2k3q71
Estudo
de 10 Casos ACAT- Brasil
3gs55
1
caso
1.Historia
pessoal da vitima:
Nilson
Saldanha
casado,
pai de 03 filhos menores, morador da periferia da grande S.Paulo
Preso
em 15/06/99 pela policia civil acusado de assalto.
Foi
torturado no 70 DP (distrito policial) e posteriormente no 50 DP
pela prpria policia
Civil,
sofrendo espancamento, choques, pontaps e
coronhadas de revolver.
A
tortura o levou a bito, deixando a famlia desamparada e em
estado de choque pos-traumatico.
2.Assistncia
que foi providenciada pela organizao:
Atravs
de indicaes de pessoas j atendidas pela organizao, por um
jornalista que conhece a organizao
e outras ONGs.
O
caso foi denunciado a imprensa e a famlia foi acompanhada
a Corregedoria da policia
para oficializar a denuncia. Fizemos contatos com a imprensa,
contatos com outras autoridades da rea, solicitao de
exame de corpo de delito, oferecendo acompanhamento jurdico,
psicosocial e espiritual famlia.
Foi
realizado uma avaliao psiquitrica, psicolgica e social da viva,
cujo relatrio foi remetido ao Ministrio Publico, constando como
seqela da tortura de
seu marido um quadro de stress pos-traumatico e posteriormente alterao duradoura de
personalidade.
A
assistncia deu-se atravs de profissionais da ACAT-Brasil,
Pastoral Carcerria e Comisso de Direitos Humanos da Assemblia
Legislativa de S.Paulo.
A
assistncia teve inicio na prpria delegacia, onde foram
providenciados os devidos encaminhamentos. Aps esses
primeiros os a assistncia
ou a ser oferecida pela
ACAT-Brasil em sua sede e no frum.
3.
Os resultados:
O
processo est no ministrio publico para apurar o crime de
tortura e seus algozes. At o momento nenhum dos
torturadores foi a jri. A esposa apresenta sinais de recuperao
e dois de seus filhos tambm
apresentam sinais de melhora, entretanto
o mais novo continua muito revoltado, sem estudar, pensando
em vingana.
4.
A futura assistncia:
Sim,
a ACAT planeja dar continuidade de assistncia a famlia.
Atravs
de solicitao de indenizaes por danos fsicos e morais, terapia
individual e grupal especialmente para as crianas, contatos e
visitas habituais famlia atravs da assistente social da ACAT.
A
assistncia continuar o tempo que for necessrio at a recuperao
dos vitimados, mesmo que se prolongue por mais alguns anos.
Ressarcimento
do estado, punio aos culpados, recuperao psicolgica da famlia
e reinsero ao convvio social.
5h4gc
5h4gc
2
caso:
5r2d2d
1.Historia
pessoal da vitima:
Ricardo
Bueno Corra
22
anos, casado, pai de uma filha de 2 anos de idade e morador da
periferia de So Paulo.
Foi
preso em 04/01/01 pela Guarda Municipal de Barueri e pela Polcia
Civil acusado de crime de estupro. Ficou detido por uma noite at o
dia seguinte quando foi liberado por falta de reconhecimento por
parte da vtima.
Foi
torturado na Cadeia Pblica de Barueri pela Polcia Civil na noite
da priso, sofrendo agresses como telefone, choques,
espancamento com ferro, pontaps, chutes e afogamento.
Solto
no dia seguinte, chegando em casa, seu pai e sua esposa ao verem seu
estado foram cadeia solicitar o exame de corpo de delito. O
delegado no aceitou a interveno da famlia, dirigindo-lhes
ofensas racistas e de baixo calo, e mandou prender novamente a vtima
novamente. R ficou preso por 7 meses, sofrendo novas torturas.
Como
conseqncia das torturas sofridas, a vtima apresentou stress ps-traumtico,
surdez, enurese noturna, desequilbrio emocional e dificuldade de
relacionamento com a famlia e dificuldades de convvio social.
Perdeu seu emprego, deixando a famlia com dificuldades
financeiras.
2.Assistncia
que foi providenciada pela organizao:
O
genitor da vtima procurou a ACAT pessoalmente, relatando o
ocorrido.
Foi
encaminhada a denncia para as autoridades competentes, para as
ONGs nacionais e internacionais de direitos humanos entidades e a
imprensa local. Foi oferecida assistncia jurdica, mdica,
psiquitrica, psicolgica e social pelos profissionais da ACAT.
Esse
acompanhamento oferecido na sede da prpria organizao, no frum
e na cadeia.
3.
Os resultados:
A
assistncia jurdica provou a inocncia da vtima, conseguindo
sua liberdade. O processo continua na 2 Vara Criminal de Barueri
para apurao dos crimes de tortura, racismo e abuso de
autoridade, e julgamento dos responsveis. A vtima recentemente
conseguiu um emprego num restaurante, entretanto sua recuperao
psicolgica ainda lenta, devido a gravidade das seqelas e da
disponibilidade de horrio de trabalho.
4.
A futura assistncia:
A
ACAT continuar a oferecer assistncia jurdica, mdica, psicolgica
e social vtima e aos seus familiares por tempo indeterminado
devido gravidade do estado da vtima.
A
ACAT espera como resultado que os torturadores sejam punidos, que o
Estado cumpra o ressarcimento por danos morais e fsicos, alm da
recuperao das seqelas da tortura e da melhoria no
relacionamento familiar e reintegrao ao convvio social.
3o
Caso:
1.
Histria pessoal da vtima
Mrio
Clio Cardoso
Solteiro,
31 anos, morador de Guarulhos, Grande So Paulo.
Preso
em Abril/97 por policiais civis do DEPATRI acusado de latrocnio.
Foi
torturado por policiais civis sofrendo espancamento com tacos de
beisebol nas dependncias do DEPATRI numa seo de tortura
coletiva de 107 presos. O processo est como segredo de justia.
Como
conseqncia das torturas, a vtima sofreu traumatismo crnio
enceflico com crises convulsivas, fazendo at hoje uso de medicao
psicotrpica (Gardenal). A vtima apresenta humor depressivo com
crises de choro freqentes.
2.Assistncia
que foi providenciada pela organizao:
Os
familiares de algumas vtimas formularam a denncia Pastoral
Carcerria que encaminhou a Comisso de Direitos Humanos da
Assemblia Legislativa do Estado de So Paulo. Devido ao
envolvimento de muitos policiais e muitas vtimas, o processo
permaneceu desde 1997 como segredo de justia e seu andamento
tornou-se vagaroso, uma vez que era necessrio a autorizao
formal de pelo menos uma das vtimas para o ao segredo de
justia. A denncia foi encaminhada ACAT na ocasio de sua
fundao e a organizao tentou entrar em contato com os
familiares dos 107 presos atravs de correspondncia. A me da vtima
procurou a ACAT e o caso foi denunciado a imprensa.
Foi
realizado um acompanhamento social da me, e no momento est sendo
assistida juridicamente e psicologicamente pelos profissionais da
ACAT. Segundo avaliao psicolgica, a me apresenta crises
nervosas, depresso e comportamento desequilibrado frente
autoridades. Essa assistncia oferecida na sede da organizao.
3.
Os resultados
Do
ponto de vista jurdico, ainda no conseguimos resultados
concretos uma vez que o processo tramita em segredo de justia. At
o momento no houve acusao ou julgamento
dos responsveis pelo crime de tortura. Atualmente a vtima
est presa em regime fechado no presdio de Pacaembu e a por
exames para progresso de regime. A psicloga da ACAT realizou
contato telefnico na unidade. A me continua em acompanhamento
psicolgico e apresenta melhoras.
4.
A futura assistncia
A
ACAT retomar a assistncia jurdica, atravs de visita
unidade penitenciria. A me da vtima continuar sendo
assistida psicologicamente
atravs de atendimento grupal de familiares. Essa assistncia
continuar por tempo indeterminado devido gravidade do estado da
vtima e a dimenso do processo. A ACAT espera como resultado que
o ressarcimento do Estado, punio dos culpados e recuperao
psicolgica e reinsero social da vtima e da famlia.
4
Caso
1.
Historia pessoal da
vitima:
Otvio
dos Santos Filhos
Casado,
29 anos, pai de duas filhas menores morador na periferia de So
Paulo.
Preso
Otvio dos Santos Filhos
em
Maro de 1997 por policiais Civis do Depatri.
Foi
torturado por policiais civis sofrendo vrios ferimentos com
hematomas pelo corpo todo, chegando vrias vezes a vomitar sangue,
as torturas aconteceram nas dependncias do Depatri. (Del. De Crime
Patrimoniais).
Como
conseqncia das torturas, a vitima sofreu multiplas leses com
hemorragia pulmonar, leses no crnio, com srio problema de
respirao e forte dores, indo a bito.
2.
assistncia que foi
providenciada pela organizao:
Os
familiares ao saberem do ocorrido com Otvio dos Santos Filho,
entraram em contato com o advogado e tambm com a Pastoral Carcerria
e com a Assemblia Legislativa do Estado de So Paulo. Otvio foi
encaminhado para o hospital no qual no foi de grande ajuda, pois
logo aps o encaminhamento ao hospital voltou a ser torturado
chegando dias depois a morte.
Perante
a ajuda da pastoral Carcerria e da Assemblia Legislativa do
Estado de So Paulo, foi instaurado o inqurito policial a
Pastoral Carcerria tambm pediu novamente o exame de Corpo de
Delito, que no foi realizado oficialmente, consegui-se atravs de
um mdico legista particular.
3.
Os resultados:
Ainda
no conseguimos um resultado satisfatrio que nos mostra uma real
justia.
O
processo tramita em lentido. At o momento no houve julgamento,
o processo iniciou-se em 1997 e ainda no foi encerrado, ou seja
ainda no h processo criminal. Nenhum policial sequer foi ouvido
e nem para reconhecimento. Em 1999 o caso foi ado para a ACAT.
4.
A futura assistncia:
A
Pastoral Carcerria e a ACAT, por tanto continua ajudando no que
for preciso para que o caso fique resolvido com justia.
A
ACAT est oferecendo assistncia a famlia atravs psiclogos,
mdicos psiquitrico e com documentao de inqurito para a
resoluo do caso.
Como
j esgotamos todos os recursos junto a justia, pretendemos
encaminhar o caso para a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
5
Caso
1.
Histria pessoal da vtima:
Otvio
Luiz Cepi Teixeira
Casado,
38 anos, pai de duas filhas, guarda civil de profisso.
Preso
em 12 de maro de 2001 na sua residncia no bairro do Jabaquara
por policiais do DEPATRI, acusado de participao na morte de um
delegado.
Foi
agredido ainda dentro de sua casa, teve seus pertences revirados,
sua arma e outros objetos pessoais furtados.
Foi
torturado por diversos policiais civis na sede do DEPATRI,
primeiramente atravs de socos e pontaps, posteriormente foi
colocado em cavalete, ligaram fios nos dedos do ps e no pnis e
sofreu sesses constantes de choques por vrios dias.
Como
conseqncia das torturas toma medicaes para depresso, tem
pesadelos, a perna direita perdeu movimentos e no sente o p.
2.
Assistncia providenciada pela Organizao:
A ACAT foi
procurada por Iguez, esposa de Otvio que formalizou a denncia de
tortura. Em 08 de novembro de 2001, foi realizada visita de
fiscalizao no 08 DP, pela ACAT atravs de sua psiquiatra e
sua assistente social. Em decorrncia da visita da ACAT, o Juiz
solicitou a realizao de exame de corpo de delito no IML. Foi
tambm marcada consultas com neurologista e dentista, porm no
foi levado aos atendimentos. Tem termo de representao jurdica
pela ACAT, e sua situao processual est sendo acompanhada.
3.
Os resultados:
Otvio
atualmente encontra-se no 08 Distrito Policial. Do ponto de vista
jurdico algumas audincias foram realizadas. A esposa Iguez e as
filhas esto sendo atendidas. Devido a dificuldade de horrio da
famlia, no h um acompanhamento sistemtico.
4.
A futura assistncia:
A
ACAT prestar a assistncia jurdica buscando como resultado o
ressarcimento do Estado e punio dos culpados, no caso da
tortura.
Os
familiares so assistidos social e psicologicamente, visando a
recuperao emocional da esposa e das filhas.
6
Caso
1.
Histria pessoal da vtima:
Wander
Cosme Carvalheiro
Casado
com quatro filhos (dois biolgicos) sem agens na polcia nunca
cometeu nenhum delito trabalha como autnomo vendendo comida junto
com a esposa.
-
Em que contexto ele foi
torturado:
Houve
o assassinato de um delegado e o colocaram como suspeito do crime,
mesmo alegando inocncia e tendo provas que no podia ser ele.
-Tipo
de tortura que sofreu:
Torturas
fsicas e psicolgicas, o colocaram no pau de arara, deram choques
eltricos, introduziram madeira no nus, ameaaram torturar seus
familiares.
-
Que tipo de torturadores:
Policiais
Civis e assistentes
-
Que tipo de trauma psicolgica e fsica a vtima sofreu:
Paciente
com stress ps traumtico, assusta-se sempre que o chamam e comea
a ter sudorese por receio de suas torturas.
2.
A Assistncia providenciada pela Organizao:
Foi
feita avaliao psiquitrica de Wander no Presdio que se
encontrava CDP do Belm II, acompanhamento social e psiquitrico
com denncias de suas torturas no CDP de Vila Independncia.
Acompanhamento psicolgico e social aos familiares - esposa e
filhos.
A)
Como a vtima entrou em contato com a Organizao:
Atravs
de sua esposa e seus pais que nos procuraram na
sede da ACAT
B)
- Que tipo de assistncia foi providenciada pela Organizao:
Setor
Jurdico entrou denunciando caso de tortura.
Psiquitrico,
avaliando a vtima e medicando-a no presdio que se encontra.
Psicolgico,
aos seus familiares.
Social,
acompanhando a relao familiar
C)
- Que tipo de funcionrio encarregou-se da assistncia:
Padre,
assistente social, psicloga, psiquiatra e advogada.
D)
- Onde a assistncia foi providenciada:
Tanto
na sede da ACAT para os familiares, na Corregedoria de Policia
e nos Presdios
para vtima.
3
- Os resultados:
-
que resultados foram alcanados atravs da assistncia pela
Organizao:
-
A vtima consegue dormir e ficar mais calma e mais confiante.
-
Foi denunciado o caso no Ministrio Pblico como tortura
-
A Coordenadora da ACAT e um sacerdote tambm da
ACAT foram testemunhas no casamento civil da vtima dentro do presidio.
4.
A futura assistncia:
Solicitao
de indenizao por danos morais e por tortura.
Atendimento
especializado s crianas
7
Caso
1.Historia
pessoal das vtimas
-Ricardo
Jos de Melo
Cumpriu
pena de 1 ano e 6 meses no 57 DP por furto. Foi colocado em
liberdade dia 11/12/01.
Dia
27/01/02, voltando do trabalho provisrio para casa, a policia viu
um carro aberto sem o toca-fitas. Parou Ricardo que ia ando pelo
local e o acusou de Ter feito o roubo. Ricardo negou veementemente
dizendo que no fora ele. O policial entrou na viatura pegou
2 litros de gasolina jogou na perna de
Ricardo e em seguida ateou fogo.
O
ato foi praticado pela policia civil do 12 DP. Ricardo ficou
2 meses internado, precisou fazer cirurgias e enxertos na
perna. Perdeu totalmente o movimento da perna. Esta sem trabalhar,
se sente perseguido e injustiado.
2.Assistencia
providenciada pela organizaao:
A
vitima j conhecia nosso trabalho atraves de visitas no DP, depois
de ser solto frequentava a Pastoral Carceraria e a ACAT. Vinha uma
vez por semana fazer visita.
Denuncia
junto as autoridades e a imprensa (Revista Epoca), solicitaao de
indenizaoes, acompanhamento juridico, (Lei.9455 Sobre a
Tortura) Lei 4898 Abuso
de poder de autoridade). Acompanhamento social e psicologico.
Profissionais da equipe multidisciplinar acompanham o caso na sede
da ACAT.
3.Os
resultados:
At
o momento o nico resultado concreto e
visivel a melhora
psiquica de Ricardo, onde conseguimos uma muleta para que o mesmo
possa se locomover. A nivel juridico, aguarda-se resposta das
autoridades.
4.A
futura assistencia:
Sim,
atraves de acompanhamento psiquico/social e juridico. A assistencia
sera prestada at a conclusao do fato e melhora da vitima.
Esperamos que a
Lei 9455 que defina e tipifica os crimes de tortura seja efetivada
como tambem a Lei 4898 que pune o abuso de poder praticado pelas
autoridades que inflingiram sua funao, ressarcimento a vitima
atraves de indenizaoes.
8
caso
Histria pessoal da vtima:
Rodrigo
Isac dos Santos
O
jovem Rodrigo saiu para ir a um baile com os amigos em 18 de
novembro de 2001 e no voltou.
Aps
40 dias de busca seu genitor junto com outro jovem identificou a
ossada do filho em um matagal. Segundo seu genitor, o osso do brao
estava quebrado, mostrando sinal de tortura.
Conforme
testemunho dos demais jovens, os policiais militares o colocaram em
uma viatura.
2
Assistncia providenciada pela Organizao:
O
pai formulou a denncia pessoalmente, pois pessoas que conheciam a
ACAT recomendaram ao mesmo.
Foi
feito um relatrio e encaminhado as autoridades, Ongs nacionais e
internacionais.
Entrevista
com a famlia da vtima e testemunhas.
A
famlia est sendo assistida por assistente social, advogado e
psiclogo.
A
assistncia est sendo fornecida na sede da ACAT e conforme a
necessidade em outros lugares, visto tratar-se de um caso recente.
3
Os resultados:
-
Divulgao na imprensa
-
O Ministrio Pblico est investigando
-
Foram abertos 03 processos
-
Inqurito policial militar (IPM).
-
Sindicncia pela Corregedoria de Polcia
-
Sindicncia na Justia Militar
-
Os PMs foram afastados da ativa e esto em trabalhos
internos.
4
A futura assistncia:
Aguardamos
que aps as primeiras concluses o caso e para a justia
comum.
Ressarcimento
a famlia por danos morais e fsicos.
A
assistncia ser providenciada por tempo indeterminado, pois esse
caso nos parece complexo e grave.
Esperamos
que realmente o caso e para a justia comum, saindo da justia
militar, bem como seja apurado o crime e os culpados punidos.
O
pai e a me da vtima sero acompanhados por nossos
profissionais.
9
caso
1
Histria pessoal da vtima:
Jurandir
Borges Ribeiro
A
vtima trabalha no servio pblico como agente de segurana
penitencirio, aps o perodo de um ano de efetivo servio pblico,
ou a ser perseguido por seus superiores hierrquicos na frente
dos demais colegas de trabalho, ficando muito abalado
psicologicamente e com medo de continuar a exercer as suas
atividades, ficando nesses ltimos dias gravemente doente, foi
processado istrativamente para ser demitido do servio pblico,
mas ficou provada a sua tima conduta bem como sua permanncia no
servio pblico.
2
Assistncia providenciada pela Organizao:
A
vtima chegou at a organizao atravs de um membro da equipe
multidisciplinar que faz planto em seu local de trabalho.
Estamos
oferecendo assistncia psicolgica, mdica e jurdica, incluindo
seus dependentes.
Todos
os profissionais da ACAT esto comprometidos nesse caso.
A
assistncia est sendo fornecida na sede da ACAT e conforme a
necessidade em outros lugares, visto tratar-se de um caso recente.
3
Os resultados:
At
o momento no temos resultado, visto ser um caso recente.
4
A futura assistncia:
Estaremos
assistindo a vtima pela equipe mdica, social, psquica e jurdica
na conformidade do caso.
Esperamos
conseguir o mais breve possvel a transferncia da vtima desse
pesado ambiente de trabalho, para uma outra unidade prisional sem
perseguies e torturas bem como atuaremos na melhora de sua auto
estima.
10
caso
1
- Histria pessoal da vitima:
Rosana
Ferreira Gama
Casada,
29 anos, me de 3 filhos menores, moradora da periferia de So
Paulo
Esposa
do preso Luiz Fernando de Souza Menezes, hoje na Penitenciaria de
Araraquara, interior de S.Paulo.
Rosana
foi visitar seu marido que estava preso
na poca no Carandiru, dia da mega rebelio, 18/02/01. O
Pavilho 1 no estava rebelado, Rosana estava na cela com seu
marido quando avisaram da rebelio. A pequena Ingrid de 03 anos,
filha do casal, comeou a ar mal devido a fumaa. Rosana saiu
e foi para a quadra, e aguardou sentada em um banco com a
filha no colo at que pudessem sair para um local mais seguro. A Tropa de Choque da policia
militar comeou a
atirar bombas de borracha e de efeito moral.
Rosana
para proteger a criana colocou sua mo direita sob a
mesma, foi atingida na mo, pescoo e brao, foi hospitalizada,
levou 121 pontos na mo perdendo os
movimentos. A pequena Ingrid tambm foi hospitalizada por
mais de um ms na Santa Casa de Misericrdia, permanecendo na UTI
Unidade de Tratamento Intensivo por 20 dias em coma. Sofreu 3
cirurgias, sendo uma no rosto, no peito e no brao. A criana esta
deformada, necessitando de outras cirurgias, bem como Rosana. Rosana
vendeu o pouco que tinha para salvar a vida da filha. Vive hoje de
favor, num pequeno quarto, sem as mnimas condies de sobrevivncia.
Desamparada totalmente pelo Estado.
Rosana
esta traumatizada como tambm seus filhos, chora muito, tem crises
depressivas.
2.
Assistencia providenciada pela organizao:
Atravs
de indicaes de pessoas j atendidas pela organizao.
Foi
feito denuncia publica, ofcios solicitando a continuidade do
tratamento (que ainda no aconteceu) ofcios para o governador e
autoridades competentes, informando a situao.
Rosana
e seus filhos esto sendo atendidos pelos profissionais da organizao
(psiclogos, psiquiatras, assistente social, jurdico) na prpria
sede.
3.
0s resultados:
At
o momento, com relao ao governo, nenhuma assistncia foi dada
as vtimas. De nossa parte todos os encaminhamentos foram dados,
inclusive uma cesta bsica mensal. A me est apresentando sensvel
melhora, pois , alem de acompanhamento mais especifico, faz parte
tambm do grupo de e teraputico as vitimas, uma vez por
semana na sede.
4. A futura
assistncia:
Sim,
a ACAT pretende dar continuidade as vtimas.
Atravs
de solicitao de
indenizaes por danos morais e fsicos, terapia individual e
grupal, visitas a famlia atravs da assistente social da ACAT.
A
assistncia continuara pelo tempo que for necessrio,
at obteno dos direitos solicitados.
Esperamos
que o Estado reconhea e assuma sua culpa, recuperao psicolgica
da famlia,
inclusive
da pequena Ingrid.
10
caso
1
Histria pessoal da vtima:
Rosana
Ferreira Gama
confeiteira,
29 anos, mae de 03 filhos menores,- moradora na Travessa Lois, 213
Pedreira Santo Amaro CEP 04469-020 Tel: 5612-7911
(tio) e 5612-2528 (recado).
Esposa
de Luiz Fernando de Souza Menezes hoje preso na Penitenciria de
Araraquara e me de Ingrid Ferreira Gama, de 04 anos.
Este
lamentvel fato ocorreu no dia 18 de fevereiro de 2001,
aproximadamente s 12:00 horas, dia de visitas, data que nomeou-se
como mega rebelio dos Presdios de So Paulo.
Rosana
estava no 1 Pavilho da Penitenciria do Estado visitando o
marido, quando a avisaram que a rebelio havia iniciado. Ela e a
filha Ingrid na poca com 03 anos, ficaram na cela. Os rebelados
comearam a atear fogo nos colches. Ingrid comeou a ar mal,
devido a isso, Rosana foi para a quadra e aguardou sentada com sua
filha no colo para que pudessem sair. Neste momento, a Tropa de
Choque da Polcia Militar comeou a jogar bombas de borracha e de
efeito moral.
Rosana
colocou o brao direito na frente da filha para proteg-la dos
explosivos, que por fim acabaram por atingi-las. Gravemente feridas
pelos estilhaos do artefato, Ingrid desmaiou pois a bomba explodiu
em seu peito atingindo seu rosto e o brao. Rosana ao tentar
proteger a filha teve tambem sua mao gravemente afetada. Rosana
ficou com srias leses no brao direito, mao,
pescoo e rosto.
A
Tropa de Choque da Polcia Militar, com escudos na frente, impedia
Rosana de ar com a filha ferida pelas galerias do Presdio para
socorr-la. Mas um Policial Militar vendo a situao de Rosana e
Ingrid, mandou que a mesma corresse. Rosana correu at o final das
trs galerias, onde uma ambulncia e um funcionrio de nome Srginho
socorreu a criana e a me. As
duas foram hospitalizadas. Ingrid ficou por mais de um ms
internada na Santa Casa de Misericordia,
20 dias na UTI em estado de coma. Sofreu 3 cirurgias de
grande importancia e necessita outras pois seu rosto, peito e braos,
ficaram totalmente deformados.
Rosana com 121 pontos na mo direita, est impossibilitada
de exercer sua profisso.
Rosana
vendo o estado da filha, se
desfez de seus bens, (geladeira, freezer,
eletro-domesticos)
que j eram poucos para salvar a vida de sua filha, tinha
que pagar as despesas hospitalar, pois,
vrias cirurgias em partes atingidas do
corpo da criana foram realizadas.
Hoje
Rosana mora em um pequeno quarto de favor, a por necessidades,
est desempregada e precisa dar continuidade ao tratamento de
Ingrid e ao seu.
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