Emmanuel
Bezerra dos Santos
Militantes polticos assassinado pela
Ditadura Militar 68331f
PREFCIO
A Ditadura Militar marcou
um perodo sombrio de nossa vida poltica. Em nome da Segurana
Nacional, atrocidades foram cometidas com requinte de crueldade contra
brasileiros que no estavam de acordo com o regime.
Mulheres, homens, velhos
e crianas foram torturados: lares invadidos e no faltaram os seqestros,
desaparecimentos e assassinatos de opositores polticos.
Os horrores praticados
pelo Estado macularam a imagem idlica que fazamos de ns mesmos: Um
povo cordial e pacifico. Mas tambm revelaram o anseio de liberdade e a
ousadia de segmentos populares que resistiram e combateram aquele estado
de coisas.
Ao abrirmos a vala
clandestina do Cemitrio de Perus, fizemos emergir com vigor os fatos
daquele ado recente, que obstaculizam, ainda hoje, o avano democrtico
em nosso pais. As ossadas encontradas na vala confirmam as denncias de
familiares de presos polticos, feitas desde meados da dcada de 70
quando os movimentos pela Anistia iniciaram suas primeiras articulaes.
O nosso compromisso,
frente do Governo Municipal de So Paulo, foi o de buscar a ve????a???g????rdade e a
justia, no medindo esforos para elucidar os crimes cometidos pela
Ditadura Militar. A direita no poupou ataques ao governo e a minha
atitude. Mas os resultados de nosso trabalho so mais contundentes.
Identificamos e entregamos aos familiares os restos mortais de trs
presos polticos, mortos sob torturas nos crceres da represso poltica:
Denis Casimiro, Antnio Carlos Bicalho Lana e Snia Maria Lopes de
Moraes. Neste trabalho travamos um intimo contato com a dor e a emoo
das mes. Familiares e pessoas envolvidas, durante todos estes anos, na
busca dos desaparecidos polticos.
No podemos consolidar a
democracia com seus corpos insepultos e sem respostas a suas famlias e
sociedade brasileira.
Eram jovens, em sua
maioria, que sonhavam com uma ptria livre, democrtica e soberana.
Mesmo sem ter conhecido Emmanuel
e seus companheiros, considero-o assim: um jovem amante da liberdade
e da justia.
Esse sonho integra a
nossa utopia - a conquista de uma sociedade livre, justa e igualitria.
O resgate de suas vidas e
de suas mortes torna-se necessrio como parte do nosso patrimnio histrico.
So Paulo, 13 de marco de
1992.
LUIZA ERUNDINA DE SOUZA
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