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Militantes Reprimidos no Rio Grande do Norte
Raimundo Ubirajara de Macedo

Livros e Publicaes

... e l fora se falava em liberdade
Ubirajara Macedo, Sebo Vermelho 2001

Fatos engraados

Lembro-me bem que, certo dia, senti minha vista falhando, e assim no podia ler livros, jornais, revistas, isto quando os nossos “santos guardies” permitiam. Pedi ento que me fosse permitido consultar um mdico especialista para que pudesse voltar a ler normalmente. E, justia se faa, fui atendido. Porm, como no 16 RI no havia oftalmologista para me atender, fui mandado ao quartel da Polcia Militar – reparem bem - escoltado por doze homens armados e de baioneta escalada. Ao chegar ao quartel, deparei-me com o oftalmologista, o Dr. Anchieta Ferreira, j meu velho conhecido de conversas no Grande Ponto. O mesmo olhando para mim, j no seu gabinete, perguntou: “Bira, velho de guerra, o que est havendo? Voc chega aqui escoltado por doze homens, algemado e, ainda por cima, os soldados todos de baioneta escalada? O que foi que voc fez?” Respondi: “Anchieta, fizeram pior com Moacyr de Ges; o homem foi levado ao Hospital Militar de mos algemadas para trs, o que a vtima logo chamou de “algemas bossa nova”. Por a se v, meu caro Anchieta, que os homens, s vezes ou quase sempre, do uma de palhao. O pior que so palhaos para servir a interesses que no so os mesmos da grande maioria do povo brasileiro. O pior que transformaram o nosso pas em uma “repbica de banana” onde os interesses das multinacionais cobrem toda a histria de um povo valente e srio. A est o que os pilantras esto fazendo com a gente, isto porque no baixamos a cabea queles que, aqui dentro, dizem amm a tudo que vem da grande nao do Norte, visando nos pilhar e nos ameaando com desembarques dos famosos “marines” que tanta desgraa tm feito na Amrica Central, dando cobertura famosa frase de Foster Dulles: “Abaixo do Rio Grande, tudo um imenso quintal nosso”. E ele sempre repetia a frase quando um dirigente da Nicargua, Guatemala, etc, se mostrava revoltado com a submisso que pesava sobre eles. Alm de tudo so cnicos e covardes. Da, Anchieta, no se ire do que v. So fatos desagradveis para ns, mas muito bom para eles que esto mostrando servios para seus patres. Nos humilham e humilham nossas famlias, mas sabem que esto humilhando homens de bem que jamais se submetero aos padres dos Bob Fields, Marinho, Chateau ou outros canalhas que venham a suced-los. Ns, os patriotas, estamos “pagando o pato” por todos os que reagem a este estado de submisso a que os donos do Brasil nos levaram. Mas necessrio que se grite e que se mostre a sujeira dos que se vendem, no s agora, mas sempre. E o brasileiro de bom carter jamais vai se amedrontar com as ameaas dos que nos exploram”.

Anchieta hoje meu companheiro de hidroginstica e sempre comentamos aquele fato, rindo muito das palhaadas da poca. Triste poca, que esperamos jamais volte. Isto depende muito do nosso povo, que est vendo nos jornais, televiso, etc, a corrupo solta em todos os setores, principalmente dentro dos partidos de direita que, com raras excees, tm em seus quadros gente honesta, sria e competente. No h necessidade de se dizer aqui, pois todos os dias estamos vendo, ouvindo e lendo sobre quem so as figuras que dirigem a nossa poltica. Vota neles quem no tem a mnima sensibilidade ou no tem qualquer compromisso com a seriedade de que este pas merece.

Outro caso engraado foi o de “Gago”, preso poltico cujo nome no me vem lembrana. Quando o bravo mossoroense foi levado para ser ouvido pelo famigerado capito, recebeu deste uma sria ameaa, com o militar brandindo um pedao de madeira junto ao seu rosto. Mesmo gaguejando, o prisioneiro disse a Lacerda: “Capito, cuidado porque em homem no se bate toa. Pode no haver reao minha hoje, mas depois, se sair daqui vivo, coisas ruins podem acontecer com o senhor”. O certo que o “valente” inquisidor baixou a guarda e ali mesmo encerrou o depoimento. Por a se v o quanto so covardes os torturadores e o quanto desprezvel a maneira como foram tratados os prisioneiros da CIA no perodo ditatorial que deixou este pas nas mos de inquisidores fascistas e sem escrpulos.

H tambm o caso do capelo que chegando com o coronel Mendona Lima em visita de “cortesia” aos presos, olhou para um lado e para o outro e saiu-se com essa joia: “ No estou vendo aqui o meu compadre Doca, o que estranho, porque eles gostava...” E, por coincidncia ou no, o compadre Doca foi preso no dia seguinte, ficando “lotado” no RO. Esse episdio foi contado no livro de Mailde, a quem peo desculpas pela repetio. E o compadre Doca era um homem simples, carteiro, velho servidor do DCT, pai de famlia com muitos filhos e muito digno. No tinha tempo, mesmo que quisesse, de sair por a para fazer militncia poltica. Uns gnios nossos “guardies”... Muitas outras joias deste tipo ocorreram, mas a cabea de um homem de oitenta anos no pode recordar tudo. Um dia, quem sabe, outras dessas sairo com um pouco mais de brilho.

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