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DECLARAO
MUNDIAL SOBRE EDUCAO PARA TODOS
PLANO DE AO PARA SATISFAZER AS
NECESSIDADES BSICAS DE APRENDIZAGEM
Aprovada
pela Conferncia Mundial sobre Educao para Todos Satisfao das
Necessidades
Bsicas de Aprendizagem
Jomtien, Tailndia - 5 a
9 de maro de 1990.
Satisfao das
Necessidades Bsicas de Aprendizagem
PREMBULO
H mais de
quarenta anos, as naes do mundo afirmaram na Declarao Universal
dos Direitos Humanos que "toda pessoa tem direito
educao". No entanto, apesar dos esforos realizados por
pases do mundo inteiro para assegurar o direito educao para
todos, persistem as seguintes realidades:
- mais de 100 milhes
de crianas, das quais pelo menos 60 milhes so meninas, no
tm o ao ensino primrio;
- mais de 960 milhes
de adultos - dois teros dos quais mulheres so analfabetos, e o
analfabetismo funcional um problema significativo em todos os
pases industrializados ou em desenvolvimento; - mais de um tero
dos adultos do mundo no tm o ao conhecimento impresso, s
novas habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade
de vida e ajud-los a perceber e a adaptar-se s mudanas sociais
e culturais; e
- mais de 100 milhes
de crianas e incontveis adultos no conseguem concluir o ciclo
bsico, e outros milhes, apesar de conclu-lo, no conseguem
adquirir conhecimentos e habilidades essenciais.
Ao mesmo
tempo, o mundo tem que enfrentar um quadro sombrio de problemas, entre
os quais: o aumento da dvida de muitos pases, a ameaa de
estagnao e decadncia econmicas, o rpido aumento da
populao, as diferenas econmicas crescentes entre as naes e
dentro delas, a guerra, a ocupao, as lutas civis, a violncia; a
morte de milhes de crianas que poderia ser evitada e a degradao
generalizada do meio-ambiente. Esses problemas atropelam os esforos
envidados no sentido de satisfazer as necessidades bsicas de
aprendizagem, enquanto a falta de educao bsica para significativas
parcelas da populao impede que a sociedade enfrente esses problemas
com vigor e determinao.
Durante a
dcada de 80, esses problemas dificultaram os avanos da educao
bsica em muitos pases menos desenvolvidos. Em outros, o crescimento
econmico permitiu financiar a expanso da educao mas, mesmo
assim, milhes de seres humanos continuam na pobreza, privados de
escolaridade ou analfabetos. E em alguns pases industrializados,
cortes nos gastos pblicos ao longo dos anos 80 contriburam para a
deteriorao da educao.
No
obstante, o mundo est s vsperas de um novo sculo carregado de
esperanas e de possibilidades. Hoje, testemunhamos um autntico
progresso rumo dissenso pacfica e de uma maior cooperao entre
as naes. Hoje, os direitos essenciais e as potencialidades das
mulheres so levados em conta. Hoje, vemos emergir, a todo momento,
muitas e valiosas realizaes cientficas e culturais. Hoje, o volume
das informaes disponvel no mundo - grande parte importante para a
sobrevivncia e bem-estar das pessoas - extremamente mais amplo do
que h alguns anos, e continua crescendo num ritmo acelerado. Estes
conhecimentos incluem informaes sobre como melhorar a qualidade de
vida ou como aprender a aprender. Um efeito multiplicador ocorre quando
informaes importantes esto vinculadas com outro grande avano:
nossa nova capacidade em comunicar.
Essas novas
foras, combinadas com a experincia acumulada de reformas,
inovaes, pesquisas, e com o notvel progresso em educao
registrado em muitos pases, fazem com que a meta de educao bsica
para todos - pela primeira vez na histria - seja uma meta vivel.
Em
conseqncia, ns, os participantes da Conferncia Mundial sobre
Educao para Todos, reunidos em Jomtien, Tailndia, de 5 a 9 de
maro de 1990:
Relembrando
que a educao um direito fundamental de todos, mulheres e homens,
de todas as idades, no mundo inteiro;
Entendendo
que a educao pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro,
mais sadio, mais prspero e ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo
tempo, favorea o progresso social, econmico e cultural, a
tolerncia e a cooperao internacional;
Sabendo que
a educao, embora no seja condio suficiente, de importncia
fundamental para o progresso pessoal e social;
Reconhecendo
que o conhecimento tradicional e o patrimnio cultural tm utilidade e
valor prprios, assim como a capacidade de definir e promover o
desenvolvimento;
itindo
que, em termos gerais, a educao que hoje ministrada apresenta
graves deficincias, que se faz necessrio torn-la mais relevante e
melhorar sua qualidade, e que ela deve estar universalmente disponvel;
Reconhecendo
que uma educao bsica adequada fundamental para fortalecer os
nveis superiores de educao e de ensino, a formao cientfica e
tecnolgica e, por conseguinte, para alcanar um desenvolvimento
autnomo; e
Reconhecendo
a necessidade de proporcionar s geraes presentes e futuras uma
viso abrangente de educao bsica e um renovado compromisso a
favor dela, para enfrentar a amplitude e a complexidade do desafio,
proclamamos a seguinte:
Declarao
Mundial sobre Educao para Todos:
Satisfao
das Necessidades Bsicas de Aprendizagem
EDUCAAO
PARA TODOS: OBJETIVOS
ARTIGO 1
SATISFAZER
AS NECESSIDADES BSICAS DE APRENDIZAGEM
1. Cada
pessoa - criana, jovem ou adulto - deve estar em condies de
aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas
necessidades bsicas de aprendizagem. Essas necessidades compreendem
tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a
escrita, a expresso oral, o clculo, a soluo de problemas),
quanto os contedos bsicos da aprendizagem (como conhecimentos,
habilidades, valores e atitudes), necessrios para que os seres humanos
possam sobreviver, desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e
trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento,
melhorar a qualidade de vida, tomar decises fundamentadas e continuar
aprendendo. A amplitude das necessidades bsicas de aprendizagem e a
maneira de satisfaz-las variam segundo cada pas e cada cultura, e,
inevitavelmente, mudam com o decorrer do tempo.
2. A
satisfao dessas necessidades confere aos membros de uma sociedade a
possibilidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de respeitar e
desenvolver sua herana cultural, lingstica e espiritual, de
promover a educao de outros, de defender a causa da justia social,
de proteger o meio-ambiente e de ser tolerante com os sistemas sociais,
polticos e religiosos que difiram dos seus, assegurando respeito aos
valores humanistas e aos direitos humanos comumente aceitos, bem como de
trabalhar pela paz e pela solidariedade internacionais em um mundo
interdependente.
3. Outro
objetivo, no menos fundamental, do desenvolvimento da educao, o
enriquecimento dos valores culturais e morais comuns. nesses valores
que os indivduos e a sociedade encontram sua identidade e sua
dignidade.
4. A
educao bsica mais do que uma finalidade em si mesma. Ela a
base para a aprendizagem e o desenvolvimento humano permanentes, sobre a
qual os pases podem construir, sistematicamente, nveis e tipos mais
adiantados de educao e capacitao.
EDUCAAO
PARA TODOS: UMA VISO ABRANGENTE E UM COMPROMISSO RENOVADO
ARTIGO 2
EXPANDIR O
ENFOQUE
1. Lutar
pela satisfao das necessidades bsicas de aprendizagem para todos
exige mais do que a ratificao do compromisso pela educao
bsica. necessrio um enfoque abrangente, capaz de ir alm dos
nveis atuais de recursos, das estruturas institucionais, dos
currculos e dos sistemas convencionais de ensino, para construir sobre
a base do que h de melhor nas prticas correntes. Existem hoje novas
possibilidades que resultam da convergncia do crescimento da
informao e de uma capacidade de comunicao sem precedentes.
Devemos trabalhar estas possibilidades com criatividade e com a
determinao de aumentar a sua eficcia.
2. Este
enfoque abrangente, tal como exposto nos Artigos 3 a 7 desta
Declarao, compreende o seguinte: - universalizar o o
educao e promover a eqidade;
- concentrar a ateno
na aprendizagem,
- ampliar os meios e o
raio de ao da educao bsica; - propiciar um ambiente
adequado aprendizagem;
- fortalecer alianas.
3. A
concretizao do enorme potencial para o progresso humano depende do
o das pessoas educao e da articulao entre o crescente
conjunto de conhecimentos relevantes com os novos meios de difuso
desses conhecimentos.
ARTIGO 3
UNIVERZALIZAR
O O EDUCAO E PROMOVER A EQIDADE
1. A
educao bsica deve ser proporcionada a todas as crianas, jovens e
adultos. Para tanto, necessrio universaliz-la e melhorar sua
qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir as
desigualdades.
2. Para que
a educao bsica se torne eqitativa, mister oferecer a todas as
crianas, jovens e adultos, a oportunidade de alcanar e manter um
padro mnimo de qualidade da aprendizagem.
3. A
prioridade mais urgente melhorar a qualidade e garantir o o
educao para meninas e mulheres, e superar todos os obstculos que
impedem sua participao ativa no processo educativo. Os preconceitos
e esteretipos de qualquer natureza devem ser eliminados da educao.
4. Um
compromisso efetivo para superar as disparidades educacionais deve ser
assumido. Os grupos excludos - os pobres; os meninos e meninas de rua
ou trabalhadores; as populaes das periferias urbanas e zonas rurais;
os nmades e os trabalhadores migrantes; os povos indgenas; as
minorias tnicas, raciais e lingsticas; os refugiados; os
deslocados pela guerra; e os povos submetidos a um regime de ocupao
- no devem sofrer qualquer tipo de discriminao no o s
oportunidades educacionais.
5. As
necessidades bsicas de aprendizagem das pessoas portadoras de
deficincias requerem ateno especial. preciso tomar medidas que
garantam a igualdade de o educao aos portadores de todo e
qualquer tipo de deficincia, como parte integrante do sistema
educativo.
ARTIGO 4
CONCENTRAR A
ATENO NA APRENDIZAGEM
1. A
traduo das oportunidades ampliadas de educao em desenvolvimento
efetivo - para o indivduo ou para a sociedade - depender, em ltima
instncia, de, em razo dessas mesmas oportunidades, as pessoas
aprenderem de fato, ou seja, apreenderem conhecimentos teis,
habilidades de raciocnio, aptides e valores. Em conseqncia, a
educao bsica deve estar centrada na aquisio e nos resultados
efetivos da aprendizagem, e no mais exclusivamente na matrcula,
freqncia aos programas estabelecidos e preenchimento dos requisitos
para a obteno do diploma. Abordagens ativas e participativas so
particularmente valiosas no que diz respeito a garantir a aprendizagem e
possibilitar aos educandos esgotar plenamente suas potencialidades. Da
a necessidade de definir, nos programas educacionais, os nveis
desejveis de aquisio de conhecimentos e implementar sistemas de
avaliao de desempenho.
ARTIGO 5
AMPLIAR OS
MEIOS E O RAIO DE AO DA EDUCAO BSICA
A
diversidade, a complexidade e o carter mutvel das necessidades
bsicas de aprendizagem das crianas, jovens e adultos, exigem que se
amplie e se redefina continuamente o alcance da educao bsica, para
que nela se incluam os seguintes elementos:
- A
aprendizagem comea com o nascimento. Isto implica cuidados bsicos e
educao inicial na infncia, proporcionados seja atravs de
estratgias que envolvam as famlias e comunidades ou programas
institucionais, como for mais apropriado.
- O principal sistema de
promoo da educao bsica fora da esfera familiar escola
fundamental. A educao fundamental deve ser universal, garantir a
satisfao das necessidades bsicas de aprendizagem de todas as
crianas, e levar em considerao a cultura, as necessidades e as
possibilidades da comunidade. Programas complementares alternativos
podem ajudar a satisfazer as necessidades de aprendizagem das
crianas cujo o escolaridade formal limitado ou
inexistente, desde que observem os mesmos padres de aprendizagem
adotado; na escola e disponham de apoio adequado.
- As necessidades
bsicas de aprendizagem de jovens e adultos so diversas, e devem
ser atendidas mediante uma variedade de sistemas. Os programas de
alfabetizao so indispensveis, dado que saber ler e escrever
constitui-se uma capacidade necessria em si mesma, sendo ainda o
fundamento de outras habilidades vitais. A alfabetizao na
lngua materna fortalece a identidade e a herana cultural. Outras
necessidades podem ser satisfeitas mediante a capacitao
tcnica, a aprendizagem de ofcios e os programas de educao
formal e no formal em matrias como sade, nutrio,
populao, tcnicas agrcolas, meio-ambiente, cincia,
tecnologia, vida familiar - incluindo-se a a questo da
natalidade - e outros problemas sociais.
- Todos os instrumentos
disponveis e os canais de informao, comunicao e ao
social podem contribuir na transmisso de conhecimentos essenciais,
bem como na informao e educao dos indivduos quanto a
questes sociais. Alm dos instrumentos tradicionais, as
bibliotecas, a televiso, o rdio e outros meios de comunicao
de massa podem ser mobilizados em todo o seu potencial. a fim de
satisfazer as necessidades de educao bsica para todos.
Estes
componentes devem constituir um sistema integrado - complementar,
interativo e de padres comparveis - e deve contribuir para criar e
desenvolver possibilidades de aprendizagem por toda a vida.
ARTIGO 6
PROPICIAR UM
AMBIENTE ADEQUADO APRENDIZAGEM
A
aprendizagem no ocorre em situao de isolamento. Portanto, as
sociedades devem garantir a todos os educandos assistncia em
nutrio, cuidados mdicos e o apoio fsico e emocional essencial
para que participem ativamente de sua prpria educao e dela se
beneficiem. Os conhecimentos e as habilidades necessrios
ampliao das condies de aprendizagem das crianas devem estar
integrados aos programas de educao comunitria para adultos. A
educao das crianas e a de seus pais ou responsveis respaldam-se
mutuamente, e esta interao deve ser usada para criar, em benefcio
de todos, um ambiente de aprendizagem onde haja calor humano e
vibrao.
ARTIGO 7
FORTALECER
AS ALIANAS
As
autoridades responsveis pela educao aos nveis nacional, estadual
e municipal tm a obrigao prioritria de proporcionar educao
bsica para todos. No se pode, todavia, esperar que elas supram a
totalidade dos requisitos humanos, financeiros e organizacionais
necessrios a esta tarefa. Novas e crescentes articulaes e
alianas sero necessrias em todos os nveis: entre todos os
subsetores e formas de educao, reconhecendo o papel especial dos
professores, dos es e do pessoal que trabalha em
educao; entre os rgos educacionais e demais rgos de governo,
incluindo os de planejamento, finanas, trabalho, comunicaes, e
outros setores sociais; entre as organizaes governamentais e
no-governamentais, com o setor privado, com as comunidades locais, com
os grupos religiosos, com as famlias. particularmente importante
reconhecer o papel vital dos educadores e das famlias. Neste contexto,
as condies de trabalho e a situao social do pessoal docente,
elementos decisivos no sentido de se implementar a educao para
todos, devem ser urgentemente melhoradas em todos os pases
signatrios da Recomendao Relativa Situao do Pessoal Docente
OIT/UNESCO (1966). Alianas efetivas contribuem significativamente para
o planejamento, implementao, istrao e avaliao dos
programas de educao bsica. Quando nos referimos a "um enfoque
abrangente e a um compromisso renovado", inclumos as alianas
como parte fundamental.
EDUCAO
PARA TODOS: OS REQUISITOS
ARTIGO 8
DESENVOLVER
UMA POLTlCA CONTEXTUALIZADA DE APOIO
1.
Polticas de apoio nos setores social, cultural e econmico so
necessrias concretizao da plena proviso e utilizao da
educao bsica para a promoo individual e social. A educao
bsica para todos depende de um compromisso poltico e de uma vontade
poltica, respaldados por medidas fiscais adequadas e ratificados por
reformas na poltica educacional e pelo fortalecimento institucional.
Uma poltica adequada em matria de economia, comrcio, trabalho,
emprego e sade incentiva o educando e contribui para o desenvolvimento
da sociedade.
2. A
sociedade deve garantir tambm um slido ambiente intelectual e
cientfico educao bsica, o que implica a melhoria do ensino
superior e o desenvolvimento da pesquisa cientfica. Deve ser possvel
estabelecer, em cada nvel da educao, um contato estreito com o
conhecimento tecnolgico e cientfico contemporneo.
ARTIGO 9
MOBILIZAR OS
RECURSOS
1. Para que
as necessidades bsicas de aprendizagem para todos sejam satisfeitas
mediante aes de alcance muito mais amplo, ser essencial mobilizar
atuais e novos recursos financeiros e humanos, pblicos, privados ou
voluntrios. Todos os membros da sociedade tm uma contribuio a
dar, lembrando sempre que o tempo, a energia e os recursos dirigidos
educao bsica constituem, certamente, o investimento mais
importante que se pode fazer no povo e no futuro de um pas.
2. Um apoio
mais amplo por parte do setor pblico significa atrair recursos de
todos os rgos governamentais responsveis pelo desenvolvimento
humano, mediante o aumento em valores absolutos e relativos, das
dotaes oramentrias aos servios de educao bsica.
Significa, tambm, reconhecer a existncia de demandas concorrentes
que pesam sobre os recursos nacionais, e que, embora a educao seja
um setor importante, no o nico. Cuidar para que haja uma melhor
utilizao dos recursos e programas disponveis para a educao
resultar em um maior rendimento, e poder ainda atrair novos
recursos. A urgente tarefa de satisfazer as necessidades bsicas de
aprendizagem poder vir a exigir uma realocao dos recursos entre
setores, como por exemplo, urna transferncia de fundos dos gastos
militares para a educao. Acima de tudo, necessrio uma
proteo especial para a educao bsica nos pases em processo de
ajustes estruturais e que carregam o pesado fardo da dvida externa.
Agora, mais do que nunca, a educao deve ser considerada uma
dimenso fundamental de todo projeto social, cultural e econmico.
ARTIGO 10
FORTALECER
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL
1.
Satisfazer as necessidades bsicas de aprendizagem constitui-se uma
responsabilidade comum e universal a todos os povos, e implica
solidariedade internacional e relaes econmicas honestas e
eqitativas, a rim de corrigir as atuais disparidades econmicas.
Todas as naes tm valiosos conhecimentos e experincias a
compartilhar, com vistas elaborao de polticas e programas
educacionais eficazes.
2. Ser
necessrio um aumento substancial, a longo prazo, dos recursos
destinados educao bsica. A comunidade mundial, incluindo os
organismos e instituies intergovernamentais, tm a responsabilidade
urgente de atenuar as limitaes que impedem algumas naes de
alcanar a meta da educao para todos. Este esforo implicar,
necessariamente, a adoo de medidas que aumentem os oramentos
nacionais dos pases mais pobres, ou ajudem a aliviar o fardo das
pesadas dvidas que os afligem. Credores e devedores devem procurar
frmulas inovadoras e eqitativas para reduzir este fardo, uma vez que
a capacidade de muitos pases em desenvolvimento de responder
efetivamente educao e a outras necessidades bsicas ser
extremamente ampliada ao se resolver o problema da dvida.
3. As
necessidades bsicas de aprendizagem dos adultos e das crianas devem
ser atendidas onde quer que existam. Os pases menos desenvolvidos e
com baixa renda apresentam necessidades especiais que exigiro
ateno prioritria no quadro da cooperao internacional
educao bsica, nos anos 90.
4. Todas as
naes devem agir conjuntamente para resolver conflitos e disputas,
pr fim s ocupaes militares e assentar populaes deslocadas ou
facilitar seu retorno a seus pases de origem, bem como garantir o
atendimento de suas necessidades bsicas de aprendizagem. S um
ambiente estvel e pacfico pode criar condies para que todos os
seres humanas, crianas e adultos, venham a beneficiar-se das propostas
desta declarao.
Ns, os
participantes da Conferncia Mundial sobre Educao para Todos,
reafirmamos o direito de todos educao. Este o fundamento de
nossa determinao individual e coletiva - assegurar educao para
todos.
Comprometemo-nos
em cooperar, no mbito da nossa esfera de responsabilidades, tomando
todas as medidas necessrias consecuo dos objetivos de
educao para todos. Juntos apelamos aos governos, s organizaes
interessadas e aos indivduos, para que se somem a este urgente
empreendimento.
As
necessidades bsicas de aprendizagem para todos podem e devem ser
satisfeitas. No h modo mais significativo do que este para iniciar o
Ano Internacional da Alfabetizao e avanar rumo s metas da
Dcada das Naes Unidas para os Portadores de Deficincias
(l983-1992), Dcada Internacional para o Desenvolvimento Cultural
(1988-1997), Quarta Dcada das Naes Unidas para o Desenvolvimento
(1991-2000), Conveno sobre a Eliminao de Todas as Formas de
Discriminao contra a Mulher e Estratgias para o Desenvolvimento da
Mulher, e da Conveno sobre os Direitos da Criana. Nunca antes uma
poca foi to propcia realizao do nosso compromisso em
proporcionar oportunidades bsicas de aprendizagem a todos os povos do
mundo.
Adotamos,
portanto, esta Declarao Mundial sobre Educao para Todos:
Satisfao das Necessidades Bsicas de Aprendizagem, e aprovamos o
Plano de Ao para Satisfazer as Necessidades Bsicas de
Aprendizagem, com a finalidade de atingir os objetivos estabelecidos
nesta Declarao.
INTRODUO
1. Este
Plano de Ao para Satisfazer as Necessidades Bsicas de Aprendizagem
deriva da Declarao Mundial sobre Educao para Todos, adotada pela
Conferncia Mundial sobre Educao para Todos, da qual participaram
representantes de governos, organismos internacionais e bilaterais de
desenvolvimento, e organizaes no-governamentais. Fundamentado no
conhecimento coletivo e no compromisso dos participantes, o Plano de
Ao foi concebido como uma referncia e um guia para governos,
organismos internacionais, instituies de cooperao bilateral,
organizaes no-governamentais (ONGs), e todos aqueles comprometidos
com a meta da educao para todos. Este plano compreende trs grandes
nveis de ao conjunta:
(i) ao direta em cada pas;
(ii) cooperao entre grupos de pases que compartilhem certas
caractersticas e interesses; e
(iii) cooperao multilateral e bilateral na comunidade mundial.
2. Pases,
individualmente ou em grupos, assim como organizaes internacionais,
continentais, e nacionais, podero recorrer ao Plano de Ao para
elaborar os seus prprios planos de ao e programas, em conformidade
com os seus objetivos especficos, sua determinao e o interesse de
seus representados. Assim tem funcionado, por dez anos, o Projeto
Principal da UNESCO sobre Educao para a Amrica Latina e o Caribe.
Outros exemplos deste tipo de iniciativa so o Plano de Ao da
UNESCO para a Erradicao do Analfabetismo no Ano 2000, adotado pela
Conferncia Geral da UNESCO em sua vigsima-quinta reunio (l989); o
Programa Especial da ISESCO (l990-2000); a reviso em curso, pelo Banco
Mundial, de sua poltica para a educao fundamental; e o Programa da
USAID para o Fomento da Educao Bsica e Alfabetizao. Na medida
em que esses planos de ao, polticas e programas sejam coerentes
com este Plano, os esforos internacionais para satisfao das
necessidades bsicas de aprendizagem convergiro, facilitando a
cooperao.
3. Ainda que
os pases tenham muitos interesses comuns, no que tange satisfao
das necessidades bsicas de aprendizagem de suas populaes,
evidente que o carter e a intensidade dessas preocupaes variam de
acordo com a real situao da educao bsica e do contexto
cultural e scio-econrnico de cada pas. Caso se mantenham os
ndices atuais de matrcula, por volta do ano 2000 mais de 160
milhes de crianas no mundo inteiro no tero o ao ensino
fundamental, pura e simplesmente em funo do crescimento
populacional. Em grande parte da frica ao Sul do Saara e em muitos
outros pases de baixa renda, proporcionar educao fundamental a um
sempre crescente contingente de crianas permanece um desafio a longo
prazo. Apesar dos progressos na alfabetizao de adultos, a maioria
desses pases ainda apresenta elevados ndices de analfabetismo, o
nmero de analfabetos funcionais adultos crescente, e constitui-se,
de fato, um grave problema social na maior parte da sia e dos Estados
rabes, assim como na Europa e na Amrica do Norte. Muitas pessoas se
vem privadas da igualdade de o educao por razes de
raa, sexo, lngua, deficincia, origem tnica ou convices
polticas. Alm disso, elevadas percentagens de evaso escolar e
resultados de aprendizagem medocres so problemas detectados
igualmente em todo o mundo. Estas consideraes bem gerais ilustram a
necessidade de uma ao decisiva em grande escala, com objetivos e
metas claramente definidos.
OBJETIVOS E
METAS
4. O
objetivo ltimo da Declarao Mundial sobre Educao para Todos
satisfazer as necessidades bsicas da aprendizagem de todas as
crianas, jovens e adultos. O esforo de longo prazo para a
consecuo deste objetivo pode ser sustentado de forma mais eficaz,
uma vez estabelecidos objetivos intermedirios e medidos os progressos
realizados. Autoridades competentes, aos nveis nacional e estadual,
podem tomar a seu cargo o estabelecimento desses objetivos
intermedirios, levando em considerao tanto os objetivos da
Declarao quanto as metas e prioridades gerais do desenvolvimento
nacional.
5. Objetivos
intermedirios podem ser formulados como metas especficas dentro dos
planos nacionais e estaduais de desenvolvimento da educao. De modo
geral, essas metas:
(i) indicam, em relao aos critrios de avaliao, ganhos e
resultados esperados em um determinado lapso de tempo;
(ii) definem as categorias prioritrias (por exemplo, os pobres, os
portadores de deficincias); e
(iii) so formuladas de modo a permitir comprovao e medida dos
avanos registrados. Essas metas representam um "piso" - no
um "teto" - para o desenvolvimento contnuo dos servios e
dos programas de educao.
6. Objetivos
de curto prazo suscitam um sentimento de urgncia e servem como
parmetro de referncia para a comparao de ndices de execuo
e realizao. medida que as condies da sociedade mudam, os
planos e objetivos podem ser revistos e atualizados. Onde os esforos
pela educao bsica tenham que focalizar a satisfao das
necessidades especficas de determinados grupos sociais ou camadas da
populao, o estabelecimento de metas direcionadas a esses grupos
prioritrios de educandos pode ajudar planejadores, profissionais e
avaliadores a no se desviarem do seu objetivo. Metas observveis e
mensurveis contribuem para a avaliao objetiva dos progressos.
7. As metas
no precisam ser fundamentadas exclusivamente em tendncias e recursos
atuais. Objetivos preliminares podem refletir uma apreciao realista
das possibilidades oferecidas pela Declarao, no que concerne
mobilizao das capacidades humanas, organizativas e financeiras
adicionais, em torno de um compromisso de cooperao para o
desenvolvimento humano. Pases que apresentem baixos ndices de
alfabetizao e escolarizao, alm de recursos nacionais muito
limitados, sero confrontados com escolhas difceis ao longo do
processo de estabelecimento de metas nacionais a prazos realistas.
8. Cada
pas poder estabelecer suas prprias metas para a dcada de 1990,
em consonncia s dimenses propostas a seguir:
1. Expanso
dos cuidados bsicos e atividades de desenvolvimento infantil,
includas a as intervenes da famflia e da comunidade,
direcionadas especialmente s crianas pobres, desassistidas e
portadoras de deficincias;
2. o
universal e concluso da educao fundamental (ou qualquer nvel
mais elevado de educao considerado "bsico") at o ano
2000;
3. Melhoria
dos resultados de aprendizagem, de modo que a percentagem convencionada
de uma amostra de idade determinada (por exemplo, 80% da faixa etria
de 14 anos), alcance ou ultrae o padro desejvel de aquisio
de conhecimentos previamente definido;
4. Reduo
da taxa de analfabetismo adulto metade, digamos, do nvel registrado
em 1990, j no ano 2000 (a faixa etria adequada deve ser determinada
em cada pas). nfase especial deve ser conferida alfabetizao
da mulher, de modo a reduzir significativamente a desigualdade existente
entre os ndices de alfabetizao dos homens e mulheres;
5.
Ampliao dos servios de educao bsica e capacitao em
outras habilidades essenciais necessrias aos jovens e adultos,
avaliando a eficcia dos programas em funo de mudanas de
comportamento e impactos na sade, emprego e produtividade;
6. Aumento
da aquisio, por parte dos indivduos e famlias, dos
conhecimentos, habilidades e valores necessrios a uma vida melhor e um
desenvolvimento racional e constante, atravs de todos os canais da
educao - inclusive dos meios de comunicao de massa, outras
formas de comunicao tradicionais e modernas, e ao social -,
sendo a eficcia destas intervenes avaliadas em funo das
mudanas de comportamento observadas.
9. Sempre
que possvel, deve-se estabelecer nveis de desempenho para os
aspectos anteriormente indicados. Tais nveis devem ser coerentes com a
ateno prioritria dada pela educao bsica universalizao
do o e aquisio da aprendizagem, consideradas aspiraes
conjuntas e inseparveis. Em todos os casos, as metas de desempenho
devem incluir a igualdade entre os sexos. No entanto, a determinao
dos nveis de desempenho e da proporo de participantes que devero
-atingir esses nveis em programas especficos de educao bsica,
deve ser deixada a cargo de cada pas.
PRINCPlOS
DE AO
10. O
primeiro o consiste em identificar, de preferncia mediante um
processo de participao ativa, envolvendo grupos e a comunidade, os
sistemas tradicionais de aprendizagem que existem na sociedade e a
demanda real por servios de educao bsica, seja em termos de
escolaridade formal, seja em programas de educao no-formal.
Consiste em abordar, por todos os meios, as necessidades de aprendizagem
bsica: cuidados bsicos e oportunidades de desenvolvimento e
educao infantis; ensino fundamental relevante, de qualidade, ou uma
educao extra-escolar equivalente para as crianas; e
alfabetizao, conhecimentos bsicos e capacitao de jovens e
adultos em habilidades para a vida cotidiana. Significa tambm
capitalizar o uso dos meios tradicionais e modernos de informao e de
tecnologias para educar o pblico em questes de interesse social e
apoiar as atividades de educao bsica. Esses elementos
complementares da educao bsica devem ser concebidos de maneira a
garantir o o eqitativo, a participao contnua e a
aquisio efetiva da aprendizagem. A satisfao das necessidades
bsicas de aprendizagem tambm envolve aes de adequao dos
ambientes familiar e comunitrio aprendizagem, e a correlao da
educao bsica a um contexto scio-econmico mais amplo.
preciso ainda reconhecer o carter de complementaridade e os efeitos
multiplicadores dos investimentos de recursos humanos em matria de
populao, sade e nutrio.
11. Por
serem as necessidades bsicas de aprendizagem complexas e diversas, sua
satisfao requer aes e estratgias multissetoriais que sejam
parte integrante dos esforos de desenvolvimento global. Se, mais uma
vez, a educao bsica for considerada corno responsabilidade de toda
a sociedade, muitos parceiros devero unir-se s autoridades
educacionais, aos educadores e a outros trabalhadores da rea
educacional, para o seu desenvolvimento. Isso implica que uma ampla gama
de colaboradores - famlias, professores, comunidades, empresas
privadas (inclusive as da rea de informao e comunicao),
organizaes governamentais e no-governamentais, instituies,
etc. - participe ativamente na planificao, gesto e avaliao das
inmeras formas assumidas pela educao bsica.
12. As
prticas correntes e os dispositivos institucionais de provimento de
educao bsica e os mecanismos de cooperao nesta esfera devem
ser cuidadosamente avaliados, antes da criao de novos mecanismos ou
instituies. Construir sobre os esquemas de aprendizagem existentes,
reabilitando as escolas deterioradas, aperfeioando a capacidade e as
condies de trabalho do pessoal docente e dos agentes de
alfabetizao, parece ser mais rentvel e produzir resultados mais
imediatos que os projetos iniciados a partir de zero.
13. A
realizao de aes conjuntas com organizaes
no-governarnentais, em todos os nveis, oferece grandes
possibilidades. Essas entidades autnomas, ao mesmo tempo que defendem
pontos de vista pblicos, independentes e crticos, podem desempenhar
funes de acompanhamento, pesquisa, formao e produo de
material, em proveito dos processos da educao no-formal e da
educao permanente.
14. O
propsito primeiro da cooperao bilateral e multilateral deve nascer
do verdadeiro esprito de parceria: no se trata de transplantar
modelos rotineiros, mas de fomentar o desenvolvimento da capacidade
endgena das autoridades de cada pas e de seus colaboradores
nacionais, para a satisfao eficaz das necessidades bsicas de
aprendizagem. As aes e os recursos devem ser empregados para
fortalecer as caractersticas essenciais dos servios de educao
bsica, concentrando-se na capacidade de gesto e de anlise, que
podem estimular novos avanos. A cooperao e o financiamento
internacionais podem ser particularmente valiosos no apoio a reformas
importantes ou ajustes setoriais, e no fomento e teste de abordagens
inovadoras no ensino e na istrao, quando seja necessria a
experimentao de novas opes e/ou quando envolvam investimentos
maiores que o previsto e, finalmente, quando o conhecimento de
experincias relevantes produzidas alhures for de alguma utilidade.
15.
Cooperao internacional deve ser oferecida, prioritariamente, aos
pases atualmente menos capazes de satisfazer as necessidades bsicas
de aprendizagem de suas populaes. Deve intentar, tambm, ajudar
pases a corrigir suas desigualdades internas quanto s oportunidades
de educao. Tendo em vista que dois teros dos adultos analfabetos e
das crianas que no vo escola so mulheres, ser necessrio
priorizar a melhoria do o de meninas e mulheres educao e a
supresso de quantos obstculos impeam a sua participao ativa,
onde quer que existam essas injustias.
1. AO
PRIORITRIA A NVEL NACIONAL
16. O
progresso na satisfao das necessidades bsicas de aprendizagem para
todos depender, em ltima instncia, das aes adotadas em cada
pas, individualmente. Ainda que cooperao e ajuda financeira
continentais e intercontinentais possam apoiar e facilitar essas
aes, as autoridades pblicas, as comunidades e as diversas
contrapartes nacionais so os agentes-chave de todo progresso. Os
governos nacionais so os principais responsveis pela coordenao
do uso dos recursos internos e externos. Dada a diversidade de
situaes, capacidades, planos e metas de desenvolvimento dos pases,
este Plano de Ao pode apenas sugerir certas reas como merecedoras
de ateno prioritria. Cada pas determinar soberanamente quais
aes concretas e especficas, alm daquelas j em curso, fazem-se
necessrias em cada uma das seguintes reas.
1.1 AVALIAR
NECESSIDADES E PLANEJAR AES
17. Para
alcanar o conjunto de suas metas, cada pas ser encorajado a
elaborar ou atualizar planos de ao mais amplos e a longo prazo, aos
nveis local e nacional, para a satisfao das necessidades de
aprendizagem consideradas bsicas. No contexto dos planos e
estratgias gerais de desenvolvimento ou especficos para a
educao, j existentes, um plano de ao de educao bsica
para todos ser necessariamente multissetorial, de forma a orientar as
atividades dos setores envolvidos (por exemplo, educao,
informao, meios de comunicao, trabalho, agricultura, sade).
Modelos de planejamento estratgico variam por definio. No entanto,
a maioria deles envolve ajustes constantes entre os objetivos, recursos,
aes e limitaes. A nvel nacional, os objetivos so comumente
expressos em termos gerais, ocorrendo o mesmo com respeito aos recursos
do governo central, enquanto que as aes so executadas a nvel
local. Assim, planos locais divergiro naturalmente, quando num mesmo
contexto, no apenas quanto ao seu alcance, mas tambm quanto ao
contedo. Planos de ao nacional, estadual e local devem prever
variaes de condies e circunstncias. Podem, portanto,
especificar:
- os estudos para a
avaliao dos sistemas existentes (anlises dos problemas, falhas
e xitos);
- as necessidades
bsicas de aprendizagem a serem satisfeitas, incluindo tambm
capacidades cognitivas, valores e atitudes, tanto quanto
conhecimentos sobre matrias determinadas;
- as lnguas a serem
utilizadas na educao;
- os meios para
estimular a demanda e a participao em grande escala na
educao bsica;
- as formas de
mobilizao da famlia e obteno do apoio da comunidade local;
- as metas e objetivos
especficos;
- o capital necessrio
e os recursos ordinrios, devidamente avaliados, assim como as
possveis medidas para garantir seu efetivo retorno;
- os indicadores e
procedimentos a serem usados para medir os progressos obtidos na
consecuo das metas;
- as prioridades no uso
dos recursos e no desenvolvimento dos servios e dos programas ao
longo do tempo;
- os grupos
prioritrios que requerem medidas especiais;
- os tipos de
competncia requeridos para implementar o plano;
- os dispositivos
institucionais e istrativos necessrios;
- os meios para
assegurar o intercmbio de informao entre programas de
educao formal e outros programas de educao bsica; e
- a estratgia de
implementao e o cronograma.
1.2
DESENVOLVER UM CONTEXTO POLTICO FAVORVEL
18. Um plano
de ao multissetorial implica ajustes das polticas setoriais de
forma a favorecer a interao mutuamente proveitosa entre os setores,
em consonncia aos objetivos de desenvolvimento global do pas. As
aes orientadas para a satisfao das necessidades bsicas de
educao devem ser parte integrante das estratgias de
desenvolvimento nacional e regional, e estas, por sua vez, devem
refletir a prioridade conferida ao desenvolvimento humano. Podem ser
necessrias medidas legislativas ou de outro tipo para promover e
facilitar a cooperao entre os diversos parceiros envolvidos.
Promover o compromisso com a educao bsica, bem como informar o
pblico sobre o tema, so os importantes no sentido de criar um
contexto poltico favorvel, aos nveis nacional, regional e local.
19. Quatro
os concretos merecem ateno:
(i) o incio de atividades, aos nveis nacional e regional, para
renovar o compromisso amplo e pblico com o objetivo da educao para
todos;
(ii) a reduo da ineficcia do setor pblico e das prticas
abusivas no setor privado;
(iii) a melhor capacitao dos es pblicos e o
estabelecimento de incentivos para reter mulheres e homens qualificados
no servio pblico; e
(iv) a adoo de medidas para fomentar a participao mais ampla na
concepo e na execuo dos programas de educao bsica.
1.3. DEFINIR
POLTICAS PARA A MELHORIA DA EDUCAO BSICA
20. As
pr-condies para a qualidade, eqidade e eficcia da educao
so construdas na primeira infncia, sendo os cuidados bsicos e as
atividades de desenvolvimento e educao infantis condies
essenciais para a consecuo dos objetivos da educao bsica. Esta
deve corresponder s necessidades, interesses e problemas reais dos
participantes do processo de aprendizagem. A relevncia dos currculos
pode ser incrementada vinculando-se alfabetizao, habilidades
matemticas e conceitos cientficos aos interesses e primeiras
experincias do educando, como, por exemplo, aquelas relativas
nutrio, sade e trabalho. Enquanto muitas necessidades variam
consideravelmente entre os pases e dentro deles e, portanto, a maior
parte de um currculo deva ser sensvel s condies locais, h
tambm muitas necessidades universais e interesses comuns que devem ser
levados em conta nos programas educacionais e no discurso pedaggico.
Questes como a proteo do meio ambiente, uma relao equilibrada
populao/recursos, a reduo da propagao da AIDS e a
preveno do consumo de drogas so problemas de todos, igualmente.
21. As
estratgias especficas, orientadas concretamente para melhorar as
condies de escolaridade, podem ter como foco: os educandos e seu
processo de aprendizagem; o pessoal (educadores, es e
outros); o currculo e a avaliao da aprendizagem; materiais
didticos e instalaes. Estas estratgias devem ser aplicadas de
maneira integrada; sua elaborao, gesto e avaliao devem levar
em conta a aquisio de conhecimentos e capacidades para resolver
problemas, assim como as dimenses sociais, culturais e ticas do
desenvolvimento humano. A formao dos educadores deve estar em
consonncia aos resultados pretendidos, permitindo que eles se
beneficiem simultaneamente dos programas de capacitao em servio e
outros incentivos relacionados obteno desses resultados;
currculo e avaliaes devem refletir uma variedade de critrios,
enquanto que os materiais, inclusive a rede fsica e as instalaes,
devem seguir a mesma orientao. Em alguns pases, a estratgia deve
incluir mecanismos para aperfeioar as condies de ensino e
aprendizagem, de modo a reduzir o absentesmo e ampliar o tempo de
aprendizagem. Para satisfazer as necessidades educacionais de grupos que
no participam da escolaridade formal, fazem-se necessrias
estratgias apropriadas educao no-formal. Estas incluem e
transcendem os aspectos j mencionados, e podem ainda conceder especial
ateno necessidade de coordenao com outras formas de
educao, o apoio de todos os parceiros envolvidos, os recursos
financeiros permanentes e a plena participao da sociedade.
Encontramos um exemplo deste enfoque aplicado alfabetizao no
"Plano de Ao para a Erradicao do Analfabetismo antes do Ano
2000", da UNESCO.
Outras
estratgias podem ainda recorrer aos meios de comunicao para
satisfazer as necessidades educacionais mais amplas de toda a comunidade
devendo, todavia, vincular-se educao formal, educao
no-formal, ou a uma combinao de ambas. A utilizao dos meios de
comunicao traz em si um tremendo potencial no que diz respeito a
educar o pblico e compartilhar um volume considervel de
informaes entre aqueles que necessitam do conhecimento.
22. Ampliar
o o educao bsica de qualidade satisfatria um meio
eficaz de fomentar a eqidade. A permanncia do envolvimento de
meninas e mulheres em atividades de educao bsica at a
consecuo do nvel padro de aprendizagem pode ser garantida se
lhes forem oferecidos incentivos, via medidas especialmente elaboradas
para esse fim e, sempre que possvel, com a participao delas.
Enfoques similares so necessrios para incrementar as possibilidades
de aprendizagem de outros grupos desassistidos.
23. Promover
urna educao bsica eficaz no significa oferecer educao a mais
baixos custos, porm utilizar, com maior eficcia, todos os recursos
(humanos, organizativos e financeiros), para obter os nveis
pretendidos de o e desempenho escolar. As consideraes
anteriores relativas relevncia, qualidade e eqidade no se
constituem alternativas eficcia, representam, antes, as condies
especficas em que esta deve ser obtida. De fato, em alguns programas,
a eficcia ir exigir um aumento, e no uma reduo dos recursos.
No entanto, se os recursos existentes podem ser utilizados por um
nmero maior de educandos ou se os mesmos objetivos de aprendizagem
podem ser alcanados a um menor custo por aluno, ento ser
facilitada educao bsica a consecuo das metas de o e
desempenho para os grupos atualmente desassistidos.
1.4
APERFEIOAR CAPACIDADES GERENCIAIS, ANALTICAS E TECNOLGICAS
24. Sero
necessrias inmeras habilidades e especialidades para pr em
prtica essas iniciativas. Tanto o pessoal de superviso e
istrao quanto os planejadores, arquitetos de escolas, os
formadores de educadores, especialistas em currculo, pesquisadores,
analistas, etc., so igualmente importantes para qualquer estratgia
de melhoria da educao bsica. No obstante, so muitos os pases
que no lhes proporcionam capacitao especializada, a fim de
prepar-los para o exerccio de suas funes; isto especialmente
correto quanto alfabetizao e outras atividades de educao
bsica que se desenvolvem fora da escola. Uma concepo mais ampla da
educao bsica ser pr-requisito crucial para a efetiva
coordenao de esforos entre esses muitos participantes. E, em
muitos pases, o fortalecimento e o desenvolvimento da capacidade de
planejamento e gesto, aos nveis estadual e local, com uma maior
distribuio de responsabilidades, sero necessrios. Programas de
formao e de capacitao em servio para o pessoal-chave devem ser
iniciados ou reforados onde j existirem. Tais programas podem ser
particularmente teis introduo de reformas istrativas e
tcnicas inovadoras no campo da istrao e da superviso.
25. Os
servios tcnicos e os mecanismos para coletar, processar e analisar
os dados referentes educao bsica podem ser melhorados em todos
os pases. Essa uma tarefa urgente em muitas naes, onde faltam
informaes e/ou pesquisas confiveis sobre as necessidades bsicas
de aprendizagem da populao, e sobre as atividades de educao
bsica existentes. Uma base de informaes e conhecimentos sobre um
determinado pas vital para a preparao e execuo de seu plano
de ao. Uma implicao capital do enfoque na aquisio de
aprendizagem a necessidade de se elaborarem e aperfeioarem sistemas
eficazes para a avaliao do rendimento individual dos educandos e do
sistema de ensino. Os dados derivados da avaliao dos processos e dos
resultados devem servir de base a um sistema de informao
istrativa para a educao bsica.
26. A
qualidade e a oferta da educao bsica podem ser melhoradas mediante
a utilizao cuidadosa das tecnologias educativas. Onde tais
tecnologias no forem amplamente utilizadas, sua introduo exigir
a seleo e/ou desenvolvimento de tecnologias adequadas, aquisio
de equipamento necessrio e sistemas operativos, a seleo e
treinamento de professores e demais profissionais de educao aptos a
trabalhar com eles. A definio de tecnologia adequada varia conforme
as caractersticas de cada sociedade e poder mudar rapidamente, na
medida em que as novas tecnologias (rdio e televiso educativos,
computadores e diversos auxiliares audiovisuais para a instruo) se
tornem mais baratas e adaptveis aos diversos contextos. O uso da
tecnologia moderna tambm permite melhorar a gesto da educao
bsica. Cada pas dever reavaliar periodicamente sua capacidade
tecnolgica presente e potencial, em relao aos seus recursos e
necessidades bsicas educacionais.
1.5.
MOBILIZAR CANAIS DE INFORMAO E COMUNICAO
27. As novas
possibilidades que surgem a todo momento exercem poderosa influncia na
satisfao das necessidades bsicas de aprendizagem, e evidente
que esse potencial educativo mal comea a ser aproveitado. Essas novas
possibilidades so, em grande parte, resultado da convergncia de duas
foras, ambas subprodutos recentes do processo de desenvolvimento
geral. Em primeiro lugar, a quantidade de informao disponvel no
mundo - uma boa parcela da qual importante para a sobrevivncia e o
bem-estar bsico dos povos - imensamente maior do que a existente
h poucos anos, e o seu ritmo de crescimento continua se acelerando.
Por outro lado, quando uma informao importante est associada a
outro grande avano moderno - a nova capacidade de intercomunicao
no mundo de hoje - produz-se um energtico efeito multiplicador. E
existe, de fato, a possibilidade de dominar essa fora e utiliz-la
positiva, consciente e intencionalmente, para a satisfao das
necessidades de aprendizagem j definidas.
1.6.
ESTRUTURAR ALIANAS E MOBILIZAR RECURSOS
28. Na
definio do plano de ao e na criao de um contexto de
polticas de apoio promoo da educao bsica, seria
necessrio pensar em aproveitar ao mximo as oportunidades de ampliar
a colaborao existente e incorporar novos parceiros como, por
exemplo, a famlia e as organizaes no-governamentais e
associaes de voluntrios, sindicatos de professores, outros grupos
profissionais, empregadores, meios de comunicao, partidos
polticos, cooperativas, universidades, instituies de pesquisa e
organismos religiosos, bem como autoridades educacionais e demais
servios e rgos governamentais (trabalho, agricultura, sade,
informao, comrcio, indstria, defesa, etc.). Os recursos humanos
e organizativos representados por estes colaboradores nacionais devero
ser eficazmente mobilizados para desempenhar seu papel na execuo do
plano de ao. A parceria deve ser estimulada aos nveis
comunitrio, local, estadual, regional e nacional, j que pode
contribuir para harmonizar atividades, utilizar os recursos com maior
eficcia e mobilizar recursos financeiros e humanos adicionais, quando
necessrio.
29. Os
governos e seus parceiros podem analisar a alocao e uso corrente dos
recursos financeiros e outros para a educao e capacitao nos
diferentes setores, a fim de determinar se apoio adicional educao
bsica pode ser obtido mediante:
(i) o incremento da eficcia;
(ii) a mobilizao de fontes adicionais de financiamento, dentro e
fora do oramento pblico; e
(iii) a redistribuio dos fundos dos oramentos de educao e
capacitao atuais, levando em conta os critrios de eficcia e
eqidade. Nos pases onde a contribuio oramentaria total para a
educao escassa, ser necessrio estudar a possibilidade de
realocar, para a educao bsica, certos fundos pblicos,
anteriormente destinados a outros fins.
30. Avaliar
os recursos j destinados ou potencialmente disponveis para a
educao bsica, comparando-os com o oramento previsto para a
execuo do plano de ao, permite detectar possveis
inadequaes que, a longo prazo, podem afetar o calendrio das
atividades planejadas ou solicitar alternativas diversas de soluo.
Os pases que necessitam de ajuda externa para satisfazer as
necessidades bsicas de aprendizagem de suas populaes podem
utilizar a estimativa de recursos e o plano de ao como base para a
discusso com seus aliados internacionais, e tambm para coordenar
financiamentos externos.
31. Os
educandos constituem, em si mesmos, um recurso humano vital a ser
mobilizado. A demanda pela educao e a participao nas atividades
educativas no podem ser meramente pressupostas, antes, devem ser
estimuladas ativamente. Os educandos potenciais precisam ver que os
benefcios da educao so maiores do que os custos a serem
enfrentados, seja por deixarem de receber ganhos, seja pela reduo do
tempo disponvel para atividades comunitrias, domsticas, ou lazer.
Meninas e mulheres, em particular, podem ser convencidas a abrir mo
das vantagens da educao bsica por razes inerentes a determinadas
culturas. Essas barreiras participao podem ser superadas pelo
emprego de incentivos e programas adaptados ao contexto local, fazendo
com que sejam encaradas, pelos educandos, suas famlias e comunidades,
como "atividades produtivas". Alm disso, os educandos tendem
a obter maior proveito da educao quando so parte integrante do
processo educativo, ao invs de serem considerados como simples
"insumos" ou "beneficirios". A ateno s
questes da demanda e da participao ajudar a garantir a
mobilizao das capacidades pessoais dos educandos para a educao.
32. Os
recursos da famlia, principalmente em tempo e apoio recprocos, so
vitais para o xito das atividades de educao bsica. Podem ser
oferecidos s famlias incentivos e assistncia que lhes assegurem
que os seus recursos sero investidos de modo a permitir que todos os
seus membros possam se beneficiar, o mais plena e eqitativamente
possvel, das oportunidades de educao bsica.
33. O
proeminente papel do professor e demais profissionais da educao no
provimento de educao bsica de qualidade dever ser reconhecido e
desenvolvido, de forma a otimizar sua contribuio. Isso ir implicar
a adoo de medidas para garantir o respeito aos seus direitos
sindicais e liberdades profissionais, e melhorar suas condies e
status de trabalho, principalmente em relao sua contratao,
formao inicial, capacitao em servio, remunerao e
possibilidades de desenvolvimento na carreira docente, bem como para
permitir ao pessoal docente a plena satisfao de suas aspiraes e
o cumprimento satisfatrio de suas obrigaes sociais e
responsabilidades ticas.
34. Em
parceria com o pessoal escolar e agentes comunitrios, as bibliotecas
devem constituir-se elo essencial no processo de proviso de recursos
educativos a todos os educandos - da infncia idade adulta - tanto
nos meios escolares quanto no escolares. preciso, portanto,
reconhecer as bibliotecas como inestimveis fontes de informao.
35.
Associaes comunitrias, cooperativas, instituies religiosas e
outras organizaes no-governamentais tambm desempenham papis
importantes no apoio e proviso de educao bsica. Sua
experincia, competncia, dinamismo e relaes diretas com os
diversos setores que representam constituem-se valiosos recursos na
identificao e satisfao das necessidades bsicas de
aprendizagem. Deve-se promover sua participao ativa em alianas
para a educao bsica, mediante polticas e mecanismos que
fortaleam suas capacidades e reconheam sua autonomia.
2. AO
PRIORITRIA AO NVEL REGIONAL (CONTINENTAL, SUBCONTINENTAL E
INTERCONTINENTAL)
36. As
necessidades bsicas de aprendizagem devem ser satisfeitas mediante
aes integradas dentro das fronteiras de cada pas. Porm, existem
muitas formas de cooperao entre pases com condies e interesses
similares, que poderiam contribuir e, de fato, contribuem para esse
esforo. Algumas regies j elaboraram planos, como o Plano de Ao
de Jacarta para o Desenvolvimento dos Recursos Humanos, aprovado pela
ESCAP, 1988. Mediante o intercmbio de informaes e experincias, a
colaborao entre especialistas, o uso comum de instalaes e os
projetos de atividades conjuntas, vrios pases, trabalhando
integradamente, podem incrementar sua base de recursos e diminui; seus
custos, em benefcio mtuo. Freqentemente, esses convnios se
estabelecem entre naes vizinhas (nvel subcontinental), de uma
mesma grande regio geocultural (continental ou subcontinental), ou
entre as que compartilham o mesmo idioma ou mantm entre si relaes
culturais e comerciais (inter) ou subcontinental). Organizaes
continentais e internacionais desempenham, muitas vezes, um papel
importante num tal contexto, facilitando este tipo de cooperao entre
pases. Na exposio a seguir, todas essas atividades estaro
englobadas no termo "regional". De modo geral, os convnios
"regionais" j existentes deveriam ser fortalecidos e
providos dos recursos necessrios ao seu funcionamento eficaz, ajudando
os pases a satisfazer as necessidades bsicas de aprendizagem de sua
populao.
2.1
INTERCAMBIAR INFORMAES, EXPERINCIAS E COMPETNCIAS
37. Diversos
mecanismos regionais, tanto de carter intergovernamental quanto
no-governamental, promovem a cooperao em matria de educao e
capacitao, sade, desenvolvimento agrcola, pesquisa e
informao, comunicao, e em outros campos relativos
satisfao das necessidades bsicas de aprendizagem. Esses mecanismos
podem ser ainda mais ampliados para fazer face s necessidades (em
constante mudana) das partes. Entre outros possveis exemplos, cabe
indicar os quatro programas regionais estabelecidos sob a gide da
UNESCO, na dcada de 80, para apoiar os esforos nacionais para a
universalizao da educao fundamental e eliminar o analfabetismo
adulto:
- Projeto Principal de
Educao para Amrica Latina e o Caribe;
- Programa Regional para
a Erradicao do Analfabetismo na frica; - Programa de
Educao para Todos na sia e no Pacfico (APPEAL);
- Programa Regional para
a Universalizao e Renovao da Educao Primria e a
Erradicao do Analfabetismo nos Estados rabes no Ano 2000
(ARABUPEAL).
38. Alm
das consultas tcnicas e polticas organizadas em interao com
esses programas, podem ser empregados outros mecanismos de consulta
relativos a polticas de educao bsica. Seria possvel recorrer,
sempre que necessrio, s conferncias de ministros de educao,
auspiciadas pela UNESCO e por vrias organizaes regionais, s
assemblias ordinrias das comisses regionais das Naes Unidas e
a algumas reunies transregionais, organizadas pela Secretaria da
Comunidade Britnica das Naes, CONFEMEN (Conferncia Permanente
d Ministros de Educao dos Pases Francfonos), Organizao
de Cooperao e Desenvolvimento Econmicos (OECD), e Organizao
lslmica para a Educao, a Cincia e a Cultura (ISESCO). Alm
disso, numerosas conferncias e encontros organizados por organismos
no-governamentais oferecem aos profissionais oportunidades de troca de
informaes e pontos de vista sobre questes tcnicas e polticas.
Os promotores dessas conferncias e reunies poderiam analisar meios
de ampliar a participao, para incluir, quando conveniente,
representantes de outros setores engajados na luta pela satisfao das
necessidades bsicas de aprendizagem.
39. As
oportunidades de utilizao conjunta das mensagens e programas dos
meios de comunicao deveriam ser aproveitadas plenamente pelos
pases que possam intercornunic-las ou elabor-las em parceria -
especialmente onde os vnculos lingsticas e culturais ultraem
fronteiras polticas.
2.2
EMPREENDER ATIVIDADES CONJUNTAS
40. H
muitas atividades que podem ser realizadas conjuntamente pelos pases,
em apoio aos esforos nacionais de implementao dos planos de
educao bsica. As atividades conjuntas deveriam ser concebidas com
vistas ao aproveitamento das economias de escala e s vantagens
comparativas dos pases participantes. Seis reas parecem-nos
particularmente apropriadas a essa forma de colaborao regional:
(i) capacitao de pessoal-chave, como planejadores, es,
formadores de educadores, pesquisadores, etc.;
(ii) esforos para melhorar a coleta e anlise da informao;
(iii) pesquisa;
(iv) produo de material didtico;
(v) utilizao dos meios de comunicao para satisfazer as
necessidades bsicas de aprendizagem; e
(vi) gesto e uso dos servios de educao distncia.
Tambm,
nesse aspecto, existem muitos mecanismos que poderiam ser utilizados
para fomentar tais atividades. Entre eles, o Instituto Internacional de
Planejamento da Educao, da UNESCO, e suas redes de capacitao e
pesquisa, bem como a rede de informao do IBE e o Instituto de
Educao da UNESCO; as cinco redes para a inovao educacional,
operando sob os auspcios da UNESCO; os grupos consultivos de pesquisa
e estudo (RRGAs), associados ao Centro Internacional de Pesquisa Para o
Desenvolvimento (IDRC); o "Commonwealth of Learning"; o Centro
Cultural Asitico para a UNESCO; a rede participante estabelecida pelo
Conselho Internacional para a Educao de Adultos; e a Associao
Internacional para a Avaliao do Desempenho Escolar, que congrega as
principais instituies nacionais de pesquisa de, aproximadamente, 35
pases. Certas agncias de desenvolvimento bilateral e multilateral,
que acumularam experincia valiosa em uma ou mais dessas reas, devem
interessar-se em participar nas atividades conjuntas. As cinco
comisses regionais das Naes Unidas podem prestar apoio adicional a
essa colaborao regional, particularmente pela mobilizao de
dirigentes para a tomada das medidas adequadas.
3. AO
PRIORITRIA A NVEL MUNDIAL
41. A
comunidade mundial tem uma slida histria de cooperao em
educao desenvolvimento. Entretanto, financiamentos internacionais
para a Educao registraram uma certa estagnao em princpios dos
anos 80; ao mesmo tempo, muitos pases sofreram desvantagens
resultantes do crescimento de sua dvida e das relaes econmicas
canalizadores de recursos financeiros e humanos para pases mais ricos.
Pases industrializados ou em desenvolvimento compartilham um interesse
comum pela educao bsica; por isso mesmo, a cooperao
internacional poder aportar valioso apoio aos esforos e aes
nacionais e regionais, no sentido de implementar um enfoque mais amplo
da Educao para Todos. Tempo, energia e fundos destinados
educao bsica constituem-se, talvez, o mais importante investimento
que se pode fazer no povo e no futuro de um pas; h uma clara
necessidade e um forte argumento moral e econmico apelando
solidariedade internacional para que se proporcione cooperao
tcnica e financeira aos pases que carecem dos recursos necessrios
ao atendimento das necessidades bsicas de aprendizagem de suas
populaes.
3.1 COOPERAR
NO CONTEXTO INTERNACIONAL
42.
Satisfazer as necessidades bsicas de aprendizagem constitui-se
responsabilidade comum e universal a todos os povos. As perspectivas de
satisfao dessas necessidades so determinadas, em parte, pela
dinmica das relaes e do comrcio internacional. Graas ao
relaxamento das tenses e ao decrscimo do nmero de conflitos
armados, apresenta-se agora uma possibilidade real de reduo do
tremendo desperdcio representado pelos gastos militares que podero,
ento, ser canalizados para setores socialmente teis, entre os quais
a educao bsica. A urgente tarefa de satisfao das necessidades
bsicas de aprendizagem pode vir a requerer uma tal realocao de
recursos entre os diversos setores. A comunidade mundial e os governos
nacionais devero proceder ao planejamento dessa converso de recursos
a fins pacficos, munidos de coragem, e discernimento, agindo de forma
cuidadosa e refletida. Sero igualmente necessrias medidas
internacionais para reduo ou eliminao dos desequilbrios ora
registrados nas relaes comerciais, e tambm para reduzir o fardo da
dvida, de forma a possibilitar aos pases de baixa renda reconstituir
suas economias, otimizar e manter os recursos humanos e financeiros
necessrios ao desenvolvimento e ao provimento de educao bsica
s suas populaes. Polticas de ajuste estrutural devem assegurar
os nveis adequados de recursos a serem alocados para a educao.
3.2
FORTALECER AS CAPACIDADES NACIONAIS
43. Apoio
internacional deve ser proporcionado, quando solicitado, aos pases
desejosos de desenvolver as capacidades nacionais necessrias ao
planejamento e istrao dos programas e servios de educao
bsica ( ver seo 1.4). Cabe a cada nao, em particular, a
responsabilidade capital pela elaborao e istrao dos
programas de proviso das necessidades de aprendizagem de toda a
populao. A cooperao internacional pode traduzir-se tambm em
capacitao e desenvolvimento institucional para a coleta, anlise e
pesquisa de dados, inovaes tecnolgicas e metodolgicas
educacionais. Sistemas informticos e outros mtodos modernos de
gerenciamento poderiam tambm ser introduzidos, com nfase nos nveis
inferior e mdio de istrao. Essas capacidades sero ainda
mais necessrias como apoio melhoria da qualidade da educao
fundamental e introduo de programas extra-escolares inovadores.
Alm do apoio direto a pases e instituies, a cooperao
internacional pode tambm ser proveitosamente canalizada para
atividades conjuntas - intercmbio de programas de pesquisa,
capacitao e informao - conduzidas por entidades internacionais,
regionais e bilaterais. De fato, atividades de capacitao e
informao devem ser baseadas e apoiadas, aperfeioadas e
fortalecidas, quando for o caso, por instituies e programas j
existentes, em detrimento da criao de novas estruturas. Um tal tipo
de apoio ser particularmente valioso no mbito da cooperao
tcnica entre pases em desenvolvimento, nos quais tanto as
circunstncias quanto os recursos disponveis para lidar com elas
so, muitas vezes, similares.
3.3 PRESTAR
APOIO CONTNUO E DE LONGO PRAZO S AES NACIO NAIS E REGIONAIS
(CONTINENTAIS, SUBCONTINENTAIS E INTERCONTINENTAIS)
44.
Satisfazer s necessidades bsicas de aprendizagem de todas as pessoas
em todos os pases, , obviamente, um empreendimento a longo prazo.
Este Plano de Ao prov diretrizes para a formulao de planos de
ao nacional e estadual para o desenvolvimento da educao bsica,
mediante o compromisso duradouro dos governos e seus colaboradores
nacionais, com a ao conjunta para a consecuo das metas e
objetivos que eles mesmos se propam. Instituies e agncias
internacionais, entre as quais pontuam inmeros patrocinadores,
co-patrocinadores e patrocinadores associados da Conferncia Mundial
sobre Educao para Todos, devem empenhar-se ativamente no
planejamento conjunto e sustentao do seu apoio de longo prazo s
aes nacionais e regionais tipificadas nas sees anteriores. Os
principais patrocinadores da iniciativa de Educao para Todos (PNUD,
UNESCO, UNICEF, Banco Mundial), cada um no mbito de seu mandato e
responsabilidades especiais, e de acordo com a deciso de suas
instncias diretoras, devem ratificar seu compromisso de apoio s
reas prioritrias de ao internacional listadas abaixo, e a
adoo de medidas adequadas para a consecuo dos objetivos da
Educao para Todos. Sendo a UNESCO a agncia das Naes Unidas
particularmente responsvel pela educao, dever conceder
prioridade implementao do Plano de Ao e fomento proviso
dos servios necessrios ao fortalecimento da cooperao e
coordenao internacionais.
45. Uma
maior assistncia financeira se faz necessria para que os pases
menos desenvolvidos possam implementar seus planos autnomos de ao,
em consonncia ao enfoque mais amplo da Educao para Todos. Uma
autntica parceria, caracterizada pela cooperao e compromissos
conjuntos de longo prazo, permitir a obteno de melhores resultados
e o estabelecimento das bases para um aumento substancial do
financiamento global para este importante subsetor da educao. A
pedido dos governos, as agncias multilaterais e bilaterais devero
concentrar seu apoio em aes prioritrias, especialmente a nvel
nacional (ver seo 1), em reas, como as que se seguem:
a. Desenho
ou atualizao de planos de ao multisetoriais nacionais ou
estaduais (ver item 1.1), o que deve acontecer no incio dos anos 90.
Muitos pases em desenvolvimento carecem de assistncia tcnica e
financeira para a coleta e anlise de dados, em particular, e tambm
para a organizao de consultarias nacionais.
b. Esforos
nacionais e cooperao entre pases para atingir um nvel
satisfatrio de qualidade e relevncia na educao fundamental (com
forme os itens 1.3 e 2 acima). Experincias que envolvam a
participao das famlias, comunidades locais e organizaes
no-governamentais no incremento da relevncia da educao e
melhoria de sua qualidade podem ser proveitosamente compartilhadas por
diferentes pases.
c.
Universalizao da educao fundamental nos pases economicamente
mais pobres. As agncias internacionais de financiamento deveriam
considerar negociaes caso-a-caso para a proviso de apoio a longo
prazo, de modo a ajudar cada pas em seu progresso rumo
universalizao da educao fundamental, dentro do calendrio
estabelecido por cada pas.
As agncias
externas devem reavaliar as prticas ordinrias de assistncia, e
encontrar maneiras de prestar ajuda efetiva aos programas de educao
bsica que exigem no uma contribuio intensiva de capital e
tecnologia, porm, apoio oramentrio a longo prazo. Nesse sentido,
preciso atentar para os critrios relativos cooperao para o
desenvolvimento da educao, levando em conta mais que consideraes
meramente econmicas.
d. Programas
desenhados para satisfazer as necessidades bsicas de aprendizagem de
grupos desassistidos, jovens fora da escola e adultos com pouco ou
nenhum o educao bsica. Todos os parceiros podero
compartilhar suas experincias e competncias na concepo e
execuo de medidas e atividades inovadoras, bem como concentrar seus
financiamentos para a educao bsica em categorias e grupos
especficos (por exemplo: mulheres, camponeses pobres, portadores de
deficincias), e assim melhorar significativamente as oportunidades e
condies de aprendizagem que lhes so veis.
e. Programas
de educao para mulheres e meninas. Tais programas devem objetivar a
eliminao das barreiras sociais e culturais que tm desencorajado, e
mesmo excludo, mulheres e meninas dos benefcios dos programas
regulares de educao, bem como promover a igualdade de oportunidades
para elas em todos os aspectos de suas vidas.
f. Programas
de educao para refugiados. Os programas a cargo de organizaes
como o Alto Comit das Naes Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a
Agncias das Naes Unidas de Obras e Socorro aos Refugiados
Palestinos no Oriente Prximo (UNRWA), exigem um apoio financeiro a
longo prazo, mais substancial e seguro, para o cumprimento dessa
reconhecida responsabilidade internacional. Nos casos em que os pases
que acolhem refugiados necessitem de assistncia tcnica e financeira
internacional para fazer face s necessidades bsicas dos refugiados -
as de aprendizagem, inclusive - a comunidade internacional poder
aliviar este fardo mediante o incremento da cooperao. Esta se
estender tambm ao esforo para assegurar s pessoas que vivem em
territrios ocupados, que foram deslocadas pela guerra ou por outras
calamidades, o o a programas de educao bsica que preservem
sua identidade cultural.
g. Programas
de educao bsica de todo tipo em pases com altas taxas de
analfabetismo (como na frica ao Sul do Saara) e com grandes
contingentes populacionais iletrados (como no sul da sia). Ser
necessrio uma considervel assistncia para reduzir
significativamente o elevado nmero de adultos analfabetos no mundo.
h.
Formao de capacidades para pesquisa. planejamento e a
experimentao de inovaes em pequena escala. O xito das
atividades de Educao para Todos depender fundamentalmente da
capacidade de cada pas conceber e executar programas que reflitam as
condies nacionais. Para isso, ser indispensvel uma slida base
de conhecimentos, alimentada pelos resultados da pesquisa, lies
aprendidas com experincias e inovaes, tanto quanto pela
disponibilidade de competentes planejadores educacionais.
46. A
coordenao dos financiamentos externos para educao uma rea
de co-responsabilidade a nvel nacional, que deve ser assumida
igualmente pelos diversos parceiros, e onde os governos beneficirios
devem tomar a si a iniciativa, de forma a garantir o uso eficaz dos
recursos, de acordo com as suas prioridades. As agncias de,
financiamento do desenvolvimento devem explorar formas inovadoras e mais
flexveis de cooperao, em consulta com os governos e as
instituies com os quais trabalham e cooperam em iniciativas
regionais, como o caso do Grupo de Trabalho de Doadores para a
Educao na frica. Alm disso, devem ser criados outros fruns,
onde as agncias de financiamento e os pases em desenvolvimento
possam colaborar na elaborao de projetos entre pases e discutir
assuntos gerais relativos ajuda financeira.
3.4
CONSULTAS ACERCA DE QUESTES DE POLTICA
47. Os
atuais canais de comunicao e fruns de consulta entre as muitas
partes engajadas na satisfao das necessidades bsicas de
aprendizagem devero ser plenamente utilizados durante a dcada de 90,
com o intuito de manter e ampliar o Consenso internacional em que se
baseia este Plano de Ao. Alguns canais e fruns, como a
Conferncia Internacional de Educao, que acontece a cada dois anos,
atuam globalmente, enquanto outros se concentram em regies
especficas, grupos de pases ou categorias de parceiros. Na medida do
possvel, as organizaes devem procurar coordenar estas consultas e
compartilhar os resultados.
48. Alm
disso, e com a finalidade de manter e desenvolver a iniciativa da
Educao para Todos, a comunidade internacional precisar tomar as
medidas apropriadas para assegurar a cooperao entre os organismos
interessados, utilizando, se possvel, os mecanismos existentes, de
forma a:
(i) continuar propugnando a Educao Bsica para Todos,
aproveitando-se o impulso gerado pela Conferncia Mundial;
(ii) facilitar o intercmbio de informao sobre os processos
realizados na consecuo das metas da educao bsica estabelecidas
por cada pas, individualmente, e tambm sobre as estruturas e os
recursos organizativos necessrios para o xito destas iniciativas;
(iii) encorajar novos parceiros a somarem-se a este esforo mundial; e
(iv) assegurar que todos os participantes estejam plenamente conscientes
da importncia de se sustentar um slido apoio educao bsica.
CALENDRIO
INDICATIVO DE IMPLEMENTAO PARA OS ANOS 90
49. No
processo de determinao de seus prprios objetivos e metas
intermedirias e preparao do plano de ao para sua consecuo,
cada pas dever estabelecer um calendrio que harmonize e programe
as atividades especficas. Do mesmo modo, devem ser as aes
regionais e internacionais programadas ordenadamente, a fim de ajudar os
pases a atingir suas metas dentro do tempo proposto.
O
calendrio geral que se segue prope fases indicativas para o trabalho
a ser desenvolvido ao longo dos anos noventa; evidentemente,
possvel que certas fases venham a se imbricar neste processo, tornando
necessrio adaptar as datas pr-estabelecidas s condies
especficas de cada pas e ao seu contexto organizacional.
1. Governos
e organizaes devem estabelecer metas especficas e completar ou
atualizar seus pianos de ao para satisfazer as necessidades bsicas
de aprendizagem (ver seo 1. 1); adotar medidas para a criao de
um contexto poltico favorvel (l.2), delinear polticas para o
incremento da relevncia, qualidade, eqidade e eficincia dos
servios e programas de educao bsica (l.3); definir como ser
feita a adaptao dos meios de comunicao e informao
satisfao das necessidades bsicas de aprendizagem (l.4); mobilizar
recursos e estabelecer alianas operacionais (l. 6). Os parceiros
internacionais podero prestar ajuda mediante o apoio direto e a
cooperao regional, completando esta etapa preparatria (1990-1991).
2. As
agncias de desenvolvimento devem estabelecer polticas e planos para
a dcada de 90, em consonncia ao seu compromisso de manter o apoio a
longo prazo s aes nacionais e regionais, e ampliar a ajuda
tcnica e financeira educao bsica (3.3). Todos os parceiros
devem fortalecer e utilizar os mecanismos apropriados de consulta e
cooperao j existentes, bem como estabelecer procedimentos para o
acompanhamento dos progressos aos nveis regional e internacional
(1990-1993).
3 . Primeira
etapa de implementao dos planos de ao: os organismos nacionais
de coordenao iro monitorar a implementao e propor ajustes aos
planos. Etapa de realizao de aes regionais e internacionais de
apoio (1990-1995).
4. Os
governos e as organizaes procedero avaliao do perodo
intermedirio de implementao de seus respectivos planos e, caso
necessrio, faro ajustes. Governos, organizaes e agncias de
desenvolvimento devero empreender tambm uma ampla reviso das
polticas aos nveis regional e mundial (1995-1996).
5. Segunda
etapa de implementao dos planos de ao e apoio regional e
internacional. As agncias de desenvolvimento promovero ajustes em
seus planos, onde necessrio, e incrementos consoantes em sua ajuda
educao bsica (1996-2000).
6. Governos,
organizaes e agncias de desenvolvimento devero avaliar as
realizaes e empreender uma ampla reviso das polticas aos nveis
regional e mundial (2000-2001).
50. Jamais
testemunharemos um outro momento to propcio renovao do
compromisso com o esforo a longo prazo para satisfao das
necessidades bsicas de aprendizagem de todas as crianas, jovens e
adultos. Tal esforo exigir, contudo, um muito maior e racional
aporte de recursos para a educao bsica e capacitao do que tem
sido feito at o momento. Todavia, os benefcios advindos deste
esforo comearo a ser colhidos de imediato, e crescero um tanto a
cada dia, at a soluo dos grandes problemas mundiais que hoje
enfrentamos. E isso graas, em grande parte, determinao e
perseverana da comunidade internacional na persecuo de sua meta:
Educao para Todos. |