Projeto DHnet
Ponto de Cultura
Podcasts
Apresentao
Trajetria de Vida
Escritos & Reflexes
Atuao Jurdica
ABC Vtimas da Ditadura
Matrias na Mdia
Correspondncias
Processos
Arquivos Multimedia
Galeria Virtual
Acervo Mrcia
Direitos Humanos
Desejos Humanos
Educao EDH
Cibercidadania
Memria Histrica
Arte e Cultura
Central de Denncias
Rede Brasil
Redes Estaduais
Rede Estadual RN
Rede Lusfona
Rede Mercosul

5v6h1z

Uma Advogada contra a Ditadura Boletim A VERDADE Marcelo Santa Cruz 3h2h2l

A histria da represso poltica e da resistncia jurdica em Pernambuco, no perodo da ditadura militar de 1964, em larga medida, confunde-se com a trajetria da advogada Mrcia Albuquerque, em suas peregrinaes e intervenes junto s auditorias militares e s outras instncias do poder judicirio. Mrcia iniciou sua carreira de advogada defendendo presos polticos e demais perseguidos pela ditadura. Formada na turma de 1961, pela Faculdade de Direito do Recife, ela chocou-se com o sdico desfile do sexagenrio Gregrio Bezerra pelas ruas de Casa Forte, no dia do golpe militar, ensanguentado, vestido apenas num calo e com uma corda amarrada ao pescoo. Atuando inicialmente como estagiria no escritrio de Paulo Cavalcanti, Mrcia assumiu a causa de Gregrio e partiu da para uma carreira autnoma de advogada combatente, empenhada na defesa de presos polticos e perseguidos pela ditadura.

Uma legio de militantes de oposio em Pernambuco, das mais diversas coloraes polticas, contou com a defesa de Mrcia, que assumia as causas instintivamente, sem perguntar se os clientes possuam ou no recursos para remuner-la, ou mesmo, prover despesas com taxas e reproduo de documentos. A atuao de Mrcia, muitas vezes se confundia com o prprio abrigo de militantes na sua casa, a veiculao de denncias, as articulaes de viagens de fuga e as ajudas materiais. Por essa ousadia na defesa dos seus clientes, em diversas ocasies, ela ou da condio de defensora para perseguida, sofrendo ameaas, sequestros e prises.

ado o perodo ditatorial, Mrcia continuou sua trajetria em defesa dos direitos humanos, atuando junto Ouvidoria da Secretaria de Justia do Estado. Quando foi aprovada, na legislatura ada, a lei concedendo indenizao a ex-presos polticos pernambucanos, ela desdobrou-se na facilitao dos processos, com o mesmo entusiasmo com que antes se dedicava defesa dos perseguidos pela ditadura. Na Ouvidoria, Mrcia foi autora de um parecer arrojado e fundamentado na psicanlise, que sustentou juridicamente o pleno direito aos encontros conjugais para homossexuais masculinos e femininos reclusos nas prises de Pernambuco.

No dia 29 de janeiro ltimo, aos 68 anos de idade, a Dr. Mrcia interrompeu sua militncia jurdica, quando, vtima de um cncer, encontrou a morte numa mesa de cirurgia. As palavras de reconhecimento de Gregrio Bezerra, no primeiro volume das suas memrias, sua “jovem advogada”, alm da grande presena de ex-presos e perseguidos polticos no seu funeral, simbolizam o reconhecimento militncia solidria de Mrcia Albuquerque, uma advogada contra a ditadura. A ela, dedico os versos do companheiro Marcelo Mrio de Melo, que tambm foi seu cliente:

“Se no fizermos isso pela nossa causa quem o far?”

Desde 1995 dhnet-br.informativomineiro.com Copyleft - Telefones: 055-84-3221-5932 / 3211-5428 - Skype: direitoshumanos - [email protected]
Google
Not
Hist
Militantes Brasileiros de Direitos Humanos
MNDH
Projeto Brasil Nunca Mais
Direito a Mem
Comit
Rede Brasil de Direitos Humanos
Redes Estaduais de Direitos Humanos
Rede Estadual de Direitos Humanos Rio Grande do Norte
Sistemas Internacionais de Direitos Humanos
Rede Lus