QUESTES
JURDICAS DO PROCESSO DE INTEGRAO DO MERCOSUL 1ki63
O
modelo nafta
Hermes
Marcelo Huck
Cabe-me
fazer, ainda que rpida e superficialmente, uma digresso,
uma exposio dos aspectos fundamentais de uma experincia
assemelhada de integrao que se desenvolve na Amrica
do Norte.
Vamos pinar
alguns aspectos mais importantes sobre a experincia do
Nafta, que traz semelhanas e dessemelhanas
relativamente ao modelo do Mercosul e, sobretudo, ao
modelo da Comunidade Europia. O Nafta o "North
American Free Trade Agreement", ou Acordo
Norte-Americano de Livre Comrcio, formalizado em
dezembro de 1992, envolvendo os trs pases da Amrica
do Norte: Estados Unidos, Canad e Mxico; entrou em
vigor no dia 1 de janeiro de 1994. Portanto tambm
um experincia bastante recente. um modelo
impressionante por seus volumes. Congrega 6,5 trilhes de
dlares americanos de Produto Nacional Bruto e rene,
aproximadamente, 360 milhes de pessoas nesse composto de
integrao.
Tem
caractersticas absolutamente prprias e diria que a
mais notvel delas a integrao, nesse mecanismo
regional, de trs pases em que h uma profunda
assimetria, sobretudo entre dois deles e o terceiro, ou
seja, o Mxico, que entra nesse processo de integrao
de uma forma distinta. uma tentativa de se criar um
mercado comum ou, pelo menos, uma zona de livre comrcio;
no se pretende criar um mercado comum no Nafta,
envolvendo um terceiro pas, no caso o Mxico, com um
grau de desenvolvimento econmico e industrial muito
distinto, dspare dos outros dois pases.
A experincia
europia no tinha essa assimetria to grande.
Posteriormente, no segundo momento, com o ingresso da Grcia,
da Espanha e de Portugal, estabeleceu-se uma certa distino
econmica ou do desenvolvimento econmico e industrial
dos pases da Europa. Mas, no primeiro momento, havia uma
certa semelhana no processo de desenvolvimento econmico
e industrial dos pases que constituam o Mercado Comum
Europeu.
O mesmo se
diga quanto ao Mercosul. Ainda que possa haver uma diferena
econmica ou de desenvolvimento industrial entre o Brasil
e a Argentina, notadamente em relao ao Paraguai e ao
Uruguai, no to notvel como a distino que h
entre os Estados Unidos, Canad e Mxico. Diria que as
diferenas internas que temos no Brasil, ou seja, as
divergncias econmicas so muito mais relevantes do
que as assimetrias que h entre os pases do Mercosul.
Para termos
uma idia de nmeros do quadro de que estamos falando
podemos citar: o Produto Interno Bruto (PIB) per capita
dos Estados Unidos, aproximadamente, hoje est na ordem
de vinte e um mil e quinhentos dlares; o do Mxico
de dois mil setecentos e cinqenta dlares. A mdia do
Nafta, somando Estados Unidos, Mxico e Canad, chega a
dezessete mil e cem dlares de PIB. Comparativamente, o
Brasil tem um PIB, mais ou menos, de dois mil e oitocentos
dlares; Argentina, dois mil e novecentos dlares, e a mdia
do Mercosul de dois mil, setecentos e quarenta dlares.
Temos, no Mercosul, um certo equilbrio que no h no
modelo do Nafta.
Essa
disparidade foi o grande fantasma que assustou sobretudo o
Mxico na criao do Nafta.
Permitam-me
relembrar quase que uma comparao anedtica que ouvi
de um professor e advogado mexicano h trs anos, quando
o Nafta iniciaria o seu processo de instalao. Dizia-me
ele que se preocupava com essa associao entre os
Estados Unidos, Canad e Mxico, porque a ele lhe
lembrava um t venture clssico de
empresas privadas. Para justificar sua opinio, ele me
contou uma estria, uma anedota. Dizia ele que havia
interesse entre a galinha e o porco de formarem um t
venture, evidentemente porque o mercado de eggs
and bacon era promissor, apesar de todas as advertncias
quanto ao colesterol. Ento, galinha e porco resolvem
montar o seu t venture privado, para
explorar esse mercado promissor, com todos os documentos.
Chega o primeiro fregus para o produto do t
venture e imediatamente a galinha dispe do
seu ovo e convoca o porco a dar a sua parte. Nesse
momento, o porco percebe que essa t venture no
era das mais vantajosas e reclama da galinha: "Que t
venture esse? Voc tem uma certa facilidade em
contribuir e eu terei de abrir mo do meu bacon." A
galinha diz: "t venture assim mesmo.
Uns fazem mais sacrifcios do que outros."
Na
realidade, pareceu-me, naquele momento, que essa histria
que esse professor mexicano me contava relacionava-se ao
Nafta, pois essa disparidade, temia ele, poderia
significar o papel do porco para o Mxico na associao
com as duas grandes galinhas do Norte.
De qualquer
maneira j h uma experincia de algum tempo, e o
Nafta, historicamente creio que todos conhecemos de
certa forma o seu processo evoluiu a partir de um
projeto do Presidente George Bush, que ele chamou de
iniciativa das Amricas. Ele propunha criar, naquele
momento, um grande mercado de livre comrcio que
abrangeria desde o Alasca at a Patagnia. Era bastante
otimista o Presidente George Bush, como recordamos.
Na
realidade, vivia-se naquele momento final da dcada
de 80 o fim da guerra fria, e os Estados Unidos
buscavam de alguma forma consolidar, manter ou preservar a
sua hegemonia na Amrica Latina. Essa era uma forma de
integrar a iniciativa para as Amricas. uma proposta
americana de preservao de sua hegemonia, fazendo-se de
um lado a consolidao do Mercado Europeu, que, sem dvida,
sempre assustou os norte-americanos no seu projeto hegemnico,
e de outro lado a agressividade comercial do Japo e dos
tigres asiticos. Ento, a criao da iniciativa para
as Amricas era uma resposta a esses dois desafios para a
poltica externa norte-americana.
Sabemos que
os Estados Unidos sempre foram avessos aos pactos, aos
acordos internacionais, aos quais eles aderem com grande
parcimnia somente quando sentem que no s no
implicam restries internas, como so aceitos pela mdia
dos eleitores e, sobretudo, atendem aos seus interesses
econmicos.
O Nafta
nasce muito recentemente com uma srie de antecedentes: o
primeiro o acordo de 1965, j no to novo assim,
que uniu os Estados Unidos e o Canad na indstria
automobilstica. Foi um acordo chamado de Auto Pact
ou Acordo dos Automveis. Este foi o primeiro acordo
regional importante que temos em matria comercial na Amrica
do Norte. Posteriormente, h um fenmeno interessante
que conhecemos, ajudando no processo de integrao,
chamado fenmeno das maquiladoras. As indstrias
maquiladoras do Mxico traziam produtos, peas e
componentes, importando-os sobretudo do mercado asitico
e montavam-nas no Mxico com iseno de impostos; no
pagavam o imposto de importao; era uma lei de draw-back
muito bem cumprida. Em seguida, colocavam esses produtos
no mercado americano. Na realidade, com o tempo isso se
desenvolveu, as empresas americanas constituram
maquiladoras no Mxico, que faziam a montagem e traziam
para os Estados Unidos a um custo tributrio extremamente
favorecido. De qualquer maneira, essas maquiladoras
criaram um processo de integrao comercial muito grande
entre Estados Unidos e Mxico que antes, praticamente, no
havia.
E,
finalmente, nos antecedentes, vale lembrar, em 1988, um
acordo, este sim importante, entre os Estados Unidos e
Canad, que eles chamaram de Free Trade Agreement.
um
acordo de livre comrcio entre o Canad e os Estados
Unidos que continua em vigor, juntamente com o Nafta,
desde 1989, propondo eliminar, at 1998, portanto a curto
prazo, todas as barreiras tarifrias incidentes no comrcio
bilateral Estados Unidos - Canad, reduzir dramaticamente
as barreiras no-tarifrias, definir um tratamento
nacional para os investimentos canadenses nos Estados
Unidos e, sobretudo, americanos no Canad, fixar regras
rigorosas de origem para os produtos automobilsticos,
porque a indstria automobilstica sempre foi a grande
preocupao dos Estados Unidos. Vemos a sua briga
constante com o Japo. Esse FTA Free Trade
Agreement dentre outras metas, criou uma
espcie de rea de comrcio preferencial entre o Canad
e Estados Unidos. Vrios desses objetivos do acordo Canad
- Estados Unidos acabaram por ser incorporados ao Nafta.
Em 1990, o Presidente George Bush iniciou negociaes
com o Mxico para tentar estabelecer um sistema
semelhante ao que tinha com o Canad. Inicialmente,
pensou em um free trade agreement com o Mxico,
mas o Canad sentiu-se ameaado por um acordo Estados
Unidos - Mxico. A sua diplomacia atuou sobre a
americana, conseguindo a unio Mxico - Estados Unidos e
Canad, em dezembro de 1992, com a do acordo
do Nafta. O Nafta, quanto integrao regional,
muito menos ambicioso do que o modelo europeu e,
inclusive, menos ambicioso que o nosso prprio modelo do
Mercosul. Como se sabe, o Nafta, ao contrrio dos outros
modelos, no pretende criar instituies comunitrias
supranacionais. No busca uma federao
norte-americana; no pretende uma unio alfandegria; no
pretende a unificao cambial, nem ou pela cabea
dos seus idealizadores a criao de uma moeda nica
como, por exemplo, no caso da experincia europia. O
que vemos que os membros do Nafta cedem, transferem ou
delegam limitadamente sua soberania. um modelo de
integrao restrita.
No caso do
Nafta, o problema da transferncia da livre circulao
de mo-de-obra assustador para os Estados Unidos. A
liberao do ingresso livre de mo-de-obra mexicana nos
Estados Unidos provocaria um desequilbrio muito srio
no mercado de trabalho. Todos estamos cansados de
assistir, no Jornal Nacional, quelas cenas deprimentes
de mexicanos pulando cerca para ingressar nos Estados
Unidos e ter oportunidade de um trabalho clandestino, sem
proteo, sem direitos etc. Essa preocupao da
transferncia livre de mo-de-obra no existe a curto
prazo no Nafta. H um tratamento para
profissionais especializados, mas, para mo-de-obra no-especializada,
o Nafta tem a preocupao de evitar essa liberalizao.
Diria, no
que se refere s comparaes com o Mercosul, por
exemplo, que a maior semelhana que h entre aquele e o
Mercosul quanto estrutura dos participantes. Um
exerccio de estatstica nos d essa semelhana. Os
Estados Unidos, no Nafta, representam 70% da populao
global dos trs pases e 85% da produo total. Se
pegarmos o Mercosul, o Brasil tem nmeros muito
semelhantes: aproximadamente 70%, ou um pouco mais, da
populao global e oitenta e tantos por cento da produo
total. Ento, h no Nafta e no Mercosul essa semelhana
estrutural, essa grande assimetria de origem.
S para
comparar, na Comunidade Europia, a Alemanha, que tem
posio mais destacada, possui apenas 22% da populao
total e cerca de 25% da produo. So nmeros muito
mais compatveis, muito mais equilibrados.
O que o
Nafta pretende criar, nesse quadro bastante diversificado
que ele tem, apenas uma zona de livre comrcio.
Ousaria at dizer que o Nafta, mais do que uma busca de
um processo de integrao, um acordo multilateral de
comrcio negociado, uma zona preferencial de comrcios,
se quisermos assim. O Nafta busca eliminar, num prazo de
quinze anos, portanto um prazo bastante largo,
gradualmente, as barreiras ao comrcio de bens e servios
regionais, nos trs pases; remover quaisquer restries
ao investimento interregional; definir regras muito claras
de propriedade industrial e meio ambiente isto uma
exigncia dos Estados Unidos: a garantia da preservao
e da proteo da propriedade industrial e do meio
ambiente.
Portanto,
no Nafta, temos muita coisa para inspirar o Mercosul,
porque h uma grande preocupao no que se refere
proteo de propriedade industrial e meio ambiente. No
pretende o Nafta fazer qualquer harmonizao legislativa
entre os pases que o compem; no pretende criar uma
tarifa externa comum. H algumas excees, por exemplo,
quanto a computadores. Pretendem criar uma tarifa externa
comum aos trs pases num perodo curto, se no me
engano de cinco anos, para computadores, componentes de
informtica, programas etc. Mas excepcional. H uma srie
de barreiras tarifrias e no-tarifrias que so
mantidas e que devem ser removidas no curso desses quinze
anos.
O que
vemos, de uma anlise do modelo do Nafta, que ele
procurou ser uma resposta a necessidades especficas,
muito distintas, dos trs pases que o compem. Nenhum
deles tinha em vista, naquele momento, a criao de uma
zona de livre comrcio. Os Estados Unidos pretendiam nada
mais que fortalecer a sua posio junto s Amricas,
em contraposio ao fortalecimento europeu e ao Japo.
Essa era a grande meta dos Estados Unidos com a criao
do Nafta.
O Mxico,
o "primo pobre" dessa fraternidade, vinha de um
processo muito interessante que todos acompanhamos a
partir dos projetos econmicos do Presidente Salinas e
Della Madrid, que realmente transformaram a economia
mexicana. Muitas dessas experincias vivemos no Brasil:
houve uma desburocratizao, uma privatizao muito
grande, uma liberao cambial, um incentivo maior
agressividade comercial no Mxico e uma abertura do
mercado mexicano para o exterior. O Mxico precisava,
necessariamente, do mercado americano.
Apenas a ttulo
de curiosidade, em 1980, quando o Mxico ainda no havia
iniciado o seu processo de reforma econmica, das exportaes
mexicanas 14% eram produtos manufaturados,
industrializados. Em 1986, seis anos aps, dos 14% de
produtos manufaturados compondo a exportao mexicana
44%, quase metade da sua exportao, aram a ser de
produto manufaturado, e nada melhor que aproveitar e
garantir o mercado consumidor americano para essa nova
realidade econmica mexicana. O Mxico pretendia e
pretende, enquanto puder, preservar essa facilidade de
o ao mercado americano, o que j havia naturalmente
por fora da proximidade territorial. O Mxico entrou no
Nafta com esse objetivo e de certa forma est conseguindo
bons resultados.
O Canad
entrou no Nafta, segundo parece, apenas para no ficar de
fora. A alternativa do Canad era participar ou ser excludo
do que imaginava ser um processo de privilgio das relaes
entre os Estados Unidos e o Mxico, que, de certa forma,
desfavoreceriam o posicionamento slido que o Canad
ostentava.
Nesse
processo, como j disse, o que se pretende a criao
de uma rea de livre comrcio em quinze anos, e para
isso vo-se eliminar progressivamente as tarifas
aduaneiras, porm importante ressaltar dentro
de um rigorosssimo sistema de regras de origem, ou seja,
s podem transitar livremente no mercado do Nafta, no seu
territrio, os produtos que sejam feitos por quaisquer
dos trs membros, ou que tenham o que eles chamam de um
ndice suficientemente alto de transformao em
qualquer dos trs pases.
Evidentemente
est a uma forma de proteo do mercado
sobretudo, o americano, e um pouco menos o canadense
contra a utilizao do Mxico como um corredor
importante para a introduo de produtos, principalmente
japoneses, coreanos, enfim, produtos provindos do mercado
oriental, asitico. Ento a leitura das regras de origem
do Nafta nos mostra a preocupao com que,
principalmente, americanos e canadenses trataram desse
problema, sobretudo pela experincia das maquiladoras,
das regras de isenes dos draw back nos Estados
Unidos. Ento o livre trnsito de produtos pelos trs
pases do Nafta fica condicionado a essas regras bastante
rigorosas.
O Nafta tem
tambm outras preocupaes, regras especficas no
processo de livre comrcio: produtos agrcolas, o grande
problema dos agricultores norte-americanos; automveis,
renitente pesadelo da indstria automobilstica
americana; txteis, sobretudo em relao, de novo, ao
ingresso dos txteis asiticos; e energia eltrica,
principalmente, energia termo-nuclear. E para esses
produtos, txteis, automveis, energia e produtos agrcolas,
h regras que restringem, no processo de integrao, a
livre circulao.
H clusulas
de salvaguarda como toda boa construo de um
sistema de livre comrcio deve ter , de tal forma que,
se nesse perodo de quinze anos um produto comear a ser
importado de tal maneira, em tal quantidade, por um dos trs
pases de outro membro do Nafta, e essa importao
resultar numa ameaa de dano indstria domstica,
ento, ite-se a salvaguarda, ou seja, mesmo dentro do
Nafta, haver uma suspenso temporria, em torno de trs
anos, da liberalizao das tarifas sobre esse
determinado produto, espera de que esses produtores
locais reajam a isso e possam se preparar para essa
concorrncia. Ento, h clusulas de salva-guarda
importantes tambm no modelo do Nafta.
No o
objetivo dessa exposio analisar regras sobre anti-dumping,
direitos compensatrios, sobre a participao de vendas
para os governos dos trs pases, ou seja, h uma
liberalizao nas concorrncias pblicas dos governos
americano, mexicano e canadense, dos outros dois membros
do Nafta para participarem nessas concorrncias, que
um mercado excepcional, muito grande. H vrias regras
de adaptao do Nafta ao GATT/94 e prpria Organizao
Mundial do Comrcio; h regras sobre telecomunicaes,
sobre propriedade intelectual, proteo ao meio
ambiente, servios, transferncias financeiras, seguros,
servios bancrios, enfim, um modelo completo nesse
sentido. Preocupa-se tambm com a soluo de controvrsias,
criando uma comisso de comrcio, formada por ministros
de Estado e funcionrios ministeriais, para resolver as
pendncias entre os componentes do Nafta e, se essa
comisso no conseguir resolver essa pendncia, no se
pretende criar nenhum tribunal, nenhuma Corte
supranacional; a divergncia ser resolvida por um
arbitral, constitudo a partir de uma lista prvia
que os trs pases j indicaram. No h uma pretenso
do Nafta de criar instituies comunitrias do tipo de
uma corte supranacional de justia.
O modelo do
Nafta , pelo menos em tese, aberto incluso de
outros pases ou grupos de pases. O art. 2.204 prev
essa abertura para o ingresso, o o de novos membros,
novos estados ou mesmo novas organizaes regionais. Vrios
pases pretendem ter o ao Nafta ou, pelo menos,
postulam esse o, como pases da Amrica do Sul. O
Chile est numa adiantada fase de "namoro" com
o Nafta; a Venezuela tambm j manifestou o seu
interesse. Evidentemente, o Mxico o menos interessado
nessas agregaes, nessa abertura do Nafta, porque ele
pretende proteger os seus privilgios ao mercado o mais
que lhe for possvel. Temos visto, ultimamente, vrias
propostas de uma possvel integrao, a curto prazo,
entre o nosso Mercosul e o Nafta. Recentemente, ou
aqui pelo Brasil, esteve em So Paulo e em Braslia, o
expresidente Bush, tendo a oportunidade de mencionar, em
algumas das suas palestras, essa possibilidade, a
viabilidade de um processo de integrao que reunisse o
Nafta com o Mercosul. Evidentemente, h uma grande
diferena de objetivos, de metas entre os dois modelos,
mas o desafio da integrao reside justamente nessa
superao de diversidades.
Hermes Marcelo Huck
professor de Direito Internacional Pblico na USP e
professor de Direito Pblico na Fundao Getlio
Vargas
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