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Militantes Reprimidos no Rio Grande do Norte
Floriano Bezerra de Arajo

Minhas tamataranas: Linhas amarelas
Memrias de Floriano Bezerra de Arajo, Sebo Vermelho

"Minhas Tamataranas: Linhas Amarelas" O livro-testemunho de Floriano Bezerra de Arajo (Washington Arajo) H muito tempo no lia um livro de memrias to saboroso como esse livro de Floriano Bezerra de Arajo. que ele conseguiu dar forma, viso, densidade, voz e memria ao livro. E em cada pgina mergulhamos em um mundo mgico que se perdeu para sempre: mundo em que no existiam computadores, nem televiso; mundo em que nem sempre a luz era eltrica; mundo em que se dedicava causa da justia de corpo e alma, de fio a pavio, e se personificava com ardor a angstia dos eternos condenados da Terra. Refiro-me aos pobres, aos annimos, aos que no tm a quem recorrer, aos enjeitados do poder mundano. As linhas amarelas das tamataranas de Floriano, alm de amarelo-luz, so fosforecentes e brilham de dia e de noite, porque elas sinalizam o dia em que a justia cair sobre o mundo com a fora de tsunami e varrer a podrido da condio humana para outros mundos, outros planetas, outras galxias. Nesse dia, elevada ser a condio humana. E ningum olhar outro homem de cima para baixo salvo se for para ajud-lo a levantar. Em cada linha da memria prodigiosa de Floriano somos levados - como crianas so levadas pela mo – para redescobrir um mundo de vivncias humanas: o peixe frito margem dos rios, a caminhada sem trgua pelos sertes que levam um filho a uma me, o sabor de irmandadde e cumplicidade interligando vidas e destinos, a descoberta do sexo e os prazeres do circo que chega barulhento empoeirada cidade, as amizades granticas que carregam nos olhos imagens enternecedoras. assim este livro. Mais que memria, eloqente testemunho de que certos homens foram soprados de barro de primeirssima qualidade. O livro transpira dignidade e valores humanos. Dignidade de quem nunca se curvou a outrem salvo voz de sua mais ntima conscincia de homem, de ser talhado para nadar contra as correntes, modelado para servir como tocha luminosa em meio a tempos altamente incertos. So os valores humanos de sempre: amor, justia, beleza. E, tem algo mais, um sabor diferenciado que se percebe desde suas primeiras linhas: Floriano mergulha a pena no tinteiro da verdade e de l retira emoes em penca, sentimentos flamejantes, verdades esquecidas, lealdades nunca quebrantadas, laos indissolveis de fidelidade a seus ideais. um texto fluido, como desses igaraps amaznicos que correm para os riachos, estes para os rios e os rios para o mar oceano. Algumas vezes, fechamos o livro para sonhar as aventuras de menino ali narradas com um preciosismo de dar gosto, ou para sentir os batimentos do corao do jovem embriagado de amor, ou apenas para festejar o surgimento do heri da raa, este ser mtico que tem o poder de fazer vibrar e sonhar tudo o que toca com sua palavra, com seu discurso e mais, com a posio de autoridade moral que a vida fez por bem enobrec-lo, com suas atitudes e seus atos, sempre grandes, imensos, generosos e espaosos. Nas linhas amarelas do tempo redescobri diversos Florianos. Todos banhados de utopia. Todos encharcados de poesia. Reconheci em algumas histrias por ele narradas com maestria o Floriano Maiakovski (porque nele a anatomia tambm se perdeu e ou a ser todo corao), o Floriano Brecht (o lder daquele seleto grupo de homens imprescindveis), o Floriano Neruda (porque desde sempre soube que a poesia tem comunicao secreta com o sofrimento do homem), o Floriano Jobim (aquele que entende que fundamental mesmo o amor, porque impossvel ser feliz sozinho) e finalmente o Floriano Buarque (que um dia era o rei, era o bedel e era tambm o juiz e pela sua lei toda a gente era obrigada a ser feliz). Para alm de tudo o mais, temos de corpo inteiro apenas e to-somente o menino Floriano, neto de meu bisav Zacarias, filho de meu av Venncio e dessa mulher exuberante e de muitas lutas chamada Querubina. Anseio pelo tempo em que esse livro seja adotado para leitura em todas as escolas pblicas do Rio Grande do Norte. Porque um texto por demais precioso para habitar apenas estantes e prateleiras de bibliotecas e de Institutos Histricos e Geogrficos. E que comece por sua bela cidade Macau, se espraie por todo o Vale do Assu e alcance a metrpole Natal. Dali ser um pulo para conquistar o Nordeste brasileiro. Afinal, “Minhas Tamataranas: Linhas Amarelas” tem o peso literrio e testemunhal de Vidas Secas (Graciliano Ramos), Menino de Engenho (Jos Lins do Rego), O Quinze (Rachel de Queirz), A Bagaceira (Jos Amrico de Almeida) e Memrias (Humberto de Campos). E no fica nada a dever a qualquer um deles.

Braslia, 27 de maro de 2013

Washington Arajo

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