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Ditadura Militar no RN | Repressores
Ditadura Militar no RN
Ditadura
Militar de 1964 no Rio Grande do Norte
Emmanuel
Bezerra dos Santos
Represso no RN
Carta
de 12 Pontos aos Comunistas
PCR,
1966
1.
A contradio principal que
se manifesta em nossa sociedade
aquela entre o imperialismo norte-americano
e nosso povo. A natureza agressiva do imperialismo
exige uma constante aplicao
de sua poltica de dominao
e explorao. Em virtude desse
fato, o imperialismo ianque dirigiu e executou
por intermdio dos militares reacionrios,
os gorilas, o golpe de 1 de abril
de i964. Estabeleceu uma ditadura militar
apoiada internamente na burguesia nacional
e nos latifundirios. A burguesia
nacional constituda em sua maioria
de pequenos e mdios industriais
e comerciantes, por temor ao proletariado
e ao movimento de massas, se alia ao imperialismo
ianque, como ocorreu no perodo que
antecedeu ao golpe. Porm, a
a hostilizar o imperialismo e seus agentes
internos, quando estes praticam uma poltica
que lhes prejudicial, como ocorre
atualmente. Contudo, ainda mesmo os seus
elementos mais progressistas no
conseguem formular e levar prtica
uma luta conseqente contra o imperialismo
e o latifndio, que se constituem
em obstculos a sua expanso
como classe. a burguesia nacional em nossa
ptria, como as burguesias nacionais
do mundo subdesenvolvido, incapaz
de dirigir e realizar a luta contra o imperialismo
e o latifndio e capitula diante
dessas foras.
2. A classe operria, os camponeses,
os estudantes e intelectuais revolucionrios
constituem as massas fundamentais para a
revoluo, isto ,
aquelas que exigem de fato a derruba da
ditadura militar, a expulso do imperialismo
norte-americano e a eliminao
como classe da alta burguesia nacional e
do latifndio. o dever dos marxistas-leninistas
e revolucionrios esta em despertar
as massas fundamentais para a luta contra
a ditadura militar, mobiliz-las
e gui-las de forma conseqente.
Isto somente ser possvel
atravs de um genuno partido
do proletariado, produto da luta de classes
e identificado com as lutas libertrias
de nosso povo. Um partido com a firme determinao
de conduzir as lutas do povo brasileiro
at o fim quando for extirpado definitivamente
do seio da sociedade brasileira a explorao
do homem pelo homem.
3. Sobre o Partido do Proletariado recai
a responsabilidade de uma correta anlise
das classes sociais em nosso pas,
de definir qual a contradio
principal de nossa sociedade e de precisar
onde ela se manifesta de forma mais aguda.
A partir dai deve elaborar a estratgia
revolucionria, definir claramente
quais os amigos e quais os inimigos e tambm
os mtodos de luta adequados
estratgia.
4. Onde se manifesta de modo mais agudo
a contradio entre o imperialismo
norte-americano e nosso povo? Nossa resposta
o Nordeste. Regio com mais
de 20 milhes de habitantes tem sido
fonte de matrias-primas e produtos
agrcolas para o sul do pas
e para o exterior. Em compensao
quase todos os produtos manufaturados que
consome importa do sul do pas, onde
se encontram de fato os grandes grupos econmicos,
notadamente os da alta burguesia nacional
e do imperialismo norte-americano. Nessas
condies o Nordeste
a regio mais explorada do pas
e o seu desenvolvimento teria como conseqncia
a perda de um mercado e de uma fonte de
matrias-primas para os referidos
grupos econmicos. Alm disso
uma classe dominante de latifundirios
e usineiros controla a principal atividade
econmica do nordeste, a deficitria
indstria do acar,
cujos prejuzos descarregam sobre
a imensa massa de assalariados agrcolas
que exploram.
5. Por isso o Partido da Classe Operaria
deve elaborar sua estratgia e aplic-la
onde se reflete de modo mais agudo a contradio
principal. Ai desenvolver, com profundidade,
a Aliana Operria-Camponesa,
atravs do deslocamento para o campo
dos elementos mais avanados da classe
operria, dos intelectuais e estudantes
com ideologia do proletariado para criar
as bases de apoio rurais. O cerne da estratgia
do proletariado e de seu Partido
e o desenvolvimento da guerra popular atravs
da guerra de guerrilhas. a guerra de guerrilhas,
atravs das formas primitivas e rudimentares
de combate, proporciona as massas organizadas
na base de apoio um mtodo de luta,
e possibilita que cada elemento de massa
se converta num soldado da guerra popular.
Alm disso, a histria de
nossas lutas libertrias demonstra
cabalmente que a guerra de guerrilhas foi
o mtodo de luta que nosso povo sempre
utilizou para derrotar os opressores. Dessa
forma o prprio desenvolvimento
da guerra, que a forma superior
de expresso da luta de classes,
que dar origem a outras bases de
apoio rurais, que far crescer as
foras armadas populares e inclusive,
tambm, o prprio Partido
do Proletariado. Assim, surgiro
bases de apoio em todo o Nordeste como tambm
em todos os pontos do interior de nossa
ptria onde as condies
sejam favorveis. Nas cidades e particularmente
nas grandes.
6. Do ponto de vista ttico o campo
mais importante do que a cidade
para os revolucionrios, porque o
aparelho de represso do inimigo
mais dbil nas reas
rurais e tem dificuldades de nelas penetrar.
Nessas condies, observando
o princpio de superioridade relativa
de concentrar contra o inimigo foras
duas ou trs vezes maiores em todas
as aes concretas,
possvel atravs da guerra
popular derrotar por partes os "gorilas",
por isso a guerra popular tambm
prolongada. Prolongada por que
no inicio da luta o inimigo taticamente
forte e as foras populares so
dbeis. Somente a guerra
que pode inverter os papeis tornando o inimigo
dbil e as foras armadas
populares fortes. Essa mudana acarreta
o controle de amplas zonas rurais pelas
foras armadas populares dando em
conseqncias o "cerco da
cidade pelo campo", compreendendo cidade
onde o inimigo ainda taticamente
forte, pois ai localiza-se seus quartis
e bases. Nas atuais circunstncias,
dentro de um ponto de vista regional as
grandes cidades e capitais do Nordeste so
"cidade" enquanto que o resto
"campo". De um ponto
de vista nacional, a rea industrial
de So Paulo, compreendendo as cidades
satlites do ABC, Santos e Rio de
Janeiro formam o conjunto que podemos chamar
de "cidade", sendo o restante
"campo".
7. O carter prolongado da guerra
popular e a aliana operrio-camponesa,
imprescindvel para o seu desenvolvimento,
constituem a garantia de que a hegemonias
do processo revolucionrio permanea
nas mos do proletariado e seu Partido.
Essa o grande significado poltico
da guerra popular.
8. Sobre o segundo tipo de aliana,
ou mais precisamente a frente nica
com a burguesia nacional, autenticamente
nacional, submetida tambm ao imperialismo
ianque, a condio bsica
para sua efetivao
a formao das foras
armadas populares atravs do prprio
desenvolvimento da guerra popular. E seria
erro grave e iluso de classe supor
que a aliana se faa antes
do incio da insurreio
armada, a base de converso ou troca
de pontos de vista. Nessa questo,
o fundamento o proletariado realizar
a frente nico quando tiver a suas
prprias foras armadas, independentes
e dirigidas pelo seu Partido, garantia de
que a luta contra o imperialismo e o latifndio
ir at o fim, isenta de vacilaes
ou capitulaes prprias
da burguesia nacional.
9. Nesse ponto cabe assinalar a maneira
contra-revolucionria de compreender
a frente nica que os revisionistas
modernos aplicam em nosso pas. Vista
a questo em profundidade negam ao
proletariado e seu partido a capacidade
de derrotar o imperialismo e seus lacaios
e colocam na mo da burguesia nacional
essa tarefa. Por isso, se colocam a reboque
da burguesia nacional e adotam a luta eleitoral
como principal e nica. Quando esta
negada totalmente, am a aconselhar
o proletariado que nada h por fazer,
que necessrio esperar,
etc. claro que, na situao
de ditadura militar vigente em nossa Ptria,
os que usam o nome de comunistas marxistas-leninistas
para seguir a poltica da contra-revoluo
a reboque da burguesia nacional, para infundir
o medo no esprito das massas, desarm-las
ideologicamente, prestando assim o melhor
dos servios ao imperialismo ianque,
no am de vis traidores da Ptria
e do povo.
10. Alm do oportunismo de direita,
o proletariado e seu Partido devem dar combate,
sem trgua, ao oportunismo de "esquerda",
que isola os revolucionrios, levando-os
a aes aventureiras. Em realidade,
os oportunistas de "esquerda"
ao fazer propostas impossveis de
serem concretizadas temem a revoluo
e tanto quanto os revisionistas tambm
no a desejam. No conseguem
compreender o duplo carter da burguesia
nacional e a questo de isolar os
inimigos principais, aniquilando-os sempre
por partes. Ao contrrio, se isolam
e se lanam a aes
aventureiras porque desprezam taticamente
o inimigo e pretendem derrot-lo
de uma s vez.
11. Os revolucionrios e marxistas-leninistas
tem como ponto de honra para suas atividades
se apoiarem nos seus prprios esforos.
Em nossa Ptria o desenvolvimento
de uma autentica revoluo
exige que ela surja como exigncia
das foras internas do pas.
Revoluo no se importa
e nem se exporta. O auxlio que os
pases que j se libertaram
do imperialismo ianque possa nos dar deve
ter um carter essencialmente poltico.
O principal, o mais importante
que a revoluo exige que
ela surja como exigncia das foras
internas. Alias, a aplicao
desse princpio o requisito
bsico para que a guerra popular
venha se processar.
12. A maior prova que o marxista-leninista
e revolucionrio pode dar de internacionalismo
proletrio fazer a revoluo
em seu pas. Desenvolver a guerra
popular, derrubar a ditadura, expulsar o
imperialismo ianque e eliminar a alta burguesia
nacional e o latifndio como classes
so objetivos de um verdadeiro internacionalista
proletrio em nossa Ptria,
que conquistando o Poder, estabelecendo
um Governo Revolucionrio dar
uma importante contribuio
revolucionria aos povos. De um ponto
de vista internacional a contradio
principal do mundo contemporneo
a mesma que se verifica em nossa Ptria,
isto , aquela que se manifesta entre
os povos da sia, frica e
Amrica Latina e o imperialismo ianque.
Isto acontece devido natureza agressiva
do imperialismo norte-americano, que se
manifesta de diversas formas, desde os "inocentes"
acordos culturais, os leoninos acordos econmicos
e dumpings, as intervenes
diplomticas, a preparao
e execuo de golpes de Estado,
at a sua forma superior de exteriorizao
que a interveno
armada e a guerra. Atualmente, o imperialismo
ianque leva pratica a mais cruel
guerra de agresso que a humanidade
j teve conhecimento no Vietn,
sendo o sudoeste asitico o centro
de gravidade de sua estratgia contra-revolucionaria.
Tendo em vista essa sua poltica,
imposta por sua natureza agressiva o imperialismo
"limpa terreno" na sia,
frica e Amrica Latina e
substitui atravs de intervenes
armadas e golpes de Estado os governos dos
polticos progressistas das respectivas
burguesias nacionais por militares tteres
do Pentgono e que apiam
as aventuras guerreiras do imperialismo
e lhe do cobertura com recursos
materiais de toda a espcie e tropas,
como faz, por exemplo, a ditadura militar
dos "gorilas" chefiados por Castelo
Branco ao enviar tropas e recursos materiais
para So Domingos isto, no entanto,
demonstra que o imperialismo estrategicamente
dbil, que historicamente est
derrotado e que os povos do mundo iro
venc-lo. Nosso povo no ser
exceo a essa regra e um
dia atravs da guerra popular e prolongada
alcanar a vitria
final sobre o imperialismo ianque e seus
lacaios.
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