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Lady Tempestade: questionadoras diletaes dramatrgicas para obscuros tempos polticos
Wagner Corra de Arajo

Um tributo cnico aos perseguidos, aos desaparecidos ou aos mortos sem sepultura num como sartreano, sob uma das mais tormentosas eras da histria poltica brasileira. Como uma lembrana reflexiva resistncia entre o ontem e o hoje, no entorno da agem dos sessenta anos de um infame perodo de turbao da liberdade e dos direitos humanos.


Este poderia ser, em sntese, o emblemtico sentido do espetculo Lady Tempestade, concebido na conexo de significativas vozes femininas do universo teatral brasileiro, numa trplice integralidade visceral, indo da textualidade dramatrgica de Slvia Gomez atuao performtica de Andrea Beltro, com direo concepcional de Yara de Novaes.

Num iderio luminoso unindo ficcionalizao cnica e verismo documentrio, a partir dos escritos confessionais de uma memorvel advogada pernambucana (Mrcia Albuquerque - 1934/2003)

. Mulher que empenhou toda sua trajetria existencial e jurdica como uma combativa defensora dos perseguidos pela ditadura de 1964, logo aps testemunhar a degradante conduo pelas ruas de Recife do ensanguentado militante Gregrio Bezerra.

Ainda que esta tambm sofresse com as mesmas penas da represso militar que acabariam levando-a a ser presa, tal qual como uma terrorista por doze vezes, em processo identitrio ao das vtimas que defendia. Corpo, sangue e alma, numa absoluta entrega ao idealismo de uma misso pelo resgate humanitrio de vidas, sem quaisquer intuitos de compensao financeira.
Tudo sendo dimensionado esteticamente na eficcia de uma narrativa dramtica/documental (Slvia Gomez) e no pulso de um comando cnico (Yara de Novaes) instaurando o conluio de um texto manifesto formatado em solilquio. Onde Andrea Beltro ora uma personagem feminina apenas leitora solidria dos dirios de Mrcia Albuquerque, ora transmutada pela palavra teatral por intermdio de traumticos relatos memorialistas.

Transmitindo em convicta ionalidade interpretativa os rduos caminhos de luta em prol dos prisioneiros ou dos desaparecidos, ouvindo inclusive os apelos de seus familiares, em poca da imposio militar da obrigatoriedade do silncio ou do calar-se definitivamente, sob ameaas de atrocidades fatalistas.


No despojamento de um figurino cotidiano (Marie Salles) e de uma minimalista caixa cnica (Dina Salem Levy) preenchida apenas por um sof, um microfone de pedestal e uma mesa de manipulao da trilha sonora criada por Chico BF, filho da atriz. Este, ali, com um referencial metafrico das mes aflitas sobre o destino desconhecido de seus descendentes perdidos nos subterrneos da opresso.

Convergindo entre luzes sombreadas (Sarah Salgado e Ricardo Vivian) para a plasticidade de um azul de profundidades martimas, como se ocultasse ali os corpos dos exterminados e a decifrao das causas de tantas mortes insepultas, ampliando-se a pattica dor da representao nos acordes sinfnicos, melancolizados mas libertrios, da 9 de Beethoven.


Num incisivo recado sinalizado na atemporalidade da advertncia pelo que aconteceu no ado, com um olhar armado no futuro diante do desafio de que tudo poderia acontecer de novo, exemplificado no referencial da tentativa recente do iminente risco de um golpe que repetiria a sexagenria saga de desmandos ditatoriais.


Ecoando, sempre, desde a auto definio que leva ao ttulo da pea (“minha me bonana, eu no, sou tempestade”) em andamento reiterativo de um leitmotiv verbal, no questionamento de um mistrio estigmatizado atravs da instigante frase :
"Essas coisas acontecem, aconteceram, acontecero”...


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