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15. Viagem inolvidvel

Entre outras contradies da minha vida com Doralice, que foi a minha primeira mulher, vivi a de sentir forte atrao pelas viagens e no realiz-las. Essa situao s se resolveu quando ei a viver com Lourdinha.

De fato, com Lourdinha qualquer problema parece que diminui de tamanho. As alegrias, em compensao, parecem duplicar! Entre alegrias modestas do cotidiano, e outras mais vibrantes, na companhia dos filhos e netos, mas tambm dos amigos, distingo as grandes alegrias das viagens, onde nunca me faltou a presena animadora de Lourdinha.

Com Lourdinha fiz viagens maravilhosas que, sem a companhia dela, no teriam assumido a dimenso extraordinria que a memria insiste em destacar, ados tantos anos. Eu poderia enumerar dezenas de viagens que fizemos a praias e serras de todo o Brasil, a cidades e pontos tursticos dos nossos vizinhos hispnicos, ou a vos mais altos, como quando fomos Europa e a outros continentes longnquos. Vou lembrar s a viagem em que fomos, na companhia de um grupo alegre e motivado, de uma s vez, Europa Central, conhecendo Paris, Madri, Lisboa e Roma, e dali fomos at a Turquia – tanto em sua parte ocidental, como na oriental. Mas, apesar da variedade e da beleza da paisagem, que se renova a cada regio, o que mais me impressionou foi o culto ao heri nacional Ataturque, criador da nao turca como a conhecemos hoje. O museu de Istambul dedicado a ele impressionante pela riqueza e variedade de informaes. Ainda amos um dia e uma noite em Ancara, a capital poltica do pas, e logo cedo viajamos para uma regio muito bonita chamada Capadcia. Ali vimos coisas interessantssimas, como, por exemplo, pedras com formatos de frades, camelos, rvores, tudo feito pela mo da natureza.

Encerrada a visita Turquia, no dia seguinte tomamos um avio que nos levou ao mtico Egito, onde nosso grupo visitou o Vale dos Reis, os sarcfagos dos antigos faras em Lxor, a Esfinge de Giz e o sinuoso Nilo, pai do Egito, conforme o historiador grego Herdoto. Na verdade, foram muitas as coisas que me chamaram a ateno no Egito: as mulheres muulmanas cobertas dos ps cabea, as oraes que os muulmanos faziam sempre olhando na direo de Meca, o burburinho dos mercados populares, verdadeiros “mercados persas!”, as multides que se acotovelavam nas ruas estreitas e esburacadas do Centro do Cairo, com seu trnsito catico, sem semforos, sem faixas de pedestre, sem definio de mo e contramo... E as mesquitas, belssimas por fora e reverentes por dentro, graas ao fervor religioso que caracteriza o Isl.

Finalmente, fomos at a Grcia continental e, depois, Grcia insular. Na Grcia continental, conhecemos Atenas, com seus templos dedicados a deuses que se foram, mas que continuam belos e ainda nos fazem sonhar, como vi no Templo de Hefesto e na Acrpole. Depois, embarcamos num navio e fizemos um cruzeiro martimo pelas ilhas gregas. Visitamos Creta, Santorim, Rodes, Naxos, Mkonos, todas lindas, com seus mitos prprios, suas belezas nicas, suas paisagens maravilhosas cercadas por aquele azul incomparvel do Mar Egeu. Em Creta, lembro que ri jovialmente quando um guia nos mostrou o labirinto onde Perseu matou o minotauro... Mostrou tambm escombros do Palcio do Rei Minos, outro rei mitolgico. Mas existe coisa mais maravilhosa do que os mitos gregos?

Encerramos a viagem voltando Europa Ocidental, onde visitamos as ilhas Baleares, no Mar Mediterrneo. Fiquei deslumbrado com a beleza da Palma de Maiorca, capital do arquiplago e um dos grandes centros tursticos da Europa.

Esta permanece a viagem da minha vida, embora, antes e depois, eu tenha viajado e conhecido meio mundo e continue fazendo planos para viajar.

Quero ressaltar, porm, que a atrao que a viagem exerce sobre mim menos do turismo paisagstico do que o cultural. Aproveito as viagens para conhecer outros costumes, outros valores e estilos de vida. Naturalmente que isso a pelas paisagens, mas no comea nem se esgota nelas. Por isso, s vezes me sinto frustrado quando um guia insiste em nos mostrar lugares, monumentos, curiosidades arquitetnicas, quando poderia nos levar a lugares onde a gente pudesse encontrar as pessoas nas suas ocupaes dirias. nessas ocasies que elas se revelam como so de verdade. Outra opo visitar seus museus, suas galerias de arte, seus teatros e livrarias, marcadas por um burburinho permanente. Parece que a que as pessoas realmente se encontram e comemoram a alegria de viver. Por isso, lamento no ter me demorado mais do que algumas horas em museus como o Louvre, em Paris, o Prado, em Madri, ou o Ermitage, em So Petersburgo, para ficar s nesses trs exemplos. Tenho planos de voltar a Paris para dedicar alguns dias ao Louvre. Tenho certeza de que sairei muito mais rico culturalmente do que entrarei. Vou aproveitar para voltar a Berlim, a Florena, a Lisboa e visitar calmamente suas instituies culturais. Com a mesma finalidade: adquirir mais conhecimentos sobre cada um dos povos da Unio Europeia, porque cada um deles constitui uma cultura parte.

Paralelamente a isso, quero me demorar em seus cafs e restaurantes, cinemas e teatros, praas e pontos tursticos a fim de ver como o europeu de cada uma dessas cidades se porta no dia-a-dia, como caminha, como encara um estrangeiro, como l um jornal etc.

Resumindo, para mim esta a essncia do verdadeiro turismo: enriquecer-nos espiritualmente com a vivncia do outro, com sua contribuio prpria, sua arte, sua imaginao, que fazem do mundo uma aldeia global inesgotvel.

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