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Direitos Humanos em Moambique
Josu Bila

Parte I – Artigos
Captulo I

Moambique contemporneo e Direitos Humanos

Carta ao Presidente da Repblica de Moambique38
- Sua Excelncia Armando Guebuza

Saudaes diaspricas!

Todas as coisas j foram ditas, mas como ningum as escuta, necessrio repeti-las - Andr Gide

As derradeiras manifestaes pblicas, ocorridas nos dias 1 e 2 de Setembro (2010), no solo ptrio moambicano, demonstra(ra)m um elevado grau de frustraes sociais, decorrentes de expectativas nunca - ou quase nunca – satisfeitas, desde o ano da independncia, 1975. Igualmente, expam que os moambicanos entendem que na Poltica no s se mobilizam as relaes de Poder, mas tambm so discutidos os critrios para a (no) distribuio equitativa de bens e recursos, necessrios vida de dignidade humana. Por isso, a conscincia e prtica de cidadania reivindicativa so louvveis, ainda que a estratgia violenta da populao seja condenvel. Condenvel num ponto de vista Gandhiana; porm, a violncia a parteira da histria em tempos de crise, se repetir o pensamento de quem o seu partido diz ter-se inspirado, Karl Marx.

Se afirmar que os 35 anos de independncia so traumticos, em virtude de os moambicanos terem vivido violaes episdicas e sistemticas de direitos humanos, e com polticas pblicas mal concebidas e timidamente implementadas, estarei a apontar uma verdade no ignorvel pelos governos de Moambique (1975-2010), dos quais o alto magistrado da nao pertenceu e pertence.

O esprito corrosivo e a dilapidao pblica dos recursos do Estado moambicano legitimaram, em 1990, o ex-primeiro ministro, Mrio Machungo, a criticar
certos grupos ou indivduos do meio poltico e econmico que ostentam, nas grandes cidades, uma riqueza requintada, de Primeiro Mundo, inexplicvel situao econmica do pas. Tais riquezas eram – e so - conseguidas pela grande onda de desvios de riqueza nacional para caprichos de nepotismo, privilgio e ostentao exagerada e grosseira de certa minoria. Em jeito de nota de rodap, acrescentaria que o Mecanismo Africano de Reviso de Pares confirmou, em menos de dois anos, que a excluso social expressiva em Moambique.

Por tudo isto, o seu Governo - e por que no os vindouros - tem muitos desafios pela frente. Primeiro, as autoridades governamentais precisam remover a sua arrogncia e negligncia para com as causas nacionais, construindo um novo modelo de justia social, baseado em direitos humanos e polticas pblicas. Segundo, as autoridades devem governar em conformidade com o direito (inter)nacional dos direitos humanos, reacendendo a esperana dos moambicanos - pobres e socialmente excludos - no o aos bens e recursos de que a indstria de privilgios permite exclusivamente deter. Terceiro, necessrio que se resguardem os valores de cidadania, abrindo cada vez mais espaos de tica democrtica e de justia social, atravs da participao dos cidados nas decises nacionais e na satisfao processual e integral de seus direitos. Quarto, repensar que os moambicanos no constituem objectos de compaixo corporativo-governamental e estatal; mas, sim, sujeitos do direito dos direitos humanos, no plano domstico e internacional. E quem est disposto a proteger e implementar os direitos humanos e polticas pblicas, hoje e no futuro?! Com certeza, sero governantes e moambicanos que no pensam no e com o estmago...”.

Inspirando-me no seu co-libertador de Moambique do jugo colonial, Alberto Chipande, termino com perguntas retricas: As manifestaes de 1 e 2 de Setembro de 2010, precedidas das de 5 de Fevereiro de 2008, no foram motivadas pela m conduo do processo democrtico e de desenvolvimento de Moambique? Ser que o desprezo da Agenda 2025 no est a custar desnorte do seu primeiro e segundo mandatos? Estes no so, certamente, factores nicos e exclusivos do empobrecimento de Moambique; so determinantes, contudo.

Obrigado, pela ateno!

Pela tica poltica, direitos humanos e cidadania em Moambique.

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Nota:

38 - So Paulo, 5 de Setembro de 2010.

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