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DISCRIMINAO
RACIAL
(arts. 1 e
2 da Declarao Universal dos Direitos Humanos)
Artigo
3."Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do
Brasil: (...)
IV -
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao"
Artigo 5
XLII. "a prtica do racismo constitui crime inafianvel e
imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei
Constituio
da Repblica Federativa do Brasil
SUGESTO
Esta atividade pode ser
desenvolvida, por exemplo, nas disciplinas de Arte, Geografia e
Histria.
O objetivo da presente
sugesto a sensibilizao frente s reaes discriminatrias
existentes em ns mesmos e no nosso meio social.
O educador elaborar
uma pequena pesquisa domstica, junto ao prprio grupo, levando em
considerao diversos aspectos. Por exemplo:
a) no mbito do
trabalho:
- Nas ofertas de
emprego para atendimento ao pblico em estabelecimentos
comerciais, pessoas de raas diferentes esto nas mesmas
condies?
b) no mundo das
comunicaes:
- Como aparecem as
pessoas negras nos anncios comerciais e em novelas?
c) no mbito
poltico:
- Existem negros
ocupando postos de representao em rgos pblicos,
associaes partidrias ou outras organizaes sociais?
Esse nmero proporcional ao nmero de negros na sociedade
brasileira?
- Aprofundando-se
essa questo, seria essencial que os alunos procurassem saber
quais as causas do preconceito existente. Poderia ser feita uma
pesquisa sobre a histria da populao negra no Brasil. Em
especial, quais eram as condies dos escravos e, aps a
abolio da escravido, qual foi a situao que viveram
essas pessoas.
- Alguns livros
didticos de Histria do Brasil talvez se omitam quanto ao
assunto, principalmente no perodo que sucede a abolio,
sendo portanto interessante entrevistas com estudiosos da
temtica e com militantes do movimento negro poderiam ser
realizadas.
Depois de praticada a
pesquisa, ser escolhido um momento particular para refletir sobre os
resultados e resumir as concluses. O texto abaixo tambm oferece
subsdios para essa discusso, sendo possvel aproveit-lo nas
atividades dos Captulos 11, 13, 14, 15.
TEXTO
"Uma forma com a
qual muita gente bem intencionada contribui para aumentar a
discriminao alimentando preconceitos e esteretipos.
O preconceito, como seu
nome o indica, um "pr"-conceito uma opinio que se
emite antecipadamente, sem contar com informao suficiente para
poder emitir um verdadeiro julgamento, fundamentado e raciocinado. Os
preconceitos so opinies levianas e arbitrrias, mas que no
surgem do nada. Nem, ao contrrio do que se possa pensar, so
opinies individuais. Em geral, nascem da repetio irrefletida de
pr-julgamentos que j ouvimos antes mais de uma vez. Finalmente,
fora de tanta repetio, terminamos por aceit-los como
verdadeiros. E os repetimos sem sequer nos preocuparmos em verificar
quo certos so. O preconceito contra certas pessoas ou grupos de
pessoas nasce dos esteretipos.
Um esteretipo pode
ser definido como um conjunto de traos que supostamente
caracterizam a um grupo em seu aspecto fsico e mental e em seu
comportamento. Este conjunto afasta-se da realidade restringindo-a e
mutilando-a. Isto que dizer que a realidade se deforma da mesma
maneira que quando se faz uma caricatura: primeiro, simplifica-se a
realidade (selecionam-se um ou uns poucos elementos ou traos,
enquanto ignoram-se todos os demais) e depois, ela generalizada
(esses elementos ou traos simplificados so atribudos
automaticamente a todos os indivduos que formam um grupo). (...)
Seja positivo ou
negativo o esteretipo sempre falso na medida em que empobrece e
distorce a realidade. Quem o utiliza cr que est fazendo uma
descrio; mas o que est fazendo, na verdade, acomodar-se num
esquema rgido pr-fixado de comportamento, de mentalidade, de
virtudes ou defeitos. E uma vez acomodado no esquema, aplica-o por
igual a todos os indivduos que compem o grupo. No existem
matizes, muito menos variaes individuais.(...)
Trabalhemos, pois, para
banir os "pr-conceitos" e vencer os esteretipos, num
esforo por construir o respeito mtuo s diferenas que nos do
identidade como pessoas. Mas observemos que respeitar no a mesma
coisa que sermos indiferentes com o que os outros so ou pensam; nem
buscar concordar em tudo com os demais. reconhecer o direito dos
outros a ser como so e a pensar como pensam, ainda que no
compartilhemos de suas maneiras de ser e pensar. Tambm no
respeitar todos os atos dos outros. No! Existem atos reprovveis
que devemos censurar e combater. Mas sim , sempre, respeitar a
pessoa, sua essencial dignidade e seus direitos. Porque o
reconhecimento e a defesa dos Direitos Humanos alcanam tambm a
quem os viola."
INSTITUTO
INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS. Maleta Didtica Educao para a
Cidadania. Anistia Internacional, So Jos, Costa Rica,1995. p.17 do
Captulo Igualdade/Atividades
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