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Educao em Direitos Humanos

GUIA DO PROFESSOR 322h2e

PROGRAMA PARA O ENSINO BSICO INTEGRADO

OS DIREITOS HUMANOS, A CIDADANIA E A CULTURA DA PAZ

Abril, 2005

1 INTRODUO

Pensamos que aos professores interessa, fundamentalmente, pr em prtica um programa que assenta em determinados princpios e tem objectivos a cumprir, portanto, um guia que acompanhe o a o esse programa.

Mas, por no se mostrar possvel, nas actuais circunstncias, fazer um guia para cada fase do EBI, optou-se pela organizao de um nico guia contendo informaes, metodologias e actividades consideradas adequadas ao Ensino Bsico Integrado.

No que se refere s informaes e orientaes pedaggicas para os professores no haver problema; quanto aos conhecimentos e actividades a desenvolver com os alunos, obviamente, que tm de ser adequados ao nvel, idade e ao contexto dos alunos, no podem escolher, para fases e anos distintos, o mesmo texto, o mesmo material, o mesmo estudo de caso, etc.

Estamos em crer que muitos comearo por colocar algumas questes, apontando dificuldades e, porventura, objeces e crticas. Se assim for, estamos no bom caminho, educar para os direitos humanos apropriarmo-nos de conhecimentos e competncias que nos permitam, do ponto de vista terico e prtico, fazer um trabalho pedaggico consistente, , por isso, muito importante comear por problematizar e compreender.

Isso no ser conseguido apenas atravs do guia, tem de ser uma aposta empenhada na formao pessoal, na pesquisa e na procura de novos aprofundamentos. Temos este pressuposto como adquirido, o guia apenas um ponto de partida, para que, atravs das propostas apresentadas, os professores possam procurar, construir e desenvolver outras muitas abordagens de acordo com o contexto escolar e a idade dos alunos.

O guia estrutura-se em quatro pontos: no primeiro ponto, subdividido em seis, so explicitados conceitos e apresentados minimamente os temas; no segundo ponto, so . apresentadas as estratgias metodolgicas; no terceiro ponto, sero propostas actividades e no quarto ponto apresentados recursos. Haver ainda material anexo, instrumentos jurdicos, textos e exemplos de metodologias e actividades.

COMO DEVE SER USADO O GUIA

Entendemos que todo o trabalho deve ter por base o programa e os princpios orientadores a definidos, nomeadamente, a abordagem interdisciplinar, integrada e flexvel dos temas e questes, o que significa poderem ser trabalhados como esto propostos ou eventualmente com outro enfoque, desde que os objectivos sejam cumpridos.

- Cada professor, dos diferentes anos e fases do EBI, encontrar, no ponto 1, informaes sobre cada um dos temas a tratar. Informao que pode, evidentemente, completar e adaptar ao nvel e ao contexto dos seus alunos, tendo em ateno que a abordagem dos temas progressiva e, portanto, haver, ao longo dos anos, um necessrio aprofundamento para alm da introduo de novos temas. Esta informao e outra que poder recolher permitir-lhe-o elaborar, sempre que o entender, uma ficha informativa para os alunos.

- De acordo com o tema que vai trabalhar, e atendendo aos objectivos que querer alcanar, o professor escolhe as metodologias mais adequadas, tendo em conta que quase sempre a abordagem de um tema requer vrias estratgias. Encontra, no captulo 2, a descrio das metodologias consideradas mais eficazes na abordagem dos direitos humanos, cidadania e cultura da paz, de modo a familiarizar-se com a sua relevncia e a sua aplicao.

- Escolhido o tema e as estratgias metodolgicas, o professor encontrar, no ponto 3, sugestes de actividades para trabalhar com os alunos. Deve tambm aqui seleccionar a que lhe parecer mais adequada idade, aos interesses e s capacidades dos alunos, devendo, para tal, adapt-la e planific-la devidamente.

- No ponto 4, encontrar recursos que pode utilizar, uma bibliografia para poder pesquisar, recolher outras informaes e actividades

- Em anexo, so apresentados alguns documentos fundamentais, bem como exemplos do tipo de materiais que podem ser utilizados em trabalho com os alunos <![if !Footnotes]> [1] <![endif]>

O QUE SE ESPERA DO PROFESSOR - COMPETNCIAS E PAPEL

Antes de mais, o professor tem de apropriar-se do programa, compreend-lo na sua lgica interna, no seu contedo e nas suas exigncias metodolgicas, ganhando competncias para o desenvolver o melhor possvel. Isto significa:

Ter conhecimentos sobre os temas;

Dominar as metodologias mais adequadas;

Ser capaz de propor e desenvolver actividades eficazes e motivadoras;

Ter capacidades pedaggicas ao nvel da planificao, da execuo e da avaliao.

Em relao aos conhecimentos, importante clarificar os conceitos, sejam de natureza tica, jurdica, cvica ou cultural; adquirir informaes sobre os temas e as questes a tratar; conhecer os instrumentos jurdicos (declaraes, tratados internacionais, convenes especficas) e as organizaes que protegem e promovem os direitos humanos, a cidadania e a paz.

Em relao s metodologias, necessrio conhec-las, saber que tipo de objectivos permitem alcanar e como se organizam e desenvolvem, que procedimentos preparatrios, de execuo e avaliao supem, etc. muito importante saber adequar a metodologia ao tema, por exemplo, se queremos trabalhar as diferenas culturais, do ponto de vista dos valores, podemos analisar textos, fazer jogos de papis, dramatizaes; mas se queremos trabalhar as diferenas em relao s questes da discriminao, podemos utilizar estudos de caso ou resoluo de problemas.

No que se refere s actividades, elas devem permitir desenvolver a estratgia metodolgica e trabalhar de forma adequada e eficaz o tema, para que os objectivos propostos sejam alcanados. Tal como no possvel usar uma metodologia, tambm as actividades podem ser vrias, diversificadas e devidamente integradas.

Em relao ao tratamento pedaggico dos temas deve o professor considerar e pr em prtica as mesmas competncias pedaggicas que utiliza no tratamento de outros temas e aprendizagens, por exemplo, deve preparar materiais, planificar, avaliar, etc.

2 EXPLICITAO DE CONCEITOS E ALGUMAS INFORMAES

Neste ponto fazemos a anlise das principais noes de cada rea programtica, tendo optado por uma apresentao vel, por vezes, at prxima dos alunos para que facilmente possa ser transposta para situao de aula.

2.1 - NOES FUNDAMENTAIS

Conceitos-chave: pessoa; identidade humana; igualdade e diversidade; natureza humana; dignidade humana; direito; necessidades humanas; direitos humanos; sujeito de direitos; direitos e responsabilidades; direitos e deveres.

Os professores devem levar os alunos a compreender quem a pessoa humana e quais as suas qualidades essenciais. Na explicitao dos conceitos - uma vez que se trata de chegar sua compreenso, sem necessidade de recorrer a uma definio, mais ou menos difcil e nem sempre clara propomos que se faa a sua anlise, partindo do sentido comum <![if !Footnotes]> [2] <![endif]> podemos perguntar aos alunos o que para vs uma pessoa e vai-se continuando o dilogo/reflexo, com perguntas, respostas, etc.

A pessoa um ser humano, com qualidades especficas, ou seja, com capacidades prprias da espcie humana. Que capacidades so essas? So fundamentalmente as caractersticas inerentes sua natureza racional. S os humanos tm razo e isso faz toda a diferena.

Pelo facto de sermos seres racionais, nascemos com capacidades, que nos conferem determinadas caractersticas: pensamos, projectamos, escolhemos e agimos desta ou daquela maneira.

A este poder de pensar e fazer coisas, de dizer fui eu que tive essa ideia, fui eu que fiz, chamamos liberdade. A liberdade, vista assim, tambm uma responsabilidade, porque s quem faz, pode dizer porque o faz e, portanto, responsabilizar-se pelas suas aces. Somos responsveis pelas coisas que fazemos livremente, pelos actos que dependem das nossas escolhas e das nossas decises.

A liberdade e a responsabilidade so os valores fundamentais da pessoa e da aco humana. Todas as pessoas so naturalmente livres e responsveis, mas precisam desenvolver essas capacidades este ponto decisivo para percebermos a importncia da educao e da aprendizagem, na famlia, na escola, na sociedade, etc. - somos livres na medida em que podemos assumir as responsabilidades pelo que fazemos e isso depende dos conhecimentos e das competncias que desenvolvermos e adquirirmos.

fundamental no apenas respeitar a liberdade uns dos outros mas, tambm, fazer tudo para a tornar possvel, reconhecendo que todas as pessoas so igualmente seres de liberdade e iniciativa.

O que ento a igualdade humana? a possibilidade (que todos temos) de sermos livres e responsveis, capazes de intervir na vida e nas coisas, com a nossa prpria vontade. Cada um de ns pode dizer eu sou uma pessoa livre e tu tambm s, quando tu me reconheces isso e eu te reconheo isso, estabelecemos uma relao de igual para igual, a que chamamos reciprocidade. Uma relao que devemos sempre manter, criando laos recprocos - de mim para ti e de uns para os outros - atravs do respeito, do cuidado, da amizade e da solidariedade.

No entanto, olhamos uns para os outros e vemo-nos pessoas distintas, com diferenas - de sexo, raa, etnia, lngua, cultura, religio, etc. diferenas que no anulem as nossas caractersticas comuns. De facto, somos iguais e tambm diferentes, isso que constitui a diversidade humana.

Ser diferente no quer dizer ser mais ou menos que o outro, quer apenas dizer que, para alm daquilo que temos em comum, h coisas que nos distinguem. Quando olhamos o outro, ele o diferente; mas, quando ele nos olha, ns que somos o diferente, portanto, somos todos diferentes. Os alunos compreendero que a diversidade humana uma riqueza, que bom poder ter amigos de outras raas e culturas, poder aprender coisas sobre a sua vida, os seus usos e costumes, mas para que isso suceda temos que nos conhecer uns aos outros. Quando nos conhecemos, aprendemos a valorizarmo-nos mutuamente, a considerar importante o que cada um , a no discriminar ningum, por ter este ou aquele aspecto diferente de ns.

Os conceitos de igualdade e diversidade vo ajudar-nos a compreender a noo de dignidade talvez a noo mais difcil e importante dos direitos humanos. O que a dignidade de uma pessoa? De um modo muito simples, podemos dizer que o seu valor intrnseco, o seu ser e sentir mais profundos.

Para percebemos melhor podemos reflectir: como que cada um se considera a si prprio? Que estima tem por si mesmo? Como se valoriza? Que valores e aspectos da sua vida no quer pr em causa e no vai deixar que os outros ponham?; Como que os outros o consideram, o estimam, o respeitam, o valorizam?

uma noo complexa, porque no se relaciona apenas com a nossa natureza racional a capacidade de sermos livres, tomar o nosso futuro nas mos, projectar coisas, ter iniciativas, realizar projectos, etc. - relaciona-se tambm com os valores religiosos, culturais e sociais que marcam qualquer pessoa, desde o seu nascimento, ando a fazer parte de si mesma e a determinar, em grande medida, o modo como quer viver e ser considerada pelos outros.

Qualquer pessoa para viver a sua vida com dignidade necessita no apenas de liberdade, respeito mas tambm de condies mnimas para se pode desenvolver como ser humano alimentao, educao, sade, famlia, etc. Isto que entendemos absolutamente necessrio ao desenvolvimento pleno das qualidades essenciais da pessoa so necessidades humanas e todas as necessidades humanas correspondem a (traduzem-se em) direitos humanos.

Os direitos humanos so necessidades e no desejos. Importa distinguir necessidades de desejos para compreendermos bem o que so direitos, por exemplo, temos necessidade de educao, cuidados mdicos, alimentos, roupa, etc. mas no necessrio (no uma necessidade) frequentar a escola mais famosa, consultar o mdico mais premiado, comer caviar ou vestir roupa de um costureiro parisiense.

Os direitos humanos tm por fundamento a igualdade de todos os seres humanos e, por isso, no podemos excluir ningum, so universais, quando falamos de direitos humanos falamos de todas as pessoas, de toda a humanidade. So direitos inerentes natureza humana, so por isso chamados naturais, fazem parte de ns prprios, no so algo que possamos anular, vender, colocar nas mos de outrem, os direitos humanos so inalienveis, ningum os pode pr em causa nem em relao a si prprio nem em relao aos outros.

So todos igualmente importantes, precisamos de poder pensar, comunicar, votar e agir livremente, etc., mas precisamos tambm de ter comida, casa, sade etc., os direitos humanos dependem uns dos outros, so interdependentes. Por esta mesma razo, porque precisamos de direitos civis e polticos e de direitos sociais, econmicos e culturais, os direitos humanos so indivisveis, no se podem dividir, ter direito a uns e a outros no. Isto significa que no h direitos humanos sem os direitos fundamentais e as liberdades bsicas, tal como no h direitos humanos sem condies econmicas, sociais e culturais.

Por serem universais, cada um de ns um sujeito de direitos e deve reconhecer os outros como sendo igualmente sujeitos de direitos. Assim, ter um direito ver garantido algo que nosso, que nos pertence, mas isso ao mesmo tempo uma responsabilidade temos o direito educao mas somos responsveis por ir escola, estudar, etc. muitas vezes esta responsabilidade, no depende apenas da nossa vontade, somos obrigados (legal ou moralmente) a fazer, quando so obrigaes as nossas responsabilidades so deveres. No que respeita aos direitos humanos, temos deveres em relao a ns prprios e aos outros e eles em relao a ns, h uma reciprocidade entre direitos e deveres.

Neste ponto, os artigos da DUDH fundamentais so o 1 :Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dotados de razo e conscincia devem agir uns com os outros em esprito de fraternidade; e o 2 Os direitos... proclamados na presente Declarao, sem distino alguma, nomeadamente de raa, de cor, de sexo, de lngua, de religio, de opinio poltica ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento... Alm disso, no ser feita nenhuma distino fundada no estatuto poltico, jurdico ou internacional do pas ou do territrio da naturalidade da pessoa, seja esse pas ou territrio independente, sob tutela, autnomo ou sujeito a alguma limitao de soberania

Disposies afins so encontradas na Constituio da Repblica (CRCV), nomeadamente nos seus art.s 22., 23. e 25.., quando consagram os princpios da universalidade e da igualdade em matria de direitos, liberdades e garantias individuais.

2.2 OS DIREITOS DAS CRIANAS

Conceitos- chave: nome, identidade, famlia; liberdades individuais (pensamento, expresso, opinio, reunio, associao; proteco ; qualidade de vida (comida, sade, vesturio, escola, brincar e jogar, ...); Os direitos e as instituies (educao/escola; sade/hospital; segurana/polcia, ); direitos civis e polticos; direitos sociais, econmicos e culturais; os direitos na vida.

O professor deve levar os alunos a trabalhar os direitos da criana, relacionando-os com as suas necessidades, os deveres da famlia e do Estado e o papel das instituies utilizando a carta dos princpios fundamentais da CDC ou a CDC (simplificada) e a CRCV (os artigos referentes aos direitos da criana). <![if !Footnotes]> [3] <![endif]>

Os direitos da criana esto contidos na CRCV (mormente no art. 73.) e na DUDH, como no podia deixar de ser. Contudo, pela sua vulnerabilidade, desde h muito que a criana tem merecido preocupaes e cuidados especiais. Em 1924, a Sociedade das Naes aprova a primeira declarao sobre os direitos da criana; em 1948 e mais tarde em 1959, so aprovadas novas declaraes que explicitam ainda mais os seus direitos. Contudo, estas declaraes, por no terem fora legal, foram incapazes de proteger milhes de crianas a viver em situaes de perigo, abandono, maus tratos e explorao.

Assim, em 1989, aprovada a Conveno sobre os Direitos da Criana (CDC), que entrou em vigor em 1990. um instrumento abrangente (54 artigos), que contm os direitos civis e polticos, econmico-sociais e culturais, relativos ao bem estar e ao desenvolvimento de todas as suas capacidades.

A CDC tem quatro princpios gerais, com os quais todos os outros direitos se encontram relacionados:

1- As crianas no devem ser alvo de discriminao independentemente de qualquer considerao de raa, cor, sexo, lngua, religio, opinio poltica ou outra da criana, de seus pais ou representantes legais, ou da sua origem nacional, tnica ou social, fortuna, incapacidade, nascimento ou de qualquer outra situao. (artigo 2)

2 As crianas tm o direito sobrevivncia e ao desenvolvimento em todos os aspectos da sua vida, nomeadamente, nos planos fsico, emocional, psicossocial, cognitivo, social e cultural. (artigos 6 e 27)

3 O interesse superior da criana deve ser tido em conta primordialmente em todas as decises ou medidas que afectem a criana ou as crianas como grupo. Isto aplica-se s decises tomadas tanto por autoridades governamentais, istrativas ou judiciais como pelas prprias famlias. (artigo 3)

4 As crianas tm o direito liberdade de reunio pacfica, de participar activamente em todos os assuntos que afectem a sua vida, a exprimir livremente a sua opinio, a serem ouvidas e a verem as suas opinies levadas a srio. (artigo 15) <![if !Footnotes]> [4] <![endif]> .

Quase todos os pases do mundo ratificaram a CDC <![if !Footnotes]> [5] <![endif]> e isso permitiu melhorar significativamente a vida das crianas submetidas a contnuas violaes dos seus direitos. Contudo, nem tudo est conseguido, muitas continuam a sobreviver em condies de grande dificuldade, insegurana e misria, mesmo em pases desenvolvidos. Para tornar os direitos das crianas efectivos os Estados tm de criar instituies, medidas legislativas e polticas concretas de proteco da infncia, atravs de instituies e programas especficos.

Em Cabo Verde, a Constituio estabelece, no seu art. 73., que

- Todas as crianas tm direito proteco da famlia, da sociedade e dos poderes pblicos, com vista ao seu desenvolvimento integral;

- Tm direito a especial proteco em caso de doena, orfandade, abandono e privao de um ambiente familiar equilibrado;

- Tm ainda direito a especial proteco contra qualquer forma de discriminao e opresso; contra o exerccio abusivo da autoridade na famlia e nas demais instituies a que estejam confiadas; contra a explorao de trabalho infantil; contra o abuso e a explorao sexual;

- A lei pune especialmente, como crimes graves, o abuso e explorao sexuais e o trfico de crianas, bem como as sevcias e os demais actos susceptveis de afectar gravemente a integridade fsica e/ou psicolgica das crianas.

A CRCV, j no mbito dos direitos da famlia (art. 89.), diz que as crianas tm direito a especial proteco da famlia, da sociedade e do Estado, que lhes dever garantir as condies necessrias ao desenvolvimento integral das suas capacidades fsicas e intelectuais e cuidados especiais em caso de doena, abandono ou de carncia afectiva, repetindo, de certo modo, no n. 2 do mesmo artigo, o j disposto no citado art. 73.

Tambm as leis cabo-verdianas (civil e criminal) contm disposies que pretendem a defesa e proteco dos direitos das crianas; porm, em Cabo Verde ainda so visveis e freqentes violaes dos direitos das crianas, nomeadamente atravs de violncia e maus tratos no seio da famlia e de abusos e explorao sexuais (na famlia e fora dela, mesmo, nalguns casos, na escola).

Os direitos devem ser trabalhados com contedo, clarificando os valores e as noes que esto subjacentes, tendo em conta a questo universal todos os meninos, os meninos daqui e os meninos de todo o mundo. Referir as instituies e o papel desempenhado pelas mesmas na garantia dos direitos <![if !Footnotes]> [6] <![endif]> . Ao mesmo tempo deve trabalhar-se a responsabilidade da crianas eu tenho o direito a ..., sou responsvel por.... Podemos comear por abordar o significado do que significa ser criana e ir relacionando todos os direitos com a sua vida, o seu crescimento e o seu bem estar.

Ser criana significa ter direito a cuidados especiais, ao nvel da segurana, da proteco, da sade e da educao. Consideramos importante que a criana ganhe conscincia de si prpria como ser humano, de forma a desenvolver a sua auto-estima, valorizando-se e confiando nas suas capacidades. Adquirir tambm a noo de que um ser nico, ningum igual a ela, tem um valor insubstituvel e uma identidade prpria.

Identidade (artigos 7 e 8 da CDC): todas as crianas tm direito a um nome e a uma nacionalidade. Atravs do nome prprio e do apelido familiar, podem apresentar-se, dizer quem so e serem referidas e reconhecidas pelos outros. Para certificar a nossa identidade legal - o registo do nascimento, a filiao e a naturalidade - primeiro, temos a cdula pessoal e depois o bilhete de identidade. a partir do nosso nome no Registo Civil que amos a fazer parte da sociedade e a ter direito a ser atendidos no hospital, a poder ser matriculados na escola, etc. Ser registados como cidados cabo-verdianos um direito que os pais devem assegurar aos filhos, caso contrrio, encontraro dificuldades no o ao abono de famlia, aos cuidados de sade, educao, etc.

Para alm da identidade legal temos uma identidade cultural, pertencemos a uma nao, a uma famlia, a uma etnia (por exemplo, no caso das crianas filhas de imigrantes), temos uma lngua, uma religio, uma cultura, hbitos e prticas comuns. Isto , temos caractersticas que nos identificam com o grupo scio-cultural de que fazemos parte.

O direito a uma vida com qualidade: todas as crianas tm direito a ter um nvel de vida que lhes permita um crescimento equilibrado, a todos os nveis do seu desenvolvimento.

Os direitos civis e polticos: vida e integridade fsica e psicolgica, liberdade de pensamento, conscincia e religio (artigo 14); liberdade de opinio (artigo 12), liberdade de expresso e informao (artigo 13); liberdade de associao (artigo 15).

O exerccio das liberdades depende do desenvolvimento das capacidades da criana. Evidentemente que ela no tem a mesma possibilidade de se expressar aos trs, aos dez ou aos dezoito anos e, portanto, h direitos que s adquirimos com a idade e a capacidade de assumir responsabilidades votar, trabalhar, aderir a um movimento poltico, etc. Mas isto no quer dizer que as crianas no possam pensar, exprimir-se e dar a sua opinio sobre os factos que observam ou as situaes que vivem, nos contextos de que participam, deveriam mesmo ser estimuladas a faz-lo, porque isso desenvolve a sua autonomia e favorece o seu crescimento. Quando as crianas no podem exprimir-se, na famlia, na escola, no grupo de amigos, etc., vm os seus direitos limitados.

Direitos sociais: sade e dos cuidados mdicos (artigo 24), segurana social (artigo 26), habitao, a um nvel de vida adequado (artigo 27) <![if !Footnotes]> [7] <![endif]> .

Alimentao: sem alimentos a vida de qualquer ser humano corre srios riscos, no caso das crianas, dada a sua fragilidade, os perigos so ainda maiores. Por isso, a existncia de alimentos suficientes um direito fundamental e primrio.

Podemos trabalhar a importncia da alimentao, relacionando-a com a sade e o crescimento, abordando tambm os problemas que derivam de uma alimentao deficiente ou da falta de gua potvel. Podemos igualmente analisar a falta de alimentos em muitas regies do mundo, devido a secas, catstrofes naturais, guerras ou condies climatricas. Muitas pessoas am necessidades alimentares e at fome, embora se produzam alimentos em excesso noutras regies do mundo. Este um ponto importante de discusso, porque constitui uma grande injustia e uma das principais causas de violao dos direitos humanos no mundo.

A habitao um direito social importante, no possvel ningum viver sem ter onde estar, onde poder descansar, estudar, etc. Sem condies de habitabilidade condignas, saneamento bsico, gua, etc. muitos outros direitos podem ficar em causa.

A sade um direito, em grande medida, relacionado com a alimentao, a gua potvel e o saneamento bsico, muitas crianas vivem em condies muito precrias, sem as condies de higiene e sade que lhes permitam uma vida saudvel.

Devido subnutrio e falta de cuidados de sade (vacinas, antibiticos, etc.) ficam expostas a inmeras doenas. A mortalidade infantil, ainda, muito elevada, em alguns pases, um indicador de subdesenvolvimento e mostra o muito que falta fazer ao nvel dos direitos sociais.

Podem ser trabalhados os cuidados bsicos que as crianas devem ter, aprender a tratar da sua higiene pessoal, a no beber gua imprpria, etc. A importncia das vacinas e a preveno das doenas outro aspecto importante a abordar.

A educao (artigos 28 e 29) um direito muito importante, porque prepara as crianas e os jovens para a sua vida futura. Quanto maior for a taxa de alfabetizao e a qualificao das pessoas, maiores possibilidades de desenvolvimento ter qualquer pas. por isso dever do Estado garantir a todas as crianas a escolaridade bsica, que deve ser obrigatria e gratuita, isto , devem ser criadas as condies necessrias para que todos os meninos possam frequentar a escola ter livros, material, alimentao, transporte escolar, etc.

Contudo, em muitos lugares do mundo, no h nem escolas nem professores suficientes. H casos de escolas sobrelotadas, sem mobilirio e materiais suficientes e h, ainda, casos de meninos sem escola, tudo o que aprendem na vida e no trabalho com os pais e as outras pessoas da comunidade.

O vesturio uma necessidade e um direito. As crianas precisam de ter vesturio adequado para se protegerem do frio, do calor, etc. No ter roupa pode ser uma forma de limitao de outros direitos, por exemplo no ir escola, etc.

Brincar, jogar e ter tempos livres (artigo 31) so direitos que nenhuma criana pode ver retirados. A brincadeira e o jogo so ocasies privilegiadas para a socializao, ao interagirem uns com os outros, as crianas aprenderem regras e modos de conviver e viver em sociedade. O jogo tem, mesmo na escola, uma grande importncia, porque atravs dele exprimem sentimentos e ideias, inventam, imaginam, pem prova a sua criatividade, o que bom para o seu desenvolvimento intelectual.

Direitos e instituies sociais: para que essa qualidade de vida possa ser garantida a criana tem de ser protegida pela famlia e pelas instituies do Estado e da sociedade civil.

O Estado deve ajudar as famlias (todas as famlias) atravs de subsdios e de instituies - creches, jardins de infncia, escolas, centros de sade, hospitais, equipamentos desportivos, etc. mas deve ajudar especialmente as famlias que no renem condies para tratar das suas crianas, como deve ser.

Ter uma famlia (artigo 9) uma necessidade e um direito fundamental. A famlia para todas as crianas o primeiro e o mais importante ponto de apoio e de aprendizagem, a se sentem seguras e protegidas, a, aprendem valores, regras e hbitos de vida.

Mas nem sempre os pais podem cuidar das suas crianas e h vrias razes para que isso acontea. H casos em que os pais so muito pobres, no tm ajudas suficientes para comprar comida, roupa, medicamentos, etc., porque vivem em pases muito pobres da sia, da frica e da Amrica. Nestes casos, podem surgir muitos perigos na vida das crianas serem exploradas, pela prpria famlia, obrigadas a trabalhar, a prostiturem-se, etc. Outras vezes, as famlias, por problemas sociais graves - doenas, desemprego, alcoolismo, toxicodependncia, prostituio, delinquncia, etc. no tm recursos nem capacidade para cuidarem das crianas, correndo estas riscos de abandono, maus tratos, etc., se permanecerem junto deles. H ainda os meninos rfos, que perderam ambos ou um dos pais e os meninos que por desestruturao familiar no podem contar com o pai e a me cuidando deles nas melhores condies. Em todas as situaes devem as instituies prestar-lhes os cuidados necessrios ao seu desenvolvimento fsico e emocional (artigo 20).

Outro aspecto, relacionado com a famlia e a sua importncia, so as crianas filhas de pais emigrados. As crianas tm o direito a reunirem com os pais (artigo 10) quando algum deles ou os dois emigraram para um pas estrangeiro. Este pode ser um problema que algumas crianas cabo-verdianas vivem, por existir muita emigrao, porventura, h crianas que esperam (e tem o direito) a reunir-se com os pais.

Para trabalhar com as crianas as questes relacionadas com os seus direitos necessrio ter grande sensibilidade e equacionar sempre as possveis solues: porqu e como devem as crianas conhecer estas questes? Quais as maiores dificuldades? A quem que os a pais podem recorrer? Quais os servios que deveriam existir no bairro, na cidade, na ilha, etc.? O que que os governos, as instituies pblicas, a igreja e outras organizaes podem fazer?

2.3 VIVER EM SOCIEDADE/DIREITOS E CIDADANIA/PARTICIPAO DEMOCRTICA

Conceitos chave: identidade e pertenas; participao; democracia; as liberdades cvicas; valores democrticos; o Estado de Direito; a organizao poltica do Estado; a Constituio da Repblica; ser cidado cabo-verdiano; as responsabilidades das instituies; a participao cvica na comunidade; a participao na escola; a comunicao social.

O professor deve levar os alunos a criarem laos de pertena, a sentirem-se participantes de uma comunidade, onde h valores, interesses e sentimentos comuns.

A pertena a um pas significa partilhar uma nacionalidade, uma unidade nacional, com smbolos prprios - a bandeira, o hino, a lngua e tambm uma cultura e um patrimnio. Um patrimnio natural que determina em muito o viver no arquiplago - a importncia do mar, dos portos, das montanhas, do sol, dos ventos, da bruma, etc. - e um patrimnio histrico - monumentos como os da Cidade Velha, Tarrafal, - que falam de um ado colonial, onde forte a marca da igreja e onde se encontram igualmente presentes questes fundamentais de direitos humanos, como o trfico de escravos, as prises polticas, os trabalhos forados, etc.

Contudo, quando falamos das pertenas, o mais importante no o que se v mas sobretudo o que se sente, as pertenas so tambm sentimentos partilhados. H marcas de identidade muito fortes a aproximar todos os cabo-verdianos, mesmo os que no vivem no pas. Desde logo, a lngua materna, o crioulo, essa lngua familiar, quotidiana, que, embora possa diferir de ilha para ilha, no deixa de ser um trao comum. Tambm a msica uma marca da identidade cabo-verdiana, uma forma de expresso cultural que tem uma enorme importncia. Por razes histrias partilhamos tambm o portugus, a lngua oficial, que falamos com milhes de outras pessoas, um trao de identidade com todos os povos de lngua oficial portuguesa <![if !Footnotes]> [8] <![endif]> .

A pertena a uma comunidade significa partilhar coisas comuns, valores, costumes e tradies. Coisas que as pessoas estranhas a essa comunidade no sentem da mesma maneira, porque no fazem parte delas. Por exemplo, as tradies ligadas gastronomia, ao folclore, s festas populares, religio, ao artesanato, a literatura popular ( provrbios, contos, histrias, etc.), ao djunta mon.

Na cultura, fundamental conhecer e valorizar o que faz parte da identidade, uma herana constituda por saberes e experincias que falam dos modos de vida, das relaes, dos sentimentos, das atitudes e dos comportamentos. Elementos de uma sabedoria popular que deve ser preservada.

Fazendo parte do pas, a criana partilha a lngua, a cultura, a histria, a religio, etc., tem, por isso, direitos lingusticos, culturais e religiosos (artigo 30 CDC) que lhe devem ser assegurados, no apenas pela famlia mas tambm pelo Estado, atravs da escola e de outras instituies.

A participao: participar fazer parte e s pertence quem verdadeiramente participa, mas cada um de ns s pode participar se tiver condies para o fazer. Isso exige conhecimento, informao, cumprimento de regras e tambm a noo de interesses e objectivos comuns.

H na participao valores que tm a ver com a ideia de grupo, de comunidade, de trabalho conjunto, de cooperao e de aco a favor de todos. Participao que se faz na relao e na interaco com os outros, por isso, muito importante trabalhar com os alunos competncias sociais - aprender a comunicar, a ouvir, a falar, a ter ateno ao que se diz e ao modo como se diz. Trabalhar o desenvolvimento de atitudes responsveis e adequadas, a por question-los ao nvel dos seus prprios comportamentos, dando importncia auto avaliao, verdade, ao bom senso e confiana nas suas capacidades.

Participar em casa: o ambiente familiar o primeiro espao social a que as crianas pertencem e em que participam. A, desempenham papis sociais - so filhos, irmos, netos, primos, sobrinhos, etc. realizando tarefas que sabem e podem fazer, a fim de desenvolver relaes e competncias de interaco e participao. A preocupao sempre a mesma, ajud-las a crescer, educ-las para a autonomia, sem pr em causa a sua segurana. Serem ouvidas pelos pais e outros familiares, quando os assuntos lhes dizem respeito, outra forma de participarem na vida familiar.

Participar na escola/turma: a escola um contexto social, uma comunidade de pessoas que interage de forma institucional, atendendo s diferentes funes e papis que desempenham.

Como que os alunos podem participar na escola? Conhecendo bem os espaos, os direitos e os deveres de cada um, de modo a que todos possam contribuir para o bem de todos, para aquilo que o interesse comum. Para uma melhor participao deve trabalhar-se a importncia das regras e a elaborao de regulamentos - para a sala de aula, o recreio, a escola, a biblioteca, a cantina, etc. - para que todos possam ter comportamentos aceitveis e construir juntos uma boa convivncia. Os alunos podem participar em vrias decises, ao nvel da escola e da turma se forem criadas condies para tal.

Participar na comunidade: fazer parte da vida do local onde se vive, ir escola, ao posto mdico, estao de correios, ao jardim, etc. Mas tambm envolvermo-nos activamente na vida e nas organizao da comunidade, por exemplo, pertencer associao desportiva, colaborar nas festas do bairro ou da aldeia, nas actividades da igreja, nos trabalhos de limpeza e arranjo do bairro, etc.

Participar na comunidade interessarmo-nos por tudo o que se a nela, identificar os problemas e ajudar a resolv-los, associando-nos a outras pessoas e instituies. As associaes so muito importantes, agrupam pessoas que, tendo os mesmos interesses, juntam esforos para encontrar as melhores formas de os defenderem. uma boa maneira de rentabilizar meios e encontrar as melhores respostas.

O que acabamos de dizer acerca da participao - fazer ouvir a nossa voz, a nossa opinio, apresentar ideias e discuti-las com os outros, pensar alternativas e solues, cooperar para que se conseguirem as melhores solues - vai levar-nos ideia de democracia.

Democracia uma palavra muito antiga que significa o governo do povo. Mas verdadeiramente a ideia de uma participao social baseada na igualdade de todos os seres humanos, da que as democracias se tenham de comprometer necessariamente com os direitos humanos e a cidadania. Todos somos iguais face ao Estado e s instituies, no pode haver privilgios de classe ou de posio social. Em democracia, os que exercem o poder so escolhidos (eleitos) pelo povo e devem exerc-lo em nome do povo, por isso, tm de existir regras democrticas.

As regras democrticas supem a existncia de eleies livres, de voto universal e secreto, de partidos polticos e de organizaes e instituies democrticas. Tambm so importantes a pluralidade de valores e opinies, o respeito pela diversidade, a justia e a discusso pblica de todos os assuntos importantes.

Os partidos polticos so organizaes que expressam, atravs de um programa, uma determinada maneira de ver a sociedade. So instrumentos de mediao e organizao da vontade poltica do povo. Tm ideias sobre a forma de governar o pas, de pensar o seu desenvolvimento e o seu lugar no mundo. Esse programa tem de ser pblico para que as pessoas que partilham das mesmas ideias possam aderir, ser simpatizantes ou eventualmente votantes.

Periodicamente, o povo tem de se pronunciar em eleies. Se o governo governou bem pode eventualmente merecer de novo a confiana dos eleitores se governou mal pode ser substitudo. Na campanha eleitoral os diferentes partidos dizem o que pensam sobre os diferentes sectores da vida social: a educao, a sade, a economia, a segurana, o turismo, a poltica externa, etc. e as pessoas vo vendo com quem concordam mais ou menos, vo formando a seu sentido de voto.

O voto livre e secreto, ningum pode ser obrigado ou pressionado a votar desta ou daquela maneira. Vota em conscincia, significando isto que vota convencido que est a fazer a melhor escolha para si e para o seu pas.

As eleies so uma forma de participao cvica muito importante, com o seu voto cada eleitor pode contribuir para que ganhe este ou aquele partido (ou, nalguns casos, este ou aquele grupo de cidados, no caso, por exemplo, das eleies autrquicas) e, assim, a vida das pessoas e do seu pas, tomar rumo neste ou noutro sentido. H eleies legislativas (para o Parlamento nacional), presidenciais (para Presidente da Repblica) e municipais (para as autarquias locais). Nalguns casos, pode haver lugar a referendo...........

A comunicao social tem nas democracias um papel decisivo, na discusso pblica dos assuntos, na debate poltico, etc. Tal como os adultos as crianas tm direito informao (artigo 17 CDC) para poderem ter opinio sobre as questes da sociedade, para poderem ter uma participao informada. Os meios de informao devem ter em conta o desenvolvimento, os interesses e a situao das crianas e fazer programas informativos adaptados a este pblico, prestando ateno redobrada aos esteretipos, s discriminaes e aos valores que transmitem.

As instituies democrticas so fundamentais para o funcionamento da democracia.

A Assembleia Legislativa (no caso de Cabo Verde, chama-se Assembleia Nacional) um dos rgos de soberania mais importantes do Estado democrtico. a sede tradicional do poder legislativo, onde se discutem, votam e aprovam muitas das leis importantes para a vida do pas. Para alm dessa funo legislativa, cabe aos deputados e Assembleia Nacional o papel de fiscalizar os actos do governo. A oposio desempenha tambm uma importante funo de fiscalizao da actividade governativa e de apresentao de iniciativas legislativas, devendo apresentar-se sempre como alternativa governao do pas. A oposio democrtica , pois, elemento decisivo do sistema de democracia.

O governo o poder executivo, dirige superiormente a istrao e desempenha nos dias de hoje uma importante funo legislativa.

O Presidente da Repblica o Chefe do Estado, representa e o mais alto magistrado da Nao. No tem funes executivas, mas exerce importantes funes de arbitragem do sistema poltico, podendo, em casos determinados, demitir o Governo e dissolver o Parlamento.

Os tribunais so outro rgo de soberania, cabendo-lhes istrar a Justia em nome do povo. Eles decidem o que o Direito no caso concreto, defendendo e protegendo os interesses legtimos dos cidados....Os tribunais so independentes e as suas decises so obrigatrias para todas as entidades pblicas e privadas.

Em Cabo Verde, tambm elemento do poder democrtico o chamado poder local (autarquias locais).

A vida em democracia/a participao cvica

Viver em democracia conhecer os seus princpios, os seus valores, as suas instituies e perceber a importncia da participao, o que implica direitos e deveres de cidadania.

Os valores cvicos so referncias importantes para a vida e a participao democrticas. Salientamos a tolerncia, o respeito pelas diferenas; a solidariedade, a preocupao com o bem estar de todos, nomeadamente os grupos desfavorecidos; a legalidade, o cumprimento das leis; a transparncia, a verdade e a honestidade tanto das instituies como dos cidados em geral; o pluralismo, o respeito pelas ideias e as opinies dos outros; a civilidade, as boas maneiras, as regras sociais, o respeito pelo patrimnio pblico, pela propriedade privada, etc.; o compromisso, o empenho de todos nas decises e nas solues.

A cidadania mais do que a simples condio de pertena a um Estado (nacionalidade); ela implica a possibilidade do exerccio de direitos, de participar na vida colectiva, nos planos poltico, social, econmico e cultural. Est, assim, ligada ideia de participao e de emancipao.

So cidados cabo-verdianos todos os que nasceram em Cabo Verde e os filhos de cabo-verdianos mesmo que tenham nascido fora de Cabo Verde. Os cabo-verdianos podem adquirir outra nacionalidade sem perder a nacionalidade de origem.

Formas de participao: em democracia h diferentes formas de participao. Desde logo, atravs do voto, se tivermos idade de votar, mas tambm atravs de outras formas, nomeadamente atravs de manifestaes, viglias, peties, abaixo-assinado, escrita de cartas, envio de notcias para os jornais, entrevistas etc. Importa tambm chamar a ateno para formas de participao que, em regra, no so lcitas, por porem em risco os direitos de terceiros ou da prpria comunidade (por exemplo, cortar o trnsito, escrever protestos nas paredes, bloquear estradas)

Um Estado de direito um Estado com uma Lei Fundamental a Constituio da Repblica , que define a organizao poltica, social, econmica do pas e define e garante os direitos e liberdades fundamentais. No Estado de direito, vigora o princpio da legalidade: Todo o viver social regulado por leis e ningum est acima dela. As leis devem, pois, estar de acordo com a Constituio. Igualmente nos Estados de direito, o fundamento do poder poltico e, sobretudo o seu limite, est na dignidade da pessoa humana. O Estado est ao servio da pessoa, do cidado e no o contrrio, como aconteceu e acontece nos Estados totalitrios.

Um Estado democrtico um Estado fundado na livre expresso da vontade popular, isto , no pluralismo de expresso e organizao poltica. est ligado, pois, s ideias de soberania popular e exerccio do sufrgio (eleies, nomeadamente).

Nos dias de hoje, no h Estado de direito sem democracia (no vivel assegurar direitos fora de um ambiente de liberdade), como no possvel Estado democrtico que no seja tambm Estado de direito (no possvel exercer livremente os representantes se no houver diretos garantidos a todos). Por isso, vulgar falar-se hoje em dia em Estado de direito democrtico.

A organizao do poder poltico: so rgos de soberania o Presidente da Repblica, a Assembleia Nacional, o Governo e os Tribunais. Vigora, nas suas relaes, o princpio da separao e interdependncia de poderes.

2.4 - PROBLEMAS DE DIREITOS HUMANOS

Trata-se de uma rea programtica que tem como principal objectivo tomar conscincia dos problemas e das violaes continuadas dos direitos humanos no mundo.

O professor deve levar os alunos a compreender que h ao nvel dos direitos humanos muitos e variados problemas, embora se tenha avanado bastante quer ao nvel dos instrumentos jurdicos quer ao nvel da consciencializao e da interiorizao de valores respeitantes vida e dignidade humanas. Saber porque que isto acontece, se a situao pode ou no melhorar, quem pode e deve ajudar e o que cada um de ns pode e deve fazer so pontos importantes de discusso, sobre os quais importa reflectir.

Os problemas surgem porque h zonas de conflito, entre o que as declaraes e os tratados consagram e o que a realidade mostra e permite fazer. A se originam problemas de direitos humanos, com difcil resoluo e que envolvem frequentes e, por vezes, sistemticas violaes dos direitos.

1 zona de conflito: a dificuldade em aplicar as normas universais

Os direitos humanos assentam na igualdade de todos os seres humanos, as Declaraes e os Tratados Internacionais <![if !Footnotes]> [9] <![endif]> so normas universais. Mas como podem as mesmas normas ser aplicadas em pases com contextos polticos, econmicos, sociais e culturais to distintos? De facto, no possvel cumprir os direitos humanos em pases sem democracia, em pases sem o mnimo de bens sociais para distribuir (ao nvel da educao da sade, do trabalho, da segurana, etc.), em pases onde os valores religiosos se sobrepem a tudo.

Os direitos humanos assentam tambm na ideia de uma nica humanidade. Para que tudo corresse bem, deveramos agir uns com os outros em esprito de fraternidade (1 artigo da DUDH), como se fossemos irmos, cooperando, sendo solidrios, redistribuindo equitativamente (dar mais aos que mais precisam) a riqueza mundial. Ora, isto muito difcil de conseguir, em vez disso, assistimos aos egosmos nacionais (aos interesses prprios de cada pas) e s estratgias de mercado, tudo submetendo ao lucro.

Portanto, os direitos para todos so sero possveis quando se criarem as condies polticas, econmicas e sociais para implementar na prtica o que est consagrado nos tratados internacionais e nas leis nacionais.

2 zona de conflito: nem sempre os homens se reconhecem entre si

Esta uma dificuldade que no reside apenas na falta de meios mas sobretudo em ns prprios. Muitas vezes no reconhecemos os mais prximos, a violncia familiar, as brigas entre amigos, as lutas tribais e tnicas, so disso um exemplo. Quando olhamos para a histria, em qualquer lugar do mundo, encontramos, em todos os tempos, mltiplas formas de conflitos, como se a maldade fizesse parte de ns e a violncia fosse inevitvel. As grandes e macias violaes de direitos humanos genocdios, guerras, massacres, escravatura so do ado longnquo e recente, mas so de agora e sero do futuro se no fizermos nada para o evitar, se continuarmos a viver de costas voltadas, se no educarmos para a tolerncia, para o respeito pela diferena, contra todas as formas de discriminao.

3 zona de conflito: a pobreza e o subdesenvolvimento

No ter condies mnimas de sobrevivncia, no ter asseguradas as necessidades bsicas ver violados praticamente todos os direitos humanos. A fome intolervel, com consequncias devastadoras ao nvel do desenvolvimento humano. Situaes destas em vastas zonas do globo deixam uma parte considervel da humanidade desprotegida, sem o sade, educao, etc.

4 zona de conflito: os novos excludos

H nas sociedades actuais um nmero crescente de novos excludos emigrantes ilegais, sem-abrigo, toxicodependentes, infectados com VIH/Sida, etc. que por razes sociais ficam sem poder aceder, como seria desejvel, aos seus direitos, embora os Estados e as organizaes mundiais tenham preocupaes acrescidas para com eles.

Os conflitos de direitos quase sempre so violao de direitos, embora possam existir respostas institucionais e outras, de tal modo eficazes, que levem soluo do conflito e ao cumprimento dos deveres. H violao de direitos sempre que estes no so cumpridos e isso acontece por diferentes razes:

Direitos no reconhecidos h, sobretudo, nos pases no democrticos, muitos direitos no reconhecidos, liberdades individuais so silenciadas e reprimidas, direitos sociais, econmicos e culturais esquecidos. Assistimos, nesses pases, a contnuas violaes dos direitos humanos e nada acontece aos seus dirigentes, porque no am os tratados e, portanto, actuam como se as leis internacionais no existissem.

Direitos negados - h pases que assinam os tratados, reconhecem direitos aos seus cidados, mas depois no se empenham em respostas prticas, capazes de garantir os direitos. Muitas vezes, a situao poltica e econmica interna, que vai servindo de desculpa para a no implementao dos tratados.

Direitos restringidos ou limitados h casos em que, por no existirem condies e estruturas sociais eficazes e enquadramentos polticos favorveis, se limitam as liberdades e os direitos sociais. H tambm situaes excepcionais em que, de facto, os direitos podem ser limitados, casos de estados de emergncia, de guerra, ataques do exterior, etc.

Como trabalhar as violaes e os problemas de direitos humanos com as crianas e jovens?

Os professores podem trabalhar os problemas de direitos humanos indicados no programa, mas, como se trata de uma rea aberta, podem igualmente trabalhar outros que entendam ser mais significativos, mais actuais ou mais teis, para a turma e os alunos em concreto. O importante lev-los a conhecer, a enquadrar e a avaliar os problemas e os direitos em causa, o que podem as pessoas implicadas e as instituies fazer para se encontrarem as melhores solues.

Consideramos importante trabalhar temas, por exemplo, Os meninos em risco, e no apenas o caso deste ou daquele menino em situaes de abandono, pr-delinquncia, etc. O tema permite encontrar diferentes dimenses do problema, ao nvel das causas, das consequncias e das possveis respostas e solues.

Quais so as causas principais, onde se situam, na famlia, na escola, na sociedade? Quem podia ter feito alguma coisa e no fez? Quais as respostas ao nvel da lei? Que respostas ao nvel das instituies de apoio?

Este enquadramento permite perceber que qualquer questo de direitos humanos sempre uma questo individual e social. A resposta est no indivduo e nas instituies, cada um tem de fazer a sua parte.

Permite ainda ar dum contexto local para um contexto mais global: este problema assim, nesta zona, nesta ilha, mas como no pas? E em outros pases? E no mundo?

Trabalhar casos da realidade local e conhecidos importante, mas podemos sempre faz-lo em geral, sem particularizar em ningum. Problemas referenciados: a pobreza, a desnutrio crnica de muitas crianas, a anemia por falta de ferro, os abusos sexuais, a explorao sexual infanto-juvenil, a gravidez juvenil, a violncia contra as crianas e as mulheres, a violncia juvenil, as crianas de rua, as crianas em risco, os maus tratos, o consumo de lcool, tabaco e droga, o registo no atempado de crianas, as desigualdades de oportunidades, as discriminaes a pessoas com deficincia mental, a imigrantes ilegais, a repatriados, a refugiados e a presos. <![if !Footnotes]> [10] <![endif]>

2.5 - AGIR A FAVOR DOS DIREITOS/DIREITOS HUMANOS EM ACO

Esta rea temtica deve tornar possvel uma abordagem transversal e interdisciplinar de um tema ou questo relevante de direitos humanos, atravs do trabalho de projecto.

Trata-se de desenvolver, em cada ano de escolaridade, um projecto concreto - pode ser de turma, inter-turmas, de escola, inter-escolas, etc. - envolvendo parceiros da comunidade, organismos pblicos e outras entidades e associaes(Amnistia Internacional, Associao Z Moniz, Aldeias S.O.S. ...).

O professor deve comear por encontrar, com os alunos da turma (no caso de ser um projecto de turma) um tema, problema ou ideia e juntos arem fase preparatria do projecto. Esta fase inclui o levantamento dos recursos, dos materiais e humanos; os os com instituies relacionadas com o tema, para estabelecer possveis parcerias ou obter apoios;

Exemplo de projectos possveis:

1 Projecto inter-escolas: trabalhar o papel da comunicao social, na defesa e proteco dos direitos humanos. Atravs do jornal escolar, da rdio local, televiso, etc.

2 - Projecto inter-ilhas: trabalhar em diferentes contextos os mesmos problemas de direitos humanos alimentao/ produo agrcola/desenvolvimento rural; o trabalho das autarquias no apoia s crianas, aos jovens, aos idosos; tempos livres/desporto/lazer; defesa do patrimnio/ambiente, etc.

(incluir o exemplo de um projecto planificado)

2.6 CONSTRUO DA PAZ

Os conceitos-chave: noes de desacordo, problema e conflito; a paz e o bem estar prprio, da famlia dos amigos; a paz e o bem estar de todos; a paz e o cumprimento dos direitos; a paz e a ajuda, a cooperao e a solidariedade

O objectivo fundamental levar os alunos a valorizar a paz, a ter vontade de tudo fazerem para a resoluo pacifica das questes, com os amigos, os familiares, etc.

O professor deve levar os alunos a compreenderem que a construo da paz implica o empenhamento pessoal de cada um, no uma coisa pela qual possamos ivamente esperar, algo que temos interiormente de desejar e procurar, interiorizando esta atitude a paz tambm depende de mim.

A paz trabalhada como algo concreto, directamente ligada s coisas reais e no apenas a uma ideia ou palavra bonita. Ligada s condies necessrias a uma vida digna, ao cumprimento dos direitos e justia. A paz viver em segurana, ter a me e o pai vivendo bem, ter amigos, ter comida, ter uma casa, uma escola, etc.

Mas trabalhar este tema saber igualmente que por mais que todos nos empenhssemos no conseguiramos acabar com os desacordos, os problemas e os conflitos, e, portanto, haver sempre que treinar atitudes e procedimentos a favor da resoluo pacfica dos problemas.

Comear por explicar que estar em desacordo no significa ter um problema nem muito menos ter um conflito com algum, pode apenas significar que temos ideias ou opinies diferentes sobre determinada coisa. Todos podemos ter, num dado momento, vontades e interesses diferentes, mas se pararmos para pensar facilmente ultraamos isso. J, um problema uma situao um pouco mais difcil, mas tambm a, em vez de cada um puxar para seu lado, se ouvirmos o que uns e outros tm para dizer, se nos sentarmos a conversar e unirmos esforos, , muitas vezes, facilmente ultravel.

Quando no conseguimos resolver o problema e em vez de juntar esforos, cada um puxa para seu lado, ento, o conflito quase inevitvel, zangamo-nos, gritamos, chamamos nomes, ofendemo-nos, cortamos relaes, deixamos de nos falar e, a, que a resoluo do conflito fica quase impossvel, precisamos de uma terceira pessoa que nos venha ajudar a ver a situao de modo claro. O conflito necessita de um mediador, de algum que ajude a negociar, a chegar a acordo.

Podem ser abordadas as diferentes formas de violncia, vividas pelas crianas, na sua famlia, na rua, nos recreios da escola, etc., levando-as a perceber que quase sempre h razes, de um e outro lado, e que as atitudes e os comportamentos violentos no surgem por acaso. Discutir abertamente as razes, dialogar, pode ser um primeiro o para encontrar solues que evitem esses comportamentos. Tambm a discusso aos nvel das consequncias importante, para percebermos como a violncia e os conflitos nos tornam inseguros, incapazes de ter uma vida normal, de tomar decises, ser livres e autnomos. O que fazer para que as crianas vivam em segurana?

A preveno dos conflitos uma boa maneira de trabalhar a favor da paz, mas infelizmente a guerra uma realidade em vrios cantos do mundo, porque existem esses aspectos negativos da natureza humana, a que j nos referimos noutro ponto sentimentos de vingana, dio, repulsa, discriminao, intolerncias, etc. A nica maneira educar para a paz, para os valores da paz - a amizade, o amor, a solidariedade, a igualdade e a justia educar para o respeito pelos direitos humanos.

A pobreza, a guerra e a insegurana so talvez as causas mais fortes da falta de bem estar, de conflitos extremados e de violncia; podemos, por isso, trabalhar aspectos relacionados com problemas de direitos humanos directamente ligados a estes temas.

3 ABORDAGEM PEDAGGICA

Apresentamos neste ponto como tratar um tema ou questo do ponto de vista pedaggico, que procedimentos, que metodologias e que actividades escolher, planear e desenvolver.

3.1 - OS FUNDAMENTAIS PARA TRABALHARQUALQUER TEMA

Entendemos que h, na abordagem pedaggica dos direitos humanos e da cidadania, estratgias metodolgicas que podem ser utilizadas seja qual for o tema ou a questo a trabalhar:

1 Problematizao: pensar sobre cada tema, assunto ou problema, procurando encontrar os pontos de discusso, o que entendermos susceptvel de ser discutido com as crianas.

Todas os temas e questes devem ser trabalhadas do ponto de vista dos direitos humanos, da cidadania e da cultura da paz. Devemos por isso questionar: que direitos esto em causa?; Que leis foram violadas?; H ou no conflito de direitos?; Algum podia fazer alguma coisa e no fez?; A quem podemos recorrer?; Que instituies podem e devem intervir?;

As metodologias mais adequadas para problematizar so: perguntas e respostas, brainstorming, a reflexo, a anlise, a discusso (relaes, associaes, enquadramentos, ideias e opinies) e o debate.

2 - Ligao vida: relacionar o tema ou a questo com a realidade local, nacional e mundial,

Podem trabalhar-se situaes concretas, reais ou fictcias, procurando saber o que se a no bairro, na aldeia ou cidade, na ilha, no pas e no mundo. Com os mais novos podem trabalhar-se pequenas histrias. Quanto mais crescidas forem as crianas maiores possibilidades tero de se afastar do local para o global.

As metodologias so o estudo de caso, a anlise de situaes, os jogos de papis.

3 Atitudes e comportamentos trabalho de carcter prtico

muito importante poderem desenvolver-se actividades de participao e aco concreta, no meio local em parceria com outras turmas, escolas e instituies.

As metodologias mais adequadas so os projectos e as aces concretas.

3.1 ESTRATGIAS METODOLGICAS

Apresentamos aqui as estratgias consideradas mais importantes na educao para os direitos humanos, a cidadania e a cultura da paz. O professor pode, a partir delas, desenvolver actividades significativas com os seus alunos. referida a sua relevncia, bem como a sua organizao e desenvolvimento.

O trabalho de grupo

uma estratgia de aprendizagem colaborativa, atravs da qual os alunos adquirem conhecimentos, desenvolvem competncias pessoais e interrelacionais, ao mesmo tempo que compreendem o valor da inter-ajuda, da colaborao, da partilha, da solidariedade e do interesse comum.

Organizar e desenvolver o trabalho de grupo

- Num trabalho de grupo, todos os elementos devem ter espao e tempo para participarem activamente. Os grupos no devem por isso ser grandes, quanto mais novas forem as crianas mais pequenos devem ser os grupos. No importante que seja homogneo, trata-se de um grupo de companheiros que se junta para colaborar e no para competir, as diferentes capacidades podem ser rentabilizadas a favor do grupo, os alunos devem aprender uns com os outros.

- So necessrias regras de funcionamento negociadas, conhecidas e aceites por todos, para regular a comunicao, a interaco e o desenrolar das actividades. Sem regras, o trabalho pode tornar-se uma actividade desorganizada e pouco til, em que apenas alguns trabalham. Ao contrrio, uma actividade concertada e devidamente estruturada, permitir criar um espao aberto para a expresso das ideias e dos saberes de cada um, para a discusso animada de todas as questes e para a tomada de decises consensuais, na procurar dos melhores resultados.

- Para que todos participem, muito importante que os diferentes elementos se conheam, tenham uma ligao prxima e at alguma cumplicidade, factores importantes para criar um bom ambiente de trabalho, com confiana e colaborao, na realizao das tarefas. A existncia de um porta-voz, a atribuio adequada das tarefas e das inter-ajudas outro aspecto importante, no sentido da cooperao efectiva de todos.

O professor deve, sobretudo, acompanhar, orientar, dar sugestes e facilitar materiais. Estar atento s relaes, pois, muitas vezes, surgem desacordos e problemas, porque no chegam a acordo sobre como fazer as coisas, porque uns pensam que trabalham mais que outros, porque algum quer ser protagonista e no deixa os outros participar, etc. Nestas alturas a mediao do professor fundamental para o prosseguimento das actividades.

A pedagogia do projecto

Um projecto um conjunto integrado de metodologias - implica trabalhos de grupo, actividades interdisciplinares, etc. - com uma durao temporal determinada, fases de execuo bem delineadas, actividades diversas e produtos intermdios e finais. Implica outras metodologias

Organizar e desenvolver um trabalho de projecto

Para pensarmos um projecto, temos de conhecer muito bem o contexto onde queremos intervir, pelo que devemos comear por analisar, convenientemente, os problemas e as necessidades. Alguns os so fundamentais:

- Partir duma ideia pertinente ou dum problema concreto e questionar: - O que que aqui, nesta turma, nesta escola, neste ambiente escolar, neste bairro ou nesta comunidade, so as questes mais prementes, ao nvel dos direitos humanos, da cidadania e da resoluo pacfica de problemas? O que precisamos fazer? A que nvel devemos intervir?

- Elaborar, com a ajuda dos alunos, um projecto que possa ser realizado, com os recursos e os materiais existentes, mais vale ser menos ambicioso e ir, o a o, criando novos desenvolvimentos, que ambicionar grandes projectos e termos que desistir ou abandonar muita das actividades planeadas;

- Considerar o trabalho como um processo definio de metas e etapas de desenvolvimento das aces rentabilizando as competncias individuais e do grupo, nos resultados intermdios e finais a construir;

- Ter a capacidade de continuamente avaliar o trabalho realizado, no sentido de reformular o que for necessrio, ajustando estratgias e incorporando novas solues e recursos.

O papel do professor de orientador e dinamizador, fornecendo e ajudando a recolher materiais, a tratar a informao, a fazer os, etc.

As actividades interdisciplinares

uma estratgia adequada abordagem dos temas transversais, como o caso dos direitos humanos e da cidadania. Qualquer destes temas pode se trabalhado com a ajuda da escrita, da oralidade, do movimento e drama, da expresso musical, da expresso plstica, das cincias integradas, etc.

Como organizar e desenvolver um trabalho interdisciplinar

So actividades muitas vezes com carcter de projecto que contam com o contributo de diferentes disciplinas, atravs dos seus respectivos conhecimentos, metodologias e instrumentos. Trata-se de trabalhar os temas de forma alargada e abrangente, utilizando diferentes abordagens. Imaginemos que queramos trabalhar o direito aos cuidados de sade, podamos comear por ler e interpretar um texto, elaborar questes e respostas, fazer jogos de papis representar uma ida ao posto mdico para tomar uma vacina, uma conversa com um mdico, etc. podamos desenhar situaes relacionadas com ao cuidados e as instituies de sade, aprender msicas relacionadas com o tema, fazer um teatro sobre a importncia de regras de higiene, etc. Esta multiplicidade de estratgias, permite trabalhar o tema, nos seus mltiplos aspectos e vertentes.

A metodologia da negociao e do contrato

um tipo de estratgia que permite trabalhar valores, como a autonomia, a responsabilidade, a verdade, a confiana, etc.

Para o contrato funcionar necessrio ser negociado, numa abertura relacional entre professor e alunos, de forma a partilhar saberes, opinies e sentimentos. Supe a criao de um espao de aco dentro do qual os alunos podem escolher, decidir e trabalhar com certa autonomia e, portanto, com maior liberdade.

As escolhas e as respostas procuram-se na base da negociao e do compromisso - - O que que vocs acham? O que podemos fazer? Em que que nos devemos comprometer? O que que podemos cumprir? - o que resultar da negociao a a constituir o acordo que deve ser cumprido.

Parece-nos bastante til quando queremos implicar os alunos em projectos e aces concretas, tanto na turma questes de desrespeito e discriminao como na escola ou na comunidade. O contrato pode ser feito com um aluno, um grupo de alunos ou toda a turma. Podemos celebrar estes acordos atravs de contratos escritos, um exemplo, depois de discutidas as faltas de respeito na sala de aula, de vistos todos os motivos e todas as causas, de todos terem dado a sua opinio, os alunos da turma comprometem-se a nunca usar a violncia, a no chamarem nomes, a no agredir, a tratar o caso em assembleia de turma com a professora, etc.

Tempestade de ideias/Brainstorming

uma estratgia criativa, assente na imaginao e na expresso livre de ideias, importante para desenvolver as capacidades de anlise, reflexo e compreenso. Pode ser utilizada para expressar opinies sobre um tema, pensar a resoluo de uma questo ou ainda sobre as razes e as consequncias de qualquer problema.

Organizar e desenvolver uma actividade de brainstorming

Realiza-se ao nvel da turma, <![if !Footnotes]> [11] <![endif]> os alunos expressam-se com toda a liberdade, no h limitao no nmero de intervenes, devem, contudo, ser curtas, claras e com sentido. No se fazem crticas, aceitam-se todas as ideias e opinies expressas.

O papel do professor deve ser de moderador, incentivar a participao de todos, regular as intervenes, para que no falem todos ao mesmo tempo, etc., valorizar o ritmo e o encadeamento lgico das diferentes intervenes, ajudar a clarificar algumas ideias que no sejam expressas de forma clara, ir escrevendo no quadro as ideias principais, para, posteriormente, se poderem analisar, com maior desenvolvimento, os aspectos fundamentais da questo. Pode seguir-se, neste caso, um debate mais aprofundado sobre um ou vrios dos aspectos realados.

O estudo de caso

uma estratgia adequada para trabalhar os problemas e as questes de direitos humanos, partindo do conhecimento e da anlise de casos concretos, que podem ser reais ou fictcios. Atravs do estudo de casos, as declaraes e as convenes ganham contedo e sentido, os alunos compreendem a sua verdadeira importncia.

Devemos trabalhar situaes de direitos humanos do meio local e nacional, prximas do contexto e das vivncias dos alunos a discriminao de gnero, os meninos abandonados, as crianas em situao de risco, o abandono escolar, etc.; tambm, casos de pessoas de relevncia nacional - Amlcar Cabral, ; ou ainda, casos de instituies e organismos que trabalham na rea dos direitos humanos SOS Crianas, Associao Z Moniz, etc.

Apresentar e desenvolver um estudo de caso

Apresenta-se o caso a estudar, de forma clara e objectiva, referindo os factos, o nome das pessoas e os aspectos fundamentais do problema. Desde logo, tratando-se de um caso real, deve-se enquadrar a nvel social, histrico, cultural, etc., tendo em conta a idade dos alunos e os recursos disponveis. Pelo menos nas primeiras fases do EBI, devem ser casos simples e tambm pequenas histrias. Segue-se a discusso, que pode comear com uma actividade de brainstorm, os alunos expem livremente o que sabem e o que pensam sobre o caso.

Podem existir casos que, pela sua relevncia, necessitamos continuar a estudar, os alunos recolhem dados, procurando ter um conhecimento, o mais amplo possvel, de todos os aspectos importantes. Podem faz-lo individualmente ou em pequenos grupos, lendo textos, consultando instituies, ouvindo pessoas, interrogando testemunhas, vendo vdeos, observando fotografais, etc.

Posteriormente, discutem-se na turma todos os dados recolhidos: Que direitos estavam em causa? Que direitos eram (ou so) negados? Porque que esta situao ocorreu? Quem falhou? Porqu? Quem tinha poder para fazer alguma coisa e no fez? Porque que no se fazem leis para resolver estes problemas? Que tipo de leis se podem (e devem) fazer? um caso isolado ou h muitos mais?

Este mesmo tipo de discusso deve fazer-se confrontando opinies, tomando conscincia das razes e das consequncias envolvidas em cada caso e em cada situao, na procura de solues consensuais capazes de conduzir a uma interveno, se for o caso.

O jogo de papis

uma estratgia que consideramos muito eficaz, porque ao envolver os alunos na representao de situaes concretas, permite-lhes viver experincias, como se fossem as verdadeiras personagens, criando empatia, proximidade, solidariedade, etc.

Organizar e desenvolver um jogo de papis

Numa primeira fase, necessrio tomar conscincia do papel que uns e outros desempenham na situao e para tal os alunos devem poder conhecer e explorar todas as vertentes do problema, saber quais os direitos humanos que esto em causa, porque foram violados e o que possvel reivindicar ou fazer.

Numa segunda fase, tratando-se de um jogo, de um faz de conta, importante criar oportunidades de improvisao. Os alunos, uma vez dentro da situao e do papel que lhes coube, podem representar como se estivessem em situao real.

No final da representao, os alunos podem trocar opinies, os primeiros podem falar do que consideraram mais importante, do que foi mais fcil ou mais difcil dizer e fazer e porqu; os segundos podem dizer o que mais os impressionou, enquanto viam o desenrolar da representao, que pensamentos lhes ocorreram, etc.

A discusso e o debate

uma estratgia importante para trabalhar temas e questes polmicas, em que h diferentes posies e diferentes maneiras de ver o problema poder comear a ser usada na 3 fase do EBI. Os alunos expem as suas ideias e opinies e confrontam-nas com as dos outros, uma boa forma de clarificar posies e de contribuir para solues de consenso, mesmo que tenhamos que mudar de opinio se isso for necessrio.

Como organizar e desenvolver um debate.

Devem ser definidas algumas regras para que um debate decorra de forma aceitvel, desde logo, mostrar aos alunos que debater no apenas conversar sobre um problema, analisar esse problema, em todas as suas perspectivas e de todos os pontos de vista. O objectivo chegar ao melhor conhecimento, melhor escolha ou melhor soluo possvel.

Para podermos debater de forma proveitosa, h certas regras e procedimentos que devem ser conhecidos e aceites por todos - o respeito pelos intervenientes, pela liberdade de expresso e pelo pluralismo. O debate tem de permitir a expresso de ideias e de opinies diferentes: um diz eu penso assim, por isto e isto e o outro diz eu estou de acordo com isto, mas no estou com aquilo, por isto e isto - e expe as suas razes. Neste confronto de ideias, vo chegar concluso que h razes umas mais fortes que outras e que as razes que so defendidas e aceites por mais pessoas so as que nos podem levar a encontrar consensos, escolhas ou solues em que todos concordam.

O debate pode processar-se ao nvel da turma ou ao nvel do grupo de trabalho, em ambos os casos, fundamental existir um moderador, que pode desempenhado pelo professor ou por um aluno. Compete-lhe essencialmente, dar incio ao debate, introduzindo o tema, fornecendo informaes que considere importantes; ao longo do debate deve preocupar-se em dar a palavra aos diferentes intervenientes, procurando que todos participem; sempre que achar necessrio pode intervir para clarificar, fazer precises, completar raciocnios, etc.; no deve manifestar o seu acordo com esta ou aquela posio, deve ser neutro; no final, deve fazer uma sntese das ideias principais que tenham surgido ao longo do debate.

Resoluo de conflitos

uma estratgia integrada bastante til para ultraar problemas e situaes conflituais em que h confronto de interesses e de valores. Assenta em atitudes de escuta, dilogo e abertura ao outro.

Como resolver um problema/um conflito

O professor deve levar os alunos a compreender que nem sempre aquilo que julgamos serem grandes problemas so coisas difceis de ultraar. Por exemplo, estar em desacordo com algum no significa que tenhamos que pr tudo em causa, pode apenas tratar-se de uma questo de opinio e, nesse caso, mesmo que no concordemos, temos que aceitar. Tambm, ouvir crticas, em determinadas situaes, no pode constituir um problema, ao contrrio, pode ser uma oportunidade para melhorarmos as nossas atitudes e o nosso comportamento.

Mas h problemas de difcil soluo que podem assumir a forma de um verdadeiro conflito, com posies extremadas, aparentemente sem resposta vista. A preocupao , agora, mostrar que por maior que seja o problema, ele no insolvel, e que devemos empenharmo-nos em encontrar a melhor soluo possvel, tendo em linha de conta todas as posies e todas as vertentes do problema.

Antes de mais, importa clarificar o conflito: o que est, de facto, em confronto?; Qual a causa ou as razes do problema?; Qual a posio de cada um dos intervenientes? perceber tambm quais as consequncias, os efeitos e de que modo uma coisa e outra se relaciona com os intervenientes.

Ouvir todos os pontos de vista, ser capaz de se colocar no lugar do outro e de ir confrontando pontos de vista, aprendendo a opinar e a justificar as nossas escolhas, ter razes para achar que h uma soluo que melhor que as outras e que, portanto, prefervel.

H vrias estratgias para a resoluo de problemas, a negociao uma delas. Os intervenientes no conflito sentam-se a conversa, procuram solues, dispostos a chegarem a um entendimento. Muitas vezes, necessrio uma mediao, uma terceira pessoa que facilite a resoluo do problema, que ajude a ver claro as questes e as solues e a chegar a um acordo, que muitas vezes de compromisso.

Observao anlise de fotografias <![if !Footnotes]> [12] <![endif]>

uma estratgia adequada para iniciar o estudo de qualquer tema, devido fora e ao impacto da imagem, desperta os nossos sentidos e a nossa mente para algo que conhecemos mas a que nem sempre prestamos ateno.

Como analisar uma fotografia

Coloca-se um conjunto de fotografias em cima de uma mesa pede-se aos alunos que escolham uma esta escolha pode ser orientada, por exemplo, pedir que escolham fotografias sobre a diversidade, sobre diferentes culturas violao de direitos, etc..

Sentados em crculo, observam atentamente a fotografia e vo respondendo s perguntas, que pausadamente o professor colocar: - porque escolheram esta fotografia?; O que que acham que o fotgrafo quis mostrar?; H nessa fotografia alguma coisa que vos seja familiar? Algo que tenham imediatamente reconhecido?; O que que est mais prximo ou mais afastado de vs, da vossa realidade?

- O que ser que essas pessoas da fotografia sentem? Como vivero a sua vida? Tero valores e desejos diferentes dos nossos?; Vem alguma discriminao ou violao de direitos dessas pessoas?

Os alunos que quiserem, falam, pronunciam, ordenadamente, os alunos que quiserem, pondo o dedo no ar para intervirem. O professor pode explorar por exemplo aqueles aspectos que forem mais focados pelos alunos, de modo a dar-lhe um enquadramento .

Jornal de parede

uma estratgia que integra diferentes actividades, dando visibilidade ao trabalho realizando na explorao dos temas.

Como organizar um jornal de parede

Pode ser um por ms, assumindo o carcter de um projecto. medida que se vo tratando os temas, os alunos vo recolhendo ou construindo notcias, opinies, msicas, textos, desenhos, fotografias, para poderem montar o jornal. Neste jornal de parede devem destacar-se os aspectos fundamentais, com ttulos a letras maiores. Os textos devem ser pequenos, bem escritos, legveis e sem repeties, por isso, os materiais a ser expostos devem ser seleccionados criteriosamente. importante usar cores vivas e dar um aspecto harmonioso ao jornal.

Construo de um cartaz

Apenas um assunto por cartaz, combinado texto com documento grfico, fotografia, desenho, gravura, etc. A imagem deve ser de um tamanho superior ao texto, este deve ser colocado por baixo ou ao lado da imagem. O ttulo deve ser a letras grandes. O texto deve ser legvel, as letras minsculas so mais facilmente legveis., deve ainda ter um legenda Os cartazes podem ser guardados para no final do ano se fazer uma exposio, que pode ser da turma ou da escola, com o contributo de todas as turmas.

3.2 SUGESTO DE ACTIVIDADES PARA OS DIFERENTES TEMAS <![if !Footnotes]> [13] <![endif]>

As actividades aqui apresentadas pretendem apoiar o desenvolvimento dos temas do programa, aplicando metodologias do captulo anterior. Podem corresponder a parte duma aula, a uma aula ou a vrias, dependendo da forma como o professor desenvolver a ideia, explorar a questo, etc.

Para trabalhar a noo de ser humano e qualidades humanas e valores ticos

1 Pedir aos alunos: durante dois minutos vo deixar de pensar, no podem ter nenhuma ideia, nenhuma imagem na cabea, nada; Quem conseguiu?; Como fizeste?; Quem no conseguiu? Porque ser que no conseguiram?; Que ideias tiveram?; escrevem e desenham as imagens mentais que tiveram (explorar a situao e lev-los a concluir que pensamos naturalmente, no nos podemos impedir de pensar).

2 - Pedir a um aluno que faa de extraterrestre. Entra na sala e pergunta: Quem so vocs?- os colegas tm de lhe explicar que so seres humanos; a seguir, imaginam que tm de enviar, para o planeta do extraterrestre, coisas que falem da humanidade (da vida dos homens na terra); O que enviam? (levar os alunos a referir coisas que s as pessoas so capazes de fazer: mensagens, discursos, livros, msica, instrumentos, mquinas, brinquedos).

3 - Perguntar aos alunos, sentados em crculo: - em que aspectos as pessoas so diferentes dos animais? (pensar, falar, escolher, decidir, inventar, imaginar, rezar...); Quais so as boas qualidades que apreciam na me, na av, no irmo, no melhor amigo, etc.?; Porque que acham que so boas qualidades?; Vocs tambm tm essa mesma qualidade?; fazer um lista com as qualidades referias (lev-los a concluir que h qualidades humanas, comuns a todas as pessoas).

4 Recordar a lista da qualidades das pessoas e perguntar: j alguma vez algum no respeitou alguma destas qualidades? Quem? Em que situao?; J foram insultadas? J vos chamaram nomes? Porque que as pessoas dizem, s vezes, coisas ms umas s outras? Quando isso acontece, o que pensam e sentem?

5 Dividir o quadro em trs partes, para encontrar as qualidades de trs pessoas diferentes, colocando no topo as seguintes frases: Gosto muito da Lusa. Ela . (trabalhadora, inteligente, verdadeira, ) ; A Sara no se porta como deve ser. Ela (ex. : preguiosa, mentirosa, refilona, ); O Joo o mximo. Ele (inteligente, rico, famoso, .); explorar as respostas, sobre o que gostamos nas pessoas, o que consideramos mal, o que que achamos o mximo, etc.

Para trabalhar a noo de dignidade

1 Discutir com os alunos: gostamos de ser quem somos? Porqu?; Que imagem temos de ns?; E os outros, que imagem tm de ns? Tratam-nos, como gostamos de ser tratados? (levar os alunos a reconhecer o seu valor, a ter estima por si e respeito por si prprios)

2 - Observao de fotografias, em reunio em crculo; o professor questiona: so capazes de imaginar a vida dessa pessoa?; O que ser mais importante para ela?; Se lhe pudessem dizer alguma coisa para mostrarem estima por ela o que lhe diriam?; .....

Para trabalhar as noes de necessidades humanas e direitos humanos

1 - Discutir com os alunos o sentido da palavra direito (correcto, o contrrio de esquerdo, uma coisa justa,...) e da expresso ter um direito (ter algo que seu, uma coisa que nos pertence...); em trabalho de grupo, os alunos vo discutir e escrever frases sobre aquilo que julgam ter direito; apresentam turma; discusso alargada.

2 - Expor a situao: tal como uma rvore que precisa de boa terra, gua e sol, para crescer forte e dar saborosos frutos, tambm ns necessitamos (temos o direito a ter) de certas coisas para vivermos bem e felizes. Que coisas so essas? (levar os alunos a dizer pais, irmos, avs, amor, comida, roupa, escola, sade, ...); a seguir, desenham uma rvore, e em cada uma das folhas e das flores escrevem uma necessidade/direito e ilustram-na.

Os mais velhos podem fazer a rvore a partir dos DUDH ou da Conveno dos Direitos da Criana (simplificada), fazendo corresponder s folhas, flores, frutos e razes as artigos que identificaram; os alunos colocam a sua interpretao do contedo do artigo (sem transcrio).

3 Criar um mapa da comunidade local (bairro, vila, cidade...); desenham os lugares e instituies sociais a existentes (parques, hospitais, estao de rdio, escola...); analisam o mapa do ponto de vista dos direitos humanos, associar os respectivos lugares e instituies aos direito correspondentes (tempos livres/parques; hospitais/sade; rdio/informao; escola/educao...);

4 - Imaginar a criao de uma nova escola: criar uma lista de direitos que possam ajudar a vida da comunidade escolar; frente de cada direito escrever o respectivo dever; - Criar listas de responsabilidades individuais, de grupo e colectivas (ex. eu sou responsvel por...; a turma responsvel por...; todos somos responsveis por...)

Para trabalhar valores, atitudes e comportamentos

1 Pedir aos alunos para escreverem: cinco qualidades positivas, primeiro, do melhor amigo e, a seguir, deles prprios; escrever as cinco palavras mais negativas, primeiro em relao ao amigo e, a seguir, em relao a si prprios.

2 - Elaborar listas de comportamentos censurveis; de comportamentos elogiosos; de comportamentos injustos; de atitudes de preguia; de atitudes solidrias, etc.; com as palavras encontradas, escrever frases; escolher algumas das frases para fazer um cartaz.

3 Sobre os mais variados assuntos os alunos expressam pensamentos, sentimentos, desejos (eu penso, eu sinto, eu desejo). Por exemplo, sobre a fome- Penso que injusto as pessoas no terem que comer, sinto-me triste e com vontade de fazer alguma coisa e desejo que os governos faam o possvel para acabar com ela.

Para trabalhar sentimentos e atitudes

1 - Fazer listas de palavras que magoam; explorar a lista, em dilogo com os alunos: porque que magoam?; Seria isso necessrio? Poderamos ter evitado?; Como podemos fazer melhor?; fazem textos, desenhos, jogos de papis, representando situaes quotidianas (por exemplo, uma discusso ...)e comentando-as.

2 - Fazer listas de palavras que nos deixam felizes; palavras que nos entristecem; palavras que nos fazem rir; palavras que nos enchem de orgulho; palavras que nos envergonhem; ; identificar e dramatizar situaes quotidianas em que estes sentimentos podem estar envolvidos.

3 Elaborar listas de atitudes e comportamentos que no se podem elogiar, que no consideramos bons, (no fazer os trabalhos de casa, no ajudar a me ...); comportamentos que podemos elogiar, que consideramos bons (estudar, cumprimentar as pessoas, ajudar um amigo, ...)

Para trabalhar a igualdade e a justia

1 Ler e analisar o texto Os dois lados do mundo; para continuar a explorar o tema, desenha-se no quadro um crculo representando o globo (o maior possvel), desenhamos tambm duas crianas, uma do lado direito e a outra do lado esquerdo, a abraar o mundo, expressando sentimentos diferentes. Uma est alegre, por baixo escrevemos Aqui as crianas vivem felizes; a outra est triste, por baixo escrevemos Aqui as crianas no vivem felizes; explorar a imagem: porque que neste lado do mundo as crianas vivem contentes felizes? E porque que deste lado vivem tristes? O que que seria um mundo justo? (um mundo com todos a viver do mesmo lado, com alegria, amor, escola, famlia, amigos, bonecas, brinquedos, ); em trabalho de grupo, constroem mensagens sobre amor a justia, a injustia, a alegria, a pobreza.

2 - Debate/Perguntar: a justia importante? Porqu? (para que todos tenham as mesmas possibilidades, as mesmas oportunidades para viver bem); O que que torna as coisas injustas?; lembras-te se situaes que tenhas vivido e no tenhas considerado justas? Quais e porque?; O que que sentiste quando viste as injustias? Em relao a quem? Na tua escola observas situaes injustas? O que sentes? O que pensas?; acham que as situaes podem ser sempre justas?; o que podemos todos fazer para tornar mas justas, na tua casa, na escola no teu bairro, a na tua rua, na tua cidade? no teu pas,

Para trabalhar a noo de identidade

1 Brainstorming sobre o que significa ser criana?; como a vida das crianas?; por que ser que gostam tanto de brincar?; descrever o que fazem durante um dia; descrever o que faz a me, o pai, etc.; comparar a vida das crianas com a dos adultos.

2 - Propor aos alunos: imaginem que o colega do lado um amigo que acabaram de conhecer, expliquem-lhe quem so, referindo traos e caractersticas familiares, gostos e interesses prprios, etc.; os mais crescidos podem no caderno responde questo: quem sou eu?

3 Jogos de identificao, sentados em crculo, os alunos seguem o que diz a professora (na primeira volta todos dizem o nome (eu sou a Maria), na segunda dizem o nome e o que fazem (Eu sou a Maria e sou professora), na terceira o nome, o que fazem e com quem vivem (Eu sou a Maria, sou professora, vivo com os meus filhos), o jogo continua, at onde o professor entender

4 Fazer exerccios a partir da observao do documento de identidade (cdula ou bilhete de identidade); questionrio aos pais ou aos avs sobre os nomes mais frequentes da famlia, procurar saber o porqu; desenhar e escrever um pequeno texto sobre a famlia.

Para trabalhar as liberdades individuais

1 - Debater: podemos dizer coisas aos outros mesmo que saibamos que os vo magoar?; Que coisas no deves dizer aos amigos, me, professora?

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Para trabalhar liberdade de associao, participao

1 - O direito de participar em todos os assuntos que digam respeita criana, e em todos os assunto pblicos, do ambiente, e casa, escola, etc.

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Para trabalhar a igualdade ou a no-discriminao

1- Identificar situaes de discriminao; descrev-las; analis-las, que direitos esto em causa? Porqu; o que achas censurvel; o que podemos fazer em situaes como esta;

2 - Trabalhar a multiculturalidade, identificando que alimentos, vesturio, msicas, etc., ouvimos de outras partes do mundo

3 - Construo de um Todas as crianas do mundo so iguais, no importa a cor, a raa, o sexo, a cultura, a religio

4 - Estudo de caso da menina mongolide que vai comprar um gelado, enquanto a me a vigia de longe. O senhor no a atende. ajudada e a me vai mostrar ao senhor que a filha tem direitos e que ele a deve atender de modo especial

5 - Dramatizao do texto: Meninos diferentes, meninos iguais (em material anexo).

Para trabalhar os direitos sociais

Podemos trabalhar casos (reais ou no, podem ser histrias) sobre meninos/pessoas que vivem sem casa, sem alimentao, cuidados de sade, escola, etc.)

Observao de gravuras; anlise de fotografias mostrando situaes relativas a direitos sociais.

Para trabalhar o direito educao

1 - Estudo de casos (a adulta analfabeta que tinha vergonha e disfarava e que com imensa vontade veio a ser capaz e ler e escrever; o menino guia turstico, que no vai escola ) <![if !Footnotes]> [14] <![endif]>

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Para trabalhar o direito sade

1 - Observar o boletim de sade, ver se tm as vacinas em dia; falar da importncia da vacinao; relacionar a falta de vacinas e cuidados mdicos com as doenas.

2 - Fazer um mapa da zona onde habitam e colocar os pontos com servios ode sade consultrios mdicos, centros de sade;

3 - Fazer entrevista a um profissional de sade; explorar a entrevista na aula; public-la no jornal escolar.

4 - Preveno: como posso prevenir as doenas, por exemplo, uma constipao, uma dor de barriga

5 - Trabalhar regras de higiene: desinfectar a gua, como fazer a higiene pessoal

Para trabalhar o direito a uma famlia e a participao na famlia

1 - Descrever o dia de uma famlia em relao ao trabalho dos seus membros: o que faz a me, o pai, os irmos, os avs; s relaes familiares, convvio com os filhos, conversa,

2 - Comparar um dia de trabalho de uma famlia rural com uma famlia urbana;

3 - O papel das crianas na famlia, as responsabilidades das crianas; a educao de meninos e meninas; os papeis e as tarefas que posso fazer;

4 - Perguntar s avs, as mes as diferenas ente a famlias antes e agora, principais diferenas, o que permanece o que que acham se podaria mudar

5 - Estudos de casos (o menino de rua que vive pedindo esmola, ou lavando carros; a me adolescente que foi deixada pelo namorado; a menina que est numa instituio depois de ser abandonada pela famlia; a beb adoptada, ); O menino que sai de casa, 12 anos, que sai de casa: que razes? Quem pode ajud-lo; bate porta de uma organizao da igreja ou do Estado, acolhido, ajudam-no, tentam falar com a me e que volve a casa, no possvel, arranjam-lhe uma casa de acolhimento, onde encontra.:; vagueia pelas ruas, encontra-se com outros meninos de rua, faz amizade com um; vai dormir num barranco abandonado, rouba pequenas coisas para sobreviver, .

Para trabalhar os direitos culturais/diversidade/identidade cultural

1 - recolher histrias do mundo, canes, danas

2 - escolher um pas, estudar sobre ele e fazer um cartaz para uma exposio na escola

3 - recolher tradies que tenham a ver com momentos importantes da vida o nascimento, o sete, o baptizado, o casamento, a morte, ,

Para trabalhar os problemas do desenvolvimento

1 - a histria A galinha vermelha

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Para trabalhar a participao cvica

1 - Identificar aspectos que favorecem a vida democrtica (as questes sociais serem debatidas, a existncia de liberdade de imprensa...); identificar aspectos que prejudicam a vida democrtica (os membros do governo darem emprego a familiares e amigos, os empresrios no empregarem mulheres grvidas, haver discriminao nos empregos, os jovens no se preocuparem com a vida social e cvica, a falta de tolerncia entre os partidos polticos...)

2 -Relacionar as instituies com os poderes que representam (parlamento/governo; segurana social/polcia; justia/tribunais; Instituies ligadas ao poder executivo (primeiro ministro, ministrio da educao, da sade, da defesa, da segurana social, ..); instituies ligadas ao poder judicial (tribunais, procuradorias, prises..);ao poder legislativo ( grupo parlamentar/partidos)

3 - Identificar formas de participao na vida pblica que considerem correctas e com as quais esto de acordo (votar, recolher s, fazer greve, participar numa manifestao, participar numa viglia, pertencer a uma associao cultural, cvica, desportiva, pertencer a sindicatos, assistir e participar num colquio, fazer com que a comunicao social se interesse pelo assunto, ); identificar formas de participao que no so correctas, porque podem prejudicar a comunidade (bloquear estradas, escrever protestos nas paredes, cortar o trnsito, ocupar edifcios pblicos, fazer um piquenique numa praia e deixar garrafas, restos de comida e lixo na areia...)

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Para trabalhar a cultura da paz

1 - Actividades de brainstorming sobre o que os alunos entendem por desacordo, problema e conflito; identificar situaes de desacordo, problemas e conflitos, na sala de aula, em cassa, nas brincadeiras, etc.; fazem desenhos, colocam uma legenda que identifique o desacordo, o problema ou o conflito e encontram uma soluo.

2 - Pedir aos alunos que faam redes de conflitos (exemplos em material anexo), partindo das perguntas: - Qual o problema? com quem? ; Porqu? Quem interferiu? ; Quem piorou a situao? Quem ajudou a resolv-la? Qual foi a soluo? Pensas agir de outro modo da prxima vez?; construo de um texto, de um desenho, de um comentrio, etc.

3 Explorar as ficha de resoluo de problemas (exemplares em material anexo): os alunos observam as imagens e contam a histria; identificam o problema, a sua causa e as suas consequncias e a soluo encontrada; reconstroem as sequncias; representam a situao/jogo de papis; ... .

4 - Registar os conflitos da sala de aula durante uma semana; discuti-los com os colegas e a professora, procurar solues; fazer um cartaz , dividido em duas partes, dum lado os conflitos, do outro lado as solues; relacionar os conflitos com as responsabilidades de cada um; verificar se h no regulamento da turma regras para regular esses conflitos; discutir a possibilidade de novas regras.

5 - Solucionar problemas para atingir uma meta, a partir da histria: Um acidente de avio; resoluo, um a um, dos problemas que vo surgindo: comear por clarificar o problema; considerar e analisar todas as razes, implicaes e consequncias das duas alternativas; escolher a alternativa a ou b e justificar porqu.

6 Discusso/debate sobre caso de violncia ligados ao quotidiano, partindo de casos ou directa ou indirectamente conhecidas.

7 - Os efeitos dos conflitos nas pessoas, nas famlias, nas sociedades, os efeitos vo muito para alm das pessoas directamente atingidas, am para as suas famlias, as suas comunidades, atinge toda a sociedade.

Para trabalhar problemas de direitos humanos/violaes

1 Em pequenos grupos, os alunos relatam entre si casos de violao dos direitos humanos; escolhem um e fazem o seu relato por escrito; cada grupo apresenta turma o caso escolhido; discutem-se os casos relatados para se saber que direitos humanos esto a ser violados e por quem; com os casos dos diferentes grupos constri-se um que pode ser completado com os artigos correspondentes aos direitos da DUDH e da CRCV).

2 Identificao e tratamento de temas de direitos humanos ..................

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Para agir a favor dos direitos humanos

1 - Se eu mandasse no mundo o que fazia?; o que eu tenho a dizer sobre as violaes dos direitos humanos; imagina que apenas podem mudar uma coisa no mundo o que vos parece mais urgente e porque; aqui na escola, no bairro, no pas no mundo.

2 - Tomar a palavra para fazer denncias, tomar a palavra para fazer um protesto; tomar a palavra para falar de um caso de violao de direitos humanos que conhece.

3 - Trabalhos de projecto para melhorem o ambiente escolar, a zona onde vivem juntamente com os moradores, as autoridades locais, as associaes, ...

4 - Recolha de dados, lista das coisas positivas e negativas que h na escola, no bairro, na rua, na cidade, na aldeia; grupos de trabalho discusses em grupo para ver de que modo podem intervir, encontrar ideias e aces para melhora o ambiente observar, pensar: o que no higinico o que causa maus cheiros, o que perigoso para as crianas os idosa, mos obra com pessoas da comunidade local

5 - escrever cartas , correspondncia com escolas

6 - realizao de uma campanha

7 marchas, manifestaes

- concurso de poesias e textos sobre os direitos humanos

- programas de rdio

- a dana da paz

- gestos de partilha, de solidariedade

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Para trabalhar os textos de direitos humanos da CRCV, da DUDH e da CDC

1 - Cada aluno escolhe um direito e trabalhava-o, como entender, durante algum tempo, o seu direito. Pode trabalh-lo com a ajuda dos pais, dos irmos, etc., fazendo desenhos, textos, relatando factos, situaes, etc.; os alunos apresentam os direitos uns aos outros e a seguir fazem um com os trabalhos.

2 - Construir o abecedrio dos direitos humanos: os alunos em grupo vo para cada letra encontrar uma palavra que considerem importante para a vida de todos os seres humanos (um exemplo, A amor; B - bondade ; C- carinho; D- dinheiro; E escola; F; famlia; G- - ; H - ; I igualdade; J justia; L- liberdade; M me; N - nome , O - ; P- po; Q - ; R riso; S sade; T - Trabalho ; U V - vida; X Z - )

3 - Os alunos criam escadas de direitos <![if !Footnotes]> [15] <![endif]> , os alunos vo subir vrios degraus para atingirem determinados direitos: para chegar Educao preciso subir vrias escadas escola, professor, livros, cadernos, lpis, ...; o direito Sade alimentos, gua potvel, higiene, mdico, vacinas, medicamentos, ... (para todos os direitos se podem construir escadas e subir degraus)

4 Identificar categorias de direitos: vo agrupar os direitos que tem a ver com as liberdades; os direitos com o bem estar social; ...

4 - RECURSOS

parece-nos fundamental a indicao de recursos para os professores poderem aprofundar conhecimentos, efectuar pesquisas, etc. Para alm das referncias que bibliogrficas serviram de material de consulta execuo desde guia, apresentamos os os considerados fundamentais na rea dos direitos humanos, em Cabo Verde, nos PALOP, na frica e no mundo.

Em Cabo Verde

Centro de Informao dos Naes Unidas

PNUD

UNICEF

Comisso Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC)

Assembleia Nacional

Ministrio da Justia

Polcia de Ordem Pblica

Ordem dos Advogados

Gabinete para os Direitos Humanos da AZM

(colocar todos os os que considerarem importantes)

Nos pases da LP (Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa)

Amnistia Internacional - Seco Portuguesa, Rua Fialho Almeida, 13 -1D 1070-128 Lisboa, Tel.: 21 3861652; Site: http://www.Amnistia-internacional.pt

Centro Norte Sul / Conselho Da Europa, Avenida da Liberdade, 229 - 4 1250-142 Lisboa,Tel.: 213524954; Site: http://www.nscentre.org/

CIVITAS - Associao Para A Defesa E Promoo Dos Direitos Do Cidado, Largo de So Maral, 77/ 9 - 1200-419 Lisboa, Tel.: 213424528;www. Civitasnacional.pt

OIKOS - Cooperao E Desenvolvimento, Rua Santiago, 9 - 1100-493 Lisboa, Tel.: 218823630; Site: http://www.oikos.pt

Em frica

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No mundo

Naes Unidas: www.un.org/rights; www.unicef.org; www.unhchr.ch; www.unglobal/compact.org.un.org.

Conselho da Europa: www.coe.int;www.droitsdelhomme.coe.int; e-mail: [email protected]

Associao Mundial De Escola Instrumento De Paz:www.eip-cifedhop.org

Instituto interamericano dos Direitos do homem: www.iidh.ed.cr/

- Human Rights watch (pgina em espanhol):http://www.hrw.org

- www.enfance-et-partage.org

www.enfance-et-partage.org

Bibliografia consultada

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Best, F. (2001), "Educao para os Direitos do Homem", Sobre o Direito Educao, Lisboa, Centro de Investigao em Educao, Faculdade de Cincias da Universidade de Lisboa.

DEB (2001). Novas reas Curriculares. Lisboa. Departamento da Educao Bsica/Ministrio da Educao.

DEB (2000) Educao Intercultural potenciar a diversidade entrelaar culturas. Lisboa, Departamento de Educao Bsica/Ministrio da Educao.

Educar para os Valores (1999), Lisboa, Departamento do Ensino Secundrio.

El Derecho de Ser Hombre (1984), Madrid, TECNOS/UNESCO.

Educao para os Direitos Humanos: Actas do Congresso, Lisboa, Amnistia Internacional (Seco Portuguesa)/Comisso Nacional para as Comemoraes do 50. Aniversrio da Declarao Universal dos Direitos do Homem e da Dcada das Naes Unidas para a Educao dos Direitos Humanos.

Finkielkrant, A.. (1997), A humanidade perdida, Ed. Asa, Lisboa.

Galtung, J. (1998), Direitos Humanos: Uma Nova Perspectiva, Lisboa, Instituto Piaget.

Gonalves, S. (2000), "Direitos Humanos e Formao de Professores: algumas propostas metodolgicas", Educao para os Direitos Humanos: Actas do Congresso, Lisboa, Amnistia Internacional (Seco Portuguesa)/Comisso Nacional para as Comemoraes do 50. Aniversrio da Declarao Universal dos Direitos do Homem e da Dcada das Naes Unidas para os Direitos Humanos.

Henriques, M. et al Educao para a cidadania (2000), Lisboa, Pltano Editora.

Mounier, Emmanuel (1960), O Personalismo, Lisboa, Moraes Editores.

Nogueira, C. (2001), Cidadania: Construo de Novas Prticas, Lisboa, Ed. Asa.

PNUD, Relatrio do Desenvolvimento Humano (2000), Trinova editora, Lisboa

Ricoeur, P. (1991), Soi-mme comme un autre, Ed. Seuil, Paris.

Ricoeur, P.Avant la loi lthique, in Encyclopaedia Universalis, Symposium.

Savater, F. (1993), tica para um Jovem, Lisboa, Ed. Presena.

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Verdaguer, Salvador (1984), Curso de Derechos Humanos, Barcelona, Bosh, Casa Editorial S.A.

Manuais de Direitos humanos consultados

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Primeiros os: um manual de iniciao educao para os direitos humanos (2000) Lisboa, Seco Portuguesa da Amnistia Internacional/Comisso Nacional para as comemoraes da Dcada das Naes Unidas para a Educao dos Direitos Humanos.

Direitos Humanos Aqui e Agora (2002), Seco Portuguesa da Amnistia Internacional, Lisboa.

O nosso mundo, os nossos direitos ensino dos direitos e responsabilidades no ensino bsico (2001), Seco Portuguesa da Amnistia Internacional, Lisboa.

Material Educativo sobre as Naes Unidas Nvel Primrio (1995), NA-UK.

Material Educativo sobre as Naes Unidas Nvel Intermdio (1995), NA- UK.

Todos os seres Humanos manual de educao para os direitos do Homem (1998), Lisboa, UNESCO.

Primeiros os um manual de iniciao educao para os direitos humanos ( ), Lisboa, Seco Portuguesa da Amnistia Internacional.

ABC: Teaching Human Rights practical activities for primary and secondary schools (2003), UN- New York and Geneva.

Sites consultados

ANEXOS:

Alguns artigos da CRCV

Sumrio da Declarao Universal dos Direitos Humanos (DUDH)

Verso simplificada da Declarao Universal dos Direitos Humanos (DUDH);

Sumrio da Conveno dos direitos da criana (CDC

Verso simplificada da Conveno dos direitos da criana (CDC)

<![if !Footnotes]>

<![endif]>

<![if !Footnotes]> [1] <![endif]> So de facto materiais indicativos, um guia no um manual, mas pode dar ideia aos professores de que tipo e recursos se devem munir para trabalhar de forma motivadora os direitos humanos, a cidadania e a cultura da paz em contexto escolar.

<![if !Footnotes]> [2] <![endif]> Este guia inclui, em anexo, um glossrio, mas parece-nos mais fcil e til partir do sentido comum, do que ns pensamos das coisas.

<![if !Footnotes]> [3] <![endif]> Documentos em anexo. Pode-se, obviamente, trabalhar tambm a DUDH

<![if !Footnotes]> [4] <![endif]> Cf. Direitos da Criana, www. onuportugal.pt, p.2

<![if !Footnotes]> [5] <![endif]> excepo da Somlia e dos Estados Unidos (Fonte: ?)

<![if !Footnotes]> [6] <![endif]> importante ter presente o papel da Unicef.

<![if !Footnotes]> [7] <![endif]> Veja-se, igualmente, o extenso catlogo de direitos sociais previsto na CRCV, nos art.s 67. e ss.

<![if !Footnotes]> [8] <![endif]> LP Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa

<![if !Footnotes]> [10] <![endif]> Estes problemas foram identificados pelos professores e tambm se encontram referenciados no PNADH

<![if !Footnotes]> [11] <![endif]> Os mais crescidos fazer brainstorming em grupo e no final os porta-voz apresentaro turma as ideias do grupo.

<![if !Footnotes]> [12] <![endif]> So fotografias recortadas de jornais e revistas sobre situaes de direitos humanos, sem texto ou qualquer legenda

<![if !Footnotes]> [13] <![endif]> Todas as actividades foram adaptadas ou inspiradas em actividades dos seguintes livros

<![if !Footnotes]> [14] <![endif]> Os casos, em material anexo, podem tambm servir para trabalhar problemas de direitos humanos o trabalho infantil, a pobreza, a explorao de pessoas, etc.


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