Comit
Estadual pela Verdade, Memria e
Justia RN
Centro
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da Verdade RN
Pgina
Inicial | Anatlia
de Souza Alves de Melo | Djalma
Maranho | dson Neves
Quaresma | Emmanuel
Bezerra dos Santos | Gerardo
Magela Fernandes Torres da Costa | Hiran de
Lima Pereira | Jos Silton
Pinheiro | Lgia Maria
Salgado Nbrega | Lus Igncio
Maranho Filho | Lus
Pinheiro | Virglio
Gomes da Silva | Zo Lucas
de Brito
Jonas,
o primeiro desaparecido
Virglio
Gomes da Silva 6b153z
(15/8/1933
29/9/1969)
Francisco
Gomes da Silva, Chiquinho, foi baleado e preso no dia 28 de setembro
de 1969. ou por vrias sesses de tortura na Oban. No dia
seguinte, por volta das 11h, seu irmo Virglio Gomes da Silva, o Jonas,
foi levado Oban, preso pela equipe do capito Benone Albernaz.
Chegou
algemado e encapuzado. Deram-lhe um chute no rosto, fazendo jorrar
sangue, em uma demonstrao de que estavam dispostos a tudo. Virglio
sobreviveu por 12 horas s torturas, desafiando seus carrascos.
Chiquinho
ficou sabendo da morte do irmo meia hora depois, s 21h30, pelo
capito Albernaz. Celso Antunes Horta viu o corpo de Jonas e
denunciou posteriormente s Auditorias Militares que ele morrera no
pau-de-arara.
Comandavam
a Oban naquela poca os majores Inocncio Beltro e Valdir
Coelho. Os capites Dalmo Cirillo, Maurcio Lopes Lima, Homero
Cesar Machado (PM) e Benone Albernaz revezavam-se no comando das
torturas.
Na
morte de Virglio participaram tambm o delegado Otvio Moreira
Jr., o sargento PM Paulo Bordini, o agente policial Lungaretti
(Maurcio de Freitas), Paulo Bexiga (Paulo Rosa) e o agente da Polcia
Federal Amrico.
Apesar
dos testemunhos dos presos polticos Francisco Gomes da Silva e
Celso Antunes Horta, que juntamente com Paulo de Tarso Wenceslau e
Manoel Cyrillo denunciaram s Auditorias Militares o assassinato de
Virglio Gomes da Silva, sua priso e morte no foram
reconhecidas. Jonas
transformou-se, assim, no primeiro desaparecido poltico
brasileiro.
Sua
mulher, Idalina, e os trs filhos foram presos em So Sebastio,
no litoral norte do Estado de So Paulo. A represso utilizou-os
para pressionar Virglio a dar informaes, mas nem assim teve
sucesso. Sabe-se que seu corpo foi enterrado no Cemitrio De Vila
Formosa, em So Paulo, mas nunca foi encontrado.
Documentos
pesquisados no arquivo do Dops/SP comprovam sua priso, enquanto os
rgos de segurana continuavam divulgando que ele se encontrava
foragido.
Em
sua ficha individual no Dops/SP, ao lado do seu nome, batido mquina,
vem entre parnteses, escrito mo: morto.
No
arquivo do Dops/PR, em um documento do servio Nacional de
investigao (SNI) de 31/10/69, l-se: Virglio Gomes da
Silva (Jonas), falecido por resistir priso; tambm usava a
falsa identidade em nome de Joel Ferreira Lima. No arquivo do
Dops/RJ h um documento do CIE intitulado: Terrorista da ALN com
curso em Cuba que relata no texto: situao em 21 de junho,
morto.
Mesmo
assim, em 1993, Relatrio da Marinha obtido por Requerimento de
informao feita pelo deputado Nilmrio Miranda ainda afirma:
Virglio Gomes da Silva morreu em 29 de setembro de 1969, ao
reagir bala quando de sua priso em um aparelho.
Quando
o filme O Que Isso,
Companheiro? Apresentou Jonas como um militante frio e violento,
dezenas de pessoas que o conheceram fizeram desagravos, resgatando
sua imagem e histria verdadeiras.
Virglio
nasceu no Rio Grande do Norte, Stio Novo Santa Cruz, e foi
assassinado aos 36 anos. O seu caso foi reconhecido pela Anexo da
Lei 9.140/95.
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