Declarao de
Salamanca sobre Princpios,
Poltica e Prtica em Educao Especial
Reconvocando as vrias declaraes
das Naes Unidas que culminaram no documento das Naes Unidas
"Regras Padres sobre Equalizao de Oportunidades para
Pessoas com Deficincias", o qual demanda que os Estados
assegurem que a educao de pessoas com deficincias seja parte
integrante do sistema educacional.
Notando com satisfao um incremento no envolvimento de governos,
grupos de advocacia, comunidades e pais, e em particular de
organizaes de pessoas com deficincias, na busca pela melhoria do
o educao para a maioria daqueles cujas necessidades
especiais ainda se encontram desprovidas; e reconhecendo como
evidncia para tal envolvimento a participao ativa do alto nvel
de representantes e de vrios governos, agncias especializadas, e
organizaes inter-governamentais naquela Conferncia Mundial.
1. Ns, os delegados da Conferncia Mundial de Educao Especial,
representando 88 governos e 25 organizaes internacionais em
assemblia aqui em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994,
reafirmamos o nosso compromisso para com a Educao para Todos,
reconhecendo a necessidade e urgncia do providenciamento de
educao para as crianas, jovens e adultos com necessidades
educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e
re-endossamos a Estrutura de Ao em Educao Especial, em que,
pelo esprito de cujas provises e recomendaes governo e
organizaes sejam guiados.
2. Acreditamos e Proclamamos que:
- toda criana tem direito fundamental educao, e deve ser dada
a oportunidade de atingir e manter o nvel adequado de aprendizagem,
- toda criana possui caractersticas, interesses, habilidades e
necessidades de aprendizagem que so nicas,
- sistemas educacionais deveriam ser designados e programas
educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em
conta a vasta diversidade de tais caractersticas e necessidades,
- aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter o
escola regular, que deveria acomod-los dentro de uma Pedagogia
centrada na criana, capaz de satisfazer a tais necessidades,
- escolas regulares que possuam tal orientao inclusiva constituem
os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatrias
criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade
inclusiva e alcanando educao para todos; alm disso, tais
escolas provem uma educao efetiva maioria das crianas e
aprimoram a eficincia e, em ltima instncia, o custo da eficcia
de todo o sistema educacional.
3. Ns congregamos todos os governos e demandamos que eles:
- atribuam a mais alta prioridade poltica e financeira ao
aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem
aptos a inclurem todas as crianas, independentemente de suas
diferenas ou dificuldades individuais.
- adotem o princpio de educao inclusiva em forma de lei ou de
poltica, matriculando todas as crianas em escolas regulares, a
menos que existam fortes razes para agir de outra forma.
- desenvolvam projetos de demonstrao e encorajem intercmbios em
pases que possuam experincias de escolarizao inclusiva.
- estabeleam mecanismos participatrios e descentralizados para
planejamento, reviso e avaliao de proviso educacional para
crianas e adultos com necessidades educacionais especiais.
- encorajem e facilitem a participao de pais, comunidades e
organizaes de pessoas portadoras de deficincias nos processos de
planejamento e tomada de deciso concernentes proviso de
servios para necessidades educacionais especiais.
- invistam maiores esforos em estratgias de identificao e
interveno precoces, bem como nos aspectos vocacionais da
educao inclusiva.
- garantam que, no contexto de uma mudana sistmica, programas de
treinamento de professores, tanto em servio como durante a
formao, incluam a proviso de educao especial dentro das
escolas inclusivas.
4. Ns tambm congregamos a comunidade internacional; em particular,
ns congregamos: - governos com programas de cooperao
internacional, agncias financiadoras internacionais, especialmente
as responsveis pela Conferncia Mundial em Educao para Todos,
UNESCO, UNICEF, UNDP e o Banco Mundial:
- a endossar a perspectiva de escolarizao inclusiva e apoiar o
desenvolvimento da educao especial como parte integrante de todos
os programas educacionais;
- As Naes Unidas e suas agncias especializadas, em particular a
ILO, WHO, UNESCO e UNICEF:
- a reforar seus estmulos de cooperao tcnica, bem como
reforar suas cooperaes e redes de trabalho para um apoio mais
eficaz j expandida e integrada proviso em educao especial;
- organizaes no-governamentais envolvidas na programao e
entrega de servio nos pases;
- a reforar sua colaborao com as entidades oficiais nacionais e
intensificar o envolvimento crescente delas no planejamento,
implementao e avaliao de proviso em educao especial que
seja inclusiva;
- UNESCO, enquanto a agncia educacional das Naes Unidas;
- a assegurar que educao especial faa parte de toda discusso
que lide com educao para todos em vrios foros;
- a mobilizar o apoio de organizaes dos profissionais de ensino em
questes relativas ao aprimoramento do treinamento de professores no
que diz respeito a necessidade educacionais especiais.
- a estimular a comunidade acadmica no sentido de fortalecer
pesquisa, redes de trabalho e o estabelecimento de centros regionais
de informao e documentao e da mesma forma, a servir de exemplo
em tais atividades e na disseminao dos resultados especficos e
dos progressos alcanados em cada pas no sentido de realizar o que
almeja a presente Declarao.
- a mobilizar FUNDOS atravs da criao (dentro de seu prximo
Planejamento a Mdio Prazo. 1996-2000) de um programa extensivo de
escolas inclusivas e programas de apoio comunitrio, que permitiriam
o lanamento de projetos-piloto que demonstrassem novas formas de
disseminao e o desenvolvimento de indicadores de necessidade e de
proviso de educao especial.
5. Por ltimo, expressamos nosso caloroso reconhecimento ao governa
da Espanha e UNESCO pela organizao da Conferncia e
demandamo-lhes realizarem todos os esforos no sentido de trazer esta
Declarao e sua relativa Estrutura de Ao da comunidade mundial,
especialmente em eventos importantes tais como o Tratado Mundial de
Desenvolvimento Social ( em Kopenhagen, em 1995) e a Conferncia
Mundial sobre a Mulher (em Beijing, e, 1995). Adotada por aclamao
na cidade de Salamanca, Espanha, neste dcimo dia de junho de 1994.
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ESTRUTURA DE AO
EM EDUCAO ESPECIAL
Introduo
1. Esta Estrutura de Ao em Educao Especial foi adotada pela
conferencia Mundial em Educao Especial organizada pelo governo da
Espanha em cooperao com a UNESCO, realizada em Salamanca entre 7 e
10 de junho de 1994. Seu objetivo informar sobre polticas e guias
aes governamentais, de organizaes internacionais ou agncias
nacionais de auxlio, organizaes no-governamentais e outras
instituies na implementao da Declarao de Salamanca sobre
princpios, Poltica e prtica em Educao Especial. A Estrutura
de Ao baseia-se fortemente na experincia dos pases
participantes e tambm nas resolues, recomendaes e
publicaes do sistema das Naes Unidas e outras organizaes
inter-governamentais, especialmente o documento
"Procedimentos-Padres na Equalizao de Oportunidades para
pessoas Portadoras de Deficincia . Tal Estrutura de Ao tambm
leva em considerao as propostas, direes e recomendaes
originadas dos cinco seminrios regionais preparatrios da
Conferncia Mundial.
2.O direito de cada criana a educao proclamado na
Declarao Universal de Direitos Humanos e foi fortemente
reconfirmado pela Declarao Mundial sobre Educao para Todos.
Qualquer pessoa portadora de deficincia tem o direito de expressar
seus desejos com relao sua educao, tanto quanto estes
possam ser realizados. Pais possuem o direito inerente de serem
consultados sobre a forma de educao mais apropriadas s
necessidades, circunstncias e aspiraes de suas crianas.
3.O princpio que orienta esta Estrutura o de que escolas deveriam
acomodar todas as crianas independentemente de suas condies
fsicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingsticas ou outras.
Aquelas deveriam incluir crianas deficientes e super-dotadas,
crianas de rua e que trabalham, crianas de origem remota ou de
populao nmade, crianas pertencentes a minorias lingsticas,
tnicas ou culturais, e crianas de outros grupos desavantajados ou
marginalizados. Tais condies geram uma variedade de diferentes
desafios aos sistemas escolares. No contexto desta Estrutura, o termo
"necessidades educacionais especiais" refere-se a todas
aquelas crianas ou jovens cujas necessidades educacionais especiais
se originam em funo de deficincias ou dificuldades de
aprendizagem. Muitas crianas experimentam dificuldades de
aprendizagem e portanto possuem necessidades educacionais especiais em
algum ponto durante a sua escolarizao. Escolas devem buscar formas
de educar tais crianas bem-sucedidamente, incluindo aquelas que
possuam desvantagens severas. Existe um consenso emergente de que
crianas e jovens com necessidades educacionais especiais devam ser
includas em arranjos educacionais feitos para a maioria das
crianas. Isto levou ao conceito de escola inclusiva. O desafio que
confronta a escola inclusiva no que diz respeito ao desenvolvimento
de uma pedagogia centrada na criana e capaz de bem-sucedidamente
educar todas as crianas, incluindo aquelas que possuam desvantagens
severa. O mrito de tais escolas no reside somente no fato de que
elas sejam capazes de prover uma educao de alta qualidade a todas
as crianas: o estabelecimento de tais escolas um o crucial no
sentido de modificar atitudes discriminatrias, de criar comunidades
acolhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva.
4. Educao Especial incorpora os mais do que comprovados
princpios de uma forte pedagogia da qual todas as crianas possam
se beneficiar. Ela assume que as diferenas humanas so normais e
que, em consonncia com a aprendizagem de ser adaptada s
necessidades da criana, ao invs de se adaptar a criana s
assunes pr-concebidas a respeito do ritmo e da natureza do
processo de aprendizagem. Uma pedagogia centrada na criana
beneficial a todos os estudantes e, consequentemente, sociedade
como um todo. A experincia tem demonstrado que tal pedagogia pode
consideravelmente reduzir a taxa de desistncia e repetncia escolar
(que so to caractersticas de tantos sistemas educacionais) e ao
mesmo tempo garantir ndices mdios mais altos de rendimento
escolar. Uma pedagogia centrada na criana pode impedir o
desperdcio de recursos e o enfraquecimento de esperanas, to
freqentemente conseqncias de uma instruo de baixa qualidade
e de uma mentalidade educacional baseada na idia de que "um
tamanho serve a todos". Escolas centradas na criana so alm
do mais a base de treino para uma sociedade baseada no povo, que
respeita tanto as diferenas quanto a dignidade de todos os seres
humanos. Uma mudana de perspectiva social imperativa. Por um
tempo demasiadamente longo os problemas das pessoas portadoras de
deficincias tm sido compostos por uma sociedade que inabilita, que
tem prestado mais ateno aos impedimentos do que aos potenciais de
tais pessoas.
5. Esta Estrutura de Ao compe-se das seguintes sees:
I. Novo pensar em educao especial
II. Orientaes para a ao em nvel nacional:
A. Poltica e Organizao
B. Fatores Relativos Escola
C. Recrutamento e Treinamento de Educadores
D. Servios Externos de Apoio
E. reas Prioritrias
F. Perspectivas Comunitrias
G. Requerimentos Relativos a Recursos
III. Orientaes para aes em nveis regionais e internacionais
6. A tendncia em poltica social durante as duas ltimas dcadas
tem sido a de promover integrao e participao e de combater a
excluso. Incluso e participao so essenciais dignidade
humana e ao desfrutamento e exerccio dos direitos humanos. Dentro do
campo da educao, isto se reflete no desenvolvimento de
estratgias que procuram promover a genuna equalizao de
oportunidades. Experincias em vrios pases demonstram que a
integrao de crianas e jovens com necessidades educacionais
especiais melhor alcanada dentro de escolas inclusivas, que
servem a todas as crianas dentro da comunidade. dentro deste
contexto que aqueles com necessidades educacionais especiais podem
atingir o mximo progresso educacional e integrao social. Ao
mesmo tempo em que escolas inclusivas provem um ambiente favorvel
aquisio de igualdade de oportunidades e participao total, o
sucesso delas requer um esforo claro, no somente por parte dos
professores e dos profissionais na escola, mas tambm por parte dos
colegas, pais, famlias e voluntrios. A reforma das instituies
sociais no constitui somente um tarefa tcnica, ela depende, acima
de tudo, de convices, compromisso e disposio dos indivduos
que compem a sociedade.
7. Principio fundamental da escola inclusiva o de que todas as
crianas devem aprender juntas, sempre que possvel,
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenas que elas
possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder s
necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e
ritmos de aprendizagem e assegurando uma educao de qualidade
todos atravs de um currculo apropriado, arranjos organizacionais,
estratgias de ensino, uso de recurso e parceria com as comunidades.
Na verdade, deveria existir uma continuidade de servios e apoio
proporcional ao contnuo de necessidades especiais encontradas dentro
da escola.
8. Dentro das escolas inclusivas, crianas com necessidades
educacionais especiais deveriam receber qualquer e extra
requerido para assegurar uma educao efetiva. Educao inclusiva
o modo mais eficaz para construo de solidariedade entre
crianas com necessidades educacionais especiais e seus colegas. O
encaminhamento de crianas a escolas especiais ou a classes especiais
ou a sesses especiais dentro da escola em carter permanente
deveriam constituir excees, a ser recomendado somente naqueles
casos infreqentes onde fique claramente demonstrado que a educao
na classe regular seja incapaz de atender s necessidades
educacionais ou sociais da criana ou quando sejam requisitados em
nome do bem-estar da criana ou de outras crianas.
9. A situao com respeito educao especial varia enormemente
de um pas a outro. Existem por exemplo, pases que possuem sistemas
de escolas especiais fortemente estabelecidos para aqueles que possuam
impedimentos especficos. Tais escolas especais podem representar um
valioso recurso para o desenvolvimento de escolas inclusivas. Os
profissionais destas instituies especiais possuem nvel de
conhecimento necessrio identificao precoce de crianas
portadoras de deficincias. Escolas especiais podem servir como
centro de treinamento e de recurso para os profissionais das escolas
regulares. Finalmente, escolas especiais ou unidades dentro das
escolas inclusivas podem continuar a prover a educao mais adequada
a um nmero relativamente pequeno de crianas portadoras de
deficincias que no possam ser adequadamente atendidas em classes
ou escolas regulares. Investimentos em escolas especiais existentes
deveriam ser canalizados a este novo e amplificado papel de prover
apoio profissional s escolas regulares no sentido de atender s
necessidades educacionais especiais. Uma importante contribuio s
escolas regulares que os profissionais das escolas especiais podem
fazer refere-se proviso de mtodos e contedos curriculares s
necessidades individuais dos alunos.
10. Pases que possuam poucas ou nenhuma escolas especial seriam em
geral, fortemente aconselhados a concentrar seus esforos no
desenvolvimento de escolas inclusivas e servios especializados - em
especial, proviso de treinamento de professores em educao
especial e estabelecimento de recursos adequadamente equipados e
assessorados, para os quais as escolas pudessem se voltar quando
precisassem de apoio - deveriam tornar as escolas aptas a servir
vasta maioria de crianas e jovens. A experincia, principalmente em
pases em desenvolvimento, indica que o alto custo de escolas
especiais significa na prtica, que apenas uma pequena minoria de
alunos, em geral uma elite urbana, se beneficia delas. A vasta maioria
de alunos com necessidades especiais, especialmente nas reas rurais,
consequentemente, desprovida de servios. De fato, em muitos
pases em desenvolvimento, estima-se que menos de um por cento das
crianas com necessidades educacionais especiais so includas na
proviso existente. Alm disso, a experincia sugere que escolas
inclusivas, servindo a todas as crianas numa comunidade so mais
bem sucedidas em atrair apoio da comunidade e em achar modos
imaginativos e inovadores de uso dos limitados recursos que sejam
disponveis. Planejamento educacional da parte dos governos,
portanto, deveria ser concentrado em educao para todas as pessoas,
em todas as regies do pas e em todas as condies econmicas,
atravs de escolas pblicas e privadas.
11. Existem milhes de adultos com deficincias e sem o sequer
aos rudimentos de uma educao bsica, principalmente nas regies
em desenvolvimento no mundo, justamente porque no ado uma
quantidade relativamente pequena de crianas com deficincias obteve
o educao. Portanto, um esforo concentrado requerido
no sentido de se promover a alfabetizao e o aprendizado da
matemtica e de habilidades bsicas s pessoas portadoras de
deficincias atravs de programas de educao de adultos. Tambm
importante que se reconhea que mulheres tm freqentemente sido
duplamente desavantajadas, com preconceitos sexuais compondo as
dificuldades causadas pelas suas deficincias. Mulheres e homens
deveriam possuir a mesma influncia no delineamento de programas
educacionais e as mesmas oportunidades de se beneficiarem de tais.
Esforos especiais deveriam ser feitos no sentido de se encorajar a
participao de meninas e mulheres com deficincias em programas
educacionais.
12. Esta estrutura pretende ser um guia geral ao planejamento de
ao em educao especial. Tal estrutura, evidentemente, no tem
meios de dar conta da enorme variedade de situaes encontradas nas
diferentes regies e pases do mundo e deve desta maneira, ser
adaptada no sentido ao requerimento e circunstncias locais. Para que
seja efetiva, ela deve ser complementada por aes nacionais,
regionais e locais inspirados pelo desejo poltico e popular de
alcanar educao para todos.
II. LINHAS DE AO EM NVEL NACIONAL A.
POLTICA E ORGANIZAO
13. Educao integrada e reabilitao comunitria representam
abordagens complementares queles com necessidades especiais. Ambas
se baseiam nos princpios de incluso, integrao e participao
e representam abordagens bem-testadas e financeiramente efetivas para
promoo de igualdade de o para aqueles com necessidades
educacionais especiais como parte de uma estratgia nacional que
objetive o alcance de educao para todos. Pases so convidados a
considerar as seguintes aes concernentes a poltica e
organizao de seus sistemas educacionais.
14. Legislao deveria reconhecer o princpio de igualdade de
oportunidade para crianas, jovens e adultos com deficincias na
educao primria, secundria e terciria, sempre que possvel
em ambientes integrados.
15. Medidas Legislativas paralelas e complementares deveriam ser
adotadas nos campos da sade, bem-estar social, treinamento
vocacional e trabalho no sentido de promover apoio e gerar total
eficcia legislao educacional.
16. Polticas educacionais em todos os nveis, do nacional ao local,
deveriam estipular que a criana portadora de deficincia deveria
freqentar a escola de sua vizinhana: ou seja, a escola que seria
freqentada caso a criana no portasse nenhuma deficincia.
Excees esta regra deveriam ser consideradas individualmente,
caso-por-caso, em casos em que a educao em instituio especial
seja requerida.
17. A prtica de desmarginalizao de crianas portadoras de
deficincia deveria ser parte integrante de planos nacionais que
objetivem atingir educao para todos. Mesmo naqueles casos
excepcionais em que crianas sejam colocadas em escolas especiais, a
educao dela no precisa ser inteiramente segregada. Freqncia
em regime no-integral nas escolas regulares deveria ser encorajada.
Provises necessrias deveriam tambm ser feitas no sentido de
assegurar incluso de jovens e adultos com necessidade especiais em
educao secundria e superior bem como em programa de treinamento.
Ateno especial deveria ser dada garantia da igualdade de o
e oportunidade para meninas e mulheres portadoras de deficincias.
18. Ateno especial deveria ser prestada s necessidades das
crianas e jovens com deficincias mltiplas ou severas. Eles
possuem os mesmos direitos que outros na comunidade, obteno de
mxima independncia na vida adulta e deveriam ser educados neste
sentido, ao mximo de seus potenciais.
19. Polticas educacionais deveriam levar em total considerao as
diferenas e situaes individuais. A importncia da linguagem de
signos como meio de comunicao entre os surdos, por exemplo,
deveria ser reconhecida e proviso deveria ser feita no sentido de
garantir que todas as pessoas surdas tenham o a educao em sua
lngua nacional de signos. Devido s necessidades particulares de
comunicao dos surdos e das pessoas surdas/cegas, a educao
deles pode ser mais adequadamente provida em escolas especiais ou
classes especiais e unidades em escolas regulares.
20. Reabilitao comunitria deveria ser desenvolvida como parte de
uma estratgia global de apoio a uma educao financeiramente
efetiva e treinamento para pessoas com necessidade educacionais
especiais. Reabilitao comunitria deveria ser vista como uma
abordagem especfica dentro do desenvolvimento da comunidade
objetivando a reabilitao, equalizao de oportunidades e
integrao social de todas as pessoas portadoras de deficincias;
deveria ser implementada atravs de esforos combinados entre as
pessoas portadoras de deficincias, suas famlias e comunidades e os
servios apropriados de educao, sade, bem-estar e vocacional.
21. Ambos os arranjos polticos e de financiamento deveriam encorajar
e facilitar o desenvolvimento de escolas inclusivas. Barreiras que
impeam o fluxo de movimento da escola especial para a regular
deveriam ser removidas e uma estrutura istrativa comum deveria
ser organizada. Progresso em direo incluso deveria ser
cuidadosamente monitorado atravs do agrupamento de estatsticas
capazes de revelar o nmero de estudantes portadores de deficincias
que se beneficiam dos recursos, know-how e equipamentos direcionados
educao especial bem como o nmero de estudantes com
necessidades educacionais especiais matriculados nas escolas
regulares.
22. Coordenao entre autoridades educacionais e as responsveis
pela sade, trabalho e assistncia social deveria ser fortalecida em
todos os nveis no sentido de promover convergncia e
complementariedade, Planejamento e coordenao tambm deveriam
levar em conta o papel real e o potencial que agncias semi-pblicas
e organizaes no-governamentais podem ter. Um esforo especial
necessita ser feito no sentido de se atrair apoio comunitrio
proviso de servios educacionais especiais.
23. Autoridades nacionais tm a responsabilidade de monitorar
financiamento externo educao especial e trabalhando em
cooperao com seus parceiros internacionais, assegurar que tal
financiamento corresponda s prioridades nacionais e polticas que
objetivem atingir educao para todos. Agncias bilaterais e
multilaterais de auxlio , por sua parte, deveriam considerar
cuidadosamente as polticas nacionais com respeito educao
especial no planejamento e implementao de programas em educao
e reas relacionadas.
B. FATORES RELATIVOS ESCOLA
24. o desenvolvimento de escolas inclusivas que ofeream servios a
uma grande variedade de alunos em ambas as reas rurais e urbanas
requer a articulao de uma poltica clara e forte de incluso
junto com proviso financeira adequada - um esforo eficaz de
informao pblica para combater o preconceito e criar atitudes
informadas e positivas - um programa extensivo de orientao e
treinamento profissional - e a proviso de servios de apoio
necessrios. Mudanas em todos os seguintes aspectos da
escolarizao, assim como em muitos outros, so necessrias para a
contribuio de escolas inclusivas bem-sucedidas: currculo,
prdios, organizao escolar, pedagogia, avaliao, pessoal,
filosofia da escola e atividades extra-curriculares.
25. Muitas das mudanas requeridas no se relacionam exclusivamente
incluso de crianas com necessidades educacionais especiais.
Elas fazem parte de um reforma mais ampla da educao, necessria
para o aprimoramento da qualidade e relevncia da educao, e para
a promoo de nveis de rendimento escolar superiores por parte de
todos os estudantes. A Declarao Mundial sobre Educao para
Todos enfatizou a necessidade de uma abordagem centrada na criana
objetivando a garantia de uma escolarizao bem-sucedida para todas
as crianas. A adoo de sistemas mais flexveis e adaptativos,
capazes de mais largamente levar em considerao as diferentes
necessidades das crianas ir contribuir tanto para o sucesso
educacional quanto para a incluso. As seguintes orientaes
enfocam pontos a ser considerados na integrao de crianas com
necessidades educacionais especiais em escolas inclusivas.
Flexibilidade Curricular.
26. O currculo deveria ser adaptado s necessidades das crianas,
e no vice-versa. Escolas deveriam, portanto, prover oportunidades
curriculares que sejam apropriadas a criana com habilidades e
interesses diferentes.
27. Crianas com necessidades especiais deveriam receber apoio
instrucional adicional no contexto do currculo regular, e no de um
currculo diferente. O princpio regulador deveria ser o de
providenciar a mesma educao a todas as crianas, e tambm prover
assistncia adicional e apoio s crianas que assim o requeiram.
28. A aquisio de conhecimento no somente uma questo de
instruo formal e terica. O contedo da educao deveria ser
voltado a padres superiores e s necessidades dos indivduos com o
objetivo de torn-los aptos a participar totalmente no
desenvolvimento. O ensino deveria ser relacionado s experincias
dos alunos e a preocupaes prticas no sentido de melhor
motiv-los.
29. Para que o progresso da criana seja acompanhado, formas de
avaliao deveriam ser revistas. Avaliao formativa deveria ser
incorporada no processo educacional regular no sentido de manter
alunos e professores informados do controle da aprendizagem adquirida,
bem como no sentido de identificar dificuldades e auxiliar os alunos a
super-las.
30. Para crianas com necessidades educacionais especiais uma rede
contnua de apoio deveria ser providenciada, com variao desde a
ajuda mnima na classe regular at programas adicionais de apoio
aprendizagem dentro da escola e expandindo, conforme necessrio,
proviso de assistncia dada por professores especializados e
pessoal de apoio externo.
31. Tecnologia apropriada e vivel deveria ser usada quando
necessrio para aprimorar a taxa de sucesso no currculo da escola e
para ajudar na comunicao, mobilidade e aprendizagem. Auxlios
tcnicos podem ser oferecidos de modo mais econmico e efetivo se
eles forem providos a partir de uma associao central em cada
localidade, aonde haja know-how que possibilite a conjugao de
necessidades individuais e assegure a manuteno.
32. Capacitao deveria ser originada e pesquisa deveria ser levada
a cabo em nveis nacional e regional no sentido de desenvolver
sistemas tecnolgicos de apoio apropriados educao especial.
Estados que tenham ratificado o Acordo de Florena deveriam ser
encorajados a usar tal instrumento no sentido de facilitar a livre
circulao de materiais e equipamentos s necessidades das pessoas
com deficincias. Da mesma forma, Estados que ainda no tenham
aderido ao Acordo ficam convidados a assim faz-lo para que se
facilite a livre circulao de servios e bens de natureza
educacional e cultural.
istrao da Escola
33. es locais e diretores de escolas podem ter um papel
significativo quanto a fazer com que as escolas respondam mais s
crianas com necessidades educacionais especiais desde de que a eles
sejam fornecidos a devida autonomia e adequado treinamento para que o
possam faz-lo. Eles (es e diretores) deveriam ser
convidados a desenvolver uma istrao com procedimentos mais
flexveis, a reaplicar recursos instrucionais, a diversificar
opes de aprendizagem, a mobilizar auxlio individual, a oferecer
apoio aos alunos experimentando dificuldades e a desenvolver
relaes com pais e comunidades, Uma istrao escolar bem
sucedida depende de um envolvimento ativo e reativo de professores e
do pessoal e do desenvolvimento de cooperao efetiva e de trabalho
em grupo no sentido de atender as necessidades dos estudantes.
34. Diretores de escola tm a responsabilidade especial de promover
atitudes positivas atravs da comunidade escolar e via arranjando uma
cooperao efetiva entre professores de classe e pessoal de apoio.
Arranjos apropriados para o apoio e o exato papel a ser assumido pelos
vrios parceiros no processo educacional deveria ser decidido
atravs de consultoria e negociao.
35. Cada escola deveria ser uma comunidade coletivamente responsvel
pelo sucesso ou fracasso de cada estudante. O grupo de educadores, ao
invs de professores individualmente, deveria dividir a
responsabilidade pela educao de crianas com necessidades
especiais. Pais e voluntrios deveriam ser convidados assumir
participao ativa no trabalho da escola. Professores, no entanto,
possuem um papel fundamental enquanto es do processo
educacional, apoiando as crianas atravs do uso de recursos
disponveis, tanto dentro como fora da sala de aula.
Informao e Pesquisa
36. A disseminao de exemplos de boa prtica ajudaria o
aprimoramento do ensino e aprendizagem. Informao sobre resultados
de estudos que sejam relevantes tambm seria valiosa. A
demonstrao de experincia e o desenvolvimento de centros de
informao deveriam receber apoio a nvel nacional, e o o a
fontes de informao deveria ser ampliado.
37. A educao especial deveria ser integrada dentro de programas de
instituies de pesquisa e desenvolvimento e de centros de
desenvolvimento curricular. Ateno especial deveria ser prestada
nesta rea, a pesquisa-ao locando em estratgias inovadoras de
ensino-aprendizagem. professores deveriam participar ativamente tanto
na ao quanto na reflexo envolvidas em tais investigaes.
Estudos-piloto e estudos de profundidade deveriam ser lanados para
auxiliar tomadas de decises e para prover orientao futura. Tais
experimentos e estudos deveriam ser levados a cabo numa base de
cooperao entre vrios pases.
C. RECRUTAMENTO E TREINAMENTO DE EDUCADORES
38. Preparao apropriada de todos os educadores constitui-se um
fator chave na promoo de progresso no sentido do estabelecimento
de escolas inclusivas. As seguintes aes poderiam ser tomadas.
Alm disso, a importncia do recrutamento de professores que possam
servir como modelo para crianas portadoras de deficincias torna-se
cada vez mais reconhecida.
39. Treinamento pr-profissional deveria fornecer a todos os
estudantes de pedagogia de ensino primrio ou secundrio,
orientao positiva frente deficincia, desta forma
desenvolvendo um entendimento daquilo que pode ser alcanado nas
escolas atravs dos servios de apoio disponveis na localidade. O
conhecimento e habilidades requeridas dizem respeito principalmente
boa prtica de ensino e incluem a avaliao de necessidades
especiais, adaptao do contedo curricular, utilizao de
tecnologia de assistncia, individualizao de procedimentos de
ensino no sentido de abarcar uma variedade maior de habilidades, etc.
Nas escolas prticas de treinamento de professores, ateno
especial deveria ser dada preparao de todos os professores para
que exercitem sua autonomia e apliquem suas habilidades na adaptao
do currculo e da instruo no sentido de atender as necessidades
especiais dos alunos, bem como no sentido de colaborar com os
especialistas e cooperar com os pais.
40. Um problema recorrente em sistemas educacionais, mesmo naqueles
que provem excelentes servios para estudantes portadores de
deficincias refere-se a falta de modelos para tais estudantes.
alunos de educao especial requerem oportunidades de interagir com
adultos portadores de deficincias que tenham obtido sucesso de forma
que eles possam ter um padro para seus prprios estilos de vida e
aspiraes com base em expectativas realistas. Alm disso, alunos
portadores de deficincias deveriam ser treinados e providos de
exemplos de atribuio de poderes e liderana deficincia de
forma que eles possam auxiliar no modelamento de polticas que iro
afet-los futuramente. Sistemas educacionais deveriam, portanto,
basear o recrutamento de professores e outros educadores que podem e
deveriam buscar, para a educao de crianas especiais, o
envolvimento de indivduos portadores de deficincias que sejam bem
sucedidos e que provenham da mesma regio.
41. As habilidades requeridas para responder as necessidades
educacionais especiais deveriam ser levadas em considerao durante
a avaliao dos estudos e da graduao de professores.
42. Como formar prioritria, materiais escritos deveriam ser
preparados e seminrios organizados para es locais,
supervisores, diretores e professores, no sentido de desenvolver suas
capacidades de prover liderana nesta rea e de aposta e treinar
pessoal menos experiente.
43. O menor desafio reside na proviso de treinamento em servio a
todos os professores, levando-se em considerao as variadas e
freqentemente difceis condies sob as quais eles trabalham.
Treinamento em servio deveria sempre que possvel, ser desenvolvido
ao nvel da escola e por meio de interao com treinadores e
apoiado por tcnicas de educao distncia e outras tcnicas
auto-didticas.
44. Treinamento especializado em educao especial que leve s
qualificaes profissionais deveria normalmente ser integrado com ou
precedido de treinamento e experincia como uma forma regular de
educao de professores para que a complementariedade e a mobilidade
sejam asseguradas.
45. O Treinamento de professores especiais necessita ser reconsiderado
com a inteno de se lhes habilitar a trabalhar em ambientes
diferentes e de assumir um papel-chave em programas de educao
especial. Uma abordagem no-categorizante que embarque todos os tipos
de deficincias deveria ser desenvolvida como ncleo comum e
anterior especializao em uma ou mais reas especficas de
deficincia.
46. Universidades possuem um papel majoritrio no sentido de
aconselhamento no processo de desenvolvimento da educao especial,
especialmente no que diz respeito pesquisa, avaliao,
preparao de formadores de professores e desenvolvimento de
programas e materiais de treinamento. Redes de trabalho entre
universidades e instituies de aprendizagem superior em pases
desenvolvidos e em desenvolvimento deveriam ser promovidas. A
ligao entre pesquisa e treinamento neste sentido de grande
significado. Tambm muito importante o envolvimento ativo de
pessoas portadoras de deficincia em pesquisa e em treinamento pata
que se assegure que suas perspectivas sejam completamente levadas em
considerao.
D. SERVIOS EXTERNOS DE APOIO
47. A proviso de servios de apoio de fundamental importncia
para o sucesso de polticas educacionais inclusivas. Para que se
assegure que, em todos os nveis, servios externos sejam colocados
disposio de crianas com necessidades especiais, autoridades
educacionais deveriam considerar o seguinte:
48. Apoio s escolas regulares deveria ser providenciado tanto pelas
instituies de treinamento de professores quanto pelo trabalho de
campo dos profissionais das escolas especiais. Os ltimos deveriam
ser utilizados cada vez mais como centros de recursos para as escolas
regulares, oferecendo apoio direto aquelas crianas com necessidades
educacionais especiais. Tanto as instituies de treinamento como as
escolas especiais podem prover o o a materiais e equipamentos,
bem como o treinamento em estratgias de instruo que no sejam
oferecidas nas escolas regulares.
49. O apoio externo do pessoal de recurso de vrias agncias,
departamentos e instituies, tais como professor-consultor,
psiclogos escolares, fonoaudilogos e terapeutas ocupacionais,
etc.., deveria ser coordenado em nvel local. O agrupamento de
escolas tem comprovadamente se constitudo numa estratgia til na
mobilizao de recursos educacionais bem como no envolvimento da
comunidade. Grupos de escolas poderiam ser coletivamente responsveis
pela proviso de servios a alunos com necessidades educacionais
especiais em suas reas e (a tais grupos de escolas) poderia ser dado
o espao necessrio para alocarem os recursos conforme o requerido.
Tais arranjos tambm deveriam envolver servios no educacionais.
De fato, a experincia sugere que servios educacionais se
beneficiariam significativamente caso maiores esforos fossem feitos
para assegurar o timo uso de todo o conhecimento e recursos
disponveis.
E. REAS PRIORITRIAS
50. A integrao de crianas e jovens com necessidades educacionais
especiais seria mais efetiva e bem-sucedida se considerao especial
fosse dada a planos de desenvolvimento educacional nas seguintes
reas: educao infantil, para garantir a educabilidade de todas as
crianas: transio da educao para a vida adulta do trabalho e
educao de meninas.
Educao Infantil
51. O sucesso de escolas inclusivas depende em muito da
identificao precoce, avaliao e estimulao de crianas
pr- escolares com necessidades educacionais especiais. Assistncia
infantil e programas educacionais para crianas at a idade de 6
anos deveriam ser desenvolvidos e/ou reorientados no sentido de
promover o desenvolvimento fsico, intelectual e social e a
prontido para a escolarizao. Tais programas possuem um grande
valor econmico para o indivduo, a famlia e a sociedade na
preveno do agravamento de condies que inabilitam a criana.
Programas neste nvel deveriam reconhecer o princpio da incluso e
ser desenvolvidos de uma maneira abrangente, atravs da combinao
de atividades pr-escolares e sade infantil.
52. Vrios pases tm adotado polticas em favor da educao
infantil, tanto atravs do apoio no desenvolvimento de jardins de
infncia e pr-escolas, como pela organizao de informao s
famlias e de atividades de conscientizao em colaborao com
servios comunitrios (sade, cuidados maternos e infantis) com
escolas e com associaes locais de famlias ou de mulheres.
Preparao para a Vida Adulta
53. Jovens com necessidades educacionais especiais deveriam ser
auxiliados no sentido de realizarem uma transio efetiva da escola
para o trabalho. Escolas deveriam auxili-los a se tornarem
economicamente ativos e prov-los com as habilidades necessrias ao
cotidiano da vida, oferecendo treinamento em habilidades que
correspondam s demandas sociais e de comunicao e s
expectativas da vida adulta. Isto implica em tecnologias adequadas de
treinamento, incluindo experincias diretas em situaes da vida
real, fora da escola. O currculo para estudantes mais maduros e com
necessidades educacionais especiais deveria incluir programas
especficos de transio, apoio de entrada para a educao
superior sempre que possvel e conseqente treinamento vocacional
que os prepare a funcionar independentemente enquanto membros
contribuintes em suas comunidades e aps o trmino da
escolarizao. Tais atividades deveria ser levadas a cabo com o
envolvimento ativo de aconselhadores vocacionais, oficinas de
trabalho, associaes de profissionais, autoridades locais e seus
respectivos servios e agncias.
Educao de Meninas
54. Meninas portadoras de deficincias encontram-se em dupla
desvantagem. Um esforo especial se requer no sentido de se prover
treinamento e educao para meninas com necessidades educacionais
especiais. Alm de ganhar o a escola, meninas portadoras de
deficincias deveriam ter o informao, orientao e
modelos que as auxiliem a fazer escolhas realistas e as preparem para
desempenharem seus futuros papis enquanto mulheres adultas.
Educao de Adultos e Estudos Posteriores
55. Pessoas portadoras de deficincias deveriam receber ateno
especial quanto ao desenvolvimento e implementao de programas de
educao de adultos e de estudos posteriores. Pessoas portadoras de
deficincias deveriam receber prioridade de o tais programas.
Cursos especiais tambm poderiam ser desenvolvidos no sentido de
atenderem s necessidades e condies de diferentes grupos de
adultos portadores de deficincia.
F. PERSPECTIVAS COMUNITRIAS
56. A realizao do objetivo de uma educao bem- sucedida de
crianas com necessidades educacionais especiais no constitui
tarefa somente dos Ministrios de Educao e das escolas. Ela
requer a cooperao das famlias e a mobilizao das comunidades
e de organizaes voluntrias, assim como o apoio do pblico em
geral. A experincia provida por pases ou reas que tm
testemunhado progresso na equalizao de oportunidades educacionais
para crianas portadoras de deficincia sugere uma srie de
lies teis.
Parceria com os Pais
57. A educao de crianas com necessidades educacionais especiais
uma tarefa a ser dividida entre pais e profissionais. Uma atitude
positiva da parte dos pais favorece a integrao escolar e social.
Pais necessitam de apoio para que possam assumir seus papis de pais
de uma criana com necessidades especiais. O papel das famlias e
dos pais deveria ser aprimorado atravs da proviso de informao
necessria em linguagem clara e simples; ou enfoque na urgncia de
informao e de treinamento em habilidades paternas constitui uma
tarefa importante em culturas aonde a tradio de escolarizao
seja pouca.
58. Pais constituem parceiros privilegiados no que concerne as
necessidades especiais de suas crianas, e desta maneira eles
deveriam, o mximo possvel, ter a chance de poder escolher o tipo
de proviso educacional que eles desejam para suas crianas.
59. Uma parceria cooperativa e de apoio entre es
escolares, professores e pais deveria ser desenvolvida e pais deveriam
ser considerados enquanto parceiros ativos nos processos de tomada de
deciso. Pais deveriam ser encorajados a participar em atividades
educacionais em casa e na escola (aonde eles poderiam observar
tcnicas efetivas e aprender como organizar atividades
extra-curriculares), bem como na superviso e apoio aprendizagem
de suas crianas.
60. Governos deveriam tomar a liderana na promoo de parceria com
os pais, atravs tanto de declaraes polticas quanto legais no
que concerne aos direitos paternos. O desenvolvimento de associaes
de pais deveria ser promovida e seus representante envolvidos no
delineamento e implementao de programas que visem o aprimoramento
da educao de seus filhos. Organizaes de pessoas portadoras de
deficincias tambm deveriam ser consultadas no que diz respeito ao
delineamento e implementao de programas.
Envolvimento da Comunidade
61. A descentralizao e o planejamento local favorecem um maior
envolvimento de comunidades na educao e treinamento de pessoas com
necessidades educacionais especiais. es locais deveriam
encorajar a participao da comunidade atravs da garantia de apoio
s associaes representativas e convidando-as a tomarem parte no
processo de tomada de decises. Com este objetivo em vista,
mobilizando e monitorando mecanismos formados pela istrao
civil local, pelas autoridades de desenvolvimento educacional e de
sade, lderes comunitrios e organizaes voluntrias deveriam
estar estabelecidos em reas geogrficas suficientemente pequenas
para assegurar uma participao comunitria significativa.
62. O envolvimento comunitrio deveria ser buscado no sentido de
suplementar atividades na escola, de prover auxlio na
concretizao de deveres de casa e de compensar a falta de apoio
familiar. Neste sentido, o papel das associaes de bairro deveria
ser mencionado no sentido de que tais forneam espaos disponveis,
como tambm o papel das associaes de famlias, de clubes e
movimentos de jovens, e o papel potencial das pessoas idosas e outros
voluntrios incluindo pessoas portadoras de deficincias em
programas tanto dentro como fora da escola.
63. Sempre que ao de reabilitao comunitria seja provida por
iniciativa externa, cabe comunidade decidir se o programa se
tornar parte das atividades de desenvolvimento da comunidade. Aos
vrios parceiros na comunidade, incluindo organizaes de pessoas
portadoras de deficincia e outras organizaes no-governamentais
deveria ser dada a devida autonomia para se tornarem responsveis
pelo programa. Sempre que apropriado, agncias governamentais em
nveis nacional e local tambm deveriam prestar apoio.
O Papel das Organizaes Voluntrias 64. Uma vez que organizaes
voluntrias e no- governamentais possuem maior liberdade para agir
e podem responder mais prontamente s necessidades expressas, elas
deveriam ser apoiadas no desenvolvimento de novas idias e no
trabalho pioneiro de inovao de mtodos de entrega de servios.
Tais organizaes podem desempenhar o papel fundamental de
inovadores e catalizadores e expandir a variedade de programas
disponveis comunidade.
65. Organizaes de pessoas portadoras de deficincias - ou seja,
aquelas que possuam influncia decisiva deveriam ser convidadas a
tomar parte ativa na identificao de necessidades, expressando sua
opinio a respeito de prioridades, istrando servios, avaliando
desempenho e defendendo mudanas.
Conscientizao Pblica
66. Polticos em todos os nveis, incluindo o nvel da escola,
deveriam regularmente reafirmar seu compromisso para com a incluso e
promover atitudes positivas entre as crianas, professores e pblico
em geral, no que diz respeito aos que possuem necessidades
educacionais especiais.
67. A mdia possui um papel fundamental na promoo de atitudes
positivas frente a integrao de pessoas portadoras de deficincia
na sociedade. Superando preconceitos e m informao, e difundindo
um maior otimismo e imaginao sobre as capacidades das pessoas
portadoras de deficincia. A mdia tambm pode promover atitudes
positivas em empregadores com relao ao emprego de pessoas
portadoras de deficincia. A mdia deveria acostumar-se a informar o
pblico a respeito de novas abordagens em educao, particularmente
no que diz respeito proviso em educao especial nas escolas
regulares, atravs da popularizao de exemplos de boa prtica e
experincias bem-sucedidas.
G. REQUERIMENTOS RELATIVOS A RECURSOS
68. O desenvolvimento de escolas inclusivas como o modo mais efetivo
de atingir a educao para todos deve ser reconhecido como uma
poltica governamental chave e dado o devido privilgio na pauta de
desenvolvimento da nao. somente desta maneira que os recursos
adequados podem ser obtidos. Mudanas nas polticas e prioridades
podem acabar sendo inefetivas a menos que um mnimo de recursos
requeridos seja providenciado. O compromisso poltico necessrio,
tanto a nvel nacional como comunitrio. Para que se obtenha
recursos adicionais e para que se re-empregue os recursos j
existentes. Ao mesmo tempo em que as comunidades devem desempenhar o
papel- chave de desenvolver escolas inclusivas, apoio e encorajamento
aos governos tambm so essenciais ao desenvolvimento efetivo de
solues viveis.
69.A distribuio de recursos s escolas deveria realisticamente
levar em considerao as diferenas em gastos no sentido de se
prover educao apropriada para todas as crianas que possuem
habilidades diferentes. Um comeo realista poderia ser o de apoiar
aquelas escolas que desejam promover uma educao inclusiva e o
lanamento de projetos-piloto em algumas reas com vistas a adquirir
o conhecimento necessrio para a expanso e generalizao
progressivas. No processo de generalizao da educao inclusiva,
o nvel de e e de especializao dever corresponder
natureza da demanda.
70. Recursos tambm devem ser alocados no sentido de apoiar servios
de treinamento de professores regulares de proviso de centros de
recursos, de professores especiais ou professores-recursos. Ajuda
tcnica apropriada para assegurar a operao bem-sucedida de um
sistema educacional integrador, tambm deve ser providenciada.
Abordagens integradoras deveriam, portanto, estar ligadas ao
desenvolvimento de servios de apoio em nveis nacional e local.
71. Um modo efetivo de maximizar o impacto refere-se a unio de
recursos humanos institucionais, logsticos, materiais e financeiros
dos vrios departamentos ministeriais (Educao, Sade, Bem-
Estar-Social, Trabalho, Juventude, etc.), das autoridades locais e
territoriais e de outras instituies especializadas. A combinao
de uma abordagem tanto social quanto educacional no que se refere
educao especial requerer estruturas de gerenciamento efetivas
que capacitem os vrios servios a cooperar tanto em nvel local
quanto em nvel nacional e que permitam que autoridades pblicas e
corporaes juntem esforos.
III. ORIENTAES PARA AES EM NVEIS REGIONAIS E INTERNACIONAIS
72. Cooperao internacional entre organizaes governamentais e
no-governamentais, regionais e inter-regionais, podem ter um papel
muito importante no apoio ao movimento frente a escolas inclusivas.
Com base em experincias anteriores nesta rea, organizaes
internacionais, inter-governamentais e no-governamentais, bem como
agncias doadoras bilaterais, poderiam considerar a unio de seus
esforos na implementao das seguintes abordagens estratgicas.
73. Assistncia tcnica deveria ser direcionada a reas
estratgicas de interveno com um efeito multiplicador,
especialmente em pases em desenvolvimento. Uma tarefa importante
para a cooperao internacional reside no apoio no lanamento de
projetos-piloto que objetivem testar abordagens e originar
capacitao.
74. A organizao de parcerias regionais ou de parcerias entre
pases com abordagens semelhantes no tocante educao especial
poderia resultar no planejamento de atividades conjuntas sob os
auspcios de mecanismos de cooperao regional ou sub-regional.
Tais atividades deveriam ser delineadas com vistas a levar vantagens
sobre as economias da escala, a basear-se na experincia de pases
participantes, e a aprimorar o desenvolvimento das capacidades
nacionais.
75. Uma misso prioritria das organizaes internacionais e
facilitao do intercmbio de dados e a informao e resultados
de programas-piloto em educao especial entre pases e regies. O
colecionamento de indicadores de progresso que sejam comparveis a
respeito de educao inclusiva e de emprego deveria se tornar parte
de um banco mundial de dados sobre educao. Pontos de enfoque podem
ser estabelecidos em centros sub-regionais para que se facilite o
intercmbio de informaes. As estruturas existentes em nvel
regional e internacional deveriam ser fortalecidas e suas atividades
estendidas a campos tais como poltica, programao, treinamento de
pessoal e avaliao.
76. Uma alta percentagem de deficincia constitui resultado direto da
falta de informao, pobreza e baixos padres de sade. medida
que o prevalecimento de deficincias em termos do mundo em geral
aumenta em nmero, particularmente nos pases em desenvolvimento,
deveria haver uma ao conjunta internacional em estreita
colaborao com esforos nacionais, no sentido de se prevenir as
causas de deficincias atravs da educao a qual, por, sua vez,
reduziria a incidncia e o prevalecimento de deficincias, portanto,
reduzindo ainda mais as demandas sobre os limitados recursos humanos e
financeiros de dados pases.
77. Assistncias tcnica e internacional educao especial
derivam-se de variadas fontes. Portanto, torna-se essencial que se
garanta coerncia e complementaridade entre organizaes do sistema
das Naes Unidas e outras agncias que prestam assistncia nesta
rea.
78. Cooperao internacional deveria fornecer apoio a seminrios de
treinamento avanado para es e outros especialistas em
nvel regional e reforar a cooperao entre universidades e
instituies de treinamento em pases diferentes para a conduo
de estudos comparativos bem como para a publicao de referncias
documentrias e de materiais instrutivos.
79. A Cooperao internacional deveria auxiliar no desenvolvimento
de associaes regionais e internacionais de profissionais
envolvidos com o aperfeioamento da educao especial e deveria
apoiar a criao e disseminao de folhetins e publicaes, bem
como a organizao de conferncias e encontros regionais.
80. Encontros regionais e internacionais englobando questes
relativas educao deveriam garantir que necessidades
educacionais especiais fossem includas como parte integrante do
debate, e no somente como uma questo em separado. Como modo de
exemplo concreto, a questo da educao especial deveria fazer
parte da pauta de conferncia ministeriais regionais organizadas pela
UNESCO e por outras agncias inter-governamentais.
81. Cooperao internacional tcnica e agncias de financiamento
envolvidas em iniciativas de apoio e desenvolvimento da Educao
para Todos deveriam assegurar que a educao especial seja uma parte
integrante de todos os projetos em desenvolvimento.
82. Coordenao internacional deveria existir no sentido de apoiar
especificaes de ibilidade universal da tecnologia da
comunicao subjacente estrutura emergente da informao.
83. Esta Estrutura de Ao foi aprovada por aclamao aps
discusso e emenda na sesso Plenria da Conferncia de 10 de
junho de 1994. Ela tem o objetivo de guiar os Estados Membros e
organizaes governamentais e no-governamentais na implementao
da Declarao de Salamanca sobre Princpios , Poltica e Prtica
em Educao Especial.
Procedimentos-Padres das Naes Unidas para a Equalizao de
Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficincias, A/RES/48/96,
Resoluo das Naes Unidas adotada em Assemblia Geral.
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