Rio, 7 de maio de 1974.
6p1j4s Minha
querida Mrcia, abraos!
H muito para
te escrever, semente agora o fao, num momento de grande desespero e
aflio que estamos ando. Voc pode muito bem avaliar o nosso
sofrimento, aps 75 dias de buscas infrutferas e de resultados
negativos; humilhados, vilipendiados nos nossos direitos mais
elementares, que voc bem os conhece.
Os
fatos so por voc conhecidos, no necessrio exp-los. Minha
inteno que voc nos ajude, como sempre fez, com estima e abnegao,
e desinteressadamente. Sei que voc sabedora de que algum viu Fdo
h um ms atrs; que com esta pessoa ele foi acareado; que sabe do
local onde Fdo se encontra (naquele momento); que teria
precisado de mdico; que estava bastante quebrado, e outros fatos a
mais. Pois bem, todos estes fatos so de grande importncia para mim,
podendo mesmo, preservar a vida do meu querido cunhado.
Quero
pedir-lhe, Mrcia, por nossa amizade, pela grande estima e irao
que tenho pela sua figura, e por tudo que nos faz de bons amigos, que
converse com a portadora desta carta, que se manter sigilosa quanto
eu, que no tem interesse em prejudic-la; que narre os fatos; d
detalhes e nomes destas pessoas, como procur-las, eu to-somente eu
me apresentando, quer com estas pessoas ou seus familiares ou advogado,
que diga todos os fatos novos que voc sabedora, enfim, que nos
ajude, sem medir esforos, no que possa fazer. De mim particularmente,
e de todos os meus, s nos resta quem continuar com a sua estima e a
nossa abnegao. Sou por demais grato, pois sei muito bem que voc
incapaz de negar sua ajuda a quem tanto precisa, principalmente se
tratando de um seu grande amigo. Ficam os agradecimentos de Mrcio e
todos os sabedores deste trgico acontecimento por que amos.
Quisera conversar pessoalmente consigo, dar-lhe um abrao e bater um
bom papo, mas tudo isto fica para breve, a ou aqui em casa.
Aguardo
ansiosamente a sua resposta e me ponha ao seu inteiro dispor.
O
amigo, Eudes.
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