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Trechos
do Manifesto
atribudo ao terrorista Unabomber
A sociedade industrial e
suas conseqncias tm sido um desastre para a raa humana. Elas
apenas no aumentaram a expectativa de vida nos pases
"avanados", como tambm desestabilizaram a sociedade,
tornaram a vida frustrante, sujeitaram os seres humanos indignidade,
provocaram sofrimento psicolgico generalizado (no Terceiro Mundo,
sofrimento fsicos tambm) e infligiram graves danos ao mundo natural.
O contnuo desenvolvimento da tecnologia ir agravar essas
situaes.
O sistema tecnolgico
industrial poder sobreviver, ou poder entrar em colapso. Se
sobreviver, possvel - apenas possvel - que com o tempo chegue a
um nvel reduzido de sofrimento fsico e psicolgico. Mas isso s
poder acontecer depois de ado um perodo longo e muito doloroso
de adaptao, e apenas ao custo de reduo permanente dos seres
humanos e muitos outros organismos vivos situao de produtos
criados artificialmente e meras peas na mquina social.
Se o sistema entrar em
colapso, as conseqncias sero muito dolorosas. Mas quanto mais o
sistema crescer mais desastrosos sero os resultados de sua ruptura.
Portanto, se pretendemos provocar sua ruptura melhor faz-lo mais
cedo do que mais tarde.
Por essas razes
defendemos uma revoluo contra o sistema industrial. Essa revoluo
pode ou no fazer uso da violncia. Ela poder ser repentino ou ser
um processo relativamente gradativo, estendendo-se por algumas dcadas.
A Psicologia do
Esquerdismo Moderno
Uma das manifestaes
mais difundidas da doidice de nosso mundo o esquerdismo, de modo que
uma discusso da psicologia do esquerdismo pode funcionar como uma
introduo discusso da sociedade moderna.
Chamamos s duas
tendncias psicolgicas subjacentes ao esquerdismo moderno de
"sentimentos de inferioridade" e
"supersocializao".
Quando dizemos
"sentimentos de inferioridade" queremos dizer no apenas
sentimentos de inferioridade no sentido do termo, mas todo um
espectro de traos relacionados: baixa auto-estima, sentimentos de
impotncia, tendncias depressivas, derrotismo, culpa, raiva de si
mesmo, etc.
Os esquerdistas so
hipersensveis em relao s palavras usadas para designar
integrantes de minorias e a qualquer coisa que seja dita relativa s
minorias. Os termos "negro", "Oriental",
"deficiente fsico" ou "gata" para designar um
africano, um asitico, uma pessoa incapacitada ou uma mulher no
tinham, originalmente, qualquer conotao pejorativa.
Muitos esquerdistas
identificam-se profundamente com os problemas de grupos que transmitem
imagens de fracos (mulheres), derrotados (ndios americanos),
repulsivos (homossexuais) ou inferiores de qualquer outra maneira. Os
prprios esquerdistas sentem que esses grupos so inferiores. Jamais
itiriam a si mesmos que tm tais sentimentos, mas porque
realmente vem esses grupos como inferiores que se identificam com seus
problemas.
Os esquerdistas tendem a
odiar qualquer coisa que transmita a imagem de ser forte, bom e bem
sucedido. Eles odeiam os EUA, odeiam a civilizao ocidental, odeiam
os homens brancos, odeiam o que racional.
Note-se a tendncia
masoquista das tticas esquerdistas. Os esquerdistas fazem protestos
deitando-se no cho na frente de veculos. Nesses protestos, eles
provocam a polcia, intencionalmente, a cometer abusos contra eles.
Essas tticas podem muitas vezes funcionar, mas muitos esquerdistas as
utilizam no como meio para atingir um fim, mas porque preferem
tticas masoquistas. O dio a si mesmo uma caracterstica
esquerdista.
Se nossa sociedade no
tivesse nenhum problema, os esquerdistas teriam que inventar problemas
para conseguir armar confuso.
Supersocializao
Algumas pessoas so to
altamente socializadas que a tentativa de pensar, sentir e agir
moralmente impem um peso muito grande a elas. Para evitar seus
sentimentos de culpa, elas precisam enganar-se continuamente sobre suas
verdadeiras motivaes e encontrar explicaes morais para
sentimentos e atos que na realidade tm uma origem no moral.
utilizamos o termo "supersocializado" para descrever tais
pessoas.
Sugerimos que a
supersocializao uma das piores crueldades que os seres humanos
infligem uns aos outros.
O processo do poder
Os seres humanos tm a
necessidade (provavelmente originria de razes biolgicas) de algo
ao qual chamaremos "processo do poder". Este processo est
intimamente ligado necessidade de poder (que amplamente
reconhecida), mas no exatamente a mesma coisa.
verdade que alguns
indivduos parecem ter pouca necessidade de autonomia. Ou seu desejo de
poder fraco, ou elas o satisfazem atravs da identificao com
algumas organizaes poderosas da qual fazem parte. E existem tambm
aquelas pessoas que no pensam, tipo animais que parecem se satisfazer
com uma sensao de poder puramente fsico.
Mas para a maioria das
pessoas, por meio do processo do poder que se adquire auto-estima,
autoconfiana e um senso de poder - ter uma meta, fazer um esforo
autnomo e atingir essa meta. Quando no se tem uma oportunidade
adequada de viver o processo de poder, as conseqncias so
(dependendo do indivduo e da maneira pela qual o processo de poder
perturbado) tdio, desmoralizao, baixa auto-estima, sentimentos de
inferioridade, derrotismo, depresso, ansiedade, sentimentos de culpa,
frustrao, hostilidade, abuso de cnjuge ou crianas, hedonismo
insacivel, comportamentos sexuais anormais, desordens de sono,
desordens alimentares, etc.
Razes dos Problemas
Sociais
Atribumos os problemas
sociais e psicolgicos da sociedade moderna ao fato de que a sociedade
exige que as pessoas vivam sob condies radicalmente diferente
daquelas nas quais a raa humana evoluiu, e se comportem de maneiras
que entram em conflito com os padres de comportamento que a raa
humana desenvolveu enquanto vivia sob condies anteriores.
Entre as condies
anormais presentes na sociedade industrial moderna figuram a densidade
demogrfica excessiva, a separao entre o homem e a natureza, a
rapidez excessiva das transformaes sociais e a ruptura das
comunidades naturais em pequena escala, como a famlia extensa, a
aldeia ou a tribo.
Os conservadores so
idiotas: eles se queixam da decadncia dos valores tradicionais, mas
apoiam entusiasticamente o progresso tecnolgico e o crescimento
econmico. Ao que parece, nunca lhe ocorre que no se pode operar
transformaes drsticas e velozes na tecnologia e economia de uma
sociedade sem provocar transformaes velozes em todos os aspectos da
sociedade tambm, e que tais transformaes velozes levam
inevitavelmente ruptura dos valores tradicionais.
Outra razo pela qual a
sociedade no pode ser reformada em favor da liberdade que a
tecnologia moderna um sistema unificado no qual todas as partes so
interdependentes. No se pode livrar-se das partes "ruins" da
tecnologia e manter apenas as "boas" . Tomemos o caso da
medicina moderna. Os avanos na cincia mdica dependem dos avanos
nos campos da qumica, fsica, biologia, informtica e outros. Os
tratamentos mdicos avanados exigem equipamentos caros de alta
tecnologia que s podem ser assegurados por uma sociedade
tecnologicamente progressiva e economicamente rica. evidente que no
se pode ter muitos progressos na medicina sem o sistema tecnolgico
inteiro e tudo o que acompanha.
Revoluo mais fcil
que reforma
A nica sada
dispensar o sistema tecnolgico industrial inteiro. Isso implica uma
revoluo, no necessariamente um levante armado, mas com certeza uma
transformao radical e fundamental da natureza da sociedade.
O que sugerimos que a
raa humana poderia facilmente chegar a um ponto em que sua
dependncia das mquinas seria to grande que no lhe restaria
nenhuma prtica seno aceitar todas as decises das mquinas.
medida que a sociedade e os problemas que a confrontam se tornam mais e
mais complexos e as mquinas ficam mais e mais inteligentes, as pessoas
vo deixar as mquinas tomarem cada vez mais decises em seu lugar,
simplesmente porque as decises tomadas pelas mquinas traro
melhores resultados que as decises tomadas pelos homens. Com o tempo,
possvel que se chegue a um estgio em que as decises
necessrias para manter o sistema funcionando sejam to complexas que
os seres humanos sero incapazes de Tom-las inteligentemente. Quando
se chegar a esse estgio, as mquinas estaro efetivamente, no
controle. As pessoas no podero simplesmente desligar as mquinas,
porque elas estaro to dependentes delas que deslig-las equivaleria
a cometer suicdio.
Estratgia
As duas principais
tarefas para o presente so promover o estresse social e a
instabilidade na sociedade industrial, e desenvolver e difundir uma
ideologia que se oponha tecnologia e ao sistema industrial. Quando o
sistema ficar suficientemente estressado e instvel, uma revoluo
contra a tecnologia pode tornar-se possvel.
Quanto s
conseqncias negativas da eliminao da sociedade industrial, bem,
dois proveitos no cabem num saco s. Para ganhar uma coisa,
preciso sacrificar outra.
A maioria das pessoas
odeia conflitos psicolgicos. Por essa razo elas evitam pensar
seriamente sobre qualquer problema social grave, e gostam que esses
problemas lhes sejam apresentados em termos simples, preto no branco. A
revoluo precisa ser internacional e mundial. Ela no pode ser
realizada de nao em nao. Toda vez que se sugere que os EUA, por
exemplo, deveriam frear seu progresso tecnolgico ou crescimento
econmico, as pessoas ficam histricas e comeam a gritar que se
cairmos para segundo lugar em termos tecnolgicos, os japoneses vo
assumir a dianteira.
Seria intil os
revolucionrios tentarem atacar o sistema sem utilizar um pouco da
tecnologia moderna. Eles precisam, no mnimo, utilizar a mdia para
divulgar sua mensagem. Mas deveriam recorrer tecnologia moderna para
apenas um fim: atacar o sistema tecnolgico.
Com relao
estratgia revolucionria, os nicos pontos sobre os quais insistimos
totalmente so que a nica meta que se sobrepe a todas as outras
deve ser a eliminao da tecnologia moderna, e que no se deve
permitir que nenhuma outra meta compita com essa.
Traduo de Clara
Allain |