Manual para Instrutores 1i356b
Para Servir e Proteger Direitos
Humanos e Direito Internacional Humanitrio
para Foras Policiais e de
Segurana
por C. de Rover
Introduo ao Manual
- O Autor
- Agradecimento
- Prefcio
- Resumo do Contedo
- Introduo ao Manual
O
Autor Cees de Rover, ex-Consultor Snior junto ao Representante
Especial do Secretrio Geral das Naes Unidas em Burundi em Questes de
Segurana e Aplicao da Lei, tendo sido Vice-Diretor do Instituto Policial de
Segurana e Ordem Pblica (P.I.O.V.) dos Pases Baixos e ex-integrante da
Polcia Holandesa. Alm das qualificaes formais para seu trabalho policial,
o autor tem Mestrado em istrao de Empresas (MBA) e est concluindo o
curso de Mestrado em Direito Internacional (LLM). No desempenho de suas
funes como consultor de vrias organizaes internacionais, tem atuado na
rea dos direitos humanos, do direito internacional humanitrio e da prtica
profissional da aplicao da lei. Conduziu misses de avaliao e treinamento
de foras policiais e de segurana em mais de 40 pases, na Amrica Latina,
frica, Leste Europeu e sia. No Comit Internacional da Cruz Vermelha,
trabalha junto Diviso de Relaes com as Foras Armadas e de Segurana,
exercendo o cargo de Coordenador para as Foras Policiais e de
Segurana.
Agradecimento No teria sido
possvel escrever este Manual sem os esforos de algumas
pessoas dedicadas. Gostaria, portanto, de agradecer a Bruno Doppler e, pr
meio dele, ao Comit Internacional da Cruz Vermelha, por me confiarem esta
desafiadora tarefa e responsabilidade, como tambm pelo apoio em sua execuo.
Louis Maresca foi o responsvel pela conduo de pesquisas inestimveis sobre
as Referncias Selecionadas listadas no Apndice III, que aumentam consideravelmente o
valor deste Manual para seus futuros usurios. Os comentrios proferidos pelas
Divises Jurdica, de Promoes e de Proteo do Comit Internacional da Cruz
Vermelha (CICV) sobre uma verso anterior deste documento ajudaram a atualizar
e ajustar o texto da verso final. Sou tambm grato assistncia secretarial
prestada pela Diviso de Relaes com Foras Armadas e de Segurana do
CICV.
Por fim, e certamente no menos importante, expresso minha sincera gratido a
Anne Gallagher. Mais de uma vez usei de sua proficincia legal e suas de
habilidades editoriais. Ela no deixou, nenhuma vez, de atender minhas mais
altas expectativas, e sabe o quanto prezo suas opinies e sua contribuio
neste trabalho.
Genebra, Fevereiro de
1998 C. de Rover
Prefcio O Comit Internacional da Cruz Vermelha
(CICV) provavelmente mais conhecido por suas atividades de proteo
humanitria e assistncia em situaes de conflito armado, e por seu esforo
infatigvel de promover o respeito ativo pelas regras do direito internacional
humanitrio junto aos integrantes das foras armadas. Este esforo do CICV em
promover a adeso ao direito internacional humanitrio concentra-se talvez,
invariavelmente, junto aos integrantes das foras armadas no mundo todo. No
entanto, o CICV est ciente de que a natureza das situaes de conflito armado
est mudando. A maioria delas, atualmente, caracteriza-se por ser no
internacional (isto , localiza-se dentro do territrio de um Estado). Grande
parte dessas situaes no so formalmente reconhecidas como conflitos armados
no internacionais - aos quais se aplicariam certas regras de direito
internacional humanitrio . Entre os protagonistas dos conflitos atuais
incluem-se freqentemente integrantes de foras policiais e de segurana. Uma
complicao ainda maior o fato de que no h uma distino absolutamente clara
entre os servios prestados tipicamente pelas foras armadas e aqueles
tipicamente prestados pelas foras policiais e de segurana - com uma fora
prontamente assumindo a responsabilidade da outra. Situaes atuais de violncia
armada so caracterizadas por um desprezo sistemtico e em larga escala pelos
princpios fundamentais de humanidade. O direito vida, liberdade e segurana
da populao civil freqentemente desrespeitado, fazendo com que,
conseqentemente, muitas vtimas necessitem de proteo e assistncia.
O CICV reconhece que, para assegurar uma proteo e
assistncia adequadas s vtimas de situaes de violncia armada, importante,
mesmo essencial, concentrar-se nos integrantes das foras policiais e de
segurana alm dos integrantes das foras armadas. A melhor proteo que pode
ser oferecida s vtimas (em potencial) de violncia armada assegurar o
respeito aos princpios fundamentais de humanidade, na conduta e operaes no
apenas das foras armadas, mas tambm das foras policiais e de segurana. Esses
princpios fundamentais de humanidade podem ser estabelecidos a partir do
direito internacional humanitrio e dos instrumentos internacionais de direitos
humanos.
Este Manual
apresenta todos os princpios e normas
relevantes do Direito Internacional Humanitrio e do Direito Internacional dos
Direitos Humanos e coloca-os dentro do contexto de situaes operacionais, nas
quais devem ser respeitados e postos em prtica pelos integrantes das foras
armadas, policiais e de segurana. Ser utilizado pelo CICV nas atividades de
difuso junto s foras armadas e de segurana. O Manual almeja, tambm, propiciar
informaes e apoio a todos aqueles envolvidos no desenvolvimento de estruturas
e prticas de aplicao da lei que sejam profissionais, ticas e
protetoras.
Cornelio
Sommaruga Presidente do
CICV Genebra, fevereiro de
1998
Resumo do Contedo
Tabela dos Contedos
Introduo ao Manual
Lista de Abreviaturas
ARCABOUO JURDICO
Captulo 1: Conceitos Bsicos de Direito
Internacional
Captulo 2: Direito Internacional dos Direitos
Humanos
Captulo 3: Direito Internacional Humanitrio
PREMISSAS BSICAS dA APLICAO DA LEI
Captulo 4: Aplicao da Lei nos Estados
Democrticos
Captulo 5: Conduta tica e Legal na Aplicao da
Lei
RESPONSABILIDADES BSICAS nA APLICAO DA
LEI
Captulo 6: Preveno e Deteco do Crime
Captulo 7: Manuteno da Ordem Pblica
PODERES BSICOS NA APLICAO DA
LEI
Captulo 8: Captura
Captulo 9: Deteno
Captulo 10: Uso da Fora e de Armas de Fogo
APLICAO DA LEI NO CASO DE GRUPOS
VULNERVEIS
Captulo 11: Mulheres
Captulo 12: Crianas e Adolescentes
Captulo 13: Vtimas da Criminalidade e do Abuso de
Poder
Captulo 14: Refugiados e Deslocados Internos
COMANDO E GESTO
Captulo 15: Procedimentos de Superviso e
Reviso
Captulo 16: Investigao de Violaes dos Direitos Humanos
APNDICES
Apndice I:
Transparncias
Apndice II: Bibliografia
Apndice III: Referncias Selecionadas
Introduo ao
Manual Quem pode utilizar o
Manual? O Manual foi escrito tendo em mente os
responsveis pelo treinamento e formao dos integrantes das foras policiais
e de segurana. Seu contedo deve torna-los capazes de:
1. preparar instrues tericas sobre um ou mais
tpicos contidos nos captulos seguintes, de maneira a disseminar o
conhecimento e entendimento dos direitos humanos e do direito internacional
humanitrio necessrios para o desempenho adequado das funes dos
encarregados da aplicao da lei de todas as patentes e nveis;
2. conceitualizar novas tcnicas e tticas - e
adaptar aquelas que j existem - de maneira a equipar os encarregados da
aplicao da lei de todas as patentes e nveis com as tcnicas necessrias
para assegurar o desempenho adequado de suas funes.
3. subseqentemente, incorporar princpios de
direitos humanos e direito internacional humanitrio nos currculos de
treinamento j existentes ou criar novos currculos de treinamento, ambos em
nvel terico (conhecimento/entendimento) e prtico (tcnicas/ aplicao) de
maneira a assegurar a continuidade da formao e treinamento nesse
campo.
No entanto, o manual no foi elaborado
exclusivamente com o objetivo de fornecer instrues tericas aos integrantes
das foras policiais e de segurana. Seu contedo pode vir a ser tambm vlido
e til aos integrantes das foras armadas quando desempenharem funes de
aplicao da lei (como, por exemplo, na manuteno da ordem pblica). Os
integrantes das foras armadas, bem como os integrantes das foras policiais e
de segurana, podem vir a consider-lo como um texto de referncia til. Como
tal, tambm pode vir a ser de interesse a membros do Judicirio, a estudantes
de direito internacional pblico com nfase particular na aplicao da lei, ou
a ativistas no campo dos direitos humanos e do direito internacional
humanitrio em geral.
Como est organizado o
Manual? Consiste em dezesseis
captulos dedicados a vrios aspectos da aplicao da lei, agrupados sob seis
ttulos principais. Foi feito um esforo para escrever cada um dos captulos
como se fosse uma unidade independente, tendo como introduo uma explanao
breve sobre como se encaixa na estrutura geral do Manual. Alm disso, cada captulo
faz referncias a outros captulos, conforme necessrio . Conseqentemente, o
Manual pode ser utilizado seguindo-se a seqncia numrica desde o primeiro
at o ltimo captulo, sendo tambm possvel tratar diretamente de qualquer
assunto de interesse ou combinar qualquer nmero de captulos.
Formato do Manual Cada captulo foi escrito no mesmo formato, conforme
explicado abaixo:
ndice do Captulo: Sob este ttulo, a primeira pgina de cada captulo
proporciona uma viso geral e breve do assunto tratado.
Perguntas-chave para a Aplicao da
Lei: Uma srie de perguntas-chave para os encarregados da aplicao da lei,
no incio, prepara o leitor para
questes importantes a serem discutidas, fornecendo a idia do mbito e o
objetivo do captulo.
Princpios
Fundamentais: Cada captulo trata de
princpios
fundamentais dos direitos humanos e
direito internacional humanitrio que so especificamente relevantes ao tpico
do captulo. Esses princpios fundamentais encontram-se em negrito e itlico, sendo definidos
quando aparecem pela primeira vez no texto.
Aplicao: Aplicao so exemplos prticos elaborados para ajudar os leitores no
entendimento das implicaes prticas do direito internacional dos direitos
humanos ou do direito internacional humanitrio, na aplicao da lei. Quando
possvel, foram utilizados como um meio adicional para explicar e/ou
clarificar o tpico de cada captulo.
Prticas
Gerenciais: Prticas
gerenciais representam a prtica, na
vida real, de organizaes de aplicao da lei que respeitam os direitos
humanos e/ou o direito internacional humanitrio. Essas prticas esto
destacadas nos pontos relevantes do texto de certos captulos.
Pontos de Destaque do
Captulo: Os pontos de destaque do captulo aparecem no final de cada captulo, proporcionando uma viso
geral, de uma s pgina, dos pontos principais.
Perguntas para
Estudo: Ao final de cada captulo,
h uma seo que lista as perguntas para
estudo. Elas tm por objetivo auxiliar
o leitor a avaliar o nvel adquirido de conhecimento e entendimento do assunto
tratado. Os instrutores podem utilizar as perguntas dessa parte para
discusses em grupo, exerccios ou qualquer outra forma que se adeque a suas
necessidades. As perguntas para estudo esto agrupadas em trs tipos:
- conhecimento; - compreenso; - aplicao.
Referncias
selecionadas O ndice do captulo,
em sua primeira pgina, contm Referncias Selecionadas que
remetem ao Apndice
III, que lista livros (ou trechos), artigos e outras publicaes relevantes
ao tpico do Manual. Tanto quanto foi possvel, textos provenientes de vrias
regies geogrficas do mundo - assim como informao de importncia regional
especfica - foram includos. A primeira parte do Apndice III lista todos os
tratados, declaraes e resolues mencionadas no Manual. Contm seu ttulo oficial
(citao) e outras fontes geralmente disponveis onde os textos podem ser
encontrados (tais como volumes de documentos jurdicos internacionais). O
restante lista os livros, artigos e outras publicaes relevantes mencionadas
acima, seguindo a estrutura geral do Manual. Encontra-se dividida de
acordo com os captulos e, quando for prtico, de acordo com as subsees
dentro de cada captulo. O apndice contm referncias gerais e especficas.
As referncias gerais so aquelas fontes que tratam de maneira ampla o tpico
de um captulo em particular. As referncias especficas so fontes que cobrem
elementos particulares do tpico geral do captulo em questo. Por exemplo,
uma referncia geral para o captulo Conceitos Bsicos do Direito Internacional seria um livro sobre direito pblico internacional. Uma referncia
especfica para aquele captulo seria uma publicao sobre o papel do costume
no direito pblico internacional.
Apndices O Manual possui trs apndices:
Apndice I:
Transparncias, agrupadas por captulo??2???/font>/P>
Transparncias para retroprojetores que fornecem
e didtico para instrutores, discutindo pontos-chave dos respectivos
captulos, por meio de texto ou grficos.
Apndice
II:
Bibliografia
Todos os documentos, livros, artigos e outras
publicaes usados na preparao deste Manual so listados na
bibliografia.
Apndice III: Referncias Selecionadas, conforme descrito acima.
Notas de Rodap Notas de rodap so utilizadas somente quando
absolutamente necessrio. De maneira geral, as referncias contidas nos
vrios captulos no foram indicadas no texto, onde seria apropriado, mas
sim encontram-se listadas no Apndice II. Isto foi feito simplesmente por
razes prticas, de modo a facilitar o uso do Manual .
ISBN 2-88145-093-8
Comit Internacional da Cruz Vermelha,
Genebra 1998 |