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Por que Dizer no reduo da Idade Penal?
*Nilmrio Miranda


Em todo incio de legislatura, aqui, na Cmara dos Deputados, h um movimento para rebaixar a idade penal para 14 ou 16 anos, e j se levantou a possibilidade de 12 anos. Nesse ritmo poderemos retornar a Herodes: nasceu na favela, nasceu negro, nasceu no meio da populao excluda, elimina-se de uma vez, faz-se a limpeza tnica.

No entanto, em todas as oportunidades tais propostas foram derrotadas. Entram em pauta tambm, quase sempre, a pena de morte e a priso perptua. Depois as coisas vo se adequando: a sociedade reage, e aqui dentro, o plo humanitrio tambm reage.

Agora, o que est em questo, antes de mais nada, o encarceramento de adultos. No plo humanitrio da Cmara, do governo e da sociedade, h uma defesa de que o encarceramento poderia ser reduzido em mais de 30% para outro tipo de penas no-privativas de liberdade. Ora, se se discute isso pra adultos, no tem sentido propor o encarceramento de adolescentes e mesmo de jovens adultos, pessoas que podero ser ressocializadas com mais facilidade, que no tm antecedentes, nem trajetria criminosa.

Alm disso, as instituies carcerrias nunca recuperaram ningum. Na verdade, a defesa da reduo da idade penal um golpe de morte na tese central do Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), qual seja: "No se deve punir o adolescente, encarcerando-o." Deve-se ressocializ-lo e reeduca-lo. O ECA centra toda sua filosofia, digamos, implcita, na questo da educao.

O encarceramento puro e simples significa, ento, um golpe de morte nessa legislao. Encarceramento no Brasil sinnimo de 'depsito de gente', de isolamento temporrio da sociedade, sendo que a pessoa retorna sempre em condies mais adversas do que no instante em que se iniciou a sua recluso.

Portanto, o ngulo dos que querem rever a idade de inimputabilidade baseia-se num argumento falacioso de que o ECA no funcionou, quando, na verdade, os governos no implantaram as medidas scio educativas; ou ento, afirmam que o ECA fracassou, que est aumentando a criminalidade entre jovens.

H, entretanto, exemplos como o de Belo Horizonte, onde a implementao de iniciativas de natureza scio-educativas e preventivas provocou a reduo nos ndices da criminalidade nessa faixa da populao. H outros lugares tambm com experincias positivas.

O que precisamos, na verdade, de um pacto tico entre a sociedade brasileira, para efetivamente implantarmos medidas scio-educativas com a participao da sociedade civil e dos cidados, com todas as instituies, cada uma cumprindo a sua parte e no se omitindo. evidente que a questo, assim, no reside na imputabilidade, mas na implementao de medidas scio-educativas.

____________________
* Nilmrio Miranda deputado federal do PT-MG, Secretrio Nacional de Direitos Humanos do Partido dos Trabalhadores e membro da Comisso de Direitos Humanos da Cmara dos Deputados.
** Artigo publicado na revista ADOLESCNCIA, ATO INFRACIONAL & CIDADANIA (Publicao do Frum DCA e da ABONG - Associao Brasileira de Organizaes No Governamentais). - Dezembro - 1999.

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