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CONSTRUINDO UMA CULTURA DE PAZ
OFICINAS PEDAGGICAS 1w1n6a
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SUMRIO
4q4121
APRESENTAO
TECENDO,
EDUCANDO, CONSTRUINDO UMA CULTURA DE PAZ
EDUCAO
PARA A CIDADANIA E UMA CULTURA DE PAZ
NATUREZA
DAS DINMICAS DE GRUPO
TCNICAS
DE DINMICAS DE GRUPO E PERFIL DO PROFISSIONAL DE GRUPOS
OFICINAS
DESENVOLVIDAS NOS PROJETOS
1.
Duplas Rotativas
2.
Cumprimento Criativo
3.
Mapeamento da Violncia
4.
Diagnstico da Juventude
5.
Avaliao com uma s palavra
OFICINAS
ELABORADAS PELOS PARTICIPANTES
1.
Violncia nas Escolas
2.
Cidadania
3.
O Bombardeio
4.
Dana no Zoolgico
5.
O Presente
6.
Os Limes
7.
A Teia
8.
Desenho Coletivo
9.
Voc Merece
10.
Como seguir instrues
BIBLIOGRAFIA
RECOMENDADA
ANEXOS
APRESENTAO
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O
Movimento Tortura Nunca Mais de Pernambuco iniciou o
desenvolvimento de projetos na rea de educao em Cidadania e
Direitos Humanos em meados da dcada de 90.
Havia
a necessidade de participar e contribuir para o respeito aos
direitos humanos no pas utilizando a perspectiva da formao
continuada e, assim, tornou-se fundamental atuar na rea de educao
para Cidadania, buscando atingir diversos segmentos sociais e
profissionais. Desde ento o caminho tem sido longo, mas tambm
com um acmulo de consistentes
conquistas; na medida em que a cada ano um maior nmero de cidados
tm o informao sobre seus direitos essenciais e
aprendem formas de mobilizao para garantir tais direitos.
Dentro
desse contexto dois instrumentos foram criados e aram a
auxiliar os contedos e espaos de capacitao: o Programa
Nacional de Direitos Humanos, em 1996; e o Programa Nacional de
Paz nas Escolas, em 1999.
Em
2000 o Movimento Tortura Nunca Mais realizou, com recursos do
Fundo de Amparo ao Trabalhador, dois cursos na rea de Cidadania
e Direitos Humanos, dando nfase aos contedos voltados para
construo de uma cultura de paz. Os resultados desses trabalhos
foram sistematizados e agora compem essa cartilha Construindo uma Cultura de Paz, que traz algumas experincias
de oficinas pedaggicas nesta rea.
Esperamos que
este material possa, ao mesmo tempo, auxiliar nas capacitaes
com esta temtica, e subsidiar novas experincias.
Celma
Tavares e Nilsa Lira
(Organizadoras)
TECENDO,
EDUCANDO, CONSTRUINDO UMA CULTURA DE PAZ
No
incio do ano ado aes do Programa Nacional de Paz nas
Escolas, em Pernambuco, comearam a ser realizadas como
palestras, seminrios, articulao de organizaes. O
Movimento Tortura Nunca Mais (MTNM) conduziu algumas delas e foi
parceiro em outras.
Em
junho, ao realizar o curso de Direitos Humanos para sargentos da
Polcia Militar, experimentamos utilizar os contedos e
diretrizes do Paz nas Escolas. E o resultado foi positivo.
Conseguimos trabalhar em dez escolas pblicas da rede estadual,
integrando alunos, professores e policiais na perspectiva da atuao
em rede e na construo de uma cultura de paz.
No
planejamento estratgico do MTNM havia, ainda, dois projetos a
realizar que possuam caractersticas para insero deste
mesmo contedo. O primeiro foi o Tecendo a Cidadania, que teve como pblico, estudantes universitrios
das reas de pedagogia, servio social, psicologia, direito e
comunicao social. O outro foi o Educando
para o Futuro, com um pblico composto por estudantes do
terceiro ano de magistrio de escolas da rede pblica estadual.
O
Tecendo a Cidadania foi desenvolvido entre agosto e dezembro de
2000, sendo dividido em seis turmas com vinte pessoas em cada. O Educando
para o Futuro foi realizado entre setembro e outubro do mesmo
ano, com duas turmas de trinta e cinco pessoas. Tinham estruturas
semelhantes, respeitando, porm, as especificidades dos pblicos.
Um mdulo de vinte horas dedicado ao contedo que abordava
as questes de cidadania e direitos humanos, protagonismo juvenil
e paz nas escolas e outro mdulo, tambm de vinte horas, que
apresentava tcnicas de dinmicas com objetivo de elaborao
de oficinas pelos participantes a partir dos contedos
trabalhados.
Como
resultado final dos dois projetos, os participantes produziram
diversas oficinas, todas criadas tendo como foco sua utilizao
no desenvolvimento do Programa Paz nas Escolas, no ambiente
escolar, direcionadas para alunos, professores, pais e policiais.
Oficinas que tratam de questes como a percepo e o respeito
aos valores individuais e coletivos; a convivncia e respeito s
diversidades, a necessidade da cooperao e da solidariedade, a
importncia da responsabilidade social, a reflexo sobre
preconceitos. Ou seja, alguns dos fatores que contribuem para a
construo da cultura de paz.
Das
oficinas produzidas, algumas que avaliamos representativas do
conjunto foram selecionadas para compor a cartilha Construindo
uma Cultura de Paz. Tambm optamos por apresentar algumas
oficinas trabalhadas nos projetos, pelo MTNM, durante os dois mdulos.
Compondo este material, apresentamos, ainda, um texto sobre educao
em cidadania, outro, sobre a natureza das dinmicas de grupo, e
um ltimo, sobre tcnicas de dinmicas de grupo e perfil do
profissional de grupos.
EDUCAO
PARA A CIDADANIA E UMA CULTURA DE PAZ
5v5j4f
Celma
Tavares1
bz51
Falar
em Educao para Cidadania e uma Cultura de Paz significa
utilizar pedagogicamente contedos relacionados ao exerccio dos
direitos e deveres, bem como valores relacionados tolerncia,
ao respeito diversidade e prtica dos direitos humanos.
Essa diretriz j estava contemplada, por exemplo, no Pacto
Internacional dos Direitos Econmicos, Sociais e Culturais,
ratificado pelo Brasil na dcada de 90, que em seu artigo 13
(inciso 1) coloca: a educao deve orientar-se para o pleno
desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de sua
dignidade, e deve fortalecer o respeito pelos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais.
Sendo
assim, importante situar duas questes. Primeiro, que a conscincia
universal dos direitos humanos cada vez mais forte nos pases
democrticos, entretanto eles continuam sendo violados. Segundo,
que o trabalho de sensibilizao e introjeo dos valores para
uma cultura de paz e para o compromisso com a promoo dos
direitos humanos a obrigatoriamente pela educao nos mais
variados mbitos, mas fundamentalmente a partir da escola.
No
campo da educao, preciso estar atento para o papel e o
desempenho nas funes da escola. Neste ponto, a pedagoga Vera
Candau assinala que a escola, que deveria exercer um papel de
humanizao a partir da aquisio de conhecimentos e de
valores para a conquista do exerccio pleno da cidadania, tem
muitas vezes favorecido a manuteno do status quo e refletido
as desigualdades da sociedade.
Por
isso mesmo, ela ressalta que necessrio a construo de
uma escola que forma crianas e jovens construtores ativos da
sociedade, capazes de viver no dia-a-dia, nos distintos espaos
sociais, includa a escola, uma cidadania consciente, crtica e
militante. E que isto exige uma prtica educativa
participativa, dialgica e democrtica, que supere a cultura
profundamente autoritria presente em todas as relaes humanas
e, em especial, na escola.
Este
tipo de anlise possibilita o entendimento de que a escola deve
exercer um papel de humanizao a partir da socializao e
construo do conhecimento, aliado aos valores necessrios
conquista do exerccio da cidadania. Especialmente ao se
trabalhar a educao, o exerccio da cidadania e a vivncia da
democracia na busca de uma interveno concreta na questo
social e cultural.
Mas
como deve ser a Educao para Cidadania e para uma Cultura de
Paz a partir da escola? De acordo com Letcia Olguin, deve
incluir metodologias que: estimulem a participao dos
estudantes; possibilitem a contradio; abram janelas para o
mundo; procurem sistematicamente o desenvolvimento do pensamento;
fortaleam os vnculos do estudante com o grupo de pares (com a
instituio, a comunidade, com seu pas); sejam globalizadoras
e sejam realistas.
Deve
ser tambm uma educao que possibilite o desenvolvimento do
protagonismo juvenil. Porque atravs dele que os jovens podem
se sentir includos no processo das transformaes sociais e,
mais ainda, podem se sentir promotores da cultura de paz. Pois
ao explorar o papel de protragonista no jovem que se constri as
condies para que ele exercite de forma criativa e crtica seu
entusiasmo para a ao e se descubra capaz de intervir, de
colaborar e de explorar e canalizar suas pontencialidades.
Educar
para a Cidadania e para uma Cultura de Paz, a partir do que prope
Vera Candau exige educar para a ao poltico-social que no
pode ser somente individual e exige o compromisso com a
construo de uma sociedade que tenha por base a afirmao da
vida e da dignidade. Assim, qualquer proposta de educao
nesta rea deve conter trs aspectos bsicos, apresentados no
seu livro Tecendo a Cidadania:
a)
uma pedagogia da indignao que pretende formar seres
capazes de se indignar e de se escandalizar diante de toda forma
de violncia e humilhao. Tal pedagogia supe que sejamos
conscientes de que estas violaes so historicamente construdas
e que tenhamos a valentia de perguntar-nos por suas causas,
superando a insensibilidade, ividade e impotncia diante
delas e promovendo a solidariedade;
b)
uma pedagogia do assombro/irao que nos leva a perceber
dentro e fora do mbito escolar buscas concretas de preservao
e promoo da vida, revelando a capacidade de resistncia e
criatividade das pessoas;
c)
uma pedagogia de convices firmes que se expressa num modo
de trabalhar a dimenso tica da educao. Explorando valores
como solidariedade, justia, liberdade, criticidade.
Alm
desses aspectos ainda preciso articular quatro dimenses bsicas,
que devem ser trabalhadas conjuntamente, como se expe no mesmo
livro: ver, saber, celebrar e comprometer-se. O ver engloba a
perspectiva da sensibilizao e conscientizao da realidade,
ampliando cada vez mais o olhar sobre a vida cotidiana. O saber
sobre os direitos humanos deve ser socialmente construdo e
emergir da prtica cotidiana. O celebrar coloca a educao como
uma prtica que provoca prazer, alegria e emoo. E o
comprometer-se o descobrir-se como cidado e promover todos os
valores que afirmam e garantem a dignidade humana.
Educar
para Cidadania , neste contexto, como coloca a pedagoga Aida
Monteiro, entender que direitos humanos e cidadania significam
prtica de vida em todas as instncias de convvio social dos
indivduos. Nesse entendimento, continua ela, a educao
vista como um dos principais instrumentos de formao da
cidadania, no sentido do pleno reconhecimento dos direitos e
deveres do cidado, enquanto sujeito responsvel pelo projeto de
sociedade no qual est inserido. Enquanto instrumento social bsico,
a educao possibilita ao indivduo a transposio da
marginalidade para a materialidade da cidadania.
E
neste sentido a escola um espao privilegiado no processo de
formao ao trabalhar com o conhecimento, valores, atitudes. O
desafio est, como defende o sacerdote jesuta Luiz Perz
Aguirre, em aprender a pensar com liberdade e nos convencer de
que temos o direito de pensar de forma diferente dos demais e que
esse direito no nos autoriza a desprezar a quem pensa diferente
de ns. O valiosos est nessa diferena que nos fortalece,
complementa e enriquece como sociedade e como povo.
A
Educao para Cidadania e uma Cultura de Paz possibilita,
portanto, a sensibilizao, a percepo e a reflexo, que
possam provocar a conscientizao e a mudana no indivduo.
Referncias
Bibliogrficas:
AGUIRRE,
Luiz Perz. Educar para os
direitos humanos: o grande desafio contemporneo. Texto
reproduzido pela Rede Brasileira de Educao em Direitos
Humanos.
CANDAU,
Vera ...[et. al.] Tecendo a
Cidadania. Petrpolis, Vozes, 1995.
MONTEIRO,
Aida. Educao para
Cidadania: soluo ou sonho impossvel? In: LERNER, Jlio
(organizador). Cidadania Verso e Reverso. So Paulo, Imprensa Oficial do Estado,
1997/1998.
OLGUIN,
Letcia. Enfoques Metodolgicos
no Ensino e Aprendizagem dos Direitos Humanos. Texto
reproduzido pela Rede Brasileira de Educao em Direitos
Humanos.
DINMICA
DE GRUPO: REFLEXES SOBRE SUA NATUREZA
Nilsa
Lira
Para iniciar a discusso sobre Dinmica de Grupo
faz-se necessrio definir seus termos individualmente, e em
seguida, estabelecer a relao entre ambos.
A compreenso que se tem sobre a palavra Dinmica
a que significa o ato ou efeito de movimento, fora, energia e
sinergia, organismo em atividade.
Nas atividades educativas essa expresso ganha sentido
pelo fato de proporcionar aos educandos, a possibilidade de
aprender ludicamente, participando seja individualmente ou em
grupo intervindo, questionando, apresentando os resultados dos
trabalhos realizados no decorrer do processo ensino-aprendizagem.
A atividade adquire significado quando os participantes
sentem-se sujeitos, construtores do conhecimento, numa relao
dialgica, que envolve o educando e o educador, ambos
compartilhando saberes e experincias de vida.
O conceito de Grupo sumamente importante, pois
entende-se que a unidade bsica no estudo da organizao dos
seres humanos desde um ponto de vista psico-scio-antropolgico,
at estudos sobre a filgnense e a antognese. O que
possibilita a constatao de que a evoluo e a maturao do
homem no seno um processo de aumento das relaes
interindividuais pela cooperao e pela participao, fenmenos
estes que produzem a honimizao: o homem coopera porque ama
e ama porque coopera.
Para poder estudar um grupo necessrio identificar suas
diferentes dimenses com uma aproximao interdisciplinar. A
maneira como se tem interpretado a natureza da dinmica interna
dos grupos humanos varia de acordo com os autores, as escolas e o
contexto no qual est inserido. Isto parece dificultar a
compreenso dos processos que ocorrem nos grupos empiricamente
existentes, mas no impede a vivncia prtica, mesmo revelia
de uma maior preciso conceitual.
A princpio julgou-se o grupo como um aglomerado atmico
cuja ao eqivalia ao somatrio das aes dos indivduos a
ele pertencentes (teoria behaviorista e pavloviana). Para esta
teoria o grupo apenas um aglomerado de indivduos em
contiguidade; ou seja, um somatrio, o grupo o resultado da
soma de seus participantes.
A psicologia da forma interpreta sob o enfoque
emergencial que v o grupo como resultante da gestltica
das aes de seus elementos individuais, uma configurao
original com caractersticas prprias inexistentes em cada um de
seus membros, cuja ao dependeria da forma como se distribusse,
em cada momento, as foras magnticas do campo criado. Nesta
teoria o grupo se estrutura segundo a lei da melhor forma,
predominando na ao grupal o momento e a estrutura,
minimizando-se a importncia gentica dos indivduos que
constituem o grupo. O modelo de campo adotado por Kurt Lewin
retirado da fsica representativo desta corrente que d
mais importncia configurao do grupo que histria dos
indivduos que o compe. A abordagem gestltica afirma que o
grupo uma estrutura que nada tem haver com a histria de
seus membros, porque o todo tem algo que no existe nas
partes.
Impem-se ultimamente a interpretao relacional
ou dialtica que considera o grupo como um sistema de
interaes em todas as escalas (diacrnico e sincrnico) e em
todos os sentidos (interno e externo), estrutura mantida por um
processo de permanente equilibrao (Piaget), que possui um
homostase interna e uma relao de equilbrio com o meio
externo. Segundo esta forma de ver, o prprio nascimento psicolgico
do EU nasceria do confronto entre o indivduo e os objetos
(pessoas) sendo, portanto, um fenmeno da dinmica de grupo.
Esta teoria considera o grupo como o plo externo do indivduo,
condio de sua homonizao, fonte de processos de
conscincia, na medida em que a embriologia do indivduo s se
atualiza mediante estimulao do meio. Ainda nesta perspectiva,
grupo , ao mesmo tempo, gentico e configuracional. O grupo
uma equilibrao em todos os sentidos. Os elementos do grupo
correspondem aos elementos da operao mental.
Segundo
Freud, duas ou mais pessoas constituem um grupo psicolgico se
escolherem o mesmo objeto-modelo (lder) ou os mesmo ideais, ou
ambos os seus superegos e por conseguinte, se identificando entre
eles
Para Freud, possvel distinguir tipos diferentes de grupos e
linhas opostas em seu desenvolvimento. Com relao a isto
afirma: h grupos muito efmeros e outros extremamente
duradouros. Grupos homogneos, constitudos pelos mesmos tipos
de indivduos, e grupos no homogneos; grupos naturais e
grupos artificiais, que exigem uma fora externa para mant-los
reunidos. Grupos primitivos e grupos altamente organizados, com
estrutura definida
Assim, verifica-se a impreciso e confuso conceitual,
caracterizandoem o conceito de Grupo como ainda bastante
indefinido e confuso. Isto conduz a simplificar o conceito,
seguindo a tendncia de vrios autores atuais, afirmando que:
Grupo uma reunio, mais ou menos permanente, de vrias
pessoas que interagem e se influenciam entre si, com o objetivo de
alcanar certas metas comum, e onde os seus integrantes se
reconhecem como membros pertencentes ao grupo e regem sua conduta
com base numa sria de normas e valores que todos tenham criado
ou modificado. Percebe-se o grupo como expresso da relao do
homem com o mundo, no processo recproco de criao e recriao,
tendo como caracterstica bsica a atualidade existencial de
seus participantes.
Tudo isso leva a concluir que o desempenho de cada educador
ou equipe de educadores tem caractersticas peculiares e
interessantes, pois inevitvel que seja considerado o aspecto
das individualidades e atualidades existenciais de cada educador e
de cada grupo. Esta caracterstica pode dificultar a formalizao
conceitual do que vem a ser o fenmeno grupo, mas no impede o
processo da vivncia grupal como uma articulao dinmica e
processual, como confluncia diferenciada da multiplicidade de
dimenses da atualidade individual dos educandos e dos
subsistemas dos quais eles participam.
TCNICAS
DE DINMICAS DE GRUPO E
PERFIL
DO PROFISSIONAL DE GRUPOS
Nilsa
Lira e Sandra Paz
Os conceitos referentes Dinmica de Grupo permite
situar seu real objetivo, desmitificando, assim, a idia de que
esta prtica sinnimo de brincadeira e/ou entretenimento,
como imaginada por algumas pessoas.
Essa diferenciao necessria, especialmente porque a
Dinmica de Grupo exige princpios bsicos de fundamental
importncia. So eles:
*
Ambiente local que favorea a comunicao face face;
comodidade; possibilidade de
participao;
espontaneidade e cooperao de todos os membros do grupo.
*
Reduo de Temores relao aberta entre os membros do
grupo, onde todos sintam confiana ao
expor opinies e comunicar experincias.
*
Liderana Democrtica o trabalho deve ser conduzido de forma
que todos os integrantes desenvolvam
suas capacidades sem que algum ordene o que todos tm
*
Objetivos Definidos os objetivos devem ser definidos
coletivamente, evitando-se, assim, eu fiz,
eu planejei, eu consegui. Mas ns fizemos, nos planejamos,
ns
conseguimos.
Isto permitir a identificao de todos com os fins do grupo.
*
Flexibilidade se a necessidade do grupo assim determinar, os
objetivos podem variar em sua
meta
final e na forma de chegar a esta adaptao.
*
Consenso programar aes e tomar decises coletivamente, em
consenso grupal, sem interesses
individuais ou de subgrupos.
*
Compreenso do Processo observar a atuao de cada pessoa;
solicitar ; evitar julgamentos,
juzo de valores, etc. Para que se adquira maior
*
Avaliao contnua revisar constantemente a execuo das
aes propostas e consecuo das metas
a curto e longo prazos, para no perder de vista os objetivos a
alcanar
e realizar possveis modificaes.
Considera-se importante, tambm, explicar o conceito de
Tcnicas de Dinmicas de Grupo utilizado. A palavra Tcnica
significa uma seqncia de etapas necessrias elaborao
de um mtodo de trabalho. So formas de executar a dinmica de
grupo, e podem ser aplicadas para diferentes propsitos e temas,
sendo sua aplicao ilimitada. So os mtodos, meios e
processos que fazem a interligao entre o grupo e os seus
objetivos.
Por
mais simples que parea ser a tcnica, deve-se realizar os
seguintes os:
-
Determinar o uso que ser dado;
-
Estabelecer os objetivos;
-
Preparar o material necessrio;
-
Levar em considerao aspectos importantes, tais como:
nvel
educativo do grupo
nmero
de participantes
condies
do local
recursos
disponveis
tempo
para realizao das atividades
atualizao
pessoal para discutir o tema proposto;
-
Orientar os educandos com clareza, preciso e objetividade,
quanto ao que vai ser feito, como vai ser feito e em quanto tempo
vai ser feito;
-
Desenvolver a atividade com motivao, segurana, atuao
concentrada e certeza de que o grupo encontra-se integrado e
descontrado;
-
Analisar e resumir as apresentaes a partir da anlise dos prprios
participantes, com perguntas que estimulem a participao geral.
Algumas
tcnicas tendem a fracassar se no forem considerados os
seguintes fatores:
-
Falta de conhecimento e habilidade do educador;
-
M seleo da tcnica para o propsito;
-
Conduo inadequada;
-
Desconhecimento dos membros do grupo.
Alm
de tudo isso, faz-se necessrio colocar algumas caractersticas
importantes no perfil do educador, principalmente quando se trata
de atuao com grupos.
Para que o profissional de grupos tenha uma prxis
condizente com esta demanda social imprescindvel que seja,
antes de tudo, capaz de agir e refletir o seu papel enquanto
agente transformador do seu meio. Assim como no h homem sem
mundo, nem mundo sem homem, no pode haver reflexo e ao
fora da relao do homem-realidade. O seu compromisso
profissional um compromisso com o mundo, que uma
responsabilidade histrica. Pois ele, antes de ser profissional
homem e ser comprometido por si mesmo.
Se o profissional est alienado diante de seu papel
provvel que seja decorrente de sua alienao enquanto ser histrico.
preciso ter conscincia social e poltica, firmeza ideolgica
e um srio compromisso social que supere o meramente
profissional. Entender a realidade no como algo enclausurado em
departamentos estanques, mas num processo dinmico e mutvel. O
profissional deve facilitar esta interao, abolindo as
hierarquias de poder, a postura tecnocrata adquirida por instituies
aliengenas e postura autoritria de um empresrio particular.
Deve substituir tudo isso por um compromisso efetivo com o social.
Esse compromisso com o social uma condio bsica no
desenvolvimento do trabalho com grupos, uma vez que o facilitador
de grupo vai atuar, impreterivelmente, em assuntos de interesse
social.
No h definies de liderana, regulamentos,
estatutos e manuais de atribuies do facilitador de grupos ou
educador que sejam fixos e preestabelecidos, e mesmo que existam,
cada facilitador deve adquirir estilo e capacidades prprias e
ningum pode imitar a aptido de liderana e atuao de outra
pessoa, nem copi-las de manuais.
No
existe frmula, mas algumas sugestes podero ser teis, como
por exemplo: a capacidade de ouvir, a real estima pelas pessoas e
a verdadeira aceitao dos pontos de vista dos outros, alm de
um acentuado senso de humor.
Outra
qualificao essencial a convico e a certeza de que o
trabalho de grupo que decidiu realizar importante. muito difcil,
seno impossvel, conduzir as atividades tendo-se dvidas
acerca da validade e dos objetivos dos mesmos. So tambm
importantes caractersticas da personalidade, tais como: calma,
segurana, equilbrio, otimismo e uma maneira positiva de
encarar a vida.
Os
bons facilitadores de grupo devem ser pessoas desejosas de
aprender a crescer, devem procurar adquirir mais conhecimentos e
maior compreenso humana, no processo de partilha de
saberes com os demais participantes do grupo. Alm disso,
devem ser: amigveis, calorosos, sociveis e ter um verdadeiro
interesse pelas pessoas.
certo que o facilitador de grupos , acima de tudo, uma pessoa,
sujeita dificuldades particulares e variaes de humor. No
entanto, dever ser prudente e nunca sobrecarregar o grupo com os
seus problemas pessoais.
Outra
caracterstica essencial a habilidade em fazer com que os
outros participem da responsabilidade do grupo, evitando
centralizar o trabalho com uma postura egocntrica,
perfeccionista e narcisista. Deve confiar nas pessoas e ganhar a
confiana destas, numa relao de aceitao de como elas so,
podendo assim, sentir como elas e com elas se entender.
absolutamente certo que nenhum facilitador de grupo tenha todas
essas caractersticas em igual proporo, mas dever procurar
desenvolv-las para obter melhores resultados no seu trabalho.
Ainda em
relao s dinmicas, os tipos e suas tcnicas so diversos
. Mas pode-se separar, de forma didtica, as dinmicas em quatro
classificaes: de apresentao, de descontrao, de aplicao
e de avaliao.
Dinmicas
de Apresentao:
quando se inicia uma atividade educativa necessrio
desenvolver tcnicas de dinmica de grupo que permitam eliminar
as tenses, reduzir a timidez, proporcionar um ambiente de
cordialidade e um clima de aceitao mtua. Se no incio for
conseguido um entusiasmo suficiente, os participantes mantero
esta atmosfera durante a atividade. A participao ativa e a
segurana dos componentes do grupo so os fatores mais
importantes no processo de ensino-aprendizagem.
Dinmicas
de Descontrao:
tem por objetivo descontrair, fazer o grupo sair da monotonia,
realizando uma brincadeira que envolva todos os participantes, uma
msica, um jogral, etc. Este tipo de dinmica pode tambm ser
utilizada para despertar o interesse do grupo por um tema especfico,
predispondo o grupo a uma participao mais efetiva. Esta
atividade oportuniza aos participantes serem mais espontneos e
livres em seus comentrios.
Dinmicas
de Aplicao:
estas contribuem no ree do contedo, facilitando a assimilao
do mesmo pelos participantes. Pode-se citar como exemplos: um
estudo dirigido em grupo; a construo de cartazes a partir do
que foi estudado; dramatizaes; msicas e poesias construdas
no processo de reflexo, debate e estudo dos participantes. O
facilitador deve estar constantemente atento para reorientar os
grupos e resolver suas dvidas, alimentando-os mas sem lhes dar
solues.
Dinmicas
de Avaliao:
contribuem para que, aps as atividades, os participantes avaliem
o desenvolvimento do estudo os pontos fortes e os pontos
fracos como tambm apresentem sugestes para melhoramentos.
As dinmicas de avaliao tambm constituem um momento
celebrativo do grupo. conveniente tirar um breve resumo das
expectativas que no foram atingidas e que apaream com freqncia
nas avaliaes dos grupos para planejar futuras atividades.
OFICINAS
DESENVOLVIDAS NOS PROJETOS
A partir das classificaes relacionadas s dinmicas,
apresenta-se exemplos de algumas dinmicas trabalhadas, com bons
resultados, pela equipe de educadores do Movimento Tortura Nunca
Mais, durante os dois projetos Tecendo a Cidadania e Educando
para o Futuro.
Dinmica de
Apresentao
*
DUPLAS ROTATIVAS
I. Pblico:
Adultos e jovens de ambos os sexos
II. Nmero
de participantes: 20 pessoas
III.
Tempo de durao: 30 minutos
IV.
Objetivos: - Possibilitar aproximao entre os membros do grupo;
-
Conhecer o nome e as principais caractersticas de cada
participante;
-
Estabelecer clima ldico que permita a livre expresso de idias
e sentimentos.
VI.
Material: Aparelho de som e CD ou apito
VII.
Procedimento:
a)
Organizar o grupo em crculo de p;
b)
Solicitar que dividam-se em dois subgrupos com a mesma quantidade
de pessoas em cada um dos grupos;
c)
Formar dois crculos, um interno e outro externo, e pedir para os
participantes organizarem-se em duplas voltadas para frente e
compostas por uma pessoa de cada crculo;
d)
Iniciar o jogo duplas rotativas, que devero identificar-se
pelo nome, qualidades, gostos, etc;
e) A
cada sinal emitido pelo facilitador o crculo interno dever
movimentar-se, trocando de dupla. O externo continuar parado;
f) A
atividade ser encerrada quando as duplas voltarem a posio
original;
g) O
facilitador ir conduzir a discusso, solicitando que cada
pessoa expresse o sentimento vivenciado na atividade, o que foi
mais fcil e o que foi mais difcil; o que aprendeu e como
sente-se agora.
Obs:
O facilitador poder utilizar msica ou apito como sinal para o
revesamento das duplas. Troca de dupla acontece a cada parada da msica
ou do som do apito.
Dinmica de
Descontrao
*
CUMPRIMENTO CRIATIVO
I. Pblico:
Adultos e jovens de ambos os sexos
II. Nmero
de participantes: 20 pessoas
III.
Tempo de durao: 30 a 40 minutos
IV.
Objetivos: - Descontrair e aproximar o grupo;
-
Conhecer novas formas de linguagem;
-
Favorecer clima de liberdade, responsabilidade e respeito s
diferenas;
-
Identificar valores e limites.
V.
Material: Aparelho de som e CD (optativo)
VI.
Procedimento:
a)
Solicitar que as pessoas caminhem pela sala cumprimentando-se de
forma no verbal, apenas trocando olhares;
b)
Conduzir o cumprimento utilizando formas criativas no verbais:
tocar cotovelos, palma das mos, joelhos, costas, testa, ponta do
nariz, etc;
c)
Observar cada reao dos participantes;
d)
Encerrar quando sentir que o grupo vivenciou todas as suas
potencialidades para o referido momento;
e)
Conduzir discusso, com os participantes, pautada nos objetivos
propostos. Na discusso, evitar juzo de valor e particularizao
de preconceitos.
Obs:
importante que o facilitador deixe claro que nada obrigado,
que cada pessoa deve se sentir vontade para realizar ou no o
que for proposto.
Dinmica de
Aplicao
*
MAPEAMENTO DA VIOLNCIA
I. Pblico:
Adultos e jovens de ambos os sexos
II. Nmero
de participantes: 20 pessoas
III.
Tempo de durao: 1 hora e 30 minutos
IV.
Objetivos: - Identificar os tipos de violncia mais freqentes;
-
Discutir sobre os fatores que motivam seu aparecimento
-
Elaborar propostas, buscando as possveis formas de soluo
V.
Material: Tarjetas, cartolina, lpis hidrocor ou piloto
VI.
Procedimento:
a)
Pedir para que os participantes escrevam nas tarjetas o
significado de violncia, os tipos mais freqentes, causas,
locais onde ocorrem e principais vtimas;
b)
Colocar na cartolina as respostas apresentadas, tentando formular
um conceito de violncia coletivo e identificando os tipos e as
respectivas causas, vtimas e locais;
c)
Dividir os participantes em subgrupos e pedir para que cada um
trabalhe um tipo diferente de violncia, apresentando possveis
formas de minimizar seus efeitos ou combat-la;
d)
Conduzir uma plenria de discusso, onde os grupos apresentam
suas propostas e debatem a viabilidade de cada uma delas, fazendo
observaes e sugestes.
Obs:
O facilitador tambm pode direcionar a oficina para tipos especficos
de violncia, como a violncia contra a mulher, no ambiente de
trabalho, no ambiente escolar, etc.
*
DIAGNSTICO DA JUVENTUDE
I.
Pblico: Educadores
II.
Nmero de participantes: 25 pessoas
III.
Tempo de durao: 3 horas
IV.
Objetivos: - Verificar as percepes dos educadores em relao
aos jovens;
-
Construir um perfil da juventude nas escolas a partir das opinies
apresentadas;
-
Refletir sobre as possibilidades e limites do trabalho do
educador.
V.
Material: Transparncias, lpis para transparncia e tarjetas
com as questes a serem discutidas nos
grupos
VI.
Procedimento:
a)
Dividir os grupos em subgrupos;
b)
Distribuir as questes para discusso;
c)
Solicitar que os grupos debatam e elaborem seu trabalho,
respeitando as opinies de todos os participantes do grupo e
tentando chegar a um consenso;
d)
Concludo o perodo para elaborao, cada grupo apresenta seus
resultados e em seguida aberta uma plenria de discusso com
o grande grupo;
e)
O facilitador deve identificar os pontos comuns e as divergncias
nas apresentaes, tentando estimular o dilogo na perspectiva
de apontar sadas para os imes e alertar para a necessidade
da ao coletiva no trabalho com o jovem, especialmente no que
se refere diminuio da violncia nas escolas.
Roteiro
de discusso para as tarjetas:
#
Quem o jovem na realidade atual? Quais suas caractersticas?
Quais suas expectativas e interesses?
#
Quais as possibilidades e limites de seu trabalho enquanto
educador inserido nesta realidade? Como o desenvolvimento do
Programa Paz nas Escolas pode contribuir em relao aos
interesses dos jovens?
#
Quais as formas de estimular o protagonismo juvenil durante o
desenvolvimento do seu trabalho?
Dinmica
de Avaliao
*
AVALIAO COM UMA S PALAVRA
I.
Pblico: Participantes de alguma oficina j desenvolvida
II.
Nmero de participantes: Todos os participantes da oficina j
desenvolvida
III.
Tempo de durao: 30 minutos
IV.
Objetivos: - Avaliar o trabalho desenvolvido na oficina;
-
Identificar os pontos positivos e negativos da parte metodolgica
e de contedo;
-
Expressar os sentimentos individuais e coletivos vivenciados no
decorrer da
oficina;
-
Possibilitar momento celebrativo de encerramento das atividades.
V.
Material: Tarjetas, cartolinas e lpis hidrocor ou piloto.
VI.
Procedimento:
a)
Dividir o grupo em subgrupos;
b)
Entregar uma tarjeta para que cada participante de grupo expresse
em uma palavra o que a oficina representou;
c)
Solicitar que socializem as tarjetas nos pequenos grupos, criando,
a partir delas, frases, cartazes, ou outra expresso que
represente a avaliao coletiva;
d)
Apresentar em plenria os trabalhos elaborados;
e)
Discutir os pontos em comum e identificar questes no
contempladas na avaliao e as possveis sugestes.
OFICINAS ELABORADAS PELOS PARTICIPANTES
Esta parte destinada a apresentao das oficinas
elaboradas pelos participantes dos projetos Tecendo a Cidadania e
Educando para o Futuro. Foram selecionadas dez oficinas,
representativas do conjunto, e que se destinam ao pblico de
professores, alunos, pais e professores.
* VIOLNCIA NAS
ESCOLAS
I. Pblico:
Conselho de Pais e Mestres
II. Nmero de
participantes: 25 pessoas
III. Tempo de
durao: 1 hora e 30 minutos
IV. Objetivos: -
Sensibilizar o Conselho de Pais e Mestres para a realidade da violncia
escolar;
- Contribuir
para que haja uma cultura de paz nas escolas;
- Possibilitar
reflexes sobre os diversos tipos de violncia ocorridas nas
escolas;
- Estimular a
formao de agentes multiplicadores da paz.
V. Material: Papis
recortados, fichas coloridas, cartolina, lpis de cor, revistas
VI.
Procedimentos:
a) Dividir o
grande grupo em trs subgrupos, atravs de fichas coloridas
contendo os seguintes temas: violncia fsica, violncia psicolgica,
depredao do patrimnio;
b) Solicitar que
cada subgrupo reflita o tema em questo, sugerindo alternativas;
c) Apresentar de
forma criativa as concluses a que chegaram;
d) Discutir em
plenria as apresentaes, socializando cada experincia;
e) Avaliar o
trabalho, pedindo que cada pessoa manifeste seu sentimento atravs
de uma expresso facial.
VII. Autores:
-
Ana Goreth de Lima
- Ctia de Oliveira
-
Edna Carvalho
- Francitelma Nascimento
- Karina Arajo
- Patrcia Melo
* CIDADANIA
I. Pblico:
Professores do ensino fundamental e mdio
II. Nmero de
participantes: 20 a 25 pessoas
III. Tempo de
durao: entre 1 hora e 1hora e 30 minutos
IV. Objetivos: -
Refletir sobre o exerccio da cidadania;
- Facilitar a
convivncia interpessoal
- Criar condies
de discusso sobre o tema proposto.
V. Material:
Cartolina, lpis piloto, aparelho de som e CD com msicas de
ciranda.
VI.
Procedimentos:
a) Iniciar com um
breve relaxamento;
b) Solicitar que
os participantes circulem pela sala e, atravs do tamanho das mos,
procurem formar pares;
c) As duplas
formadas se entrevistam, ressaltando aspectos como: nome, profisso,
local de trabalho, gostos, preferncias;
d) Volta-se ao
grande grupo para as apresentaes. Cada integrante far
apresentao do companheiro com quem conversou.
Ateno: A
apresentao do que o colega mais gosta e menos gosta ser
feita atravs de mmica.
e) Encerradas as
apresentaes, o facilitador deve solicitar que os participantes
construam um coletivo sobre a importncia do respeito e
compreenso s diferenas individuais e grupais;
f) O facilitador
far a conexo do material construdo com a temtica proposta
na oficina, abrindo, em seguida, a discusso com os
participantes;
g) Encerrar a
oficina com uma ciranda, onde todos os integrantes, dentro do
mesmo ritmo, confraternizam-se de mos dadas.
VII. Autores:
-
Adriana Fernandes
- Andra
Pontes
-
Andresa Ferreira
- Cristiane
Frana
-
Dilma de Souza
- Maria Alice
Calado
-
Maria do Bom Conselho de Oliveira
* O BOMBARDEIO
I. Pblico:
Alunos do ensino fundamental
II. Nmero de
participantes: 15 pessoas
III. Tempo de
durao: 20 minutos
IV. Objetivos: -
Favorecer a reflexo sobre a responsabilidade social;
- Sensibilizar
para a importncia da solidariedade na convivncia social;
- Discutir
valores individuais e coletivos.
V. Material: Fita
crepe ou giz
VI.
Procedimentos:
a) Organizar o
grupo em crculo;
b) Delimitar um
espao no centro da sala, com giz ou fita crepe, que permita a
acomodao de todos, de p, dentro desse espao;
c) Solicitar que
imaginem uma situao de guerra e que a cada grito de:
bombardeio!, todos devero ocupar a rea delimitada;
d) Diminuir,
gradativamente, o espao;
e) Comunicar que
as pessoas impossibilitadas de ocupar o espao esto
bombardeadas e ficaro fora do jogo;
f) Estreitar cada
vez mais o espao, at que permanea o menor nmero de
participantes;
g) Estimular para
que criem formas alternativas de permanecerem vivos no
reduzido espao;
h) Encerrar
quando todas as solues possveis forem experenciadas;
i) Conduzir plenria
de discusso onde os participantes exponham seus sentimentos em
relao situao vivida e reflitam sobre os desafios da
convivncia social.
VII. Autores:
-
Ana Paula da Silva
- Maria da Conceio Arantes
-
Dbora Medeiros
- Ezeneide
Rocha
-
Jaciara Vieira
- Luciana de Oliveira
-
Loia dos Santos
* DANA NO ZOOLGICO
I. Pblico:
Alunos do ensino mdio
II. Nmero de
participantes: 20 pessoas (sempre nmeros pares)
III. Tempo de
durao: 30 minutos
IV. Objetivos: -
Despertar sentimentos de cooperao e criatividade;
- Estabelecer
um clima de maior aproximao e interao entre os membros do
grupo.
V. Material:
Folhas de jornal, som e CD com pelo menos quatro ritmos
diferentes; papel ofcio, canetas.
VI.
Procedimentos:
a) Preparar
pequenos pedaos de papel com nomes de animais, duplicando as
listas para que os grupos formem pares;
b) Distribuir os
papis dobrados entre os membros do grupo;
c) Solicitar que
circulem pela sala emitindo o som e os gestos do referido animal e
procurando o seu par;
d) Cada dupla
receber uma folha de jornal, que dever ficar estendida no cho
formando um tablado para o incio da dana;
e) As duplas
devero aguardar o incio da msica e comear a danar sem
sair do jornal estendido no cho;
f) A cada mudana
de ritmo o jornal dever ser dobrado ao meio, estreitando o espao
para a dana;
g) O facilitador
dever utilizar vrios ritmos de msica;
i) Na ltima msica
o jornal dever estar reduzido a pouco mais de 30 cm, exigindo,
de cada dupla, criatividade individual e observao das solues
coletivas para continuar danando sem sair do papel.
h) O facilitador
inicia uma discusso com todos os participantes, onde devero
ser refletidas as experincias vivenciadas na oficina,
considerando seu sentimento enquanto indivduo, dupla e grupo.
VII. Autores:
-
Fabola Guedes
- Maria Olvia de Vasconcelos
-
Roberta Arajo
- Weber Nunes
* O PRESENTE
I. Pblico:
Alunos do ensino fundamental e mdio e policiais
II. Nmero de
participantes: mnimo de 10 e mximo de 25 pessoas
III. Tempo de
durao: 1 hora em mdia
IV. Objetivos: -
Promover a integrao e a troca;
- Dar-se conta
das qualidade individuais.
V. Material:
Cesta de bombons e/ou chocolates; tarjetas com as qualidades
VI.
Procedimentos:
a) Preparar uma
cesta de bombons e ou chocolates;
b) Organizar
tarjetas com frases sugestivas enaltecendo qualidades dos
participantes;
c) Organizar o
grupo em crculo sentado;
d) Sortear um dos
participantes para iniciar o jogo;
e) Entregar a
pessoa sorteada a primeira tarjeta e solicitar que ela realize
leitura pblica do que est escrito e em seguida sorteie nova
tarjeta;
f) Entregar o
presente para a pessoa que acredita possuir a qualidade descrita
na tarjeta subsequente, est tirar outra tarjeta e entregar o
presente a outra pessoa que possua a qualidade;
g) Sequenciar o
jogo seguindo essa mesma ordem, at que todos tenham sido
presenteados;
h) Encerrar com a
tarjeta que sugere a entrega a uma pessoa que transmita paz;
i) A ltima
pessoa a receber a cesta dever ler a seguinte mensagem:
A amizade
uma coisa eterna e o verdadeiro amigo est disposto a
compartilhar todas as angstias e felicidades da vida.
j) Encerrar com a
distribuio dos bombons para todos as pessoas presentes.
Sugestes de
qualidades para compor as tarjetas:
# Dinamismo
# Solidariedade
# Felicidade
# Carinho
# Lealdade
# Compreenso
# Sinceridade
# Que transmite paz
Obs: Pode-se
colocar as qualidades no seguinte formato:
Dinamismo
fortaleza, coragem, compromisso e irradia energia. Seja sempre
agente multiplicador de boas idias e de boas aes em seu
meio. Precisamos de pessoas como voc. Parabns! Mas e o
presente para quem voc acha mais solidrio.
Voc
feliz. Construa sempre sua felicidade em bases slidas. A
felicidade no depende dos outros, mas de ns mesmos. Mas o
presente no seu, entregue-o a uma pessoa que na sua opinio
muito carinhosa.
VII. Autores:
-
Aline do Nascimento
- Cssia Dantas
-
Jacqueline Barbosa
- Juliana Figueiredo
-
Patrcia de Andrade
- Sandra Barros
-
Sandra Manta
* OS LIMES
I. Pblico:
Alunos do ensino fundamental
II. Nmero de
participantes: mnimo de 10 e mximo de 20 participantes
III. Tempo de
durao: 20 minutos
IV. Objetivos: -
Contribuir na compreenso da importncia do respeita s
diversidades;
- Refletir
sobre valores e preconceitos no contexto individual e social;
- Despertar, a
partir da individualidade de cada um, a importncia do respeito
ao coletivo.
V. Material:
Bandeja e limes
VI.
Procedimentos:
a) Organizar o
grupo em crculo, sentado;
b) Colocar no
centro do crculo uma bandeja contendo o nmero de limes
equivalentes quantidade dos membros do grupo;
c) Solicitar que
cada um observe os limes e escolha apenas um, em seguida
identifique-o a partir de uma caracterstica prpria: cor,
marcas, cheiro, etc;
d) Devolver todos
os limes para a bandeja aps a identificao;
e) Pedir que os
participantes tentem pegar seu limo de volta, verificando as
caractersticas a ele atribudas;
f) Iniciar a
discusso pautada nos objetivos propostos.
VII. Autores:
-
Eliane Chaves
- Flvia Costa
-
Josiete Tavares
- Patrcia Silva
-
Swany Ramos
* A TEIA
I. Pblico:
Alunos do ensino mdio de escolas pblicas e particulares
II. Nmero de
participantes: 25 pessoas
III. Tempo de
durao: 1 hora em mdia
IV. Objetivos: -
Conhecer o nome de cada participante, possibilitando a
individualizao dentro do coletivo;
- Promover a
integrao do grupo;
- Descobrir a
sintonia entre pessoas diferentes quando propem-se a um trabalho
coletivo.
V. Material: Rolo
de barbante ou novelo de l
VI.
Procedimentos:
a) Grupo em crculo,
sentado;
b) O facilitador
segura o rolo de barbante ou novelo de l e inicia a atividade,
jogando-o para um dos participantes;
c) O
participantes que receber dever dizer o nome e algumas caractersticas
pessoais. Segura o barbante laando-o no dedo indicador;
d) O participante
seguinte repetir o procedimento;
e) Encerrar
quando todos estiverem presos pelo barbante;
f) Solicitar que
coloquem a teia no cho, cuidadosamente;
g) Ao facilitador
compete estimular a reflexo no sentido de estabelecer paralelo
entre o desenho formado pelo barbante e a noo de grupo,
de unio, cooperao, amizade, companheirismo, etc.
VII. Autores:
-
Carla Rodrigues
- Eliane de Lima
-
Joelma Lira
- Lenilda Silva
-
Vanessa Ferreira
* DESENHO
COLETIVO
I. Pblico:
Professores, alunos e policiais
II. Nmero de
participantes: mnimo de 10 e mximo de 20 pessoas
III. Tempo de
durao: 50 minutos
IV. Objetivos: -
Refletir sobre o conceito de cidadania;
- Criar
ambiente ldico que favorea a discusso sobre o tema a partir
das experincias individuais;
- Refletir
sobre a importncia do respeito s diversidades.
V. Material:
Cartolinas, lpis hidrocor, piloto, lpis de cera, lpis de
cor, tinta para pintura dedo, tinta guache, pincis, fita adesiva
VI.
Procedimentos:
a) Colocar no
centro da sala um grande de cartolinas brancas, lpis
coloridos, tintas, pincis, etc;
b) Solicitar aos
participantes que formem um crculo em volta do e iniciem
sua produes individuais, porm no espao coletivo;
c) Comunicar que
permitido fazer alteraes nos desenhos dos outros
componentes;
d) Concluda a
atividade, afixar o na parede e conduzir uma discusso
sobre os sentimentos que foram gerados e o significado de cada
ilustrao do ;
e) Encerrada a
discusso, solicitar que o grupo organize-se em crculo e, de
olhos fechados, inicie o canto de uma msica que imagina combinar
com o tema proposto no ;
f) Comea em voz
baixa, cada um com a sua msica e vai aumentando o tom da voz no
sentido de convencer o grupo de que a sua msica a mais
adequada para ilustrar o tema;
g) Encerrar
quando todos estiverem na mesma sintonia.
Sugestes de
pontos para discusso:
# Como se sentiu
ao ver seu desenho alterado por outra pessoa?
# Quais as
contribuies que foram ou no compartilhadas?
# O que foi mais
fcil e o que foi mais difcil de realizar?
VII. Autores:
-
Fernanda Schuler
- Hilton
Barros
-
Jamecy Almeida
- Rosana
Tavares
-
Suely Montenegro
* VOC MERECE
I. Pblico:
Alunos do ensino mdio e professores
II. Nmero de
participantes: entre 15 e 25 pessoas
III. Tempo de
durao: 40 minutos em mdia
IV. Objetivos: -
Promover a troca afetiva entre os participantes;
- Possibilitar
a percepo das qualidades positivas existentes no grupo;
- Avaliar as
qualidades pessoais.
V. Material:
Cesta, tiras de papel, lpis hidrocor ou caneta
VI.
Procedimentos:
a) Grupo em crculo,
sentado;
b) Cada pessoa
recebe uma tira de papel na qual dever escrever o que mais
gostaria de dar a uma determinada pessoa do grupo (no valem
presentes materiais);
c) Escrever na
tira de papel apenas o destinatrio e o que daria, sem se
identificar;
d) Dobrar os papis,
coloc-los em uma cesta e redistribu-los;
e) Cada pessoa
levanta-se, ler o que est escrito no papel e entrega ao destinatrio;
f) Realizadas
todas as entregas, pedir que todos fiquem de p, dem as mos,
fechem os olhos e reflitam sobre os presentes recebidos.
VII. Autores:
-
Anne Azevedo- Aline Gomes
-
Juliana Cruz- Leandro
Monteiro
-
Luciene da Silva- Mariza de Oliveira
-
Tatiane Ferreira
Obs: A atividade
permite referenciar o positivo do grupo, permitindo ao facilitador
perceber o perfil do grupo e suas possibilidades.
A atividade s
dever ser trabalhada com um grupo que j tenha construdo vnculos
de amizade. Nunca para grupos que ainda no se conhecem.
*
COMO SEGUIR INSTRUES
I.
Pblico: Professores e pais de alunos
II.
Nmero de participantes: 20 pessoas
III.
Tempo de durao: 30 minutos
IV.
Objetivos: - Perceber a ateno dos participantes;
-
Possibilitar percepo da importncia da conscincia crtica
nas atividades cotidianas;
-
Refletir sobre a tendncia de realizar acriticamente as
atividades propostas.
V.
Material: Folhas de trabalho e canetas
VI.
Procedimentos:
a)
Solicitar que os participantes acomodem-se na sala em filas de
cadeiras, conforme modelo tradicional adotado pela escola;
b)
Entregar a cada um uma folha de trabalho contendo instrues a
serem seguidas individualmente e em silncio;
c)
Pedir as pessoas que tenham concludo a tarefa que permaneam
sem fazer comentrios ou dar explicaes;
d)
Encerrada a atividade abrir discusso pautada nos objetivos.
VII.
Autores:
-
Aldivania de Melo
- Daniela
Rodrigues
-
Luciana Alves
- Maria Inz
Goveia
-
Maria de Ftima Bandeira
- Telma Soares
Folha
de Trabalho:
Como seguir instrues 5c6k
1)
Leia tudo atentamente antes de fazer qualquer coisa, mas trabalhe
o mais rapidamente possvel.
2)
Coloque seu nome no canto superior direito deste papel.
3)
Cidadania a transformao social para a conquista de uma
sociedade mais justa, igualitria e solidria. Se concordar,
levante a mo esquerda.
4)
Sublinhe a palavra cidadania da sentena trs.
5)
Democracia o regime poltico baseado na soberania popular, com
pleno reconhecimento dos direitos humanos. Se achar correto, bata
palmas.
6)
Voc acha que os direitos humanos so cumpridos no nosso pas?
Faa um sinal (positivo ou negativo) simbolizando sua opinio.
7)
Na sentena cinco, trace um crculo ao redor da palavra
democracia.
8)
Como tem sido seu comportamento como cidado?
a)
inocente
b) acomodado
c) vtima
d)
chato
e) cidado envolvido
9)
Fale em voz alta a sua opo na sentena oito.
10)
A cultura de um povo o seu lao mais forte de identidade,
de cidadania. Escreva essa frase do lado esquerdo da folha.
11)
Se voc seguiu as instrues at aqui, levante-se e diga
segui.
12)
Feche os olhos e levante as duas mos sobre a cabea.
13)
Agora que voc leu as instrues cuidadosamente, faa apenas
aquilo que a sentena um e cinco pedem para fazer. Ignore as
demais instrues.
14)
Por favor, no faa comentrios ou d explicaes a seus
companheiros. Se voc leu at aqui, faa de conta que ainda est
escrevendo. Vamos ver quantas pessoas seguem instrues
corretamente.
BIBLIOGRAFIA
RECOMENDADA
Educao em
Cidadania e Direitos Humanos
AGUIRRE,
Luis Prez e MOSCA, Juan Jos. Direitos
Humanos: pautas para uma educao libertadora.
Petrpolis, Vozes, 1990.
BARBOSA,
M. A. Rodrigues e outros. Direitos
Humanos um debate necessrio. So Paulo, Brasiliense,
Instituto Interamericano de Direitos Humanos, vol. I, 1988/vol.
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BENEVIDES,
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Ativa. So Paulo, tica, 1991.
BUARQUE,
Cristovam. O que Apartao?
So Paulo, Brasiliense, 1993.
BUFFA,
Ester ... [et. al.] Educao
e Cidadania: quem educa o cidado?
So Paulo, Cortez, 1996.
CANDAU,
Vera ...[et. al.] Tecendo a
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____________________
Oficinas Pedaggicas de
Direitos Humanos. Petrpolis, Vozes, 1996.
____________________
Sou criana: tenho
direitos. Petrpolis, Vozes, 1998.
COMPARATO,
Fbio Konder. Para Viver a
Democracia. So Paulo, Brasiliense, 1989.
COVRE,
Maria de Lourdes. O que
Cidadania? So Paulo, Brasiliense, 1991.
DALLARI,
Dalmo de Abreu. O que so
Direitos das Pessoas? So Paulo, Brasiliense, 1982.
_______________________
Viver em Sociedade. So
Paulo, Moderna, 1985.
DEMO,
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algumas indicaes quantitativas de nossa pobreza poltica.
Petrpolis, Vozes, 1992.
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Desafios Modernos da Educao.
Petrpolis, Vozes, 1995.
DORNELLES,
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Papel: a infncia, adolescncia e dos direitos humanos no Brasil.
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Democracia em Pedaos: direitos humanos no Brasil. So
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Dinmica de
Grupo
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George, HOHLEN, Joe e RAUDABAUGH, Neil. Liderana
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CARTWRIGHT,
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TELLEGEM,
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perspectiva sistmica.
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TRECKER,
Hharleigh. Como Trabalhar
com Grupos. Rio de Janeiro, Agir, 1974.
ANEXOS
Declarao
Universal dos Direitos Humanos
Prembulo
CONSIDERANDO
que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da
familia humana e seus direitos iguais e inalienveis o
fundamento da liberdade, da justia e da paz no mundo,
CONSIDERANDO
que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram
em atos brbaros que ultrajaram a conscincia da Humanidade, e
que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de
palavra, de crena e da liberdade de viverem a salvo do temor e
da necessidade,
CONSIDERANDO
ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo imprio
da lei, para que o homem no seja compelido, como ltimo
recurso, rebelio contra a tirania e a opresso,
CONSIDERANDO
ser essencial promover o desenvolvimento de relaes amistosas
entre as naes,
CONSIDERANDO
que os povos das Naes Unidas reafirmaram, na Carta, sua f
nos direitos do homem e da mulher, e que decidiram promover o
progresso social e melhores condies de vida em uma liberdade
mais ampla,
CONSIDERANDO
que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperao
com as Naes Unidas, o respeito universal aos direitos e
liberdades fundamentais do homem e a observncia desses direitos
e liberdades,
CONSIDERANDO
que uma compreenso comum desses direitos e liberdades da mais
alta importncia para o pleno cumprimento desse compromisso,
A
Assemblia Geral das Naes
Unidas proclama a presente "Declarao
Universal dos Direitos do Homem" como o ideal comum a ser
atingido por todos os povos e todas as naes, com o objetivo de
que cada indivduo e cada rgo da sociedade, tendo sempre em
mente esta Declarao, se esforce, atravs do ensino e da educao,
por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoo
de medidas progressivas de carter nacional e internacional, por
assegurar o seu reconhecimento e a sua observncia universais e
efetivos, tanto entre os povos dos prprios Estados Membros,
quanto entre os povos dos territrios sob sua jurisdio.
Artigo
1
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. So
dotados de razo e conscincia e devem agir em relao uns aos
outros com esprito de fraternidade.
Artigo
2
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as
liberdades estabelecidos nesta Declarao sem distino de
qualquer espcie, seja de raa, cor, sexo, lngua, religio,
opinio poltica ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condio.
II)
No ser tambm feita nenhuma distino fundada na condio
poltica, jurdica ou internacional do pas ou territrio a
que pertena uma pessoa, quer se trate de um territrio
independente, sob tutela, sem governo prprio, quer sujeito a
qualquer outra limitao de soberania.
Artigo
3
Todo o homem tem direito vida, liberdade e segurana
pessoal.
Artigo
4
Ningum ser mantido em escravido ou servido; a escravido
e o trfico de escravos esto proibidos em todas as suas formas.
Artigo
5
Ningum ser submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo
cruel, desumano ou degradante.
Artigo
6
Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido
como pessoa perante a lei.
Artigo
7
Todos so iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distino,
a igual proteo da lei. Todos tem direito a igual proteo
contra qualquer discriminao que viole a presente Declarao
e contra qualquer incitamento a tal discriminao.
Artigo
8
Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais
competentes remdio efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituio ou
pela lei.
Artigo
9
Ningum ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo
10
Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pblica
audincia por parte de um tribunal independente e imparcial, para
decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer
acusao criminal contra ele.
Artigo
11
I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser
presumido inocente at que a sua culpabilidade tenha sido provada
de acordo com a lei, em julgamento pblico no qual lhe tenham
sido asseguradas todas as garantias necessrias a sua defesa.
II)
Ningum poder ser culpado por qualquer ao ou omisso que,
no momento, no constituiam delito perante o direito nacional ou
internacional. Tambm no ser imposta pena mais forte do que
aquela que, no momento da prtica, era aplicvel ao ato
delituoso.
Artigo
12
Ningum ser sujeito a interferncias na sua vida privada, na
sua famlia, no seu lar ou na sua correspondncia, nem a ataques
a sua honra e reputao. Todo o homem tem direito proteo
da lei contra tais interferncias ou ataques.
Artigo
13
I) Todo homem tem direito liberdade de locomoo e residncia
dentro das fronteiras de cada Estado.
II)
Todo o homem tem o direito de deixar qualquer pas, inclusive o
prprio, e a este regressar.
Artigo
14
I) Todo o homem, vtima de perseguio, tem o direito de
procurar e de gozar asilo em outros pases.
II)
Este direito no pode ser invocado em casos de perseguio
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
contrrios aos objetivos e princpios das Naes Unidas.
Artigo
15 I)
Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
II)
Ningum ser arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem
do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo
16
I) Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrio
de raa, nacionalidade ou religio, tem o direito de contrair
matrimnio e fundar uma famlia. Gozam de iguais direitos em
relao ao casamento, sua durao e sua dissoluo.
II)
O casamento no ser vlido seno com o livre e pleno
consentimento dos nubentes
III)
A famlia o ncleo natural e fundamental da sociedade e tem
direito proteo da sociedade e do Estado.
Artigo
17
I) Todo o homem tem direito propriedade, s ou em sociedade
com outros.
II)
Ningum ser arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo
18
Todo o homem tem direito liberdade de pensamento, conscincia
e religio; este direito inclui a liberdade de mudar de religio
ou crena e a liberdade de manifestar essa religio ou crena,
pelo ensino, pela prtica, pelo culto e pela observcia, isolada
ou coletivamente, em pblico ou em particular.
Artigo
19
Todo o homem tem direito liberdade de opinio e expresso;
este direito inclui a liberdade de, sem interferncias, ter opinies
e de procurar, receber e transmitir informaes e idias por
quaisquer meios, independentemente de fronteiras.
Artigo
20
I) Todo o homem tem direito liberdade de reunio e associao
pacficas.
II)
Ningum pode ser obrigado a fazer parte de uma associao.
Artigo
21
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu pas
diretamente ou por intermdio de representantes livremente
escolhidos.
II)
Todo o homem tem igual direito de o ao servio pblico do
seu pas.
III)
A vontade do povo ser a base da autoridade do governo; esta
vontade ser expressa em eleies peridicas e legtimas, por
sufrgio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
assegure a liberdade de voto.
Artigo
22
Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito segurana
social e realizao, pelo esforo nacional, pela cooperao
internacional e de acordo com a organizao e recursos de cada
Estado, dos direitos econmicos, sociais e culturais indispensveis
sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.
Artigo
23
I) Todo o homem tem direito ao trabalho, livre escolha de
emprego, a condies justas e favorveis de trabalho e proteo
contra o desemprego
II)
Todo o homem, sem qualquer distino, tem direito a igual
remunerao por igual trabalho.
III)
Todo o homem que trabalha tem direito a uma remunerao justa e
satisfatria, que lhe assegure, assim como a sua famlia, uma
existncia compatvel com a dignidade humana, e a que se
acrescentaro, se necessrio, outros meios de proteo social.
IV)
Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles
ingressar para proteo de seus interesses.
Artigo
24
Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitao
razovel das horas de trabalho e a frias remuneradas peridicas.
Artigo
25
I) Todo o homem tem direito a um padro de vida capaz de
assegurar a si e a sua famlia sade e bem-estar, inclusive
alimentao, vesturio, habitao, cuidados mdicos e os
servios sociais indispensveis, e direito segurana em caso
de desemprego, doena, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos
de perda de meios de subsistncia em circunstncias fora de seu
controle.
II)
A maternidade e a infncia tem direito a cuidados e assistncia
especiais. Todas as crianas, nascidas dentro ou fora do matrimnio,
gozaro da mesma proteo social.
Artigo
26
I) Todo o homem tem direito instruo. A instruo ser
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A
instruo elementar ser obrigatria. A instruo tcnicoprofissional
ser vel a todos, bem como a instruo superior, esta
baseada no mrito.
II)
A instruo ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento
da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos
direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instruo
promover a compreenso, a tolerncia e amizade entre todas as
naes e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvar as
atividades das Naes Unidas em prol da manuteno da paz.
III)
Os pais tm prioridade de direito na escolha do gnero de instruo
que ser ministrada a seus filhos.
Artigo
27
I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida
cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do
progresso cientfico e de fruir de seus benefcios.
II)
Todo o homem tem direito proteo dos interesses morais e
materiais decorrentes de qualquer produo cientfica, literria
ou artstica da qual seja autor.
Artigo
28
Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que
os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declarao
possam ser plenamente realizados.
Artigo
29
I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre
e pleno desenvolvimento de sua personalidade possvel. II) No
exerccio de seus direitos e liberdades, todo o homem estar
sujeito apenas s limitaes determinadas pela lei,
exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as
justas exigncias da moral, da ordem pblica e do bem-estar de
uma sociedade democrtica.
III)
Esses direitos e liberdades no podem, em hiptese alguma, ser
exercidos contrariamente aos objetivos e princpios das Naes
Unidas.
Artigo
30
Nenhuma disposio da presente Declarao pode ser
interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou
pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar
qualquer ato destinado destruio de quaisquer direitos e
liberdades aqui estabelecidos.
DECLARAO
UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
(Verso
Popular de Frei Betto)
Todos
nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos.
Todos
temos direitos vida, liberdade e segurana pessoal e
social.
Todos temos direito de resguardar a casa, a famlia e a honra.
Todos temos direito ao trabalho digno e bem remunerado.
Todos temos direito ao descanso, ao lazer e s frias.
Todos temos direito sade e assistncia mdica e hospitalar.
Todos temos direito instruo, escola, arte e
cultura.
Todos temos direito ao amparo social na infncia e na velhice.
Todos temos direito organizao popular, sindical e poltica.
Todos temos direito de eleger e ser eleito s funes de
governo.
Todos temos direito informao verdadeira e correta.
Todos temos direito de ir e vir, mudar de cidade, de Estado ou pas.
Todos temos direito de no sofrer nenhum tipo de discriminao.
Ningum pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais
perante a lei.
Ningum pode ser arbitrariamente preso ou privado do direito de
defesa.
Toda pessoa inocente at que a justia, baseada na lei, prove
a contrrio.
Todos temos liberdade de pensar, de nos manifestar, de nos reunir
e de crer.
Todos temos direito ao amor e aos frutos do amor.
Todos temos o dever de respeitar e proteger os direitos da
comunidade.
Todos temos o dever de lutar pela conquista e ampliao destes
direitos.
Declarao
Universal dos Direitos da Criana
Princpio 1
A criana
gozar todos os direitos enunciados nesta Declarao. Todas as
crianas, absolutamente sem qualquer exceo, sero credoras
destes direitos, sem distino ou discriminao por motivo de
raa, cor, sexo, lngua, religio, opinio poltica ou de
outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou
qualquer outra condio, quer sua ou de sua famlia.
Princpio 2
A criana
gozar proteo especial e ser-lhe-o proporcionadas
oportunidades e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de
lhe facultar o desenvolvimento fsico, mental, moral, espiritual
e social, de forma sadia e normal em condies de liberdade e
dignidade. Na instituio de leis visando a este objetivo
levar-se-o em conta, sobretudo, os melhores interesses da criana.
Princpio 3
Desde o
nascimento, toda criana ter direito a um nome e uma
nacionalidade.
Princpio 4
A criana
gozar os benefcios da previdncia social. Ter direito a
crescer e criar-se com sade; para isto, tanto criana como
me sero proporcionados cuidados e proteo especiais,
inclusive adequados cuidados pr e ps-natais. A criana ter
direito alimentao, habitao, recreao e assistncia
mdica adequadas.
Princpio 5
criana
incapacitada fsica, mental ou socialmente sero proporcionados
o tratamento, a educao e os cuidados especiais exigidos pela
sua condio peculiar.
Princpio 6
Para o
desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a
criana precisa de amor e compreenso. Criar-se-, sempre que
possvel, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em
qualquer hiptese, num ambiente de afeto e de segurana moral e
material; salvo circunstncias excepcionais, a criana de tenra
idade no ser apartada da me. sociedade e s autoridades
pblicas caber a obrigao de propiciar cuidados especiais s
crianas sem famlia e quelas que carecem de meios adequados
de subsistncia. desejvel a prestao de ajuda oficial e
de outra natureza em prol da manuteno dos filhos de famlias
numerosas.
Princpio 7
A criana ter
direito a receber educao, que ser gratuita e compulsria
pelo menos no grau primrio. Ser-lhe- propiciada uma educao
capaz de promover a sua cultura geral e capacit-la a, em condies
de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptides, sua
capacidade de emitir juzo e seu senso de responsabilidade moral
e social, e a tornar-se um membro til da sociedade.
Os melhores
interesses da criana sero a diretriz a nortear os responsveis
pela sua educao e orientao; esta responsabilidade cabe, em
primeiro lugar, aos pais.
A criana ter
ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando aos propsitos
mesmos de sua educao; a sociedade e as autoridades pblicas
empenhar-se-o em promover o gozo deste direito.
Princpio 8
A criana
figurar, em quaisquer circunstncias, entre os primeiros a
receber proteo e socorro.
Princpio 9
A criana
gozar proteo contra quaisquer formas de negligncia,
crueldade e explorao. No ser jamais objeto de trfico,
sob qualquer forma.
No ser
permitido criana empregar-se antes da idade mnima
conveniente; de nenhuma forma ser levada a ou ser-lhe-
permitido empenhar-se em qualquer ocupao ou emprego que lhe
prejudique a sade ou a educao ou que interfira em seu
desenvolvimento fsico, mental ou moral.
Princpio
10
A criana
gozar proteo contra atos que possam suscitar discriminao
racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Criar-se- num
ambiente de compreenso, de tolerncia, de amizade entre os
povos, de paz e de fraternidade universal e em plena conscincia
que seu esforo e aptido devem ser postos a servio de seus
semelhantes.
ORGANIZADORAS:
Celma Tavares e Nilsa Lira
4o536b
EQUIPE DE
EDUCADORES DOS PROJETOS
TECENDO A
CIDADANIA E EDUCANDO PARA O FUTURO:
Ada Monteiro
Amparo Arajo
Celma Tavares
Nilsa Lira
Sandra Paz
AUTORIA DAS
OFICINAS:
Celma Tavares
Nilsa Lira
Sandra Paz
MOVIMENTO
TORTURA NUNCA MAIS DE PERNAMBUCO
RECIFE, 2001
635f1q
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