Projeto DHnet
Ponto de Cultura
Podcasts
Direitos Humanos
Desejos Humanos
Educao EDH
Cibercidadania
Memria Histrica
Arte e Cultura
Central de Denncias
Banco de Dados
MNDH Brasil
ONGs Direitos Humanos
ABC Militantes DH
Rede Mercosul
Rede Brasil DH
Redes Estaduais
Rede Estadual RN
Mundo Comisses
Brasil Nunca Mais
Brasil Comisses
Estados Comisses
Comits Verdade BR
Comit Verdade RN
Rede Lusfona
Rede Cabo Verde
Rede Guin-Bissau
Rede Moambique

Jornal de Natal Caderno de informtica 01.05.1995 pg. D 1 5i5j5a

BBS ENGAJADA

Informtica refora
os Direitos Humanos

A partir de hoje. com a inaugurao da BBS Direitos Humanos e Cultura, uma central eletrnica de servios que o Centro de Direitos Humanos e Memria Popular (CDHMP) coloca disposio dos usurios de computador, o Rio Grande do Norte a a integrar da maneira mais original a malha planetria de computadores que forma o sistema lnternet, no qual o Brasil ,ingressa oficialmente tambm a partir de hoje, via Embratel.

Como o o individual Internet exige dos iniciantes certa dose de prudncia. a filiao a uma BBS (Bulletin Board System). que uma espcie de banco de dados interativo. como a do Centro de Direitos Humanos toma-se mais aconselhvel. com a vantagem de se aproveitar a diversificada pauta de assuntos do seu menu, sendo alguns dos seus itens absolutamente inditos.

Com apenas o micro conectado a uma linha telefnica por fax-modem, o usurio poder ter o BBS do CDHMP, sem pagar nada, podendo navegar por 20 minutos, a qualquer hora de hoje, dia da inaugurao, por todo o acervo j instalado.

Neste dia 1 de maio, como inaugurao, a BBS ficar disponvel durante todo o dia. passando a receber os usurios. a partir de amanh, das 18h s 08h da manh. Numa Segunda fase, a BBS Direitos Humanos e Cultura estar disponvel em qualquer horrio, todos os dias, explica o tcnico em computao Carlos Andrade Freitas. responsvel pela montagem tcnica da central. Se a pessoa quiser fazer o cadastro, pagar urna taxa mensal, podendo tirar todas as informaes que a BBS oferece, assim como interagir, colocando as informaes que quiser. Maiores informaes podem ser obtidas pelo telefone 221-5932, informa Carlos Andrade, adiantando que, se as BBS existentes to mais genricas. sem uni tema fixo, voltadas para pessoas que gostam de computador, que ali vo colocar e apanhar programas, a BBS Direitos Humanos e Cultura vai alm das BBS comuns, pela diversificao de temas que oferece.

ENGAJAMENTO

Explicando que a BBS funciona como se fosse um rdio EM cm computador. oferecendo, contudo, alm do som, imagens em movimento e cores - s no tem cheiros -, o secretrio-executivo do CDHMP. economista Roberto Monte, adianta que a BBS Direitos Humanos e Cultura emerge dos movimentos populares organizados, utilizando, em termos tecnolgicos, o que h de mais avanado.

No a toa que a gente est inaugurando a BBS do Centro no dia 1 de maio, por ser o Dia do Trabalhador. porque a nossa, na verdade, uma BBS engajada, uma BBS dos excludos. A gente est querendo discutir, agora com muito mais pessoas, aquilo que sempre se discutiu, utilizando-se agora de um novo tipo de linguagem. Se nos anos 80 a onda era o vdeo. agora a gente est, antes de todos, discutindo a questo dos direitos humanos. a questo da cidadania, a questo do homem integral, de Theilard de Chardin, em termos de computador. Ns no somos neutros, somos uma BBS engajada. Trabalhamos com uma segmentao e queremos colocar a nossa viso de mundo, a viso dos excludos, bem no esquema da Campanha da Fraternidade. E queremos dar espao a quem no tem vez e no tem voz, informa Monte.

Assim que alm dos arquivos de direitos humanos, contendo uma verdadeira biblioteca jurdica, orientando como fazer um habeas corpus, como agir diante da violncia policial, da violncia contra as mulheres, enfrentando as questes do deficiente. do negro e dos homossexuais, entre outros. Roberto adianta que a BBS tambm cria fruns para discutir a poesia, indo alm dos direitos e colocando para discusso os desejos.

HOMEM NOVO 676q2s

A gente est querendo criar um espao de aglutinao para movimentos que, de alguma forma, tentam trabalhar o homem novo. No esto discutindo uma nova tica? Pois eu quero discutir o homem novo. Porque tecnologia est sempre nova, na viso desses caras. Agora, para ns, mais importante do que o ter, o ser. E eu estou sendo, fazendo parte desse grupo que comea a discutir, dentro da forma de Internet e tudo, a questo da integralidade do homem. Para ar, precisa-se de um computador de qualquer tipo, de uma placa de comunicao, um modem e um programa de comunicao. A gente vai utilizar esse programa de comunicao, atravs da placa e do modem, fazendo a ligao entre o computador pessoal com o computador da BBS.

Na rea cultural, a grande novidade so os bancos de dados interativos, onde o usurio encontrar desde um arquivo de contos, organizado por Tarcsio Gurgel, a um de poesia, editado por Horcio Paiva, um de charges e histrias em quadrinhos, aos cuidados de Emanoel Amaral, a Biblioteca da Paz, montada por Washington Arajo, sem falar nos arquivos especializados em cordel, ecologia, teatro e alimentao popular.

Alm dos desejos, a gente quer trabalhar os direitos culturais como um direito humano. Temos a Biblioteca da Paz. Segurana Pblica. Violncia Criminalizada e a questo dos mortos e desaparecidos polticos, mas logo depois a gente vai fazer um frum sobre os desejos humanos. A gente acha que os direitos tm que ser ultraados. Se os movimentos trabalham os direitos humanos de terceira gerao, a gente j quer os de quarta, quer ir mais adiante: quer os desejos dos povos. E de alguma forma a discusso dos Tits: a gente no quer apenas casa, comida; a gente quer diverso e arte. E tambm quer lazer. Porque na nossa sociedade, s vezes, a pessoa que discute muito lazer tomada como se fosse um preguioso ou um vagabundo. E assim s se trabalha para sobreviver.

PRATICA NOVA 281s

Roberto Monte ite que se torna complicado falar-se em robtica. telemtica ou interatividade num pas onde ainda falta gua ou onde a gua chega de trem, ou onde ainda se registra a presena de lombrigas. uma coisa meio louca, confirma. Mas acredita no trabalho da BBS Direitos Humanos e Cultura como um projeto mais amplo de confluncia dos excludos da sociedade.

Acho que toda prtica nova tem que estar alicerada em idias novas. No vejo muita diferena entre o que a gente est tentando fazer com o que Maiakvskv fazia entre os anos 15 e 20, na Revoluo Russa, ou como Djalma Maranho fazia nos anos 60. Assim como existem os sem-terra, existem agora os sem-tela, que seriam os excludos tecnolgicos. Porque uma discusso bem interessante, colocada por Ivan Ilycht nos anos 50, 60, era a questo da apropriao do saber. No momento em que um grupo vinculado a movimentos de base discute uma tecnologia de ponta. a gente tambm vai desmistificar a questo da comunicao. Porque a comunicao, num veculo de explorao, a gente tenta reverter esse lance da opresso, transformando o veculo enquanto meio num veculo de libertao. Numa linguagem bem teolgica da libertao. A gente tem um corte muito claro: numa sociedade de excludos e de exclusores, de pessoas que oprimem e de oprimidos, ns estamos do lado dos lascados. Estamos do lado dos excludos. E vamos ser a ferramenta, vamos ser o fermento, como se dizia antigamente, exatamente para levantar essa discusso, resume.

No momento em que, no Brasil, 300 BBS esto querendo discutir pela tica do neoliberalismo, explica Monte, o CDHMP aparece entre as redes como um contraponto, colocando-se como uma semente, como se estivesse em plena caatinga e, por uma questo de autodefesa, fazendo enriquecimento de plutnio...

Onde que voc encontraria um guia lhe dando dicas para quem deficiente fsico? - indaga. Onde voc teria um guia de proteo aos gays? Onde voc teria uma espcie de vademecum, como dizem os de notrio saber jurdico, com as questes da violncia domstica, a violncia sexual?. Temos que ser guerrilheiros em termos de mtodo e de mentalidade, para contrapor-se pasteurizao do mundo. Recusamo-nos a ser padro. Sei que o que estamos fazendo aqui em Natal uma coisa pequena, mas uma coisa que tem alma. E isto que est faltando. (Paulo Augusto).

Desde 1995 dhnet-br.informativomineiro.com Copyleft - Telefones: 055 84 3211.5428 e 9977.8702 WhatsApp
Skype:direitoshumanos Email: [email protected] Facebook: DHnetDh
Busca DHnet Google
Not
Loja DHnet
DHnet 18 anos - 1995-2013
Linha do Tempo
Sistemas Internacionais de Direitos Humanos
Sistema Nacional de Direitos Humanos
Sistemas Estaduais de Direitos Humanos
Sistemas Municipais de Direitos Humanos
Hist
MNDH
Militantes Brasileiros de Direitos Humanos
Projeto Brasil Nunca Mais
Direito a Mem
Banco de Dados  Base de Dados Direitos Humanos
Tecido Cultural Ponto de Cultura Rio Grande do Norte
1935 Multim