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O EDUCADOR E A PRTICA DE EDUCAO EM DIREITOS HUMANOS NA PARABA

Maria de Nazar Tavares Zenaide1

O EDUCADOR EM DIREITOS HUMANOS, QUEM SOMOS E DE ONDE VIEMOS?

Ns educadores em direitos humanos, viemos em sua maioria, de prticas como militantes junto aos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil, a exemplo dos partidos, igrejas e organizaes no governamentais.

No Brasil, ao longo dos anos 60 e 70, iniciamos nossa aprendizagem em direitos humanos, atravs das perdas e violaes executadas contra a pessoa em nome do Estado. Nos anos 70 e 80, aprendemos direitos humanos saindo do lugar de vtima para a posio de sujeito histrico, engajando-nos nas lutas concretas pelo retorno dos direitos civis e polticos e do regime democrtico no pas, assim como, nas lutas em torno da cidadania coletiva. Nos anos 90 avanamos e aprendemos com as lutas em torno do reconhecimento das nossas diferenciaes subjetivas, culturais, sociais e polticas.

Como agentes formais e informais fomos construndo nossa identidade como mltiplos. Como agentes informais fomos nos formando a partir da vivncia nas lutas concretas, independentemente da diferenciao de escolaridade. Viemos de diferentes etnias, setores e posies sociais, do campo e da cidade.

Como agentes formais fomos nos compondo, conjugando atores e reas de conhecimento diferenciadas, buscando construir com saberes distintos, prticas interdisciplinares que resultasse como efeito, a promoo, a proteo e a defesa dos direitos humanos e da cidadania democrtica.

A massa que moldou a escultura desse sujeito histrico, desse ator social e desse agente institucional foi constituda de materiais diversos e polarizados. De um lado as dores, as discriminaes, as violncias, as excluses e as exploraes mobilizaram nossas emoes e razes no sentido de formar uma identidade e uma vontade coletiva em direo ao outro e a mudana da realidade, do outro lado, a utopia de um novo amanh sedimentou sentimentos e modos de agir em relao ao outro e ao coletivo.

Segundo SALVAT in CANDAU, 1999) a educao em direitos humanos aparece historicamente,

como uma utopia a plasmar e promover nos diferentes espaos da sociedade... aparece como um marco tico-poltico que serve de crtica e orientao ( real e simblica) em relao s diferentes prticas sociais ( jurdica, econmica, educativa, etc) na luta nunca acabada por uma ordem social mais justa e livre

Sem um referencial tico-social e humanista para aonde a sociedade da excluso poder caminhar? Sobre esse aspecto alerta (COSTA,1997):

Sem um esforo para conceber novas formas de relaes familiares, novas modalidades de relaes afetivas, sexuais e amorosas; novos estilos de convivncia e sociabilidade; novas atitudes diante do progresso cientfico-tecnolgico; novas posturas diante da transmisso do saber e da tradio cultural democrtico-humanista, que a nossa, dificilmente poderemos produzir o encatamento necessrio paixo transformadora capaz de restituir figura do prximo sua dignidade moral... navegar preciso, e sem uma bssola na mo e um sonho na cabea nada temos, salvo a rotina do sexo, da droga e o credit card.

A PRTICA DE EDUCAO EM DIREITOS HUMANOS 2l4541

A construo histrica da prtica de educao em direitos humanos tem revelado que a mesma no combina com a neutralidade poltica, pois trata de uma prxis essencialmente comprometida com as lutas coletivas e a promoo, a proteo e defesa dos direitos humanos.

A educao em direitos humanos no contexto da Amrica Latina segundo CANDAU ( 1999) intrinsecamente ligada ao processo histrico de conquista da democracia, pois como prxis poltica, ela concretizou-se nas lutas e movimentos pela superao dos regimes ditatoriais e dos processos de excluso e marginalizao.

Historicamente no Brasil, a prtica de educao em Direitos Humanos surge no contexto das lutas e movimentos sociais pelos direitos civis, polticos, econmicos, sociais e culturais( lutas em torno da anistia, a reforma agrria, o meio ambiente, os direitos trabalhistas, os direitos reprodutivos, os direitos de identidades tnicas, de gnero e opo sexual, os direitos a moradia, desenvolvimento e reforma urbana, e outros), na perspectiva de conscientizao dos direitos e conquista da cidadania, avanando para o mbito pblico na busca de democratizao do Estado e da produo social.

Se a prtica de educao em direitos humanos dinmica pois impe movimento e novos produtos sociais, ela tambm ambgua, pois revela nossas contradies individuais e sociais. Na trajetria das prticas de educao em direitos humanos nos revelamos indivduos, grupos e sociedade - com toda a nossa carga histrica, cultural, poltica e subjetiva, mesclada de contradies e incompletudes como pessoas e atores em permanente construo. Em Direitos Humanos descobrimos: que somos humanos, que aprendemos e educamos uns com os outros ao mesmo tempo e o tempo todo e tambm que no somos os nicos responsveis pelo processo de construo da cidadania democrtica.

O CARTER INTERDISCIPLINAR DA AO EDUCATIVA EM DIREITOS HUMANOS

A ao de proteo e defesa exige um processo de articulao de saberes e prticas informais e formais, congregando nveis distintos de saberes, experincias, histrias de vida e de conhecimento prtico.

A experincia tem revelado como os saberes e as experincias formal e informal se articularam, no sentido de resolver os desafios das lutas concretas. Se essa relao de complementaridade foi sendo forjada na prtica resultando em aes verdadeiramente interdisciplinares, a prtica revelou tambm os limites e as possibilidades, as divergncias e as contradies, assim como so as relaes dinmicas e a prtica social.

Os dilogos entre os saberes e os agentes formais e informais produzem no campo das idias e das aes um exerccio de poder que revigora e torna esta prtica um processo dinmico e histrico.

Pesquisa realizada em 1995 em dez entidades de direitos humanos em Joo Pessoa revelou que a equipe de agentes formais que atuam nas aes de promoo e defesa em direitos humanos se caracteriza por uma composio multidisciplinar, com a predominncia numrica de advogados, pedagogos e assistentes sociais. As demais categorias minoritrias so: comunicao, socilogos, mdicos, psiclogos, economistas, filsofos, arquitetos e historiador.

Na prtica, a ao de educao intrinsicamente articulada com as aes jurdicas e polticas. Se o saber jurdico legitima a ao de proteo e defesa, os demais saberes sedimentam a ao educativa e poltica. Portanto, no poder ser a posio acadmica de um saber que gera a hegemonia, mas a capacidade de resposta que os saberes e as experincias do efetivamente a prtica de promoo, proteo e defesa dos direitos humanos em cada situao concreta. Qualquer tentativa de imposio de saberes nesse contexto concretizar uma leitura reduzida da realidade, uma relao de dominao, e no uma ao interdisciplinar baseada no dilogo e na competncia prtica.

Nas prticas educativas em direitos humanos temos experimentado aproximaes de saberes populares produzidos na vivncia e na experimentao com um leque de saberes acadmicos, produzidos a partir da pesquisa e da prtica do ensino formal. Ambos relevantes e necessrias. O desafio que se coloca aos educadores em direitos humanos : qual, como e quando cada um dos saberes podero exercer relaes de competncia e complementaridade.

O PBLICO QUE ENSINA E APRENDE

O pblico usurio e construtor da ao educativa em direitos humanos misto, envolve indivduos, grupos, comunidades e organizaes, advindos de diferentes setores da sociedade e do Estado. No decorrer da histria a sociedade, especificamente os setores subalternos foram os primeiros construtores de uma ao educativa em direitos humanos, posteriormente veio o Estado.

Ao longo das trs ltimas dcadas no Brasil, o pblico primeiro das prticas de educao para os direitos humanos, foi formado por segmentos sociais que tiveram seus direitos civis e polticos violados pelo Estado.

Posteriormente com o agravamento da situao de explorao e desigualdades econmicas e sociais, esse pblico ampliou-se para grupos e coletivos em situao de excluso social de explorao econmica e social e de limites no o cidadania.

Com a institucionalizao dos direitos humanos como poltica de Estado, esse pblico estendeu sua ao aos agentes pblicos que atuam na execuo de polticas sociais ( segurana, justia, assistncia social, educao).

OS OBJETOS DA PRTICA EDUCATIVA EM DIREITOS HUMANOS 51y2w

A ao educativa em direitos humanos intervm em diferentes situaes e produz diferentes produtos sociais. Os objetos de interveno dos educadores em direitos humanos dizem respeito ao plano dos sentimentos, das idias, do comportamento humanos, das relaes sociais e das prticas institucionais.

O educador em direitos humanos transforma situaes distintas como:

- desinformao e desconhecimento dos direitos e deveres como pessoa humana e os direitos de cidadania;

- ausncia ou baixo nvel de reconhecimento social e institucional dos direitos e deveres da pessoa humana e os direitos de cidadania;

- no funcionalidade dos mecanismos de garantias de proteo e defesa dos direitos conquistados;

- desrespeito, restrio e negao dos direitos e deveres da pessoa humana e dos direitos de cidadania;

- diferentes formas e modos de violaes dos direitos civis, polticos, econmicos, sociais e culturais;

- falta de o de bens e servios pblicos;

- restrio do direito de participao.

OS RESULTADOS CONSTRUDOS NA RELAO COM O OUTRO 3x3m27

A prtica de educao para os direitos humanos e a cidadania tenta produzir processos de:

- Informao e socializao sobre os direitos da pessoa humana e os direitos de cidadania;

- Conhecimento sobre a realidade e suas formas de excluso, explorao e violaes;

- Sensibilizao e mobilizao de sentimentos e atitudes ticas e comunitrias;

- Conhecimento dos direitos e deveres da pessoa humana e os direitos de cidadania;

- Mobilizao das potencialidades para o exerccio de aes de conquistas, defesas e proteo, dos direitos da pessoa humana e os direitos de cidadania;

- Relaes afetivas, sociais e formas de convivncias comunitrias;

- Prticas de controle social do Estado.

ALGUMAS BARREIRAS E LIMITES ENCONTRADOS NO PROCESSO EDUCATIVO 2m55a

Vrias so as barreiras no campo tico, jurdico, psicolgico, cultural e poltico-institucional que defrontamos na prtica de educao em direitos humanos.

No campo tico-filosfico uma das barreiras encontradas na ao educativa, diz respeito a excluso social, ou, o no reconhecimento da pessoa humana como sujeito de direitos. Sobre essa questo destaca CHAU citada em BETO( 1993):

no um fato bvio para todos os homens que eles so portadores de direitos e, por outro lado, que no um fato bvio que tais direitos devam ser reconhecidos por todos.( CHAU in: BETO; 1998)

do dio, da rivalidade explcita, do temor diante do adversrio que ameaa privar-nos do que julgamos fundamental para nossas vidas, o alheamento consiste numa atitude de distanciamento, na qual a hostilidade ou o vivido persecutrio so substitudos pela desqualificao do sujeito como ser moral (...) a indiferena produziu uma reao igual e contrria. Os desfavorecidos tambm comearam a negar seu pertencimento a um povo, classe ou nao, e o crescimento do banditismo urbano mostra que aprenderam bem a lio dos mentores. Da mesma forma que para as elites, a vida dos mais pobres no tem nenhum valor, para o lupen da cidade, a vida dos privilegiados tornou-se mero objeto de barganha.(COSTA; 2000)

CARDIA define a excluso moral como uma das barreiras no reconhecimento, o respeito e a defesa aos direitos humanos. Para a autora, a excluso moral se define como, a perda da capacidade de indignao com a dor do outro e a aparente aceitao de violaes do direito vida, sem a sensao de que viola regras consensuais de justia. (CARDIA ; 1995)

A Educao para os Direitos Humanos como afirma AGUIRRE ( 1997) demanda justamente a capacidade de empatia, identificao e solidariedade com o outro.

a opo pelos Direitos Humanos no nasce de uma teoria, nem de uma doutrina particular... para que o compromisso ( educativo) seja duradouro, para que no se desoriente, ou se perca pelo caminho ( longo e arriscado), dever partir, no de uma teoria, mais de uma experincia, de uma dor alheia sentida como prpria.... o que chama a mobilizao de nossas energias amorosas a capacidade de ouvir o grito do sofredor e ter a sensibilidade para responder a ele... o sentimento entendido em toda a sua dimenso, no s como moo da psique, mas como qualidade existencial, como estruturao ntica do ser humano... no a mera afetividade, no a mera ividade que se sente afetada pela existncia prpria ou alheia, mais que principalmente atividade, tomar a iniciativa de sentir e identificar-se com essa realidade sentida... o EROS supe no um mero sentir, mas um con-sentir, no uma mera paixo, mais uma com paixo, no um mero viver, mas um con-viver, simpatizar e entrar em comunho.

Outra barreira encontrada na prtica da educao em direitos humanos diz respeito a cultura e prtica poltica, pois significativa descrena em relao ao Estado, as instituies democrticas, a legalidade, aos mecanismos de participao e controle social do Estado e na Justia. Para Benevides ( 1997) a educao para a cidadania em direitos humanos decorre de uma opo radical pelos valores valores republicanos e democrticos, pois, as razes autoritrias e elitistas de nossa formao social permanecem slidas, haja vista todas as formas de desigualdades, intolerncia e discriminaes contra todos aqueles que no se encaixam no padro excludente de letrados e asseados. Benevides destaca como valores republicanos ( o respeito s leis acima da vontade dos homens, o respeito ao bem pblico acima do interesse privado, e o sentido de responsabilidade no exerccio do poder) e como valores democrticos ( o amor igualdade, a aceitao da vontade da maioria com constante respeito aos direitos das minorias, e o respeito integral aos direitos Humanos).


1 Professora do Departamento de Servio Social e membro da CDH/ UFPB.

AS ESTRATGIAS E TTICAS DE AES 3j212s

Os objetivos amplos da educao para os direitos humanos e a cidadania promoo e defesa dos direitos humanos e da democracia, erradicao das injustias sociais e a construo de um mundo humano e solidrio - demandam estratgias e tticas dinmicas e abrangentes oriundas de vrias reas do conhecimento.

Segundo BETO in ALENCAR (1998),

educao em direitos humanos deve humanizar, o que significa suscitar nos educando capacidade de reflexo crtica, bem como a aquisio do saber, o acolhimento do prximo, a sensibilidade esttica, a capacidade de encarar os problemas da vida, o cultivo do humor etc.

FESTER in: BETO (ibidem, 1998) aborda o carter pedaggico e crtico da educao em direitos humanos, uma vez que reconhece nesta sua funo histrica, que implica em adotar a pedagogia da indignao e do inconformismo, exercitando a participao, a crtica, a criatividade, o dilogo e os vnculos comunitrios.

A extenso e a complexidade dos objetos e do pblico da prtica de educao em direitos humanos implica em diferentes contedos temticos, modos de abordagem e recursos metodolgicos.

O relatrio do Primeiro Encontro de Educadores em Direitos Humanos (1997) destaca como contedos norteadores da educao em direitos humanos:

- A realidade social e poltica nacional e internacional;

- Direitos Humanos e Cidadania: origem, conceito, classificao e evoluo histrica;

- Instrumentos e mecanismos legais de proteo dos direitos humanos: leis, protocolos, pactos, tratados internacionais e programas;

- tica, valores sociais e morais;

- Direitos humanos e mdia;

- Violncia, marginalidade e sociedade;

- Preconceitos, discriminaes e suas diferentes formas de manifestaes;

- Educao em Direitos Humanos na Amrica Latina e no Brasil;

- Cultura Poltica, Democracia e Participao;

- Movimentos Sociais e Direitos Humanos;

- Instituies de Defesa dos Direitos Humanos

So contedos de vrias reas do conhecimento que tornam a prtica de educao em direitos humanos um processo coletivo e compartilhado, ao mesmo tempo um processo complexo que demanda o olhar de diversos atores e saberes. Como afirma LIMOEIRO in MINAYO (1993) o conhecimento se faz custa de muitas tentativas e da incidncia de muitos feixes de luz , multiplicando os pontos de vistas diferentes.

No tocante a metodologia refora BETO, a educao para os direitos humanos implica numa metodologia dialgica e participativa, que considera a relao entre o pessoal e o histrico e o subjetivo e o contextual.

Dentre os recursos tcnicos utilizados na ao educativa que atuam de modo individual, grupal e coletivo destacam-se: os recursos interpretativos e expressivos( dramatizao, psicodrama, teatro popular e outros), os recursos informativos ( boletins, jornais, vdeo, programas de rdio, cartilhas e outros), os recursos sensibilizadores ( vdeo, visita, atividades plsticas, dinmicas, msica e outros), os recursos discursivos (palestras, aulas dialogadas, e outros), recursos artsticos ( fotografias, esculturas, modelagens, desenho, pintura e outros), os recursos desportivos ( atividades desportivas e recreativas) e os recursos ldicos ( teatro de fantoche, desenho animado, jogos dramticos, gincanas e outros). Todos esses recursos e outros, demandam dos educadores, a percepo e a capacidade de comunicao com o pblico atuante, assim como, estudos e pesquisas que dem sustentao as demandas de intervenes, com o uso de metodologias criativas, interativas e diferenciadas.

AS AES EDUCATIVAS CONSTRUNDO A COLCHA DE EXPERINCIAS 5x194u

Segundo ZENAIDE e CARNEIRO ( 1995) ao longo da histria a educao em direitos humanos na Paraba, foram realizados por movimentos e entidades de direitos humanos, vrias estratgias de aes educativas voltadas para os diversos segmentos sociais e populares, tais como:

- Servios de Assessoria e Consultoria as lutas e aes;

- Aes de Formao Bsica e Poltica dos militantes:

. cursos de formao poltica com trabalhadores rurais e urbanos;

. cursos e aes de formao bsica, a exemplo de alfabetizao de adultos com trabalhadores e setores populares;

. cursos de cidadania;

- Cursos de diferentes nveis formal e informal para setores sociais e institucionais

- Produo e Difuso de Informao e do Conhecimento

. produo de material didtico-pedaggico de o popular;

. produo de boletins, jornais, folhetos e outros;

- Servio de assistncia jurdica e psicossocial;

- Aes de Intercmbio e Organizao

. Eventos articuladores das lutas(congressos, encontros, conferncias municipais e estaduais).

Dentre as aes em direitos humanos na Paraba voltadas para setores institucionalizados, destacam-se os cursos de natureza formal e informal, promovidos por articulaes de rgos pblicos (escolas pblicas municipais e estaduais, Universidade Federal da Paraba, conselhos de direitos ( com destaque a atuao do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidado), secretarias e setores do poder executivo( Centro de Ensino da Polcia Militar, Delegacias da Mulher, Secretaria da Segurana Pblica, Secretaria da Cidadania e Justia) e outros, em parceria com organizaes da sociedade civil, a exemplo de cursos para usurios e servidores do sistema penitencirio, de justia, segurana pblica e educao, no sentido de capacitar os agentes do Estado na direo da democracia e dos direitos humanos.

Na UFPB a ao de educao em direitos humanos realizadas pela Comisso de Direitos Humanos, Coordenao de Programas de Ao Comunitria e demais setores e centros, tem se pautado em:

- cursos a nvel de extenso em Direitos Humanos promovido pela UFPB em parceria com o CEDDHC, secretarias de Estado e do Municpio, com apoio do Ministrio da Justia/Secretaria de Estado dos Direitos Humanos/Departamento Nacional dos Direitos Humanos e do SEFOR/FAT, para servidores do sistema de segurana pblica ( policiais militares, civis, agentes e delegados, servidores das delegacias especializadas da mulher);

- cursos de qualificao do servidores do sistema penitencirio( agentes, dirigentes, dirigentes, assistentes sociais, psiclogos, dentistas, advogados e enfermeiros), de justia ( defensores pblicos) e educao ( educadores e dirigentes escolares);

- cursos de qualificao profissional para apenados;

- eventos de cunho mais abrangentes, voltados para propiciar o debate sobre temas relacionados as polticas sociais especficas, a exemplo da questo urbana, sade, segurana pblica, justia, sade pblica, educao e outros. So os seminrios, os debates e fruns sobre reforma Urbana, Sade em Discusso, Sade do trabalhador, Trabalho Infantil, Ouvidorias e Conselhos de Direitos , Minorias Sociais e tnicas, Questo penitenciria, Polcia Comunitria, Educao em Direitos Humanos e Cidadania.

No plano formal as modalidades de ao educativa aparecem vinculadas ao ensino, a pesquisa e a extenso.

No tocante ao ensino, a UFPB tem atuado com a:

- Criao de disciplinas em cursos de graduao e ps-graduao na UFPB e no Centro de Ensino da Polcia Militar, de modo a sensibilizar futuros profissionais para a temtica.

- Criao de cursos de lato senso ( especializao), destina-se a militantes de direitos humanos e outros profissionais interessados na rea, como uma ao de capacitao de multiplicadores a nvel de especializao;

- Cursos de extenso de educao bsica em direitos humanos introduz a temtica de modo informal para um pblico diferenciado e abrangente;

- As experincias no ensino fundamental como tema transversal tem sido realizadas ainda de modo pontual atravs de projetos de extenso.

- Na rea do ensino formal fundamental comeou-se em 1999 com uma ao mais abrangente, um seminrio aprendendo e ensinando direitos humanos, o curso de formao para educadores e cursos com dirigentes de escolas pblicas da rede municipal na semana de reciclagem da secretaria municipal de educao, em parceria com o CEDDHC. O plano da extenso portanto, um campo frtil de aes articuladas tanto s organizaes da sociedade civil quanto a rgos do poder pblico.

A RESPEITO DA PESQUISA E DA PRODUO DO CONHECIMENTO:

As pesquisas e trabalhos monogrficos existentes na UFPB na rea de direitos humanos versam sobre temas relacionados a violncia contra mulheres e crianas, violaes por parte de agentes do Estado, anlise de polticas pblicas, resgate das lutas e movimentos sociais, experincias de educao para os direitos humanos, resgate da memria e da atuao de rgos de direitos humanos, entre outros.

A EXPERINCIA DE EDUCAO EM DIREITOS HUMANOS COM OS POLICIAIS MILITARES LIES DA PRTICA.

A experincia com policiais militares tem sido uma das prticas mais significativas em relao ao Estado. De uma relao marcada por preconceitos, dores e conflitos permanentes, ousamos criar uma possibilidade de dilogo, crtica, e construo identidades e pontos de convergncias.

Convivemos com o desafio de educar no com nossos pares, mas com agentes do Estado, tradicionalmente vistos como rivais dos direitos humanos. Nessa tentativa de aproximao convivemos com os policiais, com todas as barreiras culturais e os sentimentos de ambigidade em relao aos direitos humanos. Nesse momento enfrentamos como questes tericas e metodolgicas:

- como abordar temas de Direitos Humanos considerando a vivncia cotidiana do policial como pessoa humana, cidado e ator institucional?

- Como trabalhar os valores ticos e os contedos normativos associados a prtica cotidiana, a prtica policial e a leitura da realidade?

- Como fazer com que os policiais construam uma concepo de direitos humanos, rompendo com as representaes preconceituosas?

- Como construir com os policiais uma identidade com os direitos humanos que fortalea uma cultura democrtica?

- Como colaborar para que os policiais se reconheam como sujeitos de direitos e como educadores em direitos humanos ?

- Como refletir com os policiais que direitos humanos no contra a polcia e a sociedade?

- Como envolver na ao pedaggica o processo de formao de uma identidade do policial como defensor da vida e da cidadania, ao invs de reproduzirmos a relao de vtimas e agressores? Como construir uma relao polcia e direitos humanos?

Foi nesse conjunto de desafios que aproximamos das oficinas pedaggicas histria de vida, construo conceitual de direitos humanos e tica, cidadania e ao policial. As experincias aqui refletidas ocorreram durante o perodo de 1997 a 1999 junto aos cursos de formao de oficiais do Centro de Ensino da Polcia Militar do Estado da Paraba e Cursos de Gerenciamento em Polcia Comunitria.

A partir das oficinas pedaggicas Direitos Humanos histrias de vida foi possvel desenvolver uma metodologia de fazer aproximar os policiais da temtica direitos humanos, a partir de sua histria de vida.

Durante o exerccio de associao livre, o policial resgata momentos significativos de sua vida, de modo a encontrar pontos de interseo entre momentos de dores e alegrias, perdas e ganhos, processos de excluso e incluso, que o faz conectar-se com o tema dos direitos humanos. A partir destes elos afetivos de conexo, constri-se com o grupo, pontos de identificao de modo a possibilitar novos processos de entendimentos e de relao com o assunto.

Como ensina Aguirre (1995), o processo de educao para os direitos humanos, comea por uma mobilizao das nossas foras afetivas em relao a um outro. Para que o policial possa se ver e ver o outro, precisa que no ato pedaggico possamos v-los e senti-los como sujeitos de direitos e deveres. Se aproximarmos das suas dores vividas ao longo da sua histria pessoal e profissional talvez possamos aproxim-los dos direitos humanos. A partir dessa vivncia eles compreendem que direitos humanos no algo externo, mais faz parte da vida e do cotidiano de cada um. Desse momento ento que podemos apresentar como a luta de todos ns, e que o caminho rduo, cheio de ganhos e perdas.

Outro momento significativo desta vivncia foi o exerccio de elaborao conceitual dos direitos humanos construdo a partir das representaes individuais espontneas. A partir do ponto de partida - o que cada um entende por direitos humanos foram sistematizadas as dimenses conceituais dimenso tico-filosfica, jurdico-poltica, scio-econmica, scio-cultural, que articuladas, ampliam a compreenso do tema e possibilitam novos modos de ver e agir.

A partir desse processo de construo das dimenses dos direitos humanos, possvel exercer a reflexo prtica/teoria/prtica, to reclamada na discusso metodolgica em direitos humanos. Ao refletir particularmente cada dimenso, possvel descobrir e explicitar nossas contradies pessoais, as ambigidades culturais e polticas, os limites da democracia, a crise tica do Estado e das instituies, as ambigidades e contradies da prtica dos rgos de direitos humanos.

A compreenso e o exerccio de conceituao aps essa vivncia, no sero mais um exerccio meramente mental, mas um exerccio dinmico, embasado de elementos subjetivos e cognitivos com significados concretos no real prtico.

A comear de conceitos construdos a partir das vivncias e da interao ento que oportunizamos ao policial o contato com a bibliografia especializada, a fim de que se crie um dilogo entre o saber vivencial e o saber formal e terico.

Se compreendemos que Direitos Humanos, um modo de sentir, agir e pensar consigo e com o outro a partir de princpios tico-polticos, como vamos viver e construir relaes de aproximao, quaisquer que seja o segmento social ou institucional?

Como compreendemos e nos mobizaremos em torno de valores ticos como a paz, o respeito, a igualdade, a justia... se no compartilhamos com os policiais suas vivncia de excluso, violncia, injustias, discriminao?

A construo de pessoas ticas vem ou no sendo construdas ao longo da nossa histria de vida. preciso revisitar nossas razes, nossos retalhos de memria para nos ver, para da ento, ver para fora, para o outro e assim poder retornar e viver consigo e com o outro.

A pauta de ao para a construo de uma polcia cidad no vai ser cosntruda atravs de leis, de tratados tericos, nem s num congresso, num curso... ela vai ser modelada a partir da relao que conseguirmos ousar construir juntos, mesmo que com nossas ambigidades e desentendimentos.

preciso estar junto, aproximar- se, aprender que somos sujeitos, todos, inclusive o policial.

Reconhecer-se como pessoa de direito para o policial tambm um processo ambguo, pois muito contraditrio estar na posio de agente da lei e de manuteno da ordem vigente, quando seus direitos bsicos no esto sendo reconhecidos e respeitados. Falar das contradies, partilhar nossas dores coletivas recupera a dimenso cidad do policial. Refletir e compartilhar com os colegas como o respeito, a dignidade, a igualdade, a justia, a paz, a solidariedade ou sua negao, so vividos no seu dia a dia familiar, na corporao e na prtica profissional j constitui um novo caminho entre direitos humanos e polcia.

Educar para os Direitos Humanos portanto, um processo constante de relao entre vivncias e processos mentais. Sem a mobilizao dos aspectos humanos e ticos do outro com quem compartilhamos a ao educativa muito pouco avanaremos. Um dos momentos que mais vivenciei um sentimento de dor como educadora, foi diante da revelao e da constatao da dor de um policial que participou da chacina do Rger. A chacina do Rger foi um motim de presos onde a polcia cercou por vrias horas e um grupo de choque invadiu e invadindo imediatamente recuperou os sete refns, e tambm imediatamente trucidou oito apenados com tortura, com metralhadoras, pisoteando, espancando e em seguida a este ato as autoridades pblicas da Paraba louvaram a iniciativa e conferiram honrarias pblicas pelo gesto de bravura e de grande civismo praticado, at que a Pastoral Carcerria denunciou e o Conselho de Direitos Humanos intercedeu para que houvesse um reexame dos corpos que constatou a chacina. A dor vivida como educadora, foi ouvir e ver esse outro homem transformado em co de caa, desmontado como pessoa e profissional, e ao mesmo tempo explicar da necessidade da ao de proteo e defesa.

O policial que est na atividade de rua ou no sistema penitencirio, vive o tempo todo na corda bamba. A qualquer momento, toda sua vida pessoal e profissional pode mudar bruscamente de rumo. Como ento compreender que o policial que exigimos a defesa da vida est com a sua vida por um fio, que assim como os meninos de rua, a vida dura apenas um suspiro?

O discurso nosso de defesa da lei ( devem ser punidos todos os responsveis para separar o joio do trigo e no incentivar para que outros continuem errando) uma necessidade para o processo democrtico. Mas como exigir punio se esta s se efetiva na direo dos que executam ordens? Quais sero tambm outros discursos e prticas que poderemos construir para no restringirmos nossa ao apenas aps as violaes acontecerem?

No to simples assim a realidade poltico-institucional e a luta de defesa dos Direitos Humanos. Esse exemplo revela como ao de denncia, apesar de politicamente e culturalmente necessria, limitada, pois ns tambm somos contraditrios e imediatistas. Ao nos limitarmos nas aes emergenciais muitas vezes somos incompreendidos e injustiados. Agimos tanto quanto a imprensa jogando pedras, talvez por isso, que o conceito de Direitos Humanos para o policial e para a sociedade seja visto como invertido, um direito de um outro que lhe negado, roubado, no reconhecido.

A nossa coerncia prtica como defensor posta na ao educativa o tempo todo na mesa de discusso. isso que faz a experincia ser pedaggica para todos. A ambigidade que eles denunciam muitas vezes, so produtos de nossas atuaes:

Ah , mas direitos humanos s vai para o jornal para meter o pau na gente, pois quando o policial foi morto no apareceu ningum dos diretos humanos no enterro para prestar solidariedade

A prtica demonstra que para todos, necessrio o reconhecimento e o sentimento da pessoa como pessoa humana a fim de noutro plano poder se constituir como ator social, como sujeitos de construo de direitos. Nesse processo enriquecedor de aproximarmos de um outro, seja sem terra ou agente pblico, demanda nos aprender a reconhecer e viver a dimenso humana, exercer nossa capacidade de dilogo, revisitar nossos preconceitos, ouvir o que difere de ns, mobilizar nossa capacidade de sentir os gritos de dor, a indignao e a raiva, aprender a escutar e a expressar a crtica das prticas, sem com isso, negarmos e esquecer nossa identidade de defensores dos direitos humanos.

Ao ensinar e aprender direitos humanos com o policial, enxergamos a pessoa policial e o cidado policial. Primeiramente, aprendemos a v-lo como pessoa independente da farda, uma pessoa, com rosto, identidade, individualidade, subjetividade e cidadania. Aprendemos como precisamos rever nossas posturas e sentimentos em relao ao policial se quizermos formar policiais como agentes pblicos, protetores dos direitos humanos e da democracia.

A distncia existente entre a polcia e a sociedade a mesma que ao longo da histria do autoritarismo no pas foi sendo construda em relao a sociedade civil. Esta relao mesclada de preconceitos, desrespeitos, falta de solidariedade, intolerncia, violncia o quadro da relao social mais ampla de uma sociedade que historicamente construiu-se como desigual e injusta.

No processo de aprendizagem vamos aos poucos compreendendo, quanto ambguo para o policial nossos discursos de proteo e defesa dos direitos humanos, com a realidade social e institucional que vivncia na prtica cotidiana, repleta de tenso e contradies e ainda de desigualdades os transforma em rivais dos direitos humanos. Nossa polcia assim como os setores subalternizados, carecem de um conjunto de servios sociais bsicos, como, sade, seguridade e assistncia que garanta ao policial, como servidor pblico, garantias para poder exercer a defesa da ordem e da segurana pblica.

Como falar e exigir uma polcia protetora dos direitos humanos, se na hora em que um policial no exerccio da profisso perde a vida, ns dos direitos humanos no nos sensibilizarmos mais com a sua vida perdida?

Como discursar cobrando uma polcia protetora dos direitos humanos se tambm reproduzimos o processo de coisificao desse relevante ator institucional, na medida em que reduzimo-os a um objeto de utilidade?

Como aprender a construir uma polcia cidad, se nos omitimos em apoi-los nas suas lutas econmicas e sociais concretas como suas lutas por melhores condies de vida e trabalho?

Como refletir com o policial a contradio entre os valores dos direitos humanos e a ambigidade da justia, e da democracia no Brasil? Como no perder a capacidade de sonhar, frente s contradies sociais e a luta permanente na sociedade e instituies?

Como conviver com a sala de aula ( com o ideal de vida) e com as contradies das prticas em defesa da vida, ao ponto de sofrermos e temermos em situaes de conflitos de terra, com a possibilidade da participao de policiais em processos de desocupaes de terra?

Como relacionar-se com o policial sem medo e sem distino de hierarquia, mas como pessoa humana , um cidado e um servidor pblico?

O processo de formao do educador em direitos humanos essencialmente prtico e permanente. Cada dia aprendemos e ensinamos, nossa ao pedaggica em promoo dos direitos humanos no comea nem termina dependendo dos cargos ou da posio funcional que ocupamos ou exercemos, ela acontece em todas as circunstncias de nossas vidas, de modo informal e formal.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS q7158

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