Objeo
de conscincia
Antnio
Mesquita Galvo 5j474b
Para
os antigos filsofos gregos, a conscincia,
syneidesis, era a "mestra da verdade".
Para tanto, a conscincia deve ser educada
por um juzo moral, esclarecido. Para a
formao de uma conscincia
crist preciso estabelecer uma
reta razo, que nada mais do que
fazer o que se tem certeza que certo.
Trata-se de um juzo prtico acerca
da bondade ou da malcia de um determinado
ato.
A fascinao pelas meias-verdades
o grande desafio para a Teologia Moral.
Cabe, por isto, um alerta: cuidado com as conscincias
elsticas, das pessoas que agem conforme
as circunstncias particulares: "faa
o que eu digo, mas no faa o que
eu fao". o caso de uma me,
sem objeo de conscincia,
que disse: "eu sou contra o aborto, mas...
neste caso...". o chamado "duplo
estatuto da verdade moral", em que a conscincia,
por motivos particulares vai contra o preceito
vlido da norma geral. a chamada
"moral de ocasio".
Para testar a deciso de atos e conscincias,
e considerando a estreita relao
que existe entre conscincia e liberdade,
prudente observar que, sempre que ocorrer
a algum o assalto de dvida, se
um fato pecado ou no, podemos
ter certeza de que , pois os atos lcitos
no deixam dvidas. A objeo
de conscincia ocorre quando a pessoa se
recusa a cumprir um preceito em razo desse
imperativo.
A conscincia reta se perfila verdade
objetiva, acolhida pelo corao
humano. sempre da verdade que deriva
a dignidade da conscincia. A isso se chama
reta razo. A Teologia Moral paulina revela
que a lei do amor mtuo est inscrita
no corao do homem. Justamente
essa inscrio que revela
que o dever moral se funda na liberdade: "Jesus
Cristo nos libertou para que fssemos livres"
(Gl 5, 1). Em Rm 12,2 o apstolo fala em
formar a conscincia para o bem e para a
verdade, buscando fazer a vontade de Deus, isto
, o que bom, o que agradvel
a ele, o que perfeito (v. 2c). Deus
o autor da moral. A conscincia deve ser
iluminada pelo Esprito Santo (cf. Rm 9,
1), ser pura (cf. 2Tm 1,3) e manifestar a verdade
(cf. 2Cor 4, 2). Como ensinam os moralistas, o
ser humano no deve amoldar-se
mentalidade do mundo (cf. Rm 12, 2), mas converter
seu a Deus.
Somos julgados pela conscincia reta e no
por aquela, fragmentada por distores
ou acomodaes. Certos desvios de
moral criam regras elsticas para as conscincias
que, ao invs de atuar naquela reciprocidade
com as outras, como diz B. Haering, assume foros
egostas, personalistas, capazes de validar
injustias, sob a alegao
de normas ntimas, ao afirmar que "cada
um responde por sua cabea". Os artifcios
intelectuais, muitas vezes, deturpam as conscincias.
Por objeo de conscincia
entende-se como aquela possibilidade de recusa,
por parte de uma pessoa, de cumprir um determinado
preceito legal apelando ao imperativo de sua conscincia.
Por exemplo, um pacifista prestar o servio
militar.
Recentemente minha conscincia impediu que
eu me decidisse a favor de algo, extrinsecamente
bom, mas intrinsecamente detestvel. Em
Creta (Grcia), em julho de 2007 visitei
o tmulo do escritor Nikos Kazantzakis
(† 1957). Depois, numa loja de suvenires,
vi uma camiseta alusiva ao escritor. Era uma "T-shirt"
bonita, preta, com um texto em letras douradas.
Como gosto muito dessas camisetas para o vero,
me dispus a compr-la. Traduzido, o texto
grego dizia "No creio em nada; no
espero nada: sou livre!". Era um contraponto
ao Credo: "Creio em Deus Pai..." (no
creio em nada), "...e espero o mundo que
h de vir" (no espero nada).
Minha conscincia fez objeo
a algo, extrinsecamente bonito, cujo contedo
contrariava a minha f.
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