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Rubens
Manoel Lemos
Rubens
Lemos
Sua histria foi mais que um poema
Autor: Crispiniano Neto
RUBENS
LEMOS
Em ONDE,
QUANDO
e
POR QU?
Rubens
Lemos
I
A imagem de um homem que foi homem
E que as letras no nome no se somem
Nos escritos do conto mal contado
Do tinteiro burgus, prncipe
e fardado
Que transforma bandidos em heris
Quero dar voz a quem foi voz
De quem no tinha voz, nem vez, nem
vida;
De quem viu a liberdade a todos ns!
II
Ele deu sua vida em prol da vida
Dos milhes de sem-vida da nao;
Dos sem- terra, sem-teto, ptria
e po,
Dessa classe explorada e oprimida.
Que os sem classe da classe embrutecida
Nas finezas do lucro e do domnio,
Giroflex, ganncia e extermnio
No temor do terror da igualdade
Assombrados com a luz da liberdade
Lhes queriam at sem raciocnio!
III
Rubens Lemos nasceu em Pixor,
Em Santana dos Matos, nosso estado.
Onde o pai, enfermeiro dedicado
Receitava a cincia junto
f,
Pra curar, prevenir e para at
Ensinar a sade espiritual
Junto ao povo, era lder natural
No DNOCS lutando em prol da vida
Ensinando pra massa to sofrida
Convivncia com a seca tropical.
IV
Em quarenta e um, sculo ado,
Veio ao mundo, pra ser um lutador
Viu criana o serto, onde
o labor
Foi sinnimo de fome e p-rachado
Onde o fio da vida era farpado,
Sede solta e o sonho atrs
da grade,
A cancela e o mouro sobre a verdade
Demarcando o poder e o acinte
Dos domnios feudais do sculo
vinte
Sufocando o sonhar e a liberdade!
V
Dali foi pra o Pas de Mossor
Respirar sentimento libertrio
Resgatando Torquato, o proletrio
Que arrastou o garrancho sobre o p;
Se sentiu sem sentir-se solto e s,
Com Canrio e Guilherme achou respaldo
Se somando a Joel, Gis e Vivaldo
Vendo o sangue no crebro e nas retinas
O vermelho do sol dos Reginaldo!
VI
Em seguida partiu pra Garanhuns
Onde viu o leo pernambucano
Levantar sua pata contra o engano
Desde o mar ao limite e aos Inhamuns,
Onde Castro com gente e goiamuns
Demonstrava para o mundo a aspereza
De uma terra de fome e farta mesa
Do contraste do acar e a
amargura
Onde o mix dureza com ternura
Forjou o ao da liga camponesa!
VII
Foi ento que seguiu pra Paran;
O seu peito j era comunista.
Em Londrina tornou-se jornalista
Viu tambm injustia e dor
por l...
Meia quatro, chegou a rodo e p,,
Com o silncio da noite longa e escura
A histria a sofrer vmito
e tontura
A nao sob trevas, tanques,
“demos”...
E a priso do irmo Wilson
Lemos
Comeando o azar da dita dura!.
VIII
Em Natal encontrou normalidade
O emprego, o esporte a famlia
Sem sentir os rugidos de Braslia,
Cabugi e Tribuna...e ningum h-de
Conspurcar sua clandestinidade
Partido, Poti/rdio e O Dirio,
O BR e o racha proletrio
Mrio Alves, Marcelo Mrio
Melo,
Aparelho estourado, ao,
duelo
E o destino revolucionrio!
IX
Cai Marcelo em Pium, casa em seu nome;
Inquilino na grade e quem aluga
Com milicos no encalo, sai em fuga;
Odilon, bigodo, fora e renome
Ao livr-lo da “cana”,
em cana o some...
Do coiteiro Coutinho quando arriba
Pendurado, pintado pindaba
Rasga as sombras do ventre do elefante
Vai sumir do coturno escoiceante
No calor do serto da Paraba!
X
A priso,a tortura e o degredo
O exlio nas terras de Allende
Solido, sofrimento... no
se rende
Ao poder cruel general medo.
Retornou ao Pas, sob segredo
Em misso de resgate a um companheiro
De So Paulo partiu para o terreiro
Pra o abrao amada e ao
novo fruto,
Novamente o canho do poder bruto
Lhe cortou o vo livre em seu roteiro.
XI
Presos ele e Isolda, isolados;
A famlia e amigos sem saber
Era cabra marcado para morrer
No aougue infecto dos fardados
Foi preso pedir a um dos soldados
Que avisasse a famlia e aos amigos.
Veio a luz com beno dos
antigos
Seu padrinho Ramalho a quem dou louvo
Que fez Rubens nascer e nascer de novo
Ao cobrar ele vivo aos inimigos!.
XII
Novamente a tortura, a sombra, a dor.
Utopia quebrada, mundo em escombros
Todo o peso do mundo sob os ombros
Depois luz a soprar sobre o horror
Anistia, PT, greve, calor
A campanha ao Governo do Estado
O trabalho com marketing, o esporte amado,
A direta que Lula l no ps
O filsofo do mal que no
se imps
Por denncia do grito ex- torturado!
XIII
Tempos loucos de angstias, no
risonhos.
Fleuma e trauma angstia, amor, revolta,
Mesmo livre, a cadeia sua volta
Lhe impondo limites to bisonhos;
Morreu lcido de amor, brio
de sonhos,
Foi morar nas manses da liberdade,
Onde tudo comum, fraternidade,
Igualdade, ingoverno e no poder,
No-lugar, onde enfim se pode ter
O direito total felicidade!.
XIV
Nos anais da histria da verdade
Sua dor h de ser recompensada
Com a vida por ele projetada
Para a massa sorrir felicidade
No raiar de uma nova sociedade
De igualdade, justia, luz e calma...
O futuro vai rir-lhe e bater palma
Porque Lemos foi leme, Lnin e lema
Sua histria foi mais que um poema...
Foi um texto de sangue, amor e alma!!!
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