflorou no Brasil, nos
primeiros anos da dcada de 60, no contexto da anlise do
fenmeno do subdesenvolvimento. Ensinava-se que o
subdesenvolvimento, era um problema de atraso tcnico, pois
ramos pases em desenvolvimento e que mais tarde , se
resolveria com a modernizao tecnolgica, causando assim, uma
interdependncia entre os pases ricos de tecnologia avanada,
e os pases pobres que dependiam de sua tecnologia para
desenvolveren-se e, gerou-se tambm a crena de que era
necessrio ter um pas rico, para dar esses es. Gerou-se
assim, o centrismo norte-americano, nos aspectos tcnicos,
financeiro-econmicos e at culturais. Nesse centrismo, seria
estreitadas as relaes com os pases ricos e desenvolvidos,
para que fosse gestado um
desenvolvimento mais homogneo, sem mudar o sistema.
4
4.BOFF,
Leonardo. O caminhas da igreja com os oprimidos, 2.ed.Rio de
Janeiro, Codecri,1991.
H um sistema global de inegvel desenvolvimento mas
profundamente desigual, gerando um centro rico e uma periferia
pobre, gerando um relacionamento de dependncia e opresso. No
vamos esperar que os oprimidos gostem disso. Isso gera revolta e a
conseqente DENNCIA !
O povo oprimido, juntamente com os movimentos populares
ligados aos interesses da libertao, comearam a reunir-se e
formar cristos comprometidos e sobretudo organizados em grupos,
pastorais e comunidades eclesiais de base.
Eis a, a Teologia da Libertao funcionando em toda sua
organicidade!
Surgiram ento:
Movimento
de Educao de Base M.E.B
Ao
Popular AP
Ambos
no Brasil e utilizando o Mtodo Paulo Freire, como mtodo
pedaggico de prtica totalmente libertadora.
Nos movimentos populares ligados aos interesses de
libertao social, surgiram:
Ao
Catlica Operria - ACO
.Juventude
Universitria JUC
Juventude
Estudantil Catlica JEC
Comisses
de Justia e Paz CJP
Em
seus crculos, introduzira-se pela primeira vez as reflexes de
f no marco terico sobre
Dependncia
versus Libertao.
O mais importante na mente dos Telogos da Libertao,
no a teologia, e
sim a
Libertao
concreta dos oprimidos. Sempre que isso acontece, sinal de que
o Reino de Deus j se aproximou!!!
(4)
Maise
de Carvalho Gomes Monte
Centro
de Direitos Humenos e Memria Popular
Comisso
de Justia e Paz da Arquidiocese de Natal
(4).
BOFF, Leonardo, O Caminhar da igreja com os oprimidos: do vale das
lgrimas terra
prometida. 2 ed.. Rio de Janeiro, Codecri. 1981.
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