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2k3q71

Tao-Te-King
Lao Ts

  • LIVRO I

  • I O TAO

  • II O ENCONTRO DOS OPOSTOS

  • III A TRANQILIDADE SUPREMA

  • IV A FONTE DE TUDO

  • V O USO DO VAZIO

  • VI FORA MISTERIOSA

  • VII PERFEIO SUPREMA

  • VIII O PONTO DE EQUILBRIO

  • IX O CAMINHO DO CU

  • X QUALIDADE MISTERIOSA

  • XI A VIRTUDE DO VAZIO

  • XII A REPRESSO DOS DESEJOS

  • XIII A RELATIVIDADE DO TAO

  • XIV A MANIFESTAO DO MISTRIO

  • XV A EXIBIO DA QUALIDADE

  • XVI RETORNO RAIZ

  • XVII A INFLUNCIA INALTERADA

  • XVIII A DECADNCIA

  • XIX VOLTA SIMPLICIDADE

  • XX O HOMEM DIFERENTE

  • XXI O CORAO VAZIO

  • XXII A CRESCENTE HUMILDADE

  • XXIII O VAZIO ABSOLUTO

  • XXIV POSIES INCMODAS

  • XXV AS FACES DO MISTRIO

  • XXVI O PESO DA GRAVIDADE

  • XXVII O CAMINHO SEM RASTRO

  • XXVIII A SIMPLICIDADE ORIGINAL

  • XXIX A AO SEM VIOLNCIA

  • XXX ADVERTNCIA CONTRA A GUERRA

  • XXXI ACALMANDO A GUERRA

  • XXXII A SBIA VIRTUDE

  • XXXIII A DISCRIMINAO

  • XXXIV A TAREFA DA CONQUISTA

  • XXXV O ATRIBUTO DA BENEVOLNCIA

  • XXXVI SUAVIZANDO A LUZ

  • XXXVII O EXERCCIO DO GOVERNO

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LIVRO I o1r6p

I O TAO 73t6f

O caminho que pode ser seguido no o Caminho Perfeito.

O nome que pode ser dito no o Nome eterno.

No princpio est o que no tem nome.

O que tem nome a Me de todas as coisas.

Para que possamos observar seus segredos devemos permanecer sem desejos.

Mas se em ns mora o desejo, a nica coisa que podemos contemplar a sua forma externa. A casca que a essncia oculta. Esses dois estados existem para sempre inseparveis. Diferente unicamente em nome. Conjuntamente idnticos, unidos, integrados. So os chamados Mistrios!

Mistrio alm dos mistrios. O Portal que conduz a tudo aquilo que sutil e maravilhoso ao recndito segredo de todas as essncias.

II O ENCONTRO DOS OPOSTOS 4t3pv

Todos no mundo reconhecem o belo como Belo e, desta forma, sabem o que o Feio.

Todos no mundo reconhecem o bem como o Bem e, desta forma, sabem o que o Mal.

Assim, o ser e o no-ser geram-se mutuamente.

O longo e o curto se delimitam; O alto e o baixo se inclinam

O tom e o som se harmonizam; O antes e o depois seguem-se um ao outro.

Assim o sbio executa suas tarefas sem agir e transmite ensinamentos sem usar palavras.

Todas as coisas agem, e ele no lhes nega auxlio. Produz sem apropriar-se de coisa alguma. Realiza sua tarefa e no pede gratido e justamente porque no se apega que o mrito jamais o abandona e suas obras meritrias subsistem.

III A TRANQILIDADE SUPREMA 2u2r7

Quando no glorificamos os homens de valor evitamos a rivalidade entre as pessoas.

Quando no valorizamos os artigos difceis de obter, estamos impedindo que sejam roubados.

Eliminando o que possa provocar desejos, os homens permanecem sem perturbaes mentais.

Portanto, ao governar, o sbio esvazia a mente do seu povo. medida que lhe enche a barriga e lhes fortalece os ossos sua vontade enfraquece.

Mantm sempre o povo isento de conhecimento e livre do desejo. Para que o inteligente nunca ouse agir, pois quando nos abstemos da ao reina suprema a boa ordem universal.

IV A FONTE DE TUDO 614624

O Caminho vazio e inesgotvel, profundo como um abismo.

como se fosse o ancestral das dez mil criaturas.

Suavizai o corte, desfazei os ns, diminu o brilho, deixai que as rodas percorram os velhos sulcos.

Devemos considerar nosso brilho a fim de que nos harmonizemos com a escurido dos outros. Como puro e tranqilo o Caminho!

No sei de quem possa ser filho pois parece ser anterior ao Soberano do Cu.

V O USO DO VAZIO 3w2i2v

O cu e a terra no so humanos. No tm qualquer piedade. Para eles, milhares de criaturas so como ces de palha que sero destrudos no sacrifcio.

O sbio no tem predilees; impiedoso ao tratar com as pessoas como ces de palha.

No ser o espao entre o cu e a terra como um gigantesco fole? Esvazia-se sem exaurir-se. Inesgotvel.

Quanto mais trabalha, mas alento produz.

Muitas palavras se esgotam sem cessar e conduzem inevitavelmente ao silncio.

Aferrando-nos ao vazio protegemos o nosso ser interior e o mantemos livre.

VI FORA MISTERIOSA 3o6366

O esprito das profundezas do vale imperecvel; chamado o mistrio feminino. A Porta da Fmea Misteriosa a Raiz da qual crescem o cu e a terra. Fracamente visvel, seu poder inexaurvel permanece. A Fmea misteriosa dura perpetuamente; o seu uso, entretanto, jamais a esgotar.

VII PERFEIO SUPREMA 4p3j4x

O cu e a terra so imperecveis. Se so imperecveis porque no do vida a si mesmos. E assim sendo tm longa durao.

Por isso, o sbio coloca-se em ltimo lugar e chega na frente de todos. Quando esquece suas finalidades egostas conquista a perfeio que nunca buscou.

VIII O PONTO DE EQUILBRIO 1l2u2e

A virtude suprema como a gua.

A gua e a virtude so benfazejas a milhares de criaturas. Ocupam os lugares mais baixos, que os homens detestam, acomodam-se onde ningum quer permanecer.

Por esse motivo so comparveis ao Caminho.

Numa casa, o que mais importa a localizao. Num aliado, a benevolncia. Na palavra, a boa-f. No governo, a ordem. Nos negcios, a habilidade. Na ao, o atemporal. Mas o sbio nunca luta por essa razo inatacvel.

IX O CAMINHO DO CU 1z5p2f

melhor no encher totalmente um vaso do que tentar carreg-lo se estiver cheio.

Quando afiamos demasiadamente uma faca, seu gume no se conservar.

Quando o ouro e o jade enchem um salo, seus donos no podero manter a segurana.

Quando a riqueza e as honrarias conduzem arrogncia decerto o mal vir logo a seguir.

Quando fizermos o nosso trabalho e o nosso nome comear a celebrizar-se, a sabedoria consiste em recolhermo-nos obscuridade, assim que a tarefa terminar.

Este o caminho do Cu!

X QUALIDADE MISTERIOSA 2c137

Mantm a alma sensvel e o corpo animal numa unidade para que no possam separar-se.

Controla a fora vital, a fim de que te transformes novamente numa criana recm-nascida.

Quando afugentares as vises misteriosas de tua imaginao poders, ento, tornar-te sem mcula.

Purifica-te e no procures respostas intelectuais para o Mistrio.

Amando o povo e governando o Estado, poderemos deixar de agir?

Quando se abrem e fecham os portes do Cu, conseguiremos desempenhas o papel feminino?

Quando o discernimento penetra as quatro regies, talvez no conheas aquilo que d vida e a sustm.

Aquilo que d vida no reclama qualquer posse. Beneficia, mas no exige gratido. Comanda, mas no exerce autoridade. Eis a chamada qualidade misteriosa.

XI A VIRTUDE DO VAZIO 664824

Trinta raios unem-se no cubo formando uma roda. Mas seu vazio central que permite a utilizao do carro.

Modelai o barro para fazer um jarro. Recortai no espao vazio das paredes portas e janelas a fim de que um quarto possa ser usado.

Dessa forma o ser produz o til mas o no-ser que o torna eficaz.

XII A REPRESSO DOS DESEJOS 4z1d48

As cinco cores cegam os olhos humanos. As cinco notas ensurdecem os ouvidos. Os cinco gostos injuriam o paladar. As corridas e as caadas desencadeiam no corao paixes furiosas e selvagens.

Os bens de difcil obteno causam ferimentos diante de perigosos obstculos. Por esse motivo o sbio ocupa-se do interior e no da exterioridade dos sentidos.

Ele rejeita o superficial e prefere mergulhar no profundo.

XIII A RELATIVIDADE DO TAO 3p3j1o

O sucesso e a desgraa so sempre acompanhados pelo medo. As honrarias e tribulaes podem ser consideradas como condies pessoais da mesma espcie.

Por que afirmar que o sucesso e a desgraa so seguidos pelo medo?

A desgraa estar numa posio inferior depois de sentir o gosto da vitria. Quando obtemos o sucesso, nos vm o medo de perd-lo e ento tememos as maiores calamidades.

Este o sentido da afirmao de que o sucesso e a desgraa so acompanhados pelo medo.

E o que significa a afirmao de que as honrarias e tribulaes so condies pessoais da mesma espcie? O que me torna vel de grandes calamidades possuir um corpo que considero meu. Se no possusse tal corpo, que infelicidade poderia atingir-me? Eis a razo por que aquele para o qual o imprio to precioso como sua prpria pessoa pode conquist-lo.

E quem o ama tanto como a si mesmo pode ser digno de sua direo suprema.

XIV A MANIFESTAO DO MISTRIO 3n2ba

O que no pode ser visto chamamos invisvel. O que no pode ser escutado, inaudvel. Quando tocamos e no sentimos, dizemos que impalpvel.

Esses trs objetos no podem ser sondados desta forma, confundem-se e so considerados como o uno.

A sua parte superior no brilhante, a sua parte inferior no obscura. Incessante sua ao, mas mesmo assim no podemos dar-lhe nome. Sua origem est l onde no existe qualquer ser. Sua forma sem forma, sua figura sem figura. Ele o INDETERMINADO.

Indo ao seu encontro vemos a sua face. Seguindo-o no lhe vemos as costas.

Quando trilhamos o Caminho Perfeito de outrora podemos dirigir as coisas da poca atual. Poder conhecer o comeo do ado segurar firmemente o fio do Tao.

XV A EXIBIO DA QUALIDADE t323

Os sbios perfeitos da Antigidade eram misteriosos, sobrenaturais, penetrantes, profundos demais para serem compreendidos pelos homens.

No podendo ser compreendidos, errnea ser toda descrio. O que deles podemos dizer apenas uma plida aproximao da realidade.

Eram atentos como o homem que cruza o tormentoso rio em pleno degelo depois do inverno. Prudentes como aquele que hspede de algum muito cerimonioso. Evanescentes como o gelo ao derreter. Despretensiosos como a madeira bruta que no recebeu qualquer forma das mos humanas.

Livres como o vale! Turvos como a gua enlameada.

Quem pode, pela serenidade, purificar, pouco a pouco, o que impuro?

Quem pode tornar-se calmo e assim para sempre permanecer?

Aquele que segue o Caminho Perfeito no deseja estar cheio de coisa alguma.

E por no estar cheio (de si mesmo) pode parecer que est gasto, intil e desprovido da perfeio temporal dos homens.

XVI RETORNO RAIZ 1e383

Podemos obter o estado de vazio quando com fervor nos assentamos no repouso;

Todas as coisas entram em seus processos de atividade e depois voltam a absorver-se no repouso. No mundo vegetal, ao atingirem as formas a mxima plenitude, vemo-las, aos poucos, retornarem s suas origens. Esse retorno raiz chama-se estado de tranqilidade.

Essa tranqilidade uma prova, um sinal de que finalmente conseguiram atingir sua meta suprema.

O retorno ao prprio destino uma constante; conhecer essa lei mostrar-se inteligente., no conhec-la leva a maus resultados.

O conhecimento dessa regra imutvel nos torna magnnimos e aquele que magnnimo , na verdade, um rei. Assemelha-se ao cu pois seguiu o Caminho Perfeito e com o Tao se uniu. Assim permanece para sempre.

E quando o dia chegar, e seu corpo desaparecer, j nenhum perigo o espera.

XVII A INFLUNCIA INALTERADA 1hug

O povo no conhecia a existncia dos grandes governantes antigos.

Depois vieram aqueles que o povo amava e honrava; a seguir, surgiu o medo e, por fim, o desprezo popular aos que se intitulavam governantes.

Quando a confiana limitada, no h confiana alguma.

Como pareciam irresolutos os governantes de ontem, ao mostrar nas reticncias a pouca importncia das palavras!

As obras meritrias multiplicavam-se, os negcios prosperavam. E as famlias afirmavam em coro: Graas a ns que as coisas esto assim perfeitas!

XVIII A DECADNCIA 6k6u5a

Quando o Caminho Perfeito foi abandonado, a benevolncia e a correo entraram em moda e a hipocrisia foi geral.

Quando no mais prevalece a harmonia, as seis relaes surgem.

O amor aos pais e a piedade filial so as pseudovirtudes. Os Estados sofrem ento com a corrupo e a desordem e comeam a aparecer, em grande quantidade, os funcionrios fiis.

XIX VOLTA SIMPLICIDADE 454wk

Se pudssemos renunciar nossa sabedoria, virtude feita nossa moda, isso seria de grande benefcio para todos que nos cercam.

Se pudssemos abolir nossa benevolncia e correo, as pessoas poderiam voltar a ser amveis e bondosas.

Se pudssemos abandonar nossas artimanhas e abafar o desejo constante de enriquecer, no mais haveria ladres nem malfeitores.

Devemos ser simples, desataviados, naturais, reduzindo os desejos juntamente com o egosmo.

XX O HOMEM DIFERENTE 6n3b32

Exterminado o conhecimento, no haver mais desgostos.

Entre o sim e o no, que grande diferena existe? Entre o bem e o mal, qual a distncia? O que todos os homens temem deve se temido mas que imensas e infindas so as discusses que se seguem! A multido de homens parece satisfeita, est cheia de ardor, exaltada como num festim semelhante ao que fazem os que escalam as montanhas na primavera.

Somente eu estou calmo, tranqilo, meus desejos no deram qualquer indcio da sua presena. Sou como um recm-nascido que ainda no sorriu.

Pareo abandonado, errante, sem finalidade! Os outros homens possuem o suprfluo, s eu sou por todos deserdado.

O homem da multido julga-se iluminado, enquanto eu na penumbra estou mergulhado. O homem da multido julga-se infalvel, perspicaz, somente eu, dobrado sobre mim mesmo, sou mvel como o oceano, sempre a flutuar. A multido torna-se til, somente eu sou inapto, tal um pria abandonado.

Eu, sozinho, sou diferente de todos os homens porque venero profundamente a me que a todos alimenta (o Tao).

XXI O CORAO VAZIO 2l6u4c

Em cada movimento, o homem sbio segue o Caminho Perfeito. Somente este caminho contm a Grande Virtude.

Qual a natureza do Tao? Deste Tao que com o Caminho Perfeito se confunde?

Nele encontramos uma imagem vaga e sombria, uma substncia escura e indefinida. Dentro dela h uma essncia, uma essncia totalmente genuna e l existe algo que poder ser testado do presente mais remota Antigidade.

O seu nome nunca foi esquecido. Dele procedem as propriedades de tudo o que existe. Como sei eu que essa a origem de tudo o que existe? Por AQUILO!

XXII A CRESCENTE HUMILDADE 1v2y2x

O incompleto ser completado. O curso. endireitado; o vazio, preenchido; o gasto, renovado; o insuficiente, aumentado; o excessivo, dissipado.

por essa razo que o sbio abraa a Unidade tomando-a por modelo do universo. Como nunca se pe em evidncia, brilha; como nunca se vangloria, tem mrito; porque nunca luta, ningum a ele se ope.

A frase dos antigos dizia: Aquele que incompleto ser completado. Ser uma frase v? No fim tudo retorna perfeita integrada.

XXIII O VAZIO ABSOLUTO q12a

Falar pouco ser natural. a marca dos que obedecem a espontaneidade de sua natureza. Um violento furaco no pode durar para sempre, como poder o homem consegui-lo?

Essa a razo pela qual o homem segue o Caminho. Um homem no caminho adapta-se ao Caminho. Um homem na virtude adapta-se Virtude. Um homem que perde alguma coisa conforma-se Perda. Aquele que se conforma com o Caminho alegremente aceito por ele. Aquele que virtuoso aceito pela virtude. Aquele que se conforma com a perda aceito pela Perda.

Quando no existe bastante f, h falta da verdadeira F.

XXIV POSIES INCMODAS 292y4e

Quem fica na ponta do p no tem firmeza; aquele que abre as pernas demais no anda facilmente.

Da mesma forma, o que se mostra no brilha. Quem defende seus pontos de vista com obstinao no corts.

O homem que se vangloria no tem seu mrito reconhecido. Quem orgulhoso no possui a superioridade que pretende ter.

Tais condies, do ponto de vista do Tao, so como remanescentes de comida, de um tumor no corpo e de tudo que excrescente.

Por essa razo, aqueles que seguem o Caminho Perfeito no as adotam, nem permitem que existam.

XXV AS FACES DO MISTRIO 3e2r5

Existe algo indefinido e completo, que nasceu antes do cu e da terra. Como calmo e informe, solitrio e imutvel, e tudo atinge sem se exaurir!

Deve-se consider-lo a Me de todas as coisas. No sei o seu nome e, na falta dele, eu o chamo de Tao (O Caminho Perfeito).

Fazendo um esforo maior para lhe dar um nome, posso cham-lo de Grande.

Grande ele a, no seu constante fluir. Ao ar, torna-se distante. Portanto, o Tao Grande. O cu Grande, a terra Grande e o sbio tambm Grande.

No universo so quatro os Grandes. O sbio um deles. O homem toma a sua lei da terra, a terra do cu, o cu toma sua lei do Tao. A lei do Tao ser o que .

XXVI O PESO DA GRAVIDADE 6f363s

O denso est na raiz da leveza, a inrcia, no movimento.

Eis por que o sbio prncipe, de madrugada noite, no perde a serena gravidade. Apesar das glrias e honrarias, permanece desapegado e indiferente a elas.

Por que os senhores de milhares de carruagens do mais importncia a si mesmos do que ao imprio?

Se agem superficialmente perdem a raiz, se agem violentamente perdem seu trono.

XXVII O CAMINHO SEM RASTRO 3x123q

O viajante hbil no deixa rastro de sua agem. O orador perfeito nada diz em que se possa encontrar falha. O exmio calculador no precisa fazer contas. O perito guardio tudo fecha sem necessidade de barras ou parafusos, e o que ele fecha impossvel abrir.

Similarmente, o sbio est sempre salvando os homens e a ningum tenta salvar. Esta capacidade se denomina ocultar a luz na atividade. Portanto, o sbio um mestre para os no virtuosos, da mesma forma que o vulgar o material que o sbio trabalha.

No amar o Mestre que nos auxilia, no venerar a quem nos presta servio, sinal de extrema confuso. Isso se chama Mistrio completo e profundo.

XXVIII A SIMPLICIDADE ORIGINAL 3fd35

Quem conhece a fora de sua masculinidade e, todavia, mantm sua flexibilidade feminina; quem conhece a fora, mas guarda a doura, assemelha-se a um vale do imprio. A virtude eterna jamais o abandona. Torna-se como uma criana.

Aquele que conhece a sua luz, mas guarda a sua obscuridade, o modelo do imprio. Sendo o modelo do imprio, a virtude eterna no mais vacila, e ele se torna ilimitado.

Aquele que conhece a glria e permanece no oprbrio torna-se um vale do mundo. Sendo um vale do mundo, a virtude eterna nele brota, e ele atinge a simplicidade original. Foi essa simplicidade que formou todas as coisas. como uma rocha inteiria de onde surgem vrias formas de vasos de pedra. O sbio nada faz sem simplicidade, ele dirige com nobreza e a ningum prejudica. Esta a regra do retorno simplicidade original.

XXIX A AO SEM VIOLNCIA 2w7157

Quem pretende conquistar o Reino para si e com esse objetivo agir constantemente, decerto no o conseguir. O Reino uma coisa espiritual, que no se pode obter pela constante ao. Aquele que assim fizer, estar destruindo-o; quem o segura, acabar perdendo-o. O curso da natureza das coisas de tal forma que o que est agora de frente torna-se o reverso, o aquecido em pouco tempo esfriar. Alguns so fortes, outros so fracos, alguns destroem, outros so destrudos.

O sbio, portanto, evita os excessos, a extravagncia e a arrogncia.

XXX ADVERTNCIA CONTRA A GUERRA 6l1n4x

Aquele que est perto do Soberano e em harmonia com o Tao no mostra sua fora ao Reino pela quantidade de suas armas. A fora logo ter a fora contra si. Onde acampa uma tropa, o campo desaparece e, em pouco tempo, os espinhos nascem onde havia flores. E logo a seguir irrompero as guerras.

O virtuoso atinge sua meta sem utilizar a fora. Conquista sem infringir sofrimento, sem destruir, sem orgulho, sem explorar o prprio sucesso, e depois pra. Vence sem violncia.

Quando os homens usam a fora bruta envelhecem, pois ela se ope ao Tao, e tudo o que se ope ao Tao perece prematuramente.

Essa a advertncia contra a guerra.

XXXI ACALMANDO A GUERRA g5qz

As mais belas armas so instrumentos de infelicidade. So odiosas a todas as criaturas. Aqueles que seguem o Tao no as empregam jamais.

O homem superior considera normalmente o seu lado esquerdo o lado de honra, mas em tempo de guerra o direito.

Todas as armas so instrumentos do mal, no sendo em absoluto, instrumentos do sbio prncipe. Ele as usa somente quando premido pela necessidade. A calma e o repouso so o que ele valoriza; a vitria pela fora das armas lhe indesejvel. Consider-la necessria sinal de que o homem em prazer com a matana de outros homens, e aquele que se compraz com tal matana no poder dirigir um imprio. Nos momentos festivos o lado esquerdo o mais importante, nos acontecimentos infaustos, o lado direito. O segundo general em comando fica esquerda do prncipe, o general comandante direita do monarca. O seu lugar direita, pois aquele que matou milhares de homens deve chorar por eles com maior dor. O general vencedor se encontra assim colocado por haver causado a morte e o sofrimento de tantos seres.

XXXII A SBIA VIRTUDE 1l6j2m

O Tao imutvel e no tem nome. Embora originariamente seja algo diminuto, tornar invulnervel aquele que o possua. Se um prncipe feudal ou um rei o obtiverem, todos, espontaneamente, a eles se submetero.

Tomando-o por guia, o cu e a terra unem-se e deixam escorrer um doce orvalho que atinge igualmente todas as coisas.

To logo comea a agir, tem um nome. E tendo um nome, em seu seio os homens podem encontrar a paz. Quando sabem como nele repousar, libertar-se-o de todo o erro. A relao do Tao com o mundo como a dos grandes rios e mares para onde correm todas as guas dos vales.

XXXIII A DISCRIMINAO 4c4i1w

Aquele que conhece os homens inteligente. Aquele que conhece a si mesmo iluminado. Aquele que vence os homens forte. Aquele que vence a si mesmo realmente poderoso. Aquele que est satisfeito com o que tem rico. Aquele que age com energia tem vontade firme. Aquele que no falha nos requisitos de sua posio continua. Aquele que morre e, todavia, no perece, atinge a imortalidade.

XXXIV A TAREFA DA CONQUISTA 14103n

O grande Tao est em tudo e a sua potncia irradia-se em todas as direes.

Os dez mil seres dele dependem para nascer e viver. Quando o trabalho realizado, ele no apregoa que foi seu autor. Cobre tudo com um manto e no faz valer sua posio de senhor. Poder, entretanto, nas menores coisas ser encontrado. Todos os seres retornam a sua raiz e desaparecem sem saber quem preside seus destinos. Ele pode ser encontrado nas grandes coisas. Eis por que o sbio pode realizar grandes conquistas: no se fazendo grande que consegue realiz-las.

XXXV O ATRIBUTO DA BENEVOLNCIA 1q3b3k

Apegai-vos Grande Idia (do Tao), e o mundo avanar.

Avanar sem dores, na paz, na serenidade, na abundncia.

A msica e as iguarias faro o viajante parar por algum tempo. O que vem do Tao no agrada ao paladar, pois insosso. Olhamo-lo, mas no o vemos. Ouvimos o seu chamado, mas no o entendemos. Mas se recorrermos a ele, o seu uso inexaurvel.

XXXVI SUAVIZANDO A LUZ 1j2j16

Quando inspiramos, decerto houve antes uma expirao. Quando quisermos enfraquecer algum, devemos primeiro fortific-lo. Se pretendermos derrot-lo, devemos primeiro elev-lo. Se tencionarmos despoj-lo, devemos primeiro dar-lhe presentes. Este o chamado sutil discernimento.

Assim, os submissos e os fracos conquistaro os duros e fortes. Os peixes no devem deixar a profundidade das guas. Os instrumentos de poder de um Estado no devem ser a ningum revelados.

XXXVII O EXERCCIO DO GOVERNO 2q671c

O Tao nunca age e, entretanto, nada deixa por fazer. Se os prncipes e os reis a ele seguissem, as dez mil coisas se transformariam por si mesmas.

Se aps a transformao, o desejo levantasse a cabea bastaria abaixa-la sob presso da Simplicidade e da Retido.

A Simplicidade os impregnaria e, sem desejo, eles encontrariam a paz e o universo por si mesmo se retificaria.


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