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Memorial Online Mrcia de Albuquerque Dirios 1973-1974 6y2g5d

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Mrcia: a prima bem-humorada, a herona destemida e a advogada da liberdade
Eliane Aquino

A Dra. Mrcia, a advogada do enfrentamento direto ditadura, era tambm colo e abrao para os familiares de seus clientes. Acolhia fraternalmente em seu apartamento, no Edifcio Ouro Branco, no Centro de Recife, mes, pais, filhos desesperados com as prises ilegais, espancamentos at a morte e desaparecimentos de muitos de seus parentes. E ela absorvia cada dor, como sua. No era a frieza para se jogar na defesa de seus clientes que a movia sempre, era, bem alm, o seu corao generoso e a sua alma materna ao amparar cada uma daquelas famlias.

No apartamento 52 do edifcio Ouro Branco, 5 andar, nunca faltou um caf, um ch, uma fatia de bolo, uma sopa e, principalmente, o acolhimento daquela advogada de presos polticos, advogada das minorias, advogada da liberdade e da justia social.



Conta-se que ao saber que seu irmo Sandino tinha sido preso com outros militantes, Mrcia foi ao DOPS de Recife. Mandaram que ela entrasse na priso e levasse seu irmo. Ela encontrou, detido com Sandino, um lder campons procurado pela ditadura e que ainda no tinha sido identificado pela polcia poltica. Estava ali, como mais um jovem estudante preso em uma manifestao. Mrcia levou o lder, o colocou em um lugar seguro, e s ento voltou para buscar o irmo. Ouviu queixas de minha tia, sua me, durante muito tempo por ter deixado Sandino na cadeia por alguns dias.

O irmo mais velho de Mrcia, Pedro (homenagem ao nosso av Pedro Batista, ferrovirio e comerciante), era militar. No comungava com ela de sua luta contra o regime comandado pelo Exrcito, mas nunca a criticou diretamente por sua postura e ela desconfiava que, em alguns momentos, silenciosamente, ele at a protegeu em situaes mais duras. Mrcia nunca deixou de ir v-lo, abra-lo, amar sua famlia, sem qualquer empecilho entre eles.

Mrcia era ntegra. Inteira. Religiosa, muito famlia, amparava irmos, sobrinhos, primos, tias e tios. Era tambm divertida, gostava de msica clssica, MPB e Bossa Nova. Apreciava um vinho, acompanhado de queijo gorgonzola e boas conversas. Era leitora compulsiva. Escrevia muito. Gostava de presentear. Era comum ela me ligar e dizer que tinha me enviado um presente, um livro, uma jia, uma roupa. E preocupava-se com a sade de todos, atravs de bilhetes carinhosos nos incentivando a atividades fsicas, alimentao saudvel e bom humor.

Era vaidosa (sem exagero), gostava de se vestir bem, estar sempre com os cabelos arrumados e um batom vermelho nos lbios. E por onde ava, falava com entusiasmo sobre seus amores: Octvio, seu marido, companheiro, parceiro, cmplice, e Aradin, seu nico filho. Tinha em casa Maria, que era uma filha para Mrcia, e Z, que ela conheceu certo dia numa feira, j adolescente, e o adotou de corao.

Um legado de coragem, de vida, de amor e de histria, a doutora Mrcia Albuquerque deixou para o Brasil.
*Eliane Aquino alagoana, jornalista, prima de Mrcia Albuquerque
cartas, telegramas, bilhetes e cartes postais



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