3y3o19
Teoria
das Violncia, Mdia e Direitos Humanos
Magno
Medeiros da Silva
Professor da
Faculdade de Comunicao e Biblioteconomia da Universidade
Federal de Gois e coordenador de Extenso Cultural da PROEC-UFG;
doutor pela USP, coordenador do GT Mdia e Recepo da Associao
Nacional de
Programas
de Ps-Graduao em Comunicao.
1.
Apresentao
O
presente texto aborda a questo da violncia veiculada pelos
meios de comunicao de massa, enfatizando as possveis formas
de impacto junto aos receptores. especialmente crianas e
adolescentes.
A
partir de importantes teorias acerca da violncia, procuramos
refletir sobre as implicaes psicossociais e polticas da
cultura da violncia. notadamente atravs de sua irradiao
miditica. O artigo sugere, ainda, polticas e estratgias para
a construo de uma cultura da paz e para a defesa dos Direitos
Humanos.
2.
Mdia e teorias da violncia
De
forma sinttica, descrevemos as principais teorias da violncia,
procurando situ-las ao contexto comunicacional. Trata-se de uma
classificao didtica e no estanque.
2.
1 - Teoria da evoluo biolgica
O
ser vivo busca fugir da dissoluo entrpica agredindo outras clulas
ou organismos. A agresso . pois, uma resposta instintiva aos
conflitos que interceptam a luta pela sobrevivncia.
A
chamada lei do mais forte tributria exatamente desta
teoria. Ou seja: os seres de maior poder ou fora derrotam os
mais fracos em nome de sua sobrevivncia biolgica (ou da
dominao poltica do grupo do qual pertence).
Esta
teoria parece-nos insuficiente, uma vez que confunde agresso.
que da ordem dos instintos, com violncia. que da rbita
social, conforme veremos adiante.
2.
2 - Teorias geneticistas
Existem
duas vertentes principais nesta rea:
1)
Teoria Lombrosiana Concepo segundo a qual as caractersticas
hereditrias determinam o comportamento agressivo. O sujeito
violento reconhecvel a partir de seus traos fsicos e
fenotpicos (Cesare Lombroso). Traos fsicos de certos seres
humanos, considerados feios ou ameaadores, acabavam
sendo relacionados violncia. Bastante criticvel, esta
teoria nada tem de cientfico, e acabou caindo no descrdito em
funo do preconceito que recai contra as minoridades sociais.
2)
Teoria do mapa cromossmico A formao cromossmica que
determina o comportamento agressivo. Neste caso, a tendncia ao
crime pode estar vinculada a caratersticas genticas (Herman
Witkin). A violncia . pois. um fator determinado
geneticamente, pois j se encontra inscrito na herana cromossmica
do indivduo. Esta teoria tambm no ganhou credibilidade cientfica
por desconsiderar fatores sociais, histricos e psicolgicos.
dentre outros, na formao do ser violento.
O
problema fundamental das teorias geneticistas justamente
neglicenciar o social. Erich Fromm um dos cientistas
que faz essa crtica. Segundo ele, seria equivocado afirmar ser o
homem violento por natureza, pois a violncia uma construo
sociocultural e no natural. O psiclogo social responsabiliza
a moderna sociedade industrial e suas mazelas pela onda de violncia
reinante. Entre tais mazelas, cita o isolamento, a solido, as
tecnologias destrutivas e a deteriorao de tradies
cooperativistas. Assim, a prpria cultura que vai corroendo.
gradualmente, certos valores de solidariedade humana.
Hanna
Arendt tambm critica as teorias geneticistas e biolgicas da
violncia, segundo as quais o homem seria o lobo do prprio
homem. Ora, afirma a pensadora. nem a violncia, ou o
poder, so fenmenos naturais, isto , manifestaes de um
processo vital; pertencem eles ao setor poltico das atividades
humanas. Entre os condicionantes da violncia, a autora cita
outros fatores: burocracia (violncia situada no domnio de
Ningum); a forte frustrao de agir na sociedade atual; a
impotncia coletiva; a decadncia dos servios de
responsabilidade do Estado; a negligncia pblica etc. Portanto,
a violncia no encontra razes no suposto instinto de violncia,
mas nas prprias condies sociais, polticas, econmicas e
culturais.
2.
3 - Teoria psicofisiolgica
De
acordo com esta teoria, substncias qumicas, estmulos sensreo-motores
e tambm comportamentais podem alterar a conduta animal e
humana. Certos estmulos (drogas, choque eltrico, olhar torto,
educao autoritria, sofrimento, punio, dio, discriminao,
stress etc.) desequilibram estados neurolgicos e psicolgicos.
A
ausncia de xido ntrico, por exemplo, pode causar
comportamentos agressivos (Solomon Snyder). O consumo de algumas
substncias qumicas ou orgnicas pode interferir no quadro
psicofisiolgico humano, alterando o seu comportamento. Certas
drogas podem estimular (cocana, crack) ou inibir (lcool,
maconha, herona e inalantes) o sistema nervoso central, e
regularmente esto associadas violncia.
Esta
tese tem grande credibilidade junto comunidade cientfica
internacional, principalmente entre pesquisadores da rea de sade
(mdicos, psiquiatras, psiclogos, bioqumicos etc.). Entre os
cientistas sociais. esta teoria considerada plausvel, porm
insuficiente, uma vez que no prioriza questes de ordem social,
poltica, econmica e cultural.
2.
4 - Teoria da catarse
Nesta
perspectiva terica, as imagens de violncia acabam funcionando
como vlvula de escape, isto . elas resultam contribuindo
para relaxar as tenses e ansiedades do televidente. As pessoas
se distraem, aliviam os conflitos interiores (Henri-Pierre Jeudy).
O autor entende que tais imagens tendem a neutralizar as tendncias
agressivas do sujeito. Isso ocorre porque tais tendncias so
transformadas, no bojo da linguagem televisiva. em expresso vicria.
Segundo
Freud, um dos expoentes da teoria da catarse, as imagens
espetaculares de violncia ocupam um lugar de satisfao imaginria
das frustraes reais. Atravs dessa espetacularizao,
aliviam-se as pulses anti-sociais e agressivas e arrefece-se a
carga pulsional do indivduo. Resulta-se, assim, que tais imagens
acabariam, segundo Freud, exercendo uma funo catrtica,
potencialmente teraputica. O princpio freudiano de catarse
baseia-se, portanto, na idia de evaso das tenses e pulses,
facilitadas ou viabilizadas atravs de imagens e narrativas simblicas.
Tal imaginrio propiciaria uma satisfao (ilusria) capaz de
derrotar (provisoriarnente) a eterna condio humana de impotncia
e de Frustrao.
Na
mesma linha de raciocnio, Georges AucIair afirma que as crnicas
de fait divers servem para satisfazer
substitutivamente as necessidades e desejos dos indivduos: Esta
satisfao simblica das frustraes conferiria ao
sujeito o poder imaginrio de experincia intensa ou de
liberdade total, liberdade para transgredir normas e valores
socioculturais.
A
teoria da catarse recusada, pelo menos parcialmente. pelos
adeptos s teorias da aprendizagem social, cujo teor e razes
veremos adiante.
2.
5 - Teoria da dessensibilizao
O
ato prolongado de ver violncia na mdia pode resultar em
perda da sensibilidade emocional em relao violncia. A
banalizao da violncia pode provocar indiferena social e
poltica (Donnerstein. Slaby e Eron, Wilson, Linz, Gerbner).
Neste
contexto, a TV tem contribudo para fomentar o medo e insegurana
entre a populao. O pior, entretanto, o gradual processo de
insensibilizao decorrente da banalizao da violncia. Como
diz Lasch, os mass media facilitam a aceitao do inaceitvel.
E mais: Amortece
o impacto emocional dos acontecimentos, neutraliza a crtica e os
comentrios e reduz mesmo a morte do afeto a mais um slogan
ou clich...
Com
efeito, a violncia vem ganhando cada vez mais ares de
normalidade e naturalidade. alm de estar alcanando uma
crescente aceitabilidade social. Sua inevitabilidade tem
gerado atitudes do tipo: deixa rolar; no tem jeito
mesmo; super normal; deixa assim para ver como que
fica. Jesus Maria Aguirre Leme que a saturao por
programas violentos provoque uma perda de sensibilidade,
tornando as pessoas brutalizadas. a longo prazo.
2.
6 - Teoria da sndrome do medo
A
enxurrada de violncia na mdia provoca um medo exagerado,
uma ansiedade incontrolvel. Tudo e todos passam a ser
suspeitos; a desconfiana a a ser o cdigo predominante.
Entre as crianas, este estado patolgico dificulta a distino
entre fico e realidade. (Groegel, Gerbner. Grous, Morgan e
Signorilelli).
Conforme
a psicanalista Raquel Soiler, os teledependentes.
sobretudo as crianas, podem estar sofrendo de televisiosis,
uma espcie de patologia da contemporaneidade. O principal distrbio
deste mal seria uma sndrome de neurose, cujos sintomas so a
meia de perseguio, a fobia e a desordem mental.
Opera-se,
assim, um desinvestimento na idia do outro como parceiro, como
sujeito. O outro um corpo estranho, um elemento, simplesmente
um outro. George Gerboer prega um tal efeito cultivao,
segundo a qual as pessoas so formadas a partir do bombardeio
informativo detonado pelos meios de comunicao. flua-se de um
efeito somatrio, isto , uma exposio excessiva violncia
miditica poderia desenvolver um certo medo e um espcie de
complexo de vtima. A consequncia inevitvel seria a construo
(cultivao) de um clima de modo e de insegurana
generalizados. razo pela qual muitos indivduos acabam,
lamentavelmente, defendendo polticas duras de represso e de
opresso.
Outra
relevante pesquisa conforma a tese da sndrome do modo. Os
pesquisadores Werner Ackermann, Renaud Dulong e Henri-Pierre Jeu
chegaram s seguintes concluses: a exposio intensa
televiolncia pode provocar uma perda de diretrizes ticas e a
promoo de uma insegurana e medo generalizados. Essa
enxurrada de imagens de violncia acabaria deflagrando uma certa
espiral de violncia na sociedade. Diante de tal situao de
insegurana, os indivduos optam por estar armados
(fisicamente e psicologicamente), numa postura obsessiva de
autodefesa.
A
teoria da sndrome do medo desdobra-se em outra vertente, como
vemos a seguir.
Teoria
do medo-inibio:
Esta
teoria defende a segundo tese: a superexposio s imagens de
violncia na mdia pode provocar um medo exagerado de ser
punido. E isto acaba inibindo as predisposies agressivas do
indivduo.
2.
7 - Teoria da aprendizagem modal
Os
receptores podem apreender e aprender comportamentos e atitudes
violentos; as crianas e jovens so mais vulnerveis
aprendizagem social da violncia (Albert Bandura, pioneiro).
Segundo
Vappu Viemero, a exposio intensa a cenas de violncia
toma as crianas, a longo prazo, mais agressivas. Essa
agressividade, porm, maior entre as crianas naturalmente
agressivas. Outra varivel importante: o nvel scio-econmico
nada tem a ver com o comportamento violento. O pesquisador
ressalta que entre os adolescentes. a situao diferente:
depende, a longo prazo. de grau do identificao que estes tm
com certos personagens.
Esta
teoria possui outras importantes vertentes, como vemos a seguir
Teoria
do script:
O
comportamento social controlado por programas ou
scripts de comportamento estabelecidos durante a infncia.
Estes programas so armazenados na memria e usados como
guias para o comportamento social e a resoluo de problemas.
Imagens de violncia retoram comportamentos agressivos. (Rowell
Hucsmann e L. Eron).
Teoria
dos efeitos preparatrios:
Imagens
de violncia podem preparar pensamentos e atitudes
semanticamente relacionados com aqueles contedos violentos (Berkowitz).
Teoria
da frustrao-agresso:
Pessoas
frustradas e violentadas lem a violncia na mdia como um
sinal para canalizar a sua frustrao na agresso. Crianas em
ambientes conflituosos esto predispostas ao comportamento
agressivo.
Teoria
da transferncia de excitao:
Imagens
de violncia provocam excitao fisiolgica. A excitao
de tais imagens (efeitos visuais, sonoros e simblicos) so
transferidas para atitudes e condutas violentas, principalmente
entre as pessoas frustradas ou violentadas.
Teoria
da orientao:
Uma
das mais importantes no campo das teorias da aprendizagem social
a teoria da orientao. Nesta perspectiva, o contedo da mdia
oferece uma orientao. uma estrutura de referncia que
determina a direo do prprio comportamento do sujeito. A mdia
estimula e refora modelos. principalmente entre as crianas. No
entanto. esta orientao depende de muitas variveis: contedo
da mdia, frequncia; formao e experincias adas;
controle social; ambiente familiar; cultura e situao scio-econmica
etc. (Groebel).
3.
Cultura da violncia:
Reportando-nos
s teorias da violncia mencionadas, podemos crer que muitas
delas no so excludentes e nem estanques. Ao contrrio. s
vezes elas se complementam e contribuem para melhor elucidar a
complexa teia fenomenolgica que a violncia. Contudo.
podemos afirmar que existem trs teorias que nos parecem mais
pertinentes. plausveis e coerentes. So elas: sndrome do
medo; dessensibilizao; e aprendizagem social da violncia (principalmente
a vertente da orientao).
Ademais.
frise-se que a violncia. hoje. deve ser investigada, sobretudo,
a partir da atual cultura comunicacional. Vivemos, hoje. uma
cultura que espetaculariza. banaliza e naturaliza a violncia. No
caso especifico do Brasil, no mais se sustenta a ideologia de
paraso tropical, de bero esplndido. ou de povo
cordial. Fatos dirios de violncia tm desmentido a aparncia
de povo pacifico. O pais do favor e do jeitinho cede lugar a
uma explicitao de conflitos bastante agudos que se expressam
numa retrica de violncia e agressividade que se querem explcitas.
A
violncia urbana a a ser companheira da juventude
atual. Camisas com inscries do tipo sou bati boy so
usadas com um certo glamour. Como se a violncia tivesse tomado,
mais que uma prtica, uma alegoria social. Segundo Herschmann,
numa sociedade ainda muito marcada pelo autoritarismo e pela
excluso social, o discurso e o comportamento funk/rap, em
certo sentido. So a resposta de um segmento social que j no
acredita mais na conciliao, na concretizao da harmonia
social. Ao contrario, esses grupos tentam tambm imprimir. cm
certo sentido, cultura hip-hop um tom segregador.
Na
cultura ps-moderna j no mais existe uma manipulao
direta, repressora, posto que os poderes institudos da violncia
totalitria so cada vez mais sutis e sedutores. E os mass
media so co-participantes nesse processo de violncia totalitria,
na medida em que aram a ser o principal foco de irradiao
do ethos tecnorracionalista (modo de ser nesta cultura da
violncia). Ento, podemos dizer que tal violncia permeia.
de forma invisvel, as imagens da televiso.
4.
Estratgias em prol da cultura da paz e dos Direitos Humanos
Diante
de tal cultura da violncia, o que fazer? E a resposta
incisiva: a sociedade precisa organizar formas de participao
e de fiscalizao das produes miditicas (TV, rdio,
jornal etc.). Censurar, nunca. Fiscalizar, sempre. Aqui,
preciso deixar claro a distino entre censurar e fiscalizar: a
primeiro constitui uma ao coercitiva, repressora, uma violncia
inalienvel liberdade de expresso e de imprensa. A segunda
constitui uma ao da cidadania, um exerccio de democracia, na
medida em que a prpria populao vai redefinindo.
permanentemente. os limites ticos que regem as interaes e
contradies sociais.
Entre
as vrias estratgias para a construo da cultura da paz e
dos Direitos Humanos. podemos pontuar as seguintes:
a)
Debate pblico e aes polticas envolvendo os vrios
segmentos sociais.
Formao de fruns de discusso com o uso dos diversos
moios, inclusive Internei; Implementao de bibliotecas infantis
dinmicas e interativas.
Formao de acordos, convnios e parcerias com entidades
governamentais ou ONGs, no sentido de fortalecer as aes em
defesa dos direitos da criana e do adolescente;
Planos de ao nacionais e abrangentes para garantir
poder aos pais e sociedade civil com relao ao mercado de
mdia;
Criao de redes integradas de informao sobre os
direitos da infncia e da juventude;
Formao de conselhos e entidades em defesa da democratizao
dos meios de comunicao e
Criao de leis e normas de auto-regulamentao dos
produtos veiculados pela mdia.
b)
Desenvolvimento de cdigos de conduta profissional e empresarial.
Construo de cdigos de tica profissional e
Acordos construtivos com as empresas de comunicao
visando proteo das crianas de influncias prejudiciais.
c)
Educao face mdia a fim de formar receptores crticos,
competentes, de refinada conscincia tica e esttica
Produo de mdia especificamente infantil;
Formao de grupos de estudos e de pesquisas sobre a mdia;
Discusso da mdia e seus produtos no mbito escolar
(estrutura curricular. tema transversal);
Produo de manuais, livros e outras publicaes que
orientem quanto aos direitos da criana e do adolescente, e sobre
o papel educativo que a mdia pode vir a ter.
guisa de concluso e seguindo a orientao de Barbara Wilson,
podemos pontuar algumas importantes recomendaes para o
enfrentamento da violncia na mdia:
a)
Para a Indstria miditica:
Produza mais programas que evitem a violncia; se um programa
contm realmente violncia, mantenha baixo o nmero de
incidentes violentos.
Seja criativa ao mostrar: 1) atos violentos sendo punidos; 2)
mais consequncias negativas resultantes da violncia; 3) mais
alternativas ao uso da violncia para resolver problemas; 4)
menos justificativas para aes violentas.
Quando a violncia apresentada, d maior nfase a um forte
tema antiviolncia.
b)
Para os pai:
Estejam cientes dos riscos associados com ver violncia
na mdia, principalmente aprendizagem social,
dessensibilizao e sndrome do medo.
Considerem o contexto das representaes de violncia
ao tomarem decises quanto ao que a criana deve assistir.
Considerem o nvel de desenvolvimento da criana ao tomar
decises quanto ao que ver na mdia.
ANEXO
1:
Conveno
da ONU sobre os Direitos da Criana (RATIFICADA POR 191 PASES
NO FINAL DE 1997)
Artigo
17
Os
Estados membros reconhecem a importante funo desempenhada
pela mdia de musa e assegurado que a criana tenha o a
informaes e materiais de diversas fontes nacionais e
internacionais, especialmente aquelas que objetivam a promoo
de seu bem-estar social, espiritual e moral, e sua sade fsica
e mental. Para este fim os Estados membros:
a)
encorajado a mdia de massa a disseminar informaes e
materiais que beneficiam social e culturalmente a criana, e de
acordo com o esprito do artigo 29;
b)
encorajaro a cooperao internacional para a produo, troca
e disseminao de tais informaes e materiais de vrias
fontes culturais, nacionais e internacionais;
c)
encorajado a produo e disseminao de livros infantis;
d)
encorajaro a mdia de massa a ter especial considerao
pelas necessidades lingusticas da criana que pertena a uma
minoria ou seja indgena;
e)
encorajaro o desenvolvimento de orientaes apropriadas a
fim de proteger a criana de informaes e materiais nocivos
ao seu bem-estar, tendo em mente as clusulas dos artigos 13 e
18.
ANEXO
2:
CARTA
SOBRE A TELEVISO INFANTIL (Apresentada por Anna Home no 1
Encontro Mundial sobre Televiso e Crianas, em Melbourne, Austrlia,
cm 1995)
1.
As crianas devem ter programas de alta qualidade, feitos
especialmente para elas e que no as explorem. Esses programas.
alm de entreterem, devem permitir que as crianas se
desenvolvam fsica, mental e socialmente ao mximo de seu
potencial.
2.
As crianas devem ouvir, ver e expressar elas mesmas sua cultura,
sua linguagem e suas experincias de vida, atravs de programas
de televiso que afirmem seu senso de identidade pessoal,
comunal e nacional.
3.
Os programas para crianas devem promover a conscientizao e
apreo por outras culturas cm paralelo com a prpria cultura
da criana.
4.
Os programas para crianas devem ser amplos em termos de gnero
e contedo, mas no devem incluir cenas gratuitas de violncia
e sexo.
5.
Os programas para crianas devem ser transmitidos em horrios
regulares nas horas em que as crianas estiverem disponveis
para ver, e/ou devem ser distribudos atravs de outras mdias
ou tecnologias de fcil o.
6.
Deve haver disponibilidade de fundos suficientes para que esses
programas sejam feitos de acordo com os mais elevados padres
possveis.
7.
Os governos e organizaes de produo, distribuio e
financiamento devem reconhecer tanto a importncia quanto a
vulnerabilidade das crianas de um pas televiso, e devem
adotar medidas para apoi-la e proteg-la.
|