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VI
CONFERNCIA NACIONAL
DE DIREITOS
HUMANOS
RELATRIO
PROVISRIO
30 E 31 DE MAIO E 1
DE JUNHO DE 2001
Comisso de
Direitos Humanos da Cmara dos Deputados e Frum de Entidades
Nacionais de Direitos Humanos
Histrico:
as Conferncias e seus resultados
Programao
Grupos
de Trabalho
Carta
da Igualdade e Contra a Discriminao (contendo as
principais resolues da VI Conferncia
Nacional de Direitos Humanos)
Moes
aprovadas nos Grupos de Trabalho e Plenrias Gerais
Conferncia
de Direitos Humanos dos Adolecescentes
Comisso
de Direitos Humanos da Cmara dos Deputados
Endereo:
Anexo
II da Cmara dos Deputados, Sala 185A,
CEP
70.160-900 Braslia DF
Telefones
(061) 318.8284 e 318.8285
Endereo
eletrnico: [email protected]
home-page:
www.camara.gov.br/cdh
VI CONFERNCIA
NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
30
e 31 de maio e 1 de junho de 2001
Auditrio
Nereu Ramos
Cmara
dos Deputados
Braslia
DF
Realizao
Comisso de
Direitos Humanos da Cmara dos Deputados
Histrico
AS
CONFERNCIAS E SEUS RESULTADOS
As Conferncias
Nacionais de Direitos Humanos tm representado, desde 1996,
momentos especiais de integrao entre pessoas e entidades que tm
com compromissos e responsabilidades nos vrios segmentos
dedicados a essa luta, quer atuem nas instituies do Estado,
quer nas organizaes da sociedade civil. Com representaes
provenientes de todo o pas, trabalhando nas esferas federal,
? estadual e municipal, a Conferncia tem sido um espao solidrio,
democrtico e pluralista de definio de estratgias para a
promoo dos direitos humanos no Brasil e para a plena integrao
do pas nos sistemas internacionais dessa rea.
A I Conferncia
Nacional de Direitos Humanos, realizada em 1996, constituiu um
momento-chave de elaborao do Programa Nacional de Direitos
Humanos (PNDH). Ali os representantes do Ministrio da Justia
incumbidos da redao do PNDH recolheram propostas, muitas das
quais emergiram de numerosos debates prvios organizados por regio
e por setor de atividade. Parte dessas propostas apresentadas na I
Conferncia aram a integrar o PNDH e outras converteram-se em
referncias para seu aperfeioamento.
A II Conferncia,
de 1997, avaliou a aplicabilidade do PNDH e levantou novas
propostas para complement-lo. Crticas fundamentadas sobre a
falta de implementao do Programa foram expostas, ao lado de
sugestes visando preencher as lacunas deixadas na redao
original. A avaliao crtica da II Conferncia pressionou o
Poder Executivo a atuar mais intensamente no sentido da implementao
do PNDH e o Congresso Nacional e a apreciar projetos para a rea.
Tambm ganhou corpo e forma a idia de criao de Programas
Estaduais de Direitos Humanos.
A III Conferncia,
de 1998, impulsionou a integrao do Brasil na jurisdio da
? Corte Interamericana de Direitos Humanos, tendo debatido com
profundidade a participao do pas no sistema americano de
proteo dos direitos humanos. Por coincidir com o Cinqentenrio
da Declarao Universal de Direitos Humanos, propiciou uma
comemorao e reflexo sobre sua atualidade e aplicabilidade.
Estimulou a disseminao e fortalecimento de organismos de
direitos humanos em nvel municipal e estadual, no interior de rgos
do poder pblico e em entidades da sociedade civil.
A
IV Conferncia Nacional de Direitos Humanos,
em 1999, buscou, com a experincia acumulada, aperfeioar seus
prprios mecanismos de funcionamento, visando obter mais eficcia
e visibilidade em seus resultados. Resultou disso a criao de
uma comisso permanente para coordenar algumas deliberaes do
evento, no caso, a elaborao do Relatrio da Sociedade Civil
sobre o Cumprimento, pelo Brasil, do Pacto Internacional de
Direitos Econmicos, Sociais e Culturais. A elaborao desse
documento e sua entrega ONU foi a principal forma de resgatar o
compromisso de priorizar, no ano 2000, a atuao dos
conferencistas na dimenso econmica, social e cultural dos
direitos humanos, sem prejuzo das demais dimenses ou geraes
desses direitos, coerente assim com o princpio da
indivisibilidade dos direitos humanos.
A V Conferncia,
sintonizada com a realidade brasileira e somando com a campanha da
ONU? do ano 2000 pela paz, concentrou-se no debate da questo da
violncia, desde sua expressso domstica at a institucional,
alm de suas relaes com a excluso, a discriminao e o
preconceito. No marco histrico nacional daquele ano, o lema da V
Conferncia, "Brasil 500 anos: descubra os direitos
humanos", ensejou a avaliao das violaes sistemticas
ao longo dos cinco sculos ados e nos convocou a difundir os
princpios humanistas como paradigmas de uma era sem excluso,
violncia e discriminao. Foi definida prioridade no combate
tortura, deciso que implementada com a criao da Rede
Brasileira Contra a Tortura e de uma campanha nacional pela abolio
dessa prtica no pas.
Programao
Dia 30/05
Quarta-feira
16h: Lanamento de
livros - Saguo do Auditrio Nereu Ramos
Obras a ser lanadas:
"Mulheres Negras:
Um Retrato da Discriminao Racial no Brasil", da Articulao
de Mulheres Brasileiras
"Cidadania Tambm
Beleza", coordenada pela CFemea e produzida pela Avon,
Unifem, CECIP e CFemea
"Ca?derno Agende
Protocolo Facultativo Conveno para a Eliminao de
Todas as Formas de Discriminao Contra a Mulher",
produzido pela Agende
"Tortura",
de Jarbas Antonio da Silva Bezerra, juiz de Direito em Natal-RN
"22 de abril nas
costas do Brasil: Os ndios nas comemoraes dos 500
anos", de Carlos Pronzato
"Confisses em
cadeia" e "Introduo entre dois mundos", ambos
do detento Manoel Gomes Barbosa, produzidas em oficina literria
ministrada pelo escritor Joilson Portocalvo
"Direitos Humanos
no Mercosul", organizada por Jacqueline Pitanguy e Rosana
Heringer, da CEPIA Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informao e
Ao.
"A Ouvidoria na
Esfera Pblica Brasileira", organizada por Rubens Pinto
Lyra, com prefcio de Fbio Konder Comparato
"Execues sumrias,
arbitrrias ou extra-judiciais Uma aproximao da realidade
brasileira", escrita por Flvia Piovesan, James Cavallaro,
Jayme Benvenuto, Jos Fernando da Silva, Luciano Oliveira e Valdnia
Brito.
"Causa Mortis:
Homofobia", de Luiz Mott e Marcelo Cerqueira
16h30: Pronunciamentos
do Presidente da Cmara dos Deputad?os, Acio Neves; e do
Presidente da Comisso de Direitos Humanos, Nelson Pellegrino
Pretende-se, ao tomar
de emprstimo a temtica da Conferncia das Naes Unidas a
se realizar em agosto em setembro prximos, na frica do Sul,
suscitar elementos que sirvam de estmulo e subsdio atuao
da delegao brasileira na referida Conferncia da ONU, que se
realiza em agosto/setembro prximos, na frica do Sul.
Expositores:
Maria Aparecida da
Silva, Presidente do Geleds
Instituto Mulher Negra
Maninha Xucuru,
Coordenadora da APOINME - Articulao dos Povos Indgenas do
Nordeste, Minas Gerais e Esprito Santo
Eduardo Piza de Mello,
Coordenador do Gay Lawyers
Regina Barata Ribeiro,
Defensora pblica e Conselheira do CONADE Conselho Nacional
dos Direitos dos Portadores de Deficincia
Irm Rosita Milesi,
Pr?esidente do Instituto Migraes e Direitos Humanos
Quinta-feira, 31 de
maio
8h30: Abertura de
exposies - no Saguo do Anexo II da Cmara (prximo
escada de descida para o Auditrio Nereu Ramos)
Exposio de fotos:
"Direitos Humanos no Brasil e na Europa: Perspectivas de Atuao
num Contexto de Violaes e Conquistas", organizada pelo
PAD Processo de Articulao e Dilogo entre Agncias Ecumnicas
Europias e suas Entidades Parceiras no Brasil
- Exposio de
pinturas "Infncia", do artista Marcos Tadeu
9h: : Mecanismos
Internacionais e Construo do Sistema Nacional de Proteo
dos Direitos Humanos
Ao abrir espaos para
a formulao de propostas para a construo de um sistema
nacional de proteo dos direitos humanos, o dever
enfatizar aspectos prticos desse sistema e explorar a vinculao
entre os instrumentos de atuao nas esferas nacional, estadual
e municipal com os mecanismos de atuao junto aos sistemas de
proteo interamericano e das Naes Unidas.
Expositores:
Romeu
Olmar Klich, Secretrio-Geral
do Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH
Flvia Piovesan
Procuradora do Estado e professora doutora de Direito da
PUC-SP
Antonio Carlos do
Nascimento Pedro Chefe
da Diviso de Direitos Humanos do Ministrio das Relaes
Exteriores
10h45:
Impunidade como Violao dos Direitos Humanos
O principal objetivo
produzir sugestes de polticas pblicas de combate
impunidade. Para isso, se prope uma reflexo a respeito das
muitas formas pelas quais a impunidade estimula o cometimento de
violaes dos direitos humanos, seja no mbito internacional -
em que a ausncia de instncias e de jurisprudncia tem deixado
vtimas de crimes de lesa humanidade sem efetivo o justia
- seja no mbito nacional, onde remanescem institutos propcios
impunidade, como a imunidade parlamentar na forma atual, a ausncia
de controles eficazes do Poder Judicirio, o foro privilegiado
para crimes comuns praticados por policiais militares. Como, ento,
corrigir tais desvios, abrindo portas para o efetivo exerccio da
cidadan?ia? Que organismos e instrumentos podem ser criados ou
modificados para converterem-se em eficientes e democrticos
inibidores da impunidade?
Expositores:
Flix Fischer,
Ministro do Superior Tribunal de Justia
Luis Francisco de
Souza, Procurador da Repblica
Leila Linhares,
Cientista Poltica e Diretora da CEPIA (ONG do RJ)
12h30 s 14h30:
Intervalo para almoo
14h30 Grupos de
Trabalho
Local: Auditrios do
Anexo II ("corredor das comisses")
III Conferncia
Munidal contra o Racismo, Discriminao Racial, Xenofobia e
Formas Correlatas de Intolerncia Coordenadores
da Mesa: Augustino Pedro Veit e Pedro Wilson; Facilitadoras:
Sandra Azevedo, Professora da UFMG e membro do Ncleo de Estudos
e Pesquisa sobre a Mulher; e Ins da Silva Cunha, Delegada do
Grupo de Repressso e An?lise dos Delitos de Intolerncia-SP;
Relator: Mrcio Sanchez, Assessor do INESC e membro do Frum
Nacional da Criana e Adolescente
Construo do
sistema nacional de proteo dos direitos humanos: estratgias
e instrumentos para a defesa da cidadania
Coordenadora da Mesa:
Lourdes Bandeira; Facilitadores: Paulo Carbonari, Professor de
Filosofia e Coordenador de Parcerias e Cooperao do MNDH; e
Mireya Suarez, Professora da UnB e membro da Agende Aes em
Gnero, Cidadania e Desenvolvimento; Relator Pedro Cludio Cunca
Bocayuva, Diretor da Fase
Implementao do
Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH)
Coordenador da Mesa:
Oscar Gatica, Sistematizador no MNDH de propostas para o PNDH;
Facilitadores: Darci Bertholdo, Secretrio de Estado Adjunto de
Direitos Humanos, e Jayme Benvenuto, Coordenador do GAJOP;
Relatora: Flvia Piovesan, Procuradora do Estado e Professora
Doutora em Direito da PUC-SP
A impunidade como
violao dos direitos humanos
Coordenador da Mesa:
Roberto Gonalves de Freitas Filho, Presidente da CNDH-OAB;
Facilitadoras: Ela Wiecko de Castilho, Subprocuradora- geral da
Repblica; Bizeh Jaime, Secretria Executiva do INESC; Relator:
Gil Nunesmaia Jr., do Movimento Nacional de Direitos Human?os
5. Mecanismos
internacionais de proteo dos direitos humanos
Coordenador da Mesa: Joelson Dias, Representante da Comisso
Nacional de Direitos Humanos da OAB; Facilitadores: Patrcia Galvo
Ferreira, do CEJIL Centro pela Justia e o Direito
Internacional, e James Cavallaro, do Centro de Justia Global;
Relator: Tarciso DalMaso Jardim, do Centro de Proteo
Internacional de Direitos Humanos
6. Impacto da ao
dos organismos internacionais de financiamento e comrcio nos
direitos humanos
Coordenadora da Mesa:
Cludia de Paula, Consultora Jurdica da DST/AIDS do Ministrio
da Sade; Facilitadores: Maria Luisa Mendona, diretora da ONG
Justia Global Ao e Capacitao em Direitos Humanos, e
Ademar dos Santos Mineiro, Professor e membro do Conselho Regional
de Economia do RJ; Relatora: Adriana Ramos, Assessora do INESC
1 de junho
Sexta-feira
8h30: Homenagem aos
voluntrios em direitos humanos pelo transcurso do Ano
Internacional do Voluntariado
9h: Premiao dos
contemplados com o XI Prmio Nacional de Direitos Humanos,
concedido em dezembro de 2000 pelo Movimento Naci?onal de Direitos
Humanos - MNDH, ao Prefeito de Goinia, Pedro Wilson, e ao Padre
Paolino Maria Baldassari, do Acre.
9h20:
Homenagem aos ex-presidentes da Comisso de Direitos Humanos,
Deputados Nilmrio Miranda, Hlio Bicudo, Pedro Wilson, Eraldo
Trindade e Marcos Rolim
10h: Plenria para
assuntos gerais
Comunicaes
agendadas pela Organizao:
1. Ao da sociedade
e do Estado brasileiros sobre a questo da tortura e a apresentao
de relatrios sobre o tema CDH da ONU em Genebra, pelo
deputado Nilmrio Miranda, coordenador da Subcomisso Contra a
Tortura da Comisso de Direitos Humanos da Cmara dos Deputados
2. Ao da sociedade
e do Estado brasileiros sobre a questo das execues sumrias
e extrajudicias e a apresentao de relatrios sobre o tema
CDH da ONU em Genebra, pelo Dr. Jayme Benvenuto, coordenador do
GAJOP, um dos autores do relatrio da sociedade civil e membro da
delegao que entregou o documento em Genebra
3. Situao e
Perspectivas da luta pelos direitos humanos dos idosos, pela Sra.
Maria Jos Lima de Carvalho Barroso, presidente? da Associao
Cearense para Idosos
4. Relatrio do
Tribunal Internacional dos Crimes do Latifndio e das Violaes
dos Direitos Humanos no Paran, realizado no dia 2 de maio de
2001, em Curitiba, que condenou o governo do Sr. Jaime Lerner pela
violncia do Estado contra trabalhadores sem-terra; pelo Dr.
Darci Frigo, advogado, representante da Comisso Pastoral da
Terra.
Comunicaes com
inscries feitas durante a Plenria
12h30: Intervalo para
almoo
14h: Apresentao
das snteses dos trabalhos dos grupos
15h30: Apresentao
das concluses da Conferncia de Direitos Humanos dos
Adolescentes, evento associado VI Conferncia Nacional de
Direitos Humanos.
16h: Pronunciamento do
Secretrio de Estado Adjunto de Direitos Humanos, Dr. Darci
Bertholdo
16h30: Divulgao
das concluses da VI Conferncia Nacional de Direitos Humanos e
leitura da "Carta da Igualdade e Contra a Discriminao da
VI Conferncia Nacional de Direitos Humanos".
? 17h: Encerramento.
Atividade Cultural
sugerida
xodos Exposio
de fotos de Sebastio Salgado
sobre movimentos migratrios em todo o mundo. Um trabalho
monumental do mais notvel fotgrafo da atualidade. 350 fotos,
organizadas por temas, ando por todos os continentes. Tem tudo
a ver com direitos humanos. Espao Cultural Contemporneo Venncio
ECCO, distante cinco minutos, de carro, da Cmara dos
Deputados, localizado no Setor Comercial Sul, Ed. Venncio 2000,
Subsolo, aberta das 9h s 21h.
GRUPOS
DE TRABALHO
A VI Conferncia
Nacional de Direitos Humanos reafirmou a importncia que os
Grupos de Trabalho tiveram nas cinco edies anteriores do
encontro. Os grupos permitem a participao direta de todos os
presentes, alm de aprofundar e desdobrar os temas discutidos nos
painis.
Foram constitudos
seis grupos, que se reuniram nos plenrios das comisses da Cmara
dos Deputados. Ao coordenador de cada um coube a presidncia dos
trabalhos, ando a palavra aos inscritos e fazendo observar a
ordem e os objetivos do grupo. Dois facilitadores qualificados
dinamizaram a discusso, abrindo-a com expo?sies de at 15
minutos. Ao relator coube sintetizar os debates num relatrio
escrito de at 60 linhas e apresent-lo oralmente na plenria
em no mximo 10 minutos.
As plenrias e os
grupos de trabalho da Conferncia no tm carter
deliberativo. Em meio diversidade das representaes no
encontro, as controvrsias devem ser vistas com naturalidade e os
relatrios dos grupos devem registr-las, destacando porm os
consensos alcanados. Os pontos que obtiverem mais apoio explcito
devero figurar no documento de concluses e recomendaes da
Conferncia. Esse documento representa uma declarao conjunta
dos participantes da Conferncia dirigida aos poderes pblicos e
sociedade civil, alm de constituir-se uma referncia para
nossa prpria ao cotidiana na defesa e promoo dos
direitos humanos. J o texto o produzido pelo relator do grupo
ser parte integrante do relatrio da Conferncia, a ser
editado na forma de livro e distribudo em todo o pas. Tambm
podem ser apresentadas e aprovadas moes, tanto nos grupos de
trabalho quanto na plenria geral.
Para apresentar aos
conferencistas os temrios propostos em cada Grupo de Trabalho,
contextualizar a discusso em cada um deles, as entidades
organizadoras elaboraram e divulgaram ementas.
Veja a seguir os
Grupos de Trabalho, com seus coordenadores, relatores e
facilitadores, suas ementas e relat?rios finais:
Grupo 1: III Conferncia
Mundial contra o Racismo, Discriminao Racial, Xenofobia e
Formas Correlatas de Intolerncia
Mesa
Coordenadores da Mesa:
Augustino Pedro Veit e Pedro Wilson; Facilitadoras: Sandra
Azevedo, Professora da UFMG e membro do Ncleo de Estudos e
Pesquisa sobre a Mulher; e Ins da Silva Cunha, Delegada do Grupo
de Repressso e Anlise dos Delitos de Intolerncia-SP;
Relator: Mrcio Sanchez, Assessor do INESC e membro do Frum
Nacional da Criana e Adolescente
Ementa
A Conferncia Mundial
contra o Racismo, a Discriminao Racial, Xenofobia, e Formas
Correlatas, estar ocorrendo em setembro de 2001em Durban, frica
do Sul, precedida de uma Conferncia de Organizaes No-Governamentais,
tratando do mesmo tema.
A VI Conferncia
Nacional de Direitos Humanos tem a oportunidade de influenciar o
processo de aprovao da declarao e do plano de ao,
elementos centrais de formulao de polticas por parte dos
governos de todo o mundo. Algumas questes podem ser debatidas
nesse grupo de trabalho, que resultaro em ganhos no processo
r?umo a Durban e na luta contra o racismo no Brasil:
1.Quais so as polticas
pblicas que podem ser includas no futuro do
plano de ao a ser
aprovado em Durban?
2.Quais so as aes
prticas que podem ser propostas ao governo brasileiro visando aes
afirmativas para eliminar a diferena que existe entre as
oportunidades de emprego, estudo e insero social entre as
populaes discriminadas e no discriminadas? Que exemplos de aes
bem sucedidas podem ser aqui aproveitados?
3.Quais so os
mecanismos que o governo federal pode colocar em ao para
tratar de forma objetiva a questo da discriminao racial no
Brasil e as diferenas sociais que resultam desse processo
discriminatrio? Como enfrentar as novas situaes que surgem
no Brasil como intolerncia aos cultos afro, os "skinheads",
etc?
4.Como enfrentar a
dupla discriminao que sofrem as mulheres e homossexuais,
negros ou indgenas?
5.Qual o papel da
Fundao Cultural Palmares, da FUNAI, ou de outra nova agncia
a ser criada em nvel federal, para implementar as propostas que
se encontraro no plano de ao a ser aprovado em Durban? E
para os poderes Leg?islativo e Judicirio, qual ser a funo
deles nessa implementao? O que pode a sociedade civil fazer
para estimular a ao desses poderes ?
Relatrio
A primeira
facilitadora, a Dra. Ins da Silva Cunha, apresentou o GRADI
(Grupo de Represso e Anlise aos Delitos de Intolerncia)
Secretaria de Segurana Pblica do Estado de So Paulo, por ela
coordenado. Ela explicou que a criao do GRADI deu-se em face
da necessidade de se cobrir a mais ampla gama de infraes
penais (homicdios, leses corporais, rixas, periclitao de
vida, exploso, etc.) nas quais estivessem presentes o aspecto da
intolerncia, em qualquer de suas vertentes, racial, religiosa,
sexual, esportiva, etc.
Por intolerncia
entende-se a atitude odiosa, agressiva e intransigente a respeito
daqueles de cuja opinio, crena, raa, opo sexual ou
esportiva divergimos. Sendo eles.
Em seguida, fez sua
exposio Sandra Azeredo, professora de Psicologia Social da
Universidade Federal de Minas Gerais, autora de estudos em
delegacias de mulheres sobre violncia domstica. Para a
professora, a questo de gnero no se desgruda da questo de
racismo. Qualquer tipo de discriminao tem a ver com a teoria
de gnero. Gnero no substituo de sexo, so relacionados
? mais um no substitui o outro e esta categoria de analise fora
retirado da linguagem, da gramtica e pode ser masculino,
feminino ou neutro. A professora tambm utiliza a categoria RAA
mas criticamente pois segundo a mesma a prpria origem da palavra
fala de uma discriminao.
A partir destas falas
iniciais a professora abre a exposio para os participantes do
grupo. Todos os participantes que quiseram puderam expor suas idias
e proposies. Vale ressaltar que diferentes pessoas do grupo se
manifestaram contrrios a ausncia na mesa de representantes dos
grupos sobre os quais a Conferencia Mundial sobre racismo,
Discriminao, Xenofobia e outras formas de intolerncia ir
discutir. Lembrou-se que estava previsto para coordenar a Mesa o
Deputado Gilmar Machado (PT-MG), que participa da Comisso
Legislativa de Preparao da Participao Brasileira na Conferncia
na frica do Sul. Infelizmente, o parlamentar cancelou sua
participao devido a outros compromissos.
As discusses
prosseguiram em torno de temas que afetam questes raciais e
discriminaes quer seja de gnero, de orientao sexual, de
credo religioso, tendo sido apresentados inmeros casos onde se
manifestam estas situaes. No havendo tempo para discutir
todas as propostas apresentadas, remeteu-se plenria geral
para que esta o faa.
Propostas
Que o Governo
Brasileiro implemente na mdia campanhas de combate ao racismo,
discriminao racial e xenofobia.
Que a comisso de D.
H. monitore a atuao das polcias no combate ao trafico de
drogas em todo o pas que tem se revelado majoritariamente como
genocdio de crianas e adolescentes negros.
Que a Comisso de
Direitos Humanos juntamente com a Comisso de Educao da Cmara
dos Deputados proponha ao Governo Federal a incluso nos cursos
de capacitao dos funcionrios pblicos federais, estaduais e
municipais a matria de Direitos Humanos com recorte de gnero e
raa.
Aprovao dos
Projetos de Lei versam sobre a punio aos crimes de intolerncia.
Que se implemente os
Parmetros Curriculares Nacionais no que diz respeito aos contedos
de religiosidade e sexualidade.
Dar prioridade ao PL
dos Dep. Bem Hur Ferreira e o Ex, Dep. Pedro Wilson, que prev a
criao da Comisso Especial com o objetivo de agilizar os
projetos de Lei que tramitam na Cmara dos Deputados sobre a
questo negra e indgena.
Que consigne oramentos
com recursos da unio na LDO. Para efetivao da?s polticas
publicas com base nos relatrios do IPEA e IBGE para as populaes
negras.
Que o Congresso
Nacional formule polticas de ao afirmativa para reduzir as
desigualdades sociais entre etnias, que podem envolver o
estabelecimento de quotas.
importante que o
Congresso Nacional edite norma regulamentando o art. 68 do ADCT,
que trata das terras das comunidades remanescentes de quilombos. O
referido dispositivo constitucional auto aplicvel, mas
algumas obscuridade que ela contm devem ser esclarecidas, dando
que ele contem maior efetividade aos direito a terra das
comunidades quilombos.
Que o Poder
Legislativo faa inserir no Cdigo de Processo Penal um artigo
obrigando o Judicirio a recorrer aos antroplogos nas questes
criminais que envolvem as comunidades ou indivduos indgenas.
Nas questes criminais que envolvam as comunidades e os indivduos
indgenas, dever ser produzido estudo antropolgico que
analisar todos os elementos culturais pertinentes.
Que o Governo
brasileiro, o Congresso Nacional e os Movimentos de Direitos
Humanos retomem, conforme a resoluo internacional da ONU do
qual o Brasil signatrio, a nomenclatura da III Conferncia
Mundial contra o Racismo, Discriminao Racial, Xenofobia e
Formas Correlatas de Intolerncia.?
Que as autoridades
brasileiras deixem de perseguir, (ao contrrio, reconheam
oficialmente a existncia da prtica) as famlias que, por opo,
educam seus filhos em casa, pois, alm de tratar-se de uma
modalidade alternativa de educao disseminada nos cinco
continentes do mundo, a atitude governamental impede o exerccio
de um direito humano fundamental, expressamente reconhecido tanto
na Declarao Universal dos Direitos Humanos da ONU (artigo 26,
I, II e III), como na Constituio Brasileira (artigo 229).
Apoio aos projetos de
parceria civil entre pessoas do mesmo sexo, de alterao da lei
de crimes raciais incluindo tambm como tipo penal a discriminao
por orientao sexual e emenda constitucional que inclui no
combate a discriminao o termo de orientao.
Implantao de um
monitoramento permanente, com avaliaes anuais, sobre a atuao
dos rgos de segurana, do ministrio pblico e do judicirio
com a participao destes organismos, da secretaria de direitos
humanos do ministrio da justia da Comisso de direitos
humanos da Cmara dos deputados das entidades do movimento negro
e dos direitos humanos, produzindo relatrios sobre a atuao
daqueles rgos nos casos de crimes raciais.
Proposio de reparao
em dinheiro para os afrodescendentes.
Incluso de
disciplina no currculo escola da Histria e da contribuio
econmica dos negros na formao brasileira tanto no ensino
fundamental, mdio e superior.
Que a Conferencia
Mundial aprove moo de Excluso da pena de morte por orientao
sexual ainda vigente em alguns pases no mundo.
Que na VII Conferencia
Nacional dos Direitos Humanos a comisso organizadora priorize a
participao de personalidades representativas de Gnero, Raa
e Etnia para a Coordenao e composio das mesas.
Proporcionar s
religies de matrizes africanas os mesmos direitos e benesses
sociais que so dirigidos s de denominaes crists, bem
como a garantia de posse aos terreiros das referidas denominaes.
Elaborao e
encaminhamento para a Fundao Cultural Palmares, Secretaria
Nacional de Direitos Humanos do Ministrio da Justia e Ministrio
das Comunicaes providncias em definitivo sobre a discriminao
religiosa imposta pela rede RECORD de televiso e Igreja
Universal do Reino de Deus.
Que o Congresso
Nacional, no exerccio da competncia prevista no inc. IX do
art. 49 da Constitui?o da Repblica, ao apreciar os atos de
concesso de rdio e televiso, bem como sua renovao, faa
constar de forma explcita e especfica nos respectivos
contratos a vedao punvel com o cancelamento da concesso
- de programaes que atentem contra a liberdade religiosa,
assim entendidas tambm aquelas que desrespeitem os rituais,
entidades, smbolos, locais e paramentos de relevncia para
todas as crenas. Fundamento constitucional: Art. 5 , inc. VI,
art. 49, IX, e art. 223.Fundamentos legais: artigos 52 e 53, a.
Recomendaes
Garantia da incluso
no relatrio brasileiro do compromisso pela definio e
implementao de polticas, programas e projetos aps a
Conferncia Mundial contra o racismo, a discriminao racial, a
xenofobia e formas correlatas de intolerncia na frica
do Sul.
Definio de
programas e projetos dentro da viso de aes afirmativas para
crianas e adolescentes afrodescendentes e indgenas nas reas
de educao, sade e assistncia social dos municpios e
estados.
Criao de um fundo
nacional para crianas e adolescentes afrodescendentes e
indgenas.
Definio de
programas e projetos dirigidos particularmente as mulheres
afrodescendentes e indgenas relativas alfabetizao e
sade dentro da perspectiva da reparao da po?pulao
negra.
Estmulo a
divulgao de programas e projetos de aes afirmativas nos
meios de comunicao.
Recomenda-se as
autoridades brasileiras a realizao da Conferencia Nacional
contra o Racismo a discriminao Racial e Xenofobia e todas as
formas de intolerncia com o aproveitamento dos dados do IPEA,
para servir de base ao estabelecimento de polticas pblicas
efetivas que permitam a realizao dos "standards" de
igualdade e no discriminao.
Grupo 2:
Construo do sistema nacional de proteo dos direitos
humanos: estratgias e instrumentos para a defesa da
cidadania
Mesa
Coordenadora da Mesa:
Lourdes Bandeira; Facilitadores: Paulo Carbonari, Professor de
Filosofia e Coordenador de Parcerias e Cooperao do MNDH; e
Mireya Suarez, Professora da UnB e membro da Agende Aes em
Gnero, Cidadania e Desenvolvimento; Relator Pedro Cludio Cunca
Bocayuva, Diretor da Fase
Ementa
A idia de um Sistema
Nacional de Proteo dos Direitos Humanos nasce da necessidade
de garantir a universalidade, a integralidade e a
interdependncia dos dire?itos humanos, conforme propugna a
comunidade internacional, alm da necessidade de o pas avanar
na garantia da promoo, proteo e reparao dos
direitos.
J foram dados os
significativos no sentido de organizar condies polticas para
a garantia dos direitos humanos. Primeiro, o marco legal ratifica,
constitucionalmente, os principais documentos internacionais
relativos aos direitos humanos, acolhendo-os na legislao
nacional. Segundo, em termos de poltica pblica h um esboo
de conformao de aes da parte de vrias esferas
istrativas, de modo especial da parte do governo federal,
manifesta na criao da Secretaria de Estado dos Direitos
Humanos, e de governos estaduais e municipais, atravs da
criao de coordenadorias ou secretarias de direitos humanos. A
construo de Planos/Programas de direitos humanos caminha nesta
direo e refora a necessidade de compreender direitos humanos
como elemento da definio geral de polticas pblicas, alm
de exigir polticas pblicas especficas.
A existncia de
Conselhos Estaduais e Nacional, em sua grande maioria ainda
voltados para a reparao e ligados aos rgos de segurana
pblica, especialmente nos Estados, exige que urgentemente sejam
repensados na perspectiva mais geral da promoo, proteo e
reparao. Associa-se a isto a existncia de diversas
Comisses de Direitos Humanos junto ao poder legislativo, que
vm exercendo papel significativo, especialmente na promoo de
debates neste campo, como so exemplos as Conferncias de
? Direitos Humanos. Alm disso, o debate e a organizao da
sociedade civil tm crescido e se qualificado. Considerando este
conjunto de aspectos, o que salta aos olhos a necessidade de
pensar a ao em todos e de todos estes mecanismos de forma
articulada e sistemtica, ensejando que os compromissos e as
responsabilidades sejam distribudos e operados de forma
coordenada. Neste sentido que se inscreve a proposta de um
Sistema Nacional dos Direitos Humanos.
Em linhas gerais, o
sistema haveria que contemplar pelo menos trs aspectos: 1-
Organizao de espaos de formulao e execuo de
legislao e de polticas de direitos humanos junto ao poder
pblico (secretarias, coordenadorias, comisses); 2-
Organizao de espaos de controle social da poltica de
direitos humanos (conferncias, conselhos); 3-Organizao de
mecanismos e instrumentos institucionais de conformao da
poltica pblica de direitos humanos (Planos, Programas). A
idia de sistema exige que todos estes aspectos, considerados os
papis e as especificidades, sejam pensados e executados de forma
complementar e coordenada, com definio de responsabilidades e
competncias claras.
Apresentao dos
facilitadores
O Prof. Paulo
Carbonari apresentou a proposta de criao de um Sistema
Nacional de Proteo aos Direitos Humanos elaborada pelo
Movimento Nacional de Direitos Humanos. O objetivo o da
criao de um si?stema articulado e unificado com capacidade de
implementao de polticas a partir do conjunto de conselhos,
comisses e programas nos diferentes nveis municipais,
estaduais e federais, presentes nos diferentes poderes do Estado
(Executivo, Legislativo e Judicirio), e voltados para diferentes
aspectos das polticas de direitos humanos. O Sistema de
proteo deve ser construindo partindo da noo de
indivisibilidade e da integralidade dos direitos humanos civis,
polticos, econmicos, sociais e culturais. A proposta do
Movimento aponta para a perspectiva de unificao dos rgos,
instrumentos, polticas e programas, viabilizando a promoo, a
proteo e a reparao dos direitos humanos integrais.
Os atuais conselhos e
polticas costumam funcionar aps a ocorrncia das violaes,
no articulam as polticas pblicas, perdem de vista as
dimenses estruturais dos problemas, e deixam de implementar as
decises e utilizar a legislao, limitando o o aos
direitos e restringindo o o ao sistema de justia. O
processo de articulao e transformao para criao desse
Sistema deve levar em conta um trabalho de convencimento e
formulao que se inicia com as contribuies dessa VI
Conferncia. A proposta destaca alguns pontos fundamentais para a
viabilizao do Sistema: a garantia de formas de controle e
participao social e a integrao das polticas pblicas
sobre a base de uma abordagem da integralidade dos direitos
considerados transversais para a sua implementao. O
desenvolvimento de um potencial institucional autnomo, que
confira iniciativa prpri?a ao Sistema a partir da criao de um
paradigma prximo ao que foi criado na rea da Sade e em
outras polticas, que unifique a ao desde a base de sua
aplicao com poder deliberativo, apoiado em conselhos e
conferncias.
O palestrante
enfatizou os aspectos estratgicos e implicaes do tema na
definio de uma nova via para o desenvolvimento, entendido como
um direito humano estabelecido e ratificado nos termos do Pacto
Internacional dos Direitos Econmicos, Sociais e Culturais. Paulo
Carbonari assinalou o carter e o efeito contraditrio das
medidas econmicas e de ajuste estrutural quando deixam de lado a
tica dos direitos. Essa observao aponta para a necessidade
de formas de regulao social e pblica do mercado. Por outro
lado preciso que as entidades e militantes, defensores e
defensoras de direitos humanos, trabalhem no aperfeioamento dos
instrumentos legais e institucionais que possam moldar esse
Sistema Nacional de Proteo. O que deve se dar partindo dos
acmulos e instrumentos existentes, ampliando seu potencial de
impacto e transformao do contexto estrutural de violaes.
Desta forma, ultraando o quadro retrico e reativo que impede
o avano na direo de uma abordagem integral e interdependente
das polticas e aes de carter pblico, de responsabilidade
do Estado e por iniciativa da Sociedade.
A Professora Mireya
Suarez partiu de suas reflexes na direo de um recorte
especfico da problemtica da violncia interpessoal e da busca
de instrumentos que encaminhem par?a a resoluo dos conflitos
sociais de grupo, famlias, casais, comunitrios e geracionais
que tipificam essa forma de violncia. O carter difuso da
violncia interpessoal e os aspectos comportamentais, culturais e
sociais que levam ao processo de silenciamento sobre o peso dessa
forma extrema de conflito na sociedade merece um aprofundamento.
Ao lado das formas de violncia do Estado e da violncia do
crime organizado, relativamente observadas e monitoradas, em que
existe um grau de conscincia crtica e de anlise mais
slida, apesar de todas as deficincias de instrumentos e
recursos de anlise e de busca de polticas que superem o quadro
dessas formas mais visveis de violncia, preciso enfrentar a
dimenso do que aparece sob a forma "silente", a
violncia interpessoal difusa. Criar formas de escuta e
observao desse fenmeno construindo informaes, a partir
das vtimas, o que permitir compreender as dimenses e
complexidade das exigncias para enfrentar o fenmeno da
violncia difusa que acaba retroagindo e retroalimentando as
demais formas de violncia.
Sem anular o carter
de movimento e transformao da sociedade que representa o
conflito social deve se buscar encontrar formas de mediao e
sistemas dialgicos para a resoluo dos contenciosos
interpessoais. Os sistemas de resoluo de conflitos nas formas
de instituies e agentes de proximidade ganharia destaque para
evitar que se busque a resoluo de conflitos de tipo
interpessoal atravs do uso da fora e de outras formas de
violncia, abuso e privao. Baseados em um sistema d?e
informaes adequado para escutar as vtimas, apoiados em
juizados locais, utilizando sistemas de formao e agentes
pblicos e comunitrios, pode ser evitada a fuga da via
judiciria, dando conta dos aspectos de violncia difusa que
precisam ser compreendidos e enfrentados para darmos conta da
violncia e das formas de criminalidade no seu todo.
Propostas dos
participantes
O Sistema Nacional de
Proteo dos Direitos Humanos deve estar garantido por
instrumentos de autonomia e iniciativa prpria, com poder de
deliberao e fora de representao coletiva da cidadania.
Para realizar suas tarefas deve buscar medidas de fortalecimento
do Conselho de Defesa da Pessoas Humana enquanto instrumento
pblico que combine poder de iniciativa e promoo dos direitos
humanos, com poder de incidncia na articulao de polticas
pblicas e com capacidade de garantir, prevenir e reparar os
crimes e violaes. O grupo decidiu por uma atuao em apoio a
projeto de lei nessa direo j em tramite no Congresso.
Para uma maior
densidade e fora do Sistema de baixo para cima no plano social e
na ordem federativa o grupo apoiou a perspectiva de fortalecimento
de Conselhos e Conferncias que partam do plano municipal. A
criao de conselhos e a realizao de conferncias deve
servir para a articular horizontal e verticalmente o controle
pblico e a dimenso de participao da Sociedade Civi?l
organizada, da Cidadania e dos gestores e agentes das polticas e
programas pblicas num novo ambiente institucional. Para uma a
construo e modelao do Sistema de Proteo se deve buscar
padres e referncias, como as do Sistema nico de Sade e as
dos Conselhos previstos no Estatuto da Criana e do
Adolescente.
O Controle Social
Pblico autnomo e independente um valor estratgico chave
para o que preciso que a VI Conferncia busque instrumentos de
fortalecimento das redes horizontais de mobilizao,
informao e presso, com vistas a uma atuao no sentido da
criao e fortalecimento do Sistema Nacional de Proteo dos
Direitos Humanos.
O monitoramento e
avaliao das estratgias e polticas em curso deve ser
intensivo na produo e socializao da informao. A
criao de sistemas e bancos de dados sobre as ferramentas de
proteo, sobre as formas de violao, e para a mobilizao
das iniciativas de formao, comunicao e capacitao dos
agentes, operadores e movimentos fundamental. Os instrumentos
como relatrios de estado de cumprimento de direitos assim como a
indicao de relatores e relatoras especiais para temas
especficos, conforme o modelo aplicado nas esferas das Cortes e
Comisses Internacionais de proteo aos Direitos Humanos,
uma ferramenta que deve ser amplamente utilizada.
A integrao das
polticas pblicas e a busca de novas reas e aes de
proteo aos vitimados e vulnerabilizados dentro dos? processos
de desigualdade social, tnico-racial, de gnero e geracional
deve ser uma referncia para: apoiar as medidas que garantam
coberturas universais em direitos econmicos, sociais e
culturais, bem como por parte dos programas de direitos humanos
ampliados e aplicados em todos os nveis da federao. Alm de
permitir a formulao de polticas de ao afirmativa
especficas para grupos que sofrem em contextos de maior
desigualdade e discriminao.
Dentre as moes
especficas e recomendaes de polticas pblicas o Grupo 2
recomendou que fosse tomada em considerao um conjunto de
proposies com destaque para: o combate aos cortes nas
polticas pblicas sociais para o que deve se levar em conta a
moo apresentada pelo INESC acerca de uma emenda que insere no
texto da Lei de Diretrizes Oramentrias o oramento social. O
Grupo destacou a necessidade de incluso da temtica e das
polticas voltadas para os direitos dos idosos com um conjunto de
sugestes que devem ser apoiadas pela VI Conferncia e fazer
parte das aes da Comisso de Direitos Humanos da Cmara de
Deputados.
O o a justia
exige a busca de aes e polticas que aproximem a cidadania
dos sistemas judicirio e de Defensoria pblica assim como de
novas formas de mediao e conciliao de conflitos. Nesse
sentido foram feitas sugestes e recomendaes no sentido de:
fortalecer e construir formas de juizados de pequenas causas, de
instituies de mediao do tipo "Casas da
Cidadania", da atuao de a?gentes e promotores leigos de
justia. O tema do preparo dos agentes e operadores dos sistemas
de conciliao foi objeto de amplo debate na busca de definir
critrios de competncia, formas de atuao e requisitos de
formao e preparo. Por outro lado, foram feitas observaes
no sentido dos riscos que podem advir de um reforo de prticas
excludentes e minimalistas por parte dessas "justias
leigas" que levem a uma aceitao iva e resignada de
resultados negociados a partir de relaes de fora locais e
limitadas em face a poderes econmicos, polticos e
oligrquicos.
O conflito agrrio e
a necessidade de varas e tribunais nos termos sugeridos pela
constituio foi objeto de algumas reflexes, particularmente
pelos xitos na resoluo pacfica de contenciosos envolvendo
as diferentes partes, houve observaes crticas no sentido de
que nem sempre resoluo e consenso significam um resultado
justo para a parte a r. Como parte de um debate sobre o papel
das Defensorias pblicas foi apontada dentro outras inmeras
propostas voltadas para aproxima-las quantitativa e
qualitativamente dos cidados e cidads: a instalao da
Defensoria pblica nos estados da federao onde ela ainda no
existe, bem como a sua ampliao quantitativa urgente em estados
onde suas relao de proporo em face a populao
mnima.
Acerca da estrutura e
funcionamento da Conferncia Nacional de Direitos Humanos forma
feitas inmeras proposies para o seu aperfeioamento
enquanto espao de parti?cipao, intercmbio, mobilizao,
fortalecimento de estratgias, aprofundamento de temas e
principalmente espao de unificao e articulao de aes
por parte dos diferentes atores pblicos e sociais integrantes do
processo da Conferncia, conscientes de seu carter
institucional no mbito do poder legislativo federal. Destacamos
dentre outras propostas a viso de preparao antecipada
atravs de Conferncias municipais e estaduais, com a
elaborao de propostas, com o estmulo para a participao
de delegaes escolhidas nesses processos preparatrios. Por
outro lado vrios aspectos e grupos temticos poderiam ser
elaborados com destaque para o intercmbio e divulgao de
experincias exitosas assim como para prticas e iniciativas
ligadas aos temas da cultura e educao para os direitos
humanos. Teve destaque no Grupo 2 a preocupao com o processo
de seguimento, acompanhamento e monitoramento das resolues da
Conferncia para o que coloca a necessidade da indicao de uma
Comisso ou outra forma de tratamento para essa questo, talvez
via o Frum de Direitos Humanos. A necessidade de articulao
regional e contatos peridicos para dar conta do acompanhamento e
implementao das resolues, nos limites das atribuies de
uma articulao poltica concertada entre uma pluralidade de
atores presentes nesse processo.
Os processos
educativos, de formao, de capacitao, de pesquisa e
informao apareceram numa perspectiva ampla de formao de
uma cultura voltada para os direitos humanos. O Grupo 2 apoia os
projetos e proposies que buscam incorporar em c?urrculos
escolares e como requisito para a profissionalizao a
graduao e o exerccio de cargos pblicos da temtica dos
Direitos Humanos. Foram apresentados inmeros projetos
considerados inovadores em matria de educao para os Direitos
Humanos. Projetos realizados em inmeros estados como o Rio
Grande do Sul, como no Par, projetos como os realizados pela PM
em Alagoas, projetos como os realizados no mbito do apoio
jurdico no Cear, etc. Todos esses projetos devem ser levados
em conta pela Conferncia para serem divulgados atravs de
formas como a da rede via Internet, que espera-se seja uma das
iniciativas que deva ser conduzida e articulada atravs da
Comisso de Direitos Humanos, dos Movimentos e redes nacionais
aqui presentes e do Frum de Direitos Humanos. Por fim afirmou-se
o carter interdisciplinar e transdiciplinar dos direitos humanos
enquanto base de conhecimento necessria para orientar os
processos polticos na sociedade democrtica e para fazer uma
avaliao e orientao do processo civilizatrio em seu
conjunto.
Na concluso de
nossos trabalhos que contaram com a participao de mais de uma
centena de pessoas e como mais de cinqenta intervenes orais
destacamos ainda uma forte necessidade de que a VI Conferncia
apoie:
As iniciativas
internas nos rgos pblicos que garantam o controle e
regulao e faam a interface entre essas polticas e as
decises dos conselhos e programas de direitos humanos;
O apoio ao processo de
ampliao da cobertura do PROVITA em relao a um conjunto
mais amplo de crianas e adolescentes em situao de risco que
no so recobertos sob a forma do sistema de proteo
testemunhas e acabam vitimados pelas prticas de
extermnio;
Apoio para as
inmeras iniciativas exitosas de formao, capacitao,
controle e envolvimento direto das polcias militares na
implementao dos direitos humanos, bem como dos sistemas de
controle e monitoramento internos. Levar em conta as formas de
policiamento comunitrio na sua dimenso prtica e educativa
nos temas de direitos humanos. Apoiar a pesquisa em torno do
sofrimento e dificuldades profissionais dos policiais;
Foram apresentadas
inmeras proposies sobre a situao dos presos comuns e
seus direitos em matria de conhecimento e contato com as
Defensorias, bem como no que se refere ao problema eleitoral dos
que no tiveram suas sentenas definitivas proferidas. Foi
apresentada uma proposta relativa aos problemas da educao para
portadores de sindrome de Down. Foi apresentada moo de apoio a
formao da Secretaria de Direitos Humanos de Porto Alegre. Foi
apresentada uma moo para a reafirmao da repulsa a
indicao de ex-torturadores do regime militar para o exerccio
de funes na rea de segurana pblica. Foi apresentada
moo de apoio para o projeto de lei federal que institui a
parceria civil registrada entre pessoas do mesmo sexo. Foi
apresentada uma moo sobre o direito de o das classes
popula?res aos medicamentos com uma crtica dos processos e
restries ligadas ao patenteamento. O representante da
Associao Brasileira de Imprensa apresentou um conjunto de
trabalhos crticos em relao a "lei mordaa" e
outros temas. Foi apresentada uma proposta relativa a defesa das
guas e do saneamento bsico como direito humano.
Todos os textos das
propostas e moes, assim como os prospectos e trabalhos
escritos que foram apresentados sero entregues ao exame da
coordenao dos trabalhos da VI Conferncia e para a Comisso
de Direitos Humanos da Cmara dos Deputados e de seu Presidente
Deputado Nelson Pellegrino.
Grupo 3:
Implementao do
Programa Nacional de
Direitos Humanos (PNDH)
Coordenador da Mesa:
Oscar Gatica, Sistematizador no MNDH de propostas para o PNDH;
Facilitadores: Darci Bertholdo, Secretrio de Estado Adjunto de
Direitos Humanos, e Jayme Benvenuto, Coordenador do GAJOP;
Relatora: Flvia Piovesan, Procuradora do Estado e Professora
Doutora em Direito da PUC-SP
Ementa
O Programa Nacional de
Direitos Humanos PNDH, lanado em 1996 pelo Governo Federal,
em meio a um amplo processo de consulta a organismos da sociedade
civil brasileira, carece, ainda, de existncia real. Suas
propost?as so, em geral, programticas e no prevem
mecanismos transparentes de monitoramento.
No momento em que o
PNDH revisto para a incluso de contedos relacionados a
direitos humanos econmicos, sociais e culturais
garantindo-lhe a perspectiva da indivisibilidade dos direitos
humanos preciso avaliar as condies prticas de sua
realizao. Sero analisadas, sob a tica da exequibilidade,
as propostas elaboradas pela sociedade civil; levantados aspectos
gerais sobre a capacidade de implementao democrtica do PNDH;
e, por fim, elencadas propostas para que o monitoramento do PNDH
se converta em poltica pblica orientada para sua efetiva
realizao.
GRUPO DE TRABALHO:
3 -
"Implementao
do Programa Nacional de Direitos Humanos"
Coordenador: Oscar
Gatica
Relatora: Flvia
Piovesan
Expositores: Darci
Bertholdo (SEDH) e Jayme Benvenuto
- Representante da
Secretaria de Estado de Direitos Humanos Dr. Darci Bertholdo
Realou a
importnci?a da Conferncia Nacional de Direitos Humanos, como um
espao democrtico construido com a participao plural do
Executivo, Legislativo e sociedade civil. Salientou que o Programa
Nacional de Direitos Humanos contou com a ampla adeso da
sociedade civil organizada, convertendo-se, posteriormente, em
poltica pblica governamental, que contempla metas e oramento
especfico.
H 76 aes
desenvolvidas pela Secretaria de Direitos Humanos pautadas no
Programa Nacional de Direitos Humanos. H uma cooperao
crescente com organismos internacionais.
Quanto reviso e
atualizao do Programa Nacional de Direitos Humanos,
especialmente no que se refere incluso dos direitos
econmicos, sociais e culturais, fz-se meno ao trabalho
desenvolvido pelo Ncleo de Estudos da Violncia, na
organizao de seminrios regionais, voltados formulao
de propostas para o aprimoramento do PNDH. Os trabalhos de
sistematizao das propostas esto sendo ultimados. A prxima
etapa a Secretaria Nacional dialogar com as diversas esferas do
Executivo o alcance das propostas do PNDH.
Jayme Benvenuto
Gajop
Afirmou que pouco se
tem feito no campo da implementao do PNDH. Salientou que o
PNDH nasceu rompendo com a indivisibilidade dos direitos humanos,
conferindo primazia aos direitos civis e polticos, em detrimento
dos direitos econmicos, sociais e culturais.
?Felizmente, a
sociedade brasileira tem defendido a universalizao e a
indivisibilidade dos direitos econmicos, sociais e
culturais.
Destacou a relevncia
das propostas constantes do processo de atualizao do PNDH,
referentes sade, trabalho, moradia, terra, etc.
Pontuou crticas
sistemtica de monitoramento do PNDH., entendendo que
fundamental que tal sistemtica possa identificar
problemas/obstculos e formular propostas.
Sustentou a
necessidade de implementao de aes e polticas pblicas,
com o envolvimento e participao da sociedade civil.
Destacou, dentre as
propostas:
elaborao de planos
especficos para a realizao de direitos, com metas e prazos
precisamente definidos (ex: planos de combate pobreza, etc.);
criao de uma
Comisso Nacional de monitoramento do PNDH, formada por
representantes da sociedade civil, sob a perspectiva da
indivisibilidade dos direitos humanos, que tenham efetivo
compromisso com direitos humanos, capacidade operacional e
disponibilidade de tempo;
criao de bancos de
dados sobre a vulnerabilidade social, para a sistematizao de
dados e orientao de polticas pblicas;
?elaborao de
relatrios pelo Estado brasileiro, concernentes
implementao dos direitos previstos em tratados internacionais
ratificados pelo Brasil;
criao de um frum
sobre o sistema internacional de proteo dos direitos humanos,
com uma agenda de direitos humanos;
criao de relatores
temticos nacionais de direitos humanos, luz da experincia
de relatorias temticas na ONU;
estabelecimento de uma
sistemtica de cooperao com mecanismos da ONU, como os
Comits, Comisses da ONU e o Alto Comissariado da ONU para
Direitos Humanos;
estmulo a
implementao das propostas do PNDH nas esferas estaduais e
municipais;
Propostas dos
participantes:
Fortalecer e ampliar
os oramentos voltados implementao do PNDH, apoiando,
inclusive, proposta de emenda apresentada na LDO, com o objetivo
de criar um oramento social;
Aprovar a
atualizao do PNDH em Conferncia Nacional de Direitos Humanos
e criar uma Comisso, extrada da prpria Conferncia, para
monitoramento do PNDH;
Definir metas de
curto, mdio e longo prazo para implementar os direitos
econmicos, sociais e culturais;
Fo?rtalecer os
Conselhos Estaduais de Proteo dos Direitos Humanos
Criar redes de
interligao entre o Programa Nacional de Direitos Humanos e os
Programas Estaduais;
Criar mecanismos de
monitoramento com garantia de independncia de sua atuao,
incluindo Relatorias Temticas no mbito nacional;
Reforar a
necessidade de independncia do rgo de monitoramento, com
mandato claro, prestao de contas e pluralismo, em observncia
aos Princpios de Paris (aprovados pela ONU)
Repensar os mecanismos
de monitoramento do PNDH;
Trabalho do NEV:
atualizao do PNDH. Vai trazer 3 produtos diferentes. 1o
momento: matria bruta das contribuies dos seminrios
regionais. Nesse momento, propostas compiladas. Houve devoluo
s entidades participantes. 2o momento (produto 2):
identificar prioridades. Produto sistematizado. Propostas
aglutinadas. Produto 3: o governo que vai apresentar. Demanda
opes polticas. o espao de interlocuo do governo.
Incorporar a incluso
de um item no Programa Nacional de DH dos direitos dos
homossexuais, para a promoo de seus direitos e proibio da
discriminao;
Promover a
disseminao da tema de direitos humanos, especialmente na
esfera municipal;
Ampliar a discusso
dos direitos humanos, envolvendo todo o poder Executivo e no
apenas o Ministrio da Justia; envolver ainda o poder
Legislativo e poder Judicirio;
Incorporar o PNDH nas
aes dos Ministrios do Poder Executivo, a fim de que sirva de
referncia bsica atuao e implementao de
polticas pblicas, no sentido de que sejam articuladas aes
voltadas efetivao do PNDH;
Aprovar moo para
que o Ministro da Justia convoque reunio com Presidente da
Repblica e demais Ministros para definio, em suas
respectivas reas, de polticas para implementao do PNDH;
Desenvolver programa
de capacitao de direitos humanos endereado aos operadores do
Direito, compreendendo membros do Ministrio Pblico,
Judicirio, Secretrios de Justia, Seccionais da OAB, etc.;
Intervir junto ao TRE
para assegurar o direito de voto ao preso;
Assegurar a
independncia de instituies nacionais de proteo de
direitos humanos, como as Ouvidorias da Polcia, com mandato e
independncia;
Elaborar um cadastro
de inadimplentes sociais, em cumprimento ao PNDH;
Apoiar a proposta de
modernizao do Poder Judicirio;
Implementar as metas
? do PNDH de curto prazo;
Elaborar Programas
Estaduais de Direitos Humanos, com ampla participao da
sociedade civil;
Moo para que a
Conferncia expresse a grave situao dos direitos econmicos,
sociais e culturais, acentuada com a crise do "apago",
que alcana a sobrevivncia cotidiana;
Grupo 4: A impunidade
como violao dos direitos humanos
Coordenador da Mesa:
Roberto Gonalves de Freitas Filho, Presidente da CNDH-OAB;
Facilitadoras: Ela Wiecko de Castilho, Subprocuradora- geral da
Repblica; Bizeh Jaime, Secretria Executiva do INESC; Relator:
Gil Nunesmaia Jr., do Movimento Nacional de Direitos Humanos
Ementa
A sociedade brasileira
encontra-se atordoada frente ao crescimento da criminalidade e da
violncia. Por um lado, o processo de globalizao da economia
sofistica as redes do crime, ensejando delitos cada vez mais
complexos, violentos e difceis de ser elucidados. De outro lado,
o poder pblico mostra-se despreparado para controlar a
criminalidade.
As instituies
policiais e do Judicirio no possuem suficiente e
tcnico para investigaes. Apenas 2,5% dos crimes so
efetivamente investigados. Em relao aos crimes financeiros,
? cerca de 80% ficam impunes sem sequer investigao policial.
Muitas aes penais so arquivadas porque as denncias
oferecidas pelo Ministrio Pblico so genricas e no
correspondem tcnica legal. O processo penal repleto de
falhas e h privilgios inaceitveis, como a forma atual da
imunidade parlamentar. O instituto da prescrio tambm
favorece a impunidade, tendo em vista que, muitas vezes, em razo
de prazos exguos, o fato prescreve antes de a sentena
transitar em julgado. Por sua vez, o regime prisional agoniza com
a superlotao, o desrespeito s regras mnimas estabelecidas
pela ONU etc. Cerca de 40% da populao carcerria poderia sem
problemas ter a pena privativa de liberdade convertida para penas
alternativas. E muitas condutas deveriam ser despenalizadas.
Porm, o combate
impunidade no envolve apenas o controle formal e legal do crime.
H muitas formas de se ampliar o controle social. As entidades da
sociedade civil podem auxiliar em muito nesse controle. Para isso,
necessrio definir aes e programas de combate
violncia, nos quais o cidado discuta efetivamente as reformas
necessrias nas instituies. Assim, entre outras questes,
prope-se, nesse grupo, a debater:
Por onde a o
controle da criminalidade?
Como a impunidade pode
ser combatida tanto social quanto legalmente?
Qual o papel dos
diversos rgos governamentais nesse processo?
O que pode fazer a
sociedade civil?
Em que medida o
sistema penal interfere no cenrio da impunidade?
Que reformas so
necessrias no ordenamento jurdico penal?
Relatrio
Abertos os trabalhos
pelo coordenador, foram apresentadas as questes orientadoras da
discusso, seguida do conceito de impunidade. ada a palavra
primeira facilitadora, esta salientou que a impunidade decorre
do fato do sistema no dar respostas aos crimes cometidos. O
sistema est inchado propositalmente para que crimes fiquem sem
soluo. O sistema estruturado para que crimes como a
emisso de cheques sem fundos ocupem por exemplo uma grande
nmero de policiais, enquanto outros crimes ficam sem
investigao. necessrio repensar o que crime e quais as
penas mais apropriadas. Por exemplo, nos crimes contra a honra
substituir a pena restritiva da liberdade por multa. tambm
necessrio realizar reformas legislativas para agilizar os
processos. Alm do controle social formal do crime, que tem na
pena o seu aspecto mais forte, importante valorizar os
mecanismos de controle informal, exercido pela sociedade e pela
famlia, atravs da censura social conduta delituosa. Dentre
as diversas formas de impunidade cabe destacar aquelas em que
figuram como vtimas a mulher, a criana e o adolescente; a
decorrente dos crimes praticados contra os povos indgenas; a
omisso diante da tor?tura praticada por agentes do Estado; a
relativa aos crimes de improbidade istrativa; a que beneficia
os empresrios praticantes de condutas transgressoras e culpa
subjetiva; e particularmente a impunidade no campo que beneficia
mandantes executores dos crimes de homicdio contra trabalhadores
rurais e suas lideranas, inclusive sindicais e no pune os
exploradores do trabalho escravo.
A segunda facilitadora
destacou as causas imediatas e remotas da violncia e da
impunidade, ressaltando o grau de dificuldade para as solues e
a necessidade da construo de novos mecanismos legais. Dentre
as causas estruturais da violncia, sobressaem os privilgios de
classe existentes no pas. A impunidade violenta a sociedade,
gerando aumento da violncia. Episdios como o processo de
cassao contra os senadores ACM e Arruda geram na sociedade
reaes do tipo: "se eles podem renunciar para no receber
a pena prevista, porque todos tambm no podem, se determinadas
pessoas tm direito priso especial e privilgios quando
presos , porque todos tambm no tm?". Para o
enfrentamento da violncia e da impunidade preciso estudar o
problema do ponto de vista da legislao, do poder judicirio e
da sociedade, construindo consensos em torno das medidas a serem
adotadas. Em sntese, o coordenador destacou ainda o papel da
poltica de segurana pblica do Estado, que prioriza o
investimento em viaturas e armas em detrimento do investimento em
formao cientfica para o controle da criminalidade e que
tolera a tortura ao invs de investir no desenvolvimento de
polt?icas de investigao cientfica.
A plenria
manifestou-se relacionando a violncia e a impunidade
estrutura do sistema capitalista e ao neoliberalismo que tolera o
narcotrfico e valoriza o patrimnio mais do que a vida humana;
sobre a concentrao de renda, como promotora da violncia;
sobre os crimes do latinfndio e impunidade; sobre abuso de
autoridade e a violncia nas reintegraes de posse e a
criminalizao dos movimentos sociais e suas lideranas; sobre
os crimes contra criana e adolescentes, inclusive os sexuais e a
explorao da prostituio infantil; sobre o crime de racismo;
sobre a necessidade de Polticas Pblicas para o enfrentamento
da violncia; sobre o aperfeioamento do Sistema de Justia e
Segurana, da Legislao Penal e Processual Penal; sobre a
necessidade da formao e educao em direitos humanos para as
corporaes policiais e a sociedade, sobre a criao e
fortalecimento de comisses e conselhos de direitos humanos;
sobre a prtica da tortura, inclusive nas foras armadas, e a
construo de uma agenda nacional para o seu enfrentamento;
sobre o narcotrfico e a necessidade da discusso da questo
das drogas e do trfico de armas; sobre a necessidade da
discusso dos limites da imunidade parlamentar;
Pela plenria foram
apresentadas as seguintes propostas e moes:
Pela construo de
agenda para enfrentar a tortura
Pela criao do
Frum Permanente contra a tortura e? a impunidade
Contra a violncia
domstica e a impunidade nos crimes cometidos conta a mulher
Contra a impunidade
nos crimes que vitimem os homosexuais
Pelo acatamento das 53
propostas e 6 moes aprovadas na audincia pblica realizada
na Bahia, preparatrio para esta VI CONFERNCIA
Pela punio dos
agressores que cometem crime de racismo
Pela apurao
exemplar do crime que vitimou 4 jovens no municpio de Paraobebas-
PA
Pela punio dos
policiais responsveis pelo sequestro, tortura e assassinato dos
jovens Luiz Cludio e Jeov em Salvador-Ba
Por justia no caso
Cristiano, morto por policiais em Alagoinhas-Ba
Por justia para os
trabalhadores vtimas da exploso da fbrica de fogos em Santo
Antnio de Jesus-BA
Pelo acatamento das
propostas da comisso de DHs da PM/SP
Contra a explorao
sexual de crianas e adolescentes no Estado do Maranho
De repdio ao
vergonhoso episdio de explorao sexual ocorrido na cidade de
Macau-RN, que tem como principal acusado o ento secretrio
municipal de cultura e turismo?
Pelo soluo do caso
Zoraia, brasileira presa em Portugal, vtima de erro judicirio
Pela urgncia na
aprovao do projeto de lei que cria o conselho nacional de DH
De repdio ao governo
do Estado do Rio de Janeiro pela nomeao de um ex-torturador do
Doi- Codi para a rea de seguna
De repdio s PMs de
So Paulo, DF, Bahia e Esprito Santo pela forma truculenta de
agir contra os sem teto, sem terra e movimentos sociais.
Contra a "Lei da
mordaa"
Pela democratizao
da Lei 7210/84
Pela federaliza dos
crimes conta os DHs
Pela realizao dos
julgamentos nos casos Margarida Maria Alves, na Paraba e
Eldorado dos Carajs no Par
De repdio contra o
Governo Federal pela campanha de criminalizao dos movimentos e
lideranas de trabalhadores rurais e pela edio de medidas
provisrias que probem a vistoria em reas ocupadas e pela
limitao do tamanho da propriedade rural
Pela incluso no
currculum escolar do ensino fundamental a disciplina DH
Pela preveno
atravs da fiscalizao e pela represso a?o trabalho escravo
Pela federalizao
do crime de trabalho escravo, pelo confisco sem indenizao e
pela proibio de financiamento pblico dos imveis que
exploram tarbalho escravo
Pela realizaao de
um Tribunal Internacional dos DHs
De criao de
ouvidorias independentes para a rea de segurana
Pela instalao da
I do Judicirio
Pela Constituio de
observatrios e redes informais de controle externo do
Judicirio
Grupo de Trabalho 5:
Mecanismos internacionais de proteo dos direitos humanos
Coordenador da Mesa:
Joelson Dias, Representante da Comisso Nacional de Direitos
Humanos da OAB; Facilitadores: Patrcia Galvo Ferreira, do
CEJIL Centro pela Justia e o Direito Internacional, e James
Cavallaro, do Centro de Justia Global; Relator: Tarciso DalMaso
Jardim, do Centro de Proteo Internacional de Direitos
Humanos
Ementa
Ao reunir os sistemas
de relatrios, de comunicaes e de investigaes, os
mecanismos jurdicos de proteo internacional dos direitos
humanos possibilitam a implementao das normas consagradas em
instrumentos intern?acionais da rea. O Brasil ratificou os
principais instrumentos, obrigando-se a apresentar periodicamente
relatrios aos rgos de monitoramento da implementao
desses tratados. Dentre outras finalidades, esses relatrios
compelem o pas a demonstrar a adoo de todas as medidas
adequadas, inclusive de carter legislativo, modificando ou
adaptando suas leis e usos, para assegurar o exerccio dos
direitos reconhecidos pelos instrumentos internacionais de
direitos humanos.
Cumpre destacar o
elevado ndice de inadimplncia do Brasil na apresentao
desses documentos. Desde 1998 o Brasil deve o segundo relatrio
sobre a implementao do Pacto Internacional sobre Direitos
Civis e Polticos. No que diz respeito Conveno sobre a
Criana, o Brasil no apresentou nem o relatrio inicial, em
1992, nem o segundo, em 1997. Em relao ao Pacto Internacional
sobre Direitos Econmicos, Culturais e Sociais, o Brasil deve a
apresentao do relatrio inicial, desde 1994, bem como do
segundo, de 1999. Tambm no foram apresentados os relatrios
devidos em 1996, 1998 e 2000, no que se refere Conveno
Contra Todas as Formas de Discriminao Racial. Mas o maior
ndice de inadimplncia diz respeito implementao da
Conveno Contra Todas as Formas de Discriminao Contra a
Mulher: o Brasil no apresentou os relatrios inicial, devido
desde 1985, e os peridicos, em 1989, 1993, 1997 e maro de
2001. Mesmo o relatrio sobre a Conveno contra a Tortura,
apresentado em maio de 2001, era devido pelo Pas desde
1990.
Quais as providncias
podem ser adotadas para que o Pas reduza ou mesmo elimine essa
inadimplncia? Como a sociedade pode tirar proveito na
elaborao e posteriormente implementar as recomendaes
desses relatrios visando ao aprimoramento da defesa e proteo
dos direitos humanos?
Alguns dos
instrumentos de proteo dos direitos humanos permitem que o
pas reconhea a competncia do rgo de monitoramento da
implementao do tratado para examinar comunicaes enviadas
por indivduos ou grupos. Essas comunicaes somente sero
recebidas se o pas declarar expressamente que reconhece a
competncia do referido rgo para examinar denncias.
Levando-se em conta que a Conferncia Mundial de Viena sobre
Direitos Humanos recomendou aceitar os procedimentos facultativos
para a apresentao e exame de comunicaes, como conseguir do
governo brasileiro o reconhecimento da competncia desses
rgos internacionais de superviso para o recebimento de
denncias? Que providncias podem ser adotadas visando
capacitao de indivduos e grupos para a utilizao desse
mecanismo, especialmente no que diz respeito ao sistema regional
da OEA, uma vez que o Brasil j reconhece a competncia da Corte
Interamericana para o exame de denncias de violao de
direitos humanos ocorrida em seu territrio?
O sistema de
investigaes outro mecanismo de proteo dos direitos
humanos. De acordo com ele, integrantes de rgos internacionais
de monitoramento da implementao de tratados podem ser
? designados para proceder a uma investigao sobre determinada
prtica sistemtica de violao de direitos, que, havendo a
concordncia do pas em questo, inclusive poder resultar em
uma visita ao seu territrio. Qual o impacto desses mecanismos de
investigaes no caso brasileiro? Como implementar as
recomendaes do documento apresentado pelo Relator Especial da
ONU sobre a tortura no Brasil?
Ainda h os
mecanismos extra-convencionais de proteo internacional dos
direitos humanos. Como a sociedade pode tirar proveito deles na
defesa e proteo dos direitos humanos? Como coordenar o
funcionamento desses procedimentos extra-convencionais e dos
mecanismos jurdicos de proteo internacional criados por
tratados?
Relatrio
Os trabalhos do Grupo
foi Coordenado pelo Sr. Joelson Dias, que abriu as atividades
ressaltando o lamentvel recorde brasileiro sobre a
inadimplncia de submisso de relatrios sobre direitos
humanos, exigidos de modo obrigatrio por tratados j
ratificados pelo nosso pas, ficando atrs at mesmo de Estados
com srias dificuldades econmicas e polticas. Posteriormente,
dois facilitadores abordaram os sistemas universais e interamericano
de direitos humanos. Sobre o primeiro sistema, versou o Sr.
James Cavallaro, dividindo a participao brasileira em trs
fases: 1 ratificao at 1992 dos seis principais tratados do
sistema das Naes Unidas (core treaties); 2 posio
de reconhecimento da? normativa internacional, mas no dos
mecanismos de fiscalizao; 3 incio da aceitao dos
mecanismos de fiscalizao. E aps tecer consideraes sobre
os mecanismos convencionais e especiais do sistema universal,
sugeriu (a) maior participao da sociedade civil no plano
internacional, pautando temas, convocando a mdia e utilizando a
potencialidade dos mecanismos pertinentes (como foi apresentado o
relatrio alternativo da sociedade civil sobre direitos
econmicos, sociais e culturais); (b) capacitao de operadores
jurdicos e incluso nos cursos de graduao da matria de
proteo internacional da pessoa humana; (c) o pronto
reconhecimento da competncia dos rgos internacionais de
fiscalizao; (d) que o governo convoque os relatores especiais
do sistema universal para visitar o Brasil e, por fim, (e) cobrar
o cumprimento das recomendaes do relator das Naes Unidas
sobre a Tortura. Sobre o segundo sistema, a Sra. Patrcia
Galvo Ferreira traou o desenvolvimento interamericano de
proteo de direitos humanos, mencionando a criao e
funes da Comisso e Corte Interamericana de Direitos Humanos,
alm de pontuar os principais tratados regionais sobre o tema,
que gravitam em torno da Conveno Americana Sobre Direitos
Humanos. Recomenda especificamente (a) a aprovao e
ratificao da Conveno Interamericana Sobre Desaparecimento
Forado de Pessoas; (b) a aprovao e promulgao do projeto
de lei sobre o cumprimento das decises dos rgos do sistema
interamericano; (c) apoio s posies progressistas de reforma
do sistema interamericano de direitos humanos, exigindo uma
posio clara do governo fed?eral sobre o assunto.
Feitas essas duas
intervenes, iniciou-se debate sobre temas correlatos,
inclusive com a preocupao especial sobre os sucessivos
processos por crime de burla em Portugal contra a Sra. Zoraia
Moreira Martins, e posteriormente foram feitas as seguintes
moes durante pelo Grupo:
Primeira: As
brasileiras e os brasileiros reivindicam que o Poder Legislativo
d mxima prioridade poltica Mensagem do Poder Executivo
MSC 0374/01 enviado ao Congresso Nacional em 26 de abril de 2001
para a ratificao do Protocolo Facultativo sobre a Eliminao
de Todas as Formas de Discriminao Contra a Mulher, concedendo
tramitao em regime de urgncia.
Segunda: A pronta
aprovao e ratificao do Estatuto do Tribunal Penal
Internacional, do Protocolo adicional Conveno sobre
Direitos das Crianas, relativo participao dessas em
conflitos armados, e da Conveno Interamericana Sobre
Desaparecimento Forado de Pessoas.
Terceira: Incluso
pelo MEC nos cursos de graduao, especialmente no de Direito,
da disciplina obrigatria de direitos humanos, incluindo programa
especfico para agentes populares.
Quinta: De estmulo a
que haja efetiva participao da sociedade civil, em especial
das organizaes de direitos humanos, no processo de
preparao dos relatrios, particularmente na discusso
pbli?ca das informaes e avaliaes apresentadas pelo
governo.
Sexta: De
encaminhamento ao Ministrio de Justia, Secretaria Nacional
de Direitos Humanos e ao Ministrio das Relaes Exteriores de
pedido de informaes sobre a situao de elaborao dos
relatrios devidos ao Comit para Eliminao da
Discriminao Contra a Mulher; ao Comit sobre os Direitos das
Crianas; ao Comit de Direitos Econmicos, Sociais e
Culturais; ao Comit de Direitos Humanos (que monitora o Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Polticos).
Stima: Recomenda-se
a reduo das condicionantes ao exerccio da competncia
universal, sobre crimes de lesa humanidade e de guerra, para
apenas o fato de estar o agente em local sob jurisdio
brasileira, nos termos da Lei n 9.455/97 (sobre a tortura) e do
art. 7, inc. I, alnea d, do Cdigo Penal, sobre o
genocdio.
Oitava: Apoio s
recomendaes do magistrado Antnio Augusto Canado Trindade
sobre a reforma do sistema interamericano de direitos humanos ante
Comisso de Assuntos Jurdicos e Polticos do Conselho
Permanente da Organizao dos Estados Americanos (Washington, 5
de abril de 2001).
Nona: Apoio s
concluses e recomendaes do Relator Especial contra a
Tortura, Nigel Rodley, e s concluses e recomendaes do
Comit contra a Tortura das Naes Unidas e, por via de
conseqncia, de encorajamento ao Ministrio de Justia? e
Secretaria Nacional de Direitos Humanos para que conduzam as
medidas prticas de implementao das recomendaes. E que o
governo convoque os demais relatores especiais do sistema
universal para visitar o Brasil.
Dcima: Constituir
grupos de trabalhos, com a finalidade de elaborar relatrios
alternativos da sociedade civil sobre obrigaes internacionais
fundadas em tratados de direitos humanos.
Dcima-Primeira:
Exigir mudana de postura dos operadores jurdicos brasileiros,
no sentido de privilegiar os tratados de direitos humanos na
hierarquia e importncia deferida pelo 2 do Artigo 5 de
nossa Constituio Federal.
Dcima-Segunda:
Sugerir a abordagem para a prxima Conferncia da incluso de
temas pertinentes biotica.
Dcima-Terceira:
Aprovao e promulgao do projeto de lei n 3.214/00, de
autoria do Dep. Marcos Rolim, sobre os efeitos jurdicos das
decises da Comisso e da Corte Interamericana de Direitos
Humanos.
Grupo de Trabalho 6:
Impacto da ao dos organismos internacionais de financiamento e
comrcio nos direitos humanos
Coordenadora da Mesa:
Cludia de Paula, Consultora Jurdica da Coordenao Nacional
de DST e Aids do Ministrio da Sade; Facilitadores: Maria Luisa
? Mendona, diretora da ONG Justia Global Ao e
Capacitao em Direitos Humanos; Relatora: Adriana Ramos,
Sociloga e Advogada, Assessora do INESC
Ementa
Nunca antes as
decises econmicas repercutiram to amplamente no mundo,
colocando na ordem do dia a necessidade de realizao dos
direitos humanos econmicos, sociais e culturais
garantindo-lhe a perspectiva da indivisibilidade. No que se refere
ao sistema financeiro, as medidas adotadas pelo Brasil para seguir
recomendaes econmicas do Fundo Monetrio Internacional
(FMI), impem aes que aumentam os nveis de desemprego no
Pas, leva queda das reservas cambiais, reconduz ao processo
inflacionrio, sucateia os servios pblicos, leva
privatizao de estatais, como a Vale do Rio Doce e a Telebrs.
Essas medidas tm gerado, ainda, srios cortes oramentrios
na rea social, como na sade, educao e moradia.
Quanto ao comrcio
internacional temos um recente caso exemplar. A abertura, em
fevereiro deste ano, de um arbitral requerido
Organizao Mundial do Comrcio (OMC) pelo governo
norte-americano, questionando a Lei de Propriedade Industrial,
n. 9.279/96 -que permite o recurso ao licenciamento compulsrio
para produo de medicamentos em situaes extremas - pode
colocar em risco o futuro do Programa de Distribuio Gratuita e
Universal de Medicamentos para Aids. O Brasil, entretanto, afirma
ser a Lei de Propriedade Industrial, aprovada pelo Congresso
Nacional, co?mpatvel com as obrigaes internacionais assumidas
perante a OMC.
O Brasil tem hoje
cerca de 95 mil pessoas que vivem com HIV/Aids, recebendo
gratuitamente os medicamentos anti-retrovirais, tambm conhecidos
como "coquetel". Com a introduo da poltica de
o universal aos medicamentos, o nmero de mortes
relacionadas Aids foi reduzido significativamente - 54% no
municpio de So Paulo, onde h maior incidncia no Pas -, e
obteve-se reduo de 80% no nmero de determinadas infeces
oportunistas ou sintomas graves da Aids. Alm disso, 146 mil
hospitalizaes foram evitadas somente entre 1997 e 1999. Essa
poltica tem resultado em significativa melhora na qualidade de
vida das pessoas vivendo com HIV e Aids e uma economia de US$472
milhes aos cofres pblicos.
Frente a esta ordem
financeira e comercial que avilta direitos humanos de milhares de
pessoas no Brasil e milhes no mbito mundial, o grupo dever
discutir e propor:
1. Como proteger e
promover os direitos humanos frente ao sistema financeiro e de
comrcio internacional, inclusive compelindo os organismos desses
sistemas a compatibilizar suas polticas com as convenes
internacionais, como o Pacto Internacional de Direitos
Econmicos, Sociais e Culturais ?
2. Como podemos
fortalecer a posio crtica frente aos tratados de livre
comrcio
m?ultilaterais e bilaterais ?
3. Como podemos
contribuir, juntamente com o movimento emergente em vrias partes
do mundo, na construo de um comrcio mais justo ?
4. Como as
organizaes da sociedade civil podem participar desse debate
criando mecanismos de
interpelao e de interveno ?
5. Como as
organizaes da rea de direitos humanos podem contribuir para
dar continuidade s proposies do Frum Social Mundial,
realizado em Porto Alegre este ano ?
RELATRIO
Ao fim dos debates, o
grupo acordou sobre a necessidade de conhecimento da estrutura de
funcionamento das Instituies Financeiras e Comerciais de modo
a se desvendar suas fragilidades, nada obstante a reconhecida
averso das mesmas a mecanismos de participao da sociedade
civil.
Neste sentido, um
primeiro aspecto a ser ressaltado a flagrante hegemonia
norte-americana em todas essas Instituies.
Relativamente ao FMI,
nos ltimos anos observou-se um grande aumento da dependncia
dos pases da Amrica Latina com relao s suas polticas
de financiamento, bem como sua marcante ingerncia na definio
de polticas pblicas em nosso Pas.?p>
Quanto ao Banco
Mundial, embora sua interferncia seja mais difusa, verifica-se
em projetos de financiamento, como, por exemplo, o Banco da Terra,
a insero de questes sociais na lgica de mercado.
A Organizao
Mundial do Comrcio OMC, criada em 1995, surge como grande
arauto do neoliberalismo, embora possua um complexa estrutura
interna de regras que funcionam em benefcio das grandes
transnacionais, a exemplo do TRIPS Acordo Comercial sobre
Direitos de Propriedade Intelectual. Sua poltica representa, em
termos gerais, um novo captulo do colonialismo. Essa
Instituio pretende eximir-se de qualquer responsabilidade
social, na medida que alega ser seu objeto estritamente comercial.
A Alca, caso
implementada, terminar, a exemplo do ocorrido no NAFTA, por
implicar a desigual insero dos pases membros, onde as regras
no valem para todos, face, tambm, absoluta hegemonia
norte-americana, detentora de 71% do PIB do Continente. A Alca
apresenta-se, tal como ora posta, como um espao de o do
capital, de bens e servios, mas no de trabalhadores.
Os acordos comerciais,
de forma geral, demonstram um grande desrespeito aos direitos
fundamentais. Sendo notvel, tambm, a relao entre a
ampliao das polticas neoliberais e a represso aos
movimentos sociais, bem como a ocupao de espaos pela esfera
privada em detrimento do mbito pblico.
A n?ecessidade de
conhecimento da estrutura destas Instituies ainda mais
relevante na medida que cresce sua influncia na vida de milhes
de pessoas, a exemplo do debate sobre o acordo TRIPS e o o a
medicamentos essenciais, sobretudo os destinados ao combate da
AIDS, com seu mais recente captulo na abertura do
arbitral na OMC, por iniciativa norte-americana, para julgar a Lei
Brasileira de Patentes.
Ressalta-se, portanto,
a necessidade dos Movimentos Nacionais de Direitos Humanos fazerem
a ligao entre seus temas especficos com as grandes questes
internacionais/comercias, por seus evidentes vnculos. A
propsito, sobressai a impossibilidade de se discutir as
polticas pblicas nacionais , grandes viabilizadoras dos DESCAs,
sem se considerar o problema do comprometimento do oramento
pblico nacional com o pagamento do servio da dvida externa.
Entendeu-se, tambm,
pela necessidade do incremento e do aumento do nmero de
mecanismos de democracia direta, tais como a realizao de
plebiscitos, a exemplo do realizado em 2000 sobre a dvida
externa, e um a se realizar sobre a possvel adeso brasileira
ALCA.
Da mesma forma,
desponta a importncia da parceria entre a sociedade civil
organizada e certos setores do governo, nos moldes da bem sucedida
campanha brasileira contra a AIDS.
De outro lado,
mostra-se fundamental aflorar no debate geral a dimenso tica,
intencionalm?ente desprezada no encaminhamento dos acordos
comerciais internacionais. Neste sentido, os direitos humanos tm
o poder de explicitar de forma privilegiada a ausncia de tica
do modelo liberal, alm de mostrar alternativas, como a
necessidade do retorno do poder pblico como grande implementador
de polticas sociais.
Em igual medida, salta
a relevncia do reforo s Instituies de Direitos Humanos
da ONU e da OEA, como forma de oposio s Instituies
Financeiras e Comerciais, vez que, o seu estratgico poder de
constrangimento moral particularmente contundente em um mundo
globalizado (do que um bom exemplo a Declarao da Comisso
de Direitos Humanos da ONU de o a medicamentos como um
direito humano fundamental).
Concluso
Diante da
caracterstica hermtica das Instituies Financeiras e
Comerciais Internacionais, grandes propagadoras e implementadoras
da poltica neoliberal, faz-se necessrio para a defesa dos
direitos humanos, uma maior disseminao de informaes sobre
a estrutura de funcionamento das mesmas, que explicite as suas
fragilidades, propiciando estratgias para que os Movimentos de
Direitos Humanos nacionais e internacionais se articulem com
vistas retomada dos espaos pblicos que possam garantir a
elaborao/implementao de polticas pblicas efetivadoras
dos Direitos Econmicos, Sociais e Culturais (DESCs).
Informes
?Acompanhar a agenda
nacional e internacional dos movimentos de defesa dos Direitos
Humanos que vm abordando as questes ligadas ao financiamento e
comrcio internacional, a exemplo do evento denominado JUBILEU
2000.
Dia 13/06 haver uma
mobilizao nacional de repdio instalao do
arbitral contra o Brasil, na Organizao Mundial de Comrcio
prevista para o dia 20/06, em Genebra. Esta mobilizao se dar
em frente as embaixadas ou consulados americanos, em nvel
nacional.
Dia 21/06 est
programada uma Reunio da Comisso Geral no Plenrio da
Cmara, abordando a questo da OMC, e dever contar com a
presena do Ministro da Sade.
CARTA
DA IGUALDADE E CONTRA A DISCRIMINAO DA
VI CONFERNCIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
Os participantes da VI
Conferncia Nacional de Direitos Humanos, reunidos em Braslia
nos dias 30 e 31 de maio e 01 de junho de 2001, reafirmam o
carter indivisvel, interdependente e universal dos direitos
humanos e ressaltam como principais deliberaes para a ao
em direitos humanos neste ano o que segue:
O engajamento de todos
na preparao da Conferncia Mundial Contra o Racismo,
? Discriminao, Xenofobia e outras Formas de Intolerncia e a
consequente implementao do Plano de Ao que dela
resultar, por ser um marco da humanidade pela consolidao do
direito igualdade e liberdade;
A construo de um
Sistema Nacional de Direitos Humanos que seja independente,
imparcial, pluralista e com capacidade investigatria, de modo a
articular e fortalecer todos os instrumentos e mecanismos de
proteo dos direitos humanos, a evitar o uso de qualquer medida
inconstitucional que vise a criminalizar os movimentos sociais e a
impulsionar polticas e aes variadas para a efetiva
promoo e garantia de todos os direitos para todos;
O lanamento de uma
Campanha Nacional Contra a Impunidade que contemple uma pauta
poltica pela introduo de legislao que acabe com a
imunidade processual parlamentar, que federalize os crimes de
violao dos direitos humanos e que aperfeioe o sistema penal,
de justia, de defensoria e de segurana pblica;
A efetiva
implementao do Programa Nacional de Direitos Humanos como
instrumento de realizao de polticas pblicas nas vrias
reas de atuao dos rgos federais, estaduais e municipais,
bem como sua atualizao em termos de contedo, planejamento e
cronograma de implantao, com a participao ampla da
sociedade civil em todos os nveis e de todos os segmentos
sociais;
A maior transparncia
do governo federal quando da? produo dos relatrios aos
organismos internacionais de monitoramento, assegurando a efetiva
participao pblica na elaborao dos mesmos; e a
aceitao e ratificao de novos atos internacionais
destinados ao aperfeioamento e democratizao do o s
instncias regionais e global de proteo dos direitos
humanos;
A maior divulgao
da estrutura e funcionamento das instituies financeiras e
comerciais internacionais, como FMI, Banco Mundial e OMC, entre
outras, a fim de ampliar as condies de seu monitoramento pela
sociedade civil, vez que tais instituies tem defendido
interesses financeiros e comerciais contrrios aos direitos
humanos.
Braslia, 01 de
junho de 2001.
MOES
APROVADAS NA VI CONFERNCIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
-
Autor: Ccero
Vieira Sampaio - Membro do Conselho Estadual de Direitos
Humanos de Alagoas
Ementa: Moo de
Repdio ao das PMs de SP, DF, BA, ES e PR pela forma
truculenta de agir contra o MST, Sem-Teto e Movimentos
Sociais.
Destinatrio:
Governadores e Secretrios de Segurana Pblica dos
? referidos Estados.
-
Autor: Major PM
Edson Barbosa Silva - Membro da Comisso de Direitos Humanos
da PM/DF
Ementa: Sugerindo
criar instncias na Polcia Militar que registre
reclamaes contra ilegalidade praticadas contra os
cidados, criar Comisso de Direitos Humanos nas
Corporaes, criar banco de dados dos policiais que ferem os
direitos humanos, no sentido de responsabilizar os policiais
reincidentes ou inclu-los em programa de reciclagem e
incluir nos currculos das escolas de formao de oficiais
e praas a disciplina de direitos humanos.
Destinatrio:
Governadores e Secretrios de Segurana Pblica dos
Estados.
-
Autor: Mnica
Barroso - Defensora Pblica do Cear
Ementa: Que a VI
Conferncia Nacional de Direitos Humanos assuma a luta pela
instalao das Defensorias Pblicas no Brasil
Destinatrio:
Presidente da Repblica e Ministro da Justia.
-
Autor: Bernadete
Aparecida Ferreira - Casa da Mulher 8 de maro de Palmas - TO
Ementa:
Reconhecimento do trabalho dos 130.000 voluntrios do
? plebiscito da dvida externa.
Destinatrio:
-
Autor: Mateus
Afonso - Prefeitura de Belo Horizonte
Ementa: Apoio
tramitao urgente e aprovao da PEC do Frum Nacional
dos Ouvidores que modifica a estrutura das policias
brasileiras.
Destinatrio:
Presidente da Cmara dos Deputados
-
Autor: Dan de
Oliveira Lima- Coordenador do Diretrio Acadmico do Curso
de Direito da PUC Minas
Ementa: Apoio
manifestao estudantil que ser realizada pela UNE em
conjunto com todas as faculdades de direito do Brasil, contra
as barbries cometidas pela Polcia Militar Baiana contra a
Universidade Federal Baiana e aos nobre colegas.
Destinatrio:
Governador e Secretrio de Segurana Pblica da BAHIA.
-
Autor: Deputada
Moema Gramacho - Presidente da Comisso de Direitos Humanos
da Assemblia Legislativa da Bahia.
Ementa:
incompetncia e irresponsabilidade do governo com o setor
energtico deixando chegar violenta crise com
possibilidade de sofremos o apago. Repudiando e exigindo que
? o governo invista na gerao de mais energia e proponha
alternativas definiticas para tirar o Brasil das trevas.
Destinatrio:
Presidente da Repblica.
-
Autor; Jos Alves
de Oliveira - DF
Ementa: Contra a
impunidade dos assassinos de seus 2 filhos assassinados por
uma gangue em Braslia.
Destinatrio:
Governador e Secretrio de Segurana Pblica do DF.
-
Autor: Mauro Kano
- Vereador do PT de So Jos dos Campos - SP
Ementa: Pela
realizao de um Tribunal Internacional de Direitos Humanos,
nos moldes do Tribunal Internacional da Dvida Externa e
Tribunal da Reforma Agrria.
Destinatrio:
Frum Nacional de Entidades de Direitos Humanos.
-
Autor: Deputada
Ftima Bezerra da Assemblia Legislativa do Rio Grande do
Norte
Ementa: Repdio ao
episdio de explorao sexual ocorrido na cidade de Macau -
RN, tendo como principal acusado o Sr. Joacy , Secretrio de
Cultura, Lazer, Esporte e Turismo da Prefeitura de Macau.
? Destinatrio -
Governador, Secretrio de Segurana Pblica e Ministrio
Pblico do Estado do RGN.
11. Autor: Fernando
Conshttar - Organizao Vida de Braslia
Mateus Afonso -
Prefeitura de Belo Horizonte
Ementa: Que na
abertura da Conferncia de 2002 seja dedicado um minuto de
silncio em homenagem s vtimas assassinadas em todo o Brasil
e que ainda no foram justiadas.
Destinatrio:
Presidente da Comisso de Direitos Humanos da Cmara dos
Deputados.
12.Autor: Maria
Ceclia Filipini e outros - CIMI - RO
Ementa: Tramitao e
aprovao, em carter de urgncia, do projeto da Senadora
Marina Silva que trata da utilizao dos recursos biogenticos,
como forma de coibir prticas de biopirataria envolvendo material
biogentico de seres humanos, plantas e animais, garantindo a
preservao dos direitos indgenas no que diz respeito aos seus
conhecimentos tradicionais, bem como o patrimnio biogentico
brasileiro.
Destinatrio:
Presidente do Senado Federal.
13. Autor: Joo
Carlos Pereira de Souza - Associao de Garimpeiros de Serra
Pelada e Jane Rezende - Comisso Naciona?l de Apoio e Defesa dos
Garimpeiros da Amaznia.
Ementa: Criao de
uma I para apurar os crimes nos garimpos da amaznia/contrabando
de ouro e narcotrfico ; criao de uma comisso de direitos
humanos para visitar Serra Pelada e acompanhar os processos que
esto em tramitao na justia do Par e no Ministrio da
Justia.
Destinatrio:
Governador do Par, Ministro da Justia e Presidente do
Congresso Nacional.
14. Autor: Antnio
Ribeiro Romanelli e outros advogados
Ementa: Integral apoio
atitude desassombrada e corajosa do pronunciamento do advogado
Rubens Approbatto no dia 31.05.01 pera a Assemblia que assistia
posse do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Marco
Aurlio Melo, quando interpretando a opinio da maioria dos
advogados brasileiros, denuncia as atitudes autoritrias do
governo federal contrrias democracia e ao Estado Democrtico
de Direito.
Destinatrio:
Presidente da OAB Federal
15. Autor: Ccero
Vieira Sampaio - Membro do Conselho Estadual dos Direitos Humanos
Destinatrio: Apoio a
Comisso Central de Direitos Humanos da Polcia Militar de
Alagoas, pela forma de conduzir as negociaes com movimentos
sociais ligados a luta pela moradia e pela reforma agrria.
Destinatrio: Comando
da Polcia Militar de Alagoas
16. Autor:
Participante da VI Conferncia
Ementa: Apoio ao PL
que institui a Parceria Civil Registrada entre pessoas do mesmo
sexo por considerarmos um projeto de lei que avana na garantia
dos direitos humanos dos homossexuais em nosso pas.
Destinatrio:
Presidente da Cmara dos Deputados
17. Autor: Lindinete
Pereira - SINDIPREVI - BA
Ementa: Denuncia toda
e qualquer tipo de desigualdade em nosso pas, em todos os
ngulos: racial, social, cultural, sexual, territorial e
econmico.
Destinatrio:
Governador da Bahia
18. Autor:
Participantes da VI Conferncia
Ementa: Chamar
ateno dos magistrados no s no cumprimento do prazo, mas
tambm, na punio dos agressores que cometem o crime de
racismo e de injria discriminatria.
Destinatrio:
Presidente dos Tribunais de Justia do pas.
19. Autor: Deputadas
Araceli Jesus e Sandra Batista da Comisso de Direitos Humanos da
Assemblia Legislativa da Par
Ementa: Solicita
apurao exemplar do crime que vitimou 4 jovens no municpio de
Parauapebas no Par.
Destinatrio:
Governador do Par
20. Autor: Conselho
Estadual de Direitos Humanos de Alagoas
Ementa: Moo de
apoio e reconhecimento ao trabalho educacional de Direitos Humanos
da PM de Alagoas e destaque presena do Comandante Geral da
Polcia Militar de Alagoas na VI Conferncia.
Destinatrio:
Governador e Secretrio de Segurana Pblica de Alagoas.
21. Autor: Vereadora
Helena Bonum de Porto Alegre - RS
Ementa: Moo de
apoio ao Frum Social Mundial realizado em Porto Alegre em
janeiro de 2001
Destinatrio:
22. Autor: Vereadora
Helena Bonum de Porto Alegre - RS
Ementa: Moo de
Repdio poltica do governo sobre os OGM - Organismos
Geneticamente Modificados, os transgnicos.
Destinatrio:
Presidente da Repblica e Ministro da Agricultura
23. Autor: Isabel
Cristina - Executiva da Comisso Nacional Contra Discriminao
Racial.
? Ementa: Cumprimento da
conveno 103 - licena maternidade, Conveno 158 - garantia
do emprego, conveno 11 - corte racial/discriminatrio no
trabalho. Envio das resolues da Conferncia Conferncia
Mundial contra o racismo e aos fruns que a antecedem.
Destinatrio:
Ministro do Trabalho e Conferncia Mundial contra ao
racismo.
24. Autores: Mirian
Corra - Atitude/BSB; Caio Varela - Atitude/BSB
Paulo Mariante -
Identidade/Campinas; Alexandre Boer -
Coordenador dos
Direitos Humanos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre -
RS
Ementa: Moo de
Apoio aprovao do PL 1151/95 e cobrar do Ministrio da
Justia o compromisso com a formulao e execuo de
polticas pblicas voltadas garantia de direitos e cidadania
da comunidade GLT.
Destinatrio:
Presidente da Cmara dos Deputados e Ministro da Justia
25. Autor: Marcelo
Santa Cruz - Presidente da Comisso de Direitos Humanos da
Cmara Municipal de Olinda e Centro Dom Helder Cmara de
Recife
Ementa: Moo no
sentido de que no dia 11 de junho seja realizado o julgamento do
mandante do assassinato da lder sindical e ex-presidente do
? sindicato dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande, PB, Margarida
Maria Alves.
Destinatrio:
Presidente do Tribunal de Justia da Paraba.
26. Autor: Marinete
Alves Brando - Presidente da Unio Solidariedade Crist So
Francisco de Assis
Ementa: Constituio
de uma I do Sistema Penitencirio, que em nada contribui para a
reeducao e a insero social das populaes
marginalizadas.
Destinatrio:
Presidente da Cmara dos Deputados
27. Autor: Marinete
Alves Brando - Presidente da Unio Solidariedade Crist So
Francisco de Assis
Ementa: Requerer ao
Superior Tribunal Eleitoral a garantia do direito ao voto aos
apenados provisrios recolhidos ao Sistema Penitencirio,
conforme estabelece a Constituio Federal
Destinatrio:
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral
28. Autor: Marinete
Alves Brando - Presidente da Unio Solidariedade Crist So
Francisco de Assis
Ementa: Moo de
Repdio Vara de Execues Criminais do DF por no atender a
presidente da USCASFA (Unio Solidariedade Crist So Francisco
de Assis)
Desti?natrio: Juiz
Titular Dr. Sebastio Coelho
-
Autor:
Participantes da VI Conferncia
Ementa: Apoio a
criao da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e
Cidadania de Porto Alegre - RS
Destinatrio:
Prefeito do municpio de Porto Alegre - RS
-
Autor: Marinete
Alves Brando - Presidente da Unio Solidariedade Crist
So Francisco de Assis
Ementa: Moo
para Defensoria Pblica do Distrito Federal, uma vez que
est sendo negado ao presidirio saber o nome de que o
defendeu e a cpia de sua defesa.
Destinatrio:
Defensoria Pblica do DF
-
Autor: Marinete
Alves Brando - Presidente da Unio Solidariedade
Crist So
Francisco de Assis
Ementa:
Obrigatoriedade de cursos de preveno LER
Destinatrio:
Ministrio da Sade e Ministrio da Educao
-
Autor: Marinete
Alves Brando - Presidente da Unio Solidariedade Cris?t
So Francisco de Assis
Ementa: Moo
contra a discriminao mulher imposta pelo sistema
penitencirio expostas situao vexatria de revistas
intmas.
Destinatrio:
Ministro da Justia
-
Autor:
Participantes do Grupo 4
Ementa:
Recomendao aos presidentes dos Tribunais de Justia de
todos os Estados, no sentido de criar-se Vara Criminal
Especializada da Infncia e da Juventude.
Destinatrio:
Presidente dos Tribunais de Justia do pas e tambm
dirigida Secretaria de Segurana Pblica do Estado da
Bahia e ao Tribunal de Justia da Bahia, visando a adoo
de medidas que reduza as impunidades dos crimes cometidos
contra crianas e adolescentes.
-
Ementa: Moo de
Solidariedade e apoio dos participantes da VI Conferncia
Nacional de Direitos Humanos, aos policiais militares,
mulheres e crianas que estiveram aquartelados de 18 a 31 de
maio em Palmas - TO lutando por melhores condies de vida,
trabalho e dignidade.
Destinatrio:
Associao de Cabos e Soldados e de Cnjuges e parentes de
Policiais e Bombeiros do Estado do Tocantins
-
?
Autor: Grupo pela
Vida/Niteri / RJ / GO e GAPA/RJ
Ementa: Moo para
ratificar e amparar a posio adotada pelo Brasil com
relao a Lei das Patentes, especificamente no que se refere
Indstria Farmacutica Internacional, no sentido de
assegurar a industrializao interna dos medicamentos
genricos para o tratamento da AIDS e outras molstias que
assolam o cidado brasileiro.
Destinatrio:
Ministro da Sade
36. Ementa: Presentes
VI Conferncia Nacional de Direitos Humanos realizada em
Braslia nos dias 30 e 31 de maio, 1 de junho apoiamos o
Projeto de Lei Federal que institui a Parceria Civil Registrada
entre pessoas do mesmo sexo por considerarmos um projeto de lei
que avana na garantia dos direitos humanos dos homossexuais em
nosso Pas.
Destinatrio:
Presidente da Cmara dos Deputados
37. IGUAL MOO
N 27
38. Autor:
Organizaes sociais presentes na VI Conferncia
Em?enta: Apoio
Emenda que insere no texto da Lei de Diretrizes Oramentrias o
Oramento Social.
Destinatrio:
Presidente do Congresso Nacional
39. IGUAL MOO
N 17
40. Moo de
Repdio - A VI Conferncia Nacional de Direitos Humanos denuncia
e repudia veementemente o descaso, a conivncia e a prpria
organicidade de integrantes do Governo do Estado, do Judicirio,
da Assemblia Legislativa, do Tribunal de Contas, Prefeituras,
Cmara de Vereadores e Grupos Empresariais principalmente aos
ligados ao FUNDAP que vem transformando o Estado do Esprito
Santo num paraso fiscal, num estado onde reina a corrupo e a
impunidde, onde todos os dias so violados os direitos humanos
das mais variadas formas e mtodos e colocando o Estado do
Esprito Santos e sua Capital Vitria, no Estado mais violento
do Brasil e Cidade que ocupa a desastrosa posio de 2
colocada no "ranking" de mais violenta do mundo.
41. Autor: Waldemar
Oliveira - Centro de Defesa da Criana e do Adolescente Ives de
Roussan
Ementa: Moo
dirigida Cmara dos Deputados no sentido de que os projetos em
tramitao no logrem aprovao, ficando assim mantida a
idad?e de 18 anos como limite penal.
Destinatrio:
Presidente da Cmara dos Deputados e Liderana Partidrias.
MOO DE REPDIO
N 42
EMENTA: Moo de
repdio a prtica de explorao sexual de adolescentes do
municpio de Macau-RN, perpetrada por autoridade pblica daquela
cidade, conforme vem denunciando a imprensa do Rio Grande do Norte
no denominado "escndalo de Macau". Destinatrios:
autoridades pblicas municipais, estaduais e federais que atuam
no Estado. Autores: Comisso de Direitos Humanos da Cmara dos
Deputados.
MOO DE APOIO N
43
EMENTA: Moo de
apoio e solidariedade ao Ministrio Pblico Estadual do Rio
Grande do Norte no sentido que as apuraes sobre o caso
"Escndalo Sexual de Macau" transcorram com iseno e
imparcialidade, para que os culpados sejam identificados e punidos
na forma da Lei. Destinatrios: Ministrio Pblico Estadual do
Rio Grande do Norte, Delegada de Polcia Civil Rossana Pinheiro e
as vtimas e seus familiares. Autores: Organizaes No
governamentais e Instituies Pbl?icas presentes na VI
Conferncia Nacional de Direitos Humanos.
MOO DE REPDIO
N 44
EMENTA: Moo de
repdio ao confisco de 100 mil exemplares de um jornal que pedia
o impeachment do governador do Paran Jaime Lerner que traava o
"mapa da corrupo" no Estado do Paran.
Destinatrios: Frum Paranaense de Direitos Humanos e Cidadania.
Autores: Sindicato de Jornalistas do Paran.
MOO DE
RECOMENDAO N 45
EMENTA: Moo de
recomendao sobre atual portaria do Ministrio da Sade que
regulamenta a doao de sangue impe uma proibio aos
homossexuais de serem doadores de sangue. Destinatrios:
Ministrio da Sade. Autores: Grupo Gay de Alagoas e Grupo pela
Vidda de Goinia.
MOO DE APOIO N
46
EMENTA: Moo de
apoio ao Governo brasileiro, em observao lei de Patentes do
Brasil, vem produzindo, importando e distribuindo medicamentos
genricos para o tratamento do HIV/Aids e outras doenas que
afetam a populao brasileira. Destinatrios: Ministrio da
Sade e a Comisso de Direitos Humanos da ONU. Autores:
Participantes da VI Conferncia Nacional de Direitos Humanos.?
MOO DE REPDIO
N 47
EMENTA: Moo de
repdio contra a deciso da Juza Esmeralda Simes Martinez da
42 Junta de Conciliao e Julgamento do Municpio de Santo
Antnio de Jesus no Estado da Bahia que indeferiu o pedido de 30
aes trabalhistas em relao a uma exploso numa fbrica de
fogos, em 1998, onde 64 pessoas foram mortas na hora do acidente.
Destinatrios: OAB-Brasil, Comisso de Justia e Paz da
Arquidiocese de Salvador, Comisso de Direitos Humanos da
Assemblia Legislativa da Bahia, TRT-BA,TST, Secretaria Nacional
de Direitos Humanos do Ministrio da Justia, MNU, Anistia
Internacional Internacional, Instituto Geleds, Associao
Baiana de Imprensa, 42 JCJ de Santo Antnio de Jesus e a ONU.
Autores: Movimento 11 de Dezembro, Plo Sindical de Santo
Antnio de Jesus e Frum Municipal de Direitos Humanos de Santo
Antnio de Jesus-BA.
MOO DE APOIO N
48
EMENTA: Moo de
apoio ao caso Zoraya Moreira Martins. Uma brasileira, indiciada em
mais de 15 inquritos, sob a acusao de ter praticado o crime
de estelionato, estando presa desde 1999, em Tires Portugal.
Dentre este procedimentos criminais, h, no mnimo dois, que
foram instaurados antes mesmo de Zoraya martins ter ch?egado a
Portugal. Destinatrios: Ministrio das Relaes Exteriores e
Ministrio da Justia. Autor: Secretaria de Direitos Humanos de
Minas Gerais.
MOO DE REPDIO
N 49
EMENTA: Moo de
repdio contra o governo federal que no garante a pessoa
ostomizada o o bolsa coletora gratuita, que ato
considerado como uma violao de direitos humanos.
Destinatrio: Ministrio da Sade. Autores: Sociedade
Brasileira dos Ostomizados.
MOO DE APOIO N
50
EMENTA: Moo de
apoio a aprovao da proposta de emenda constitucional do
deputado Marcos Rolim (PT-RS), que inclui o termo orientao
sexual entre as proibies discriminao, que regulamenta a
parceria civil entre pessoas do mesmo sexo. Destinatrio:
Presidncia da Cmara dos Deputados.
Autor: Coordenao
de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de Porto Alegre.
MOO DE APOIO N
51
EMENTA: Moo de
? apoio ao caso do nigeriano Efosa Osasco que chegou ao Brasil em
1999 e foi preso no Aeroporto de Guarulhos-SP, quando trazia uma
maleta contendo 178 mil dlares. Negro e nigeriano, para os
policiais, significava indicativo de pessoa traficante de drogas.
Destinatrios: Ministrio da Justia. Autor: Comisso de
Direitos Humanos da Cmara dos Deputados.
MOO DE APOIO N
52
EMENTA: Moo de
apoio criao de legislaes municipais e estaduais
voltadas ao combate discriminao, inclusive por orientao
sexual, bem como a regulamentao das leis j existentes.
Destinatrios: Assemblias Legislativas estaduais. Autor:
Instituto Atitude Direito e Cidadania Homossexuais.
MOO DE APOIO N
53
EMENTA: Moo de
apoio a incluso, no Programa Nacional de Direitos Humanos, de um
conjunto de medidas da afirmao dos direitos humanos dos
homossexuais, tomando como base as propostas aprovadas Secretaria
Nacional de Direitos Humanos do Ministrio da Justia.
Destinatrios: Ministrio da Justia. Autores: GAPA/BA, AGENDE,
INESC.
MOO DE APOIO N
54
EMENTA: Moo de
apoio em favor da apurao e punio dos torturadores da
vtima Rosilene Lindemberg Gonalves, torturada por um policial
da Polcia Militar em Uberlndia-MG, depois de ter roubado o
revlver deste policial. Destinatrios: Ministrio da Justia.
Autores: Movimento Afro-Racial de Uberlndia.
MOO DE APOIO N
55
EMENTA: Moo de
apoio a campanha pela regulamentao da Lei Estadual de So
Paulo que prev a assistncia s vtimas da violncia por
parte do governo do Estado de So Paulo. Destinatrio: Governo
do Estado de So Paulo. Autor: Associao das Famlias
Vtimas da Violncia de So Paulo.
MOO DE APOIO N
56
EMENTA: Moo de
apoio prope ao Congresso Nacional a implementao de aes
que minimizem o imenso dficit social do Brasil com os idosos. A
proposta que o Estatuto do Idoso seja, no mnimo, capaz de
resguardar os avanos da legislao vigente sobre a poltica
nacional do idoso. Destinatrios: Presidncia da Cmara dos
Deputados. Autores: Conselho Estadual do Idoso do RS e
Associao Cearense Pr-Idosos do Cear.
MOO DE APOIO N
57
EMENTA: Moo de
apoio pela realizao do julgamento dos acusados pelo massacre
de 19 trabalhadores rurais sem terra em Eldorado do Carajs.
Destinatrios: Governador, Tribunal de Justia e Assemblia
Legislativa do Estado do Par e Ministrio da Justia. Autores:
MST e T
MOO DE REPDIO
N 58
EMENTA: Repdio ao
Governo Federal diante da campanha publicitria , de carter
poltico-ideolgico, do seu programa de Reforma Agrria , bem
como pelo processo de criminalizao dos trabalhadores e
trabalhadores rurais e suas lideranas. Destinatrio: Presidente
da Repblica. Autor: Herclio Leandro - MST e Assessoria
Jurdica da T - PB
MOO DE APOIO N
59
EMENTA: Moo de
Apoio pela realizao do julgamento do caso Margaria Maria
Alves. Destinatrio: Governador, Tribunal de Justia e
Assemblia Legislativa do Estado da Paraba e Ministrio da
Justia. Autores:MST e T ( pelo Comit Nacional contra a
impunidade dos assassinos de Margarida Alves)
?
CONFERNCIA
DE DIREITOS HUMANOS DOS ADOLESCENTES
A VI Conferncia
Nacional de Direitos Humanos teve, como evento associado e
concomitante, a Conferncia Nacional de Adolescentes. O evento
foi organizado pelo Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua
MNMMR, que atua desde 1985, em defesa e promoo de
direitos. Participaram 40 jovens provenientes de 25 Estados, alm
dos educadores do MNDH. O principal assunto em debate foi "O
adolescente em conflito com a lei e as medidas scio-educativas
No ao rebaixamento da idade penal".
No MNMMR, os meninos e
meninas so organizados em ncleos de base, onde desenvolvem sua
capacidade crtica e adquirem segurana para manifestar idias
e defender suas posies, alm do senso de responsabilidade
perante suas comunidades, tornando-se cidados e cidads
interdependentes. As relaes so fundadas no princpio da
proteo integral a todas as crianas e adolescentes,
entendendidos como sujeitos de direitos, pessoas em
desenvolvimento. Os prprios meninos(as) podem e devem participar
da conquista plena de seus direitos. Foi a partir desse
entendimento que o MNMMR props a realizao da Conferncia
dos Adolescentes, dentro da VI Conferncia Nacional de Direitos
Humanos.
Foi a primeira vez que
uma Conferncia dessas contou com a participao organizada de
adolescentes, elaborando propostas a partir da compreenso de que
direitos de crianas e adolescentes so direitos humanos.
Meninos e adultos dispam, assim, de uma valiosa oportunidade
de interao. Os meninos(as) conheceram diferentes atores do
movimento social e do poder pblico, ampliando o debate para
outros segmentos e, ao mesmo tempo, absorvendo os princpios da
indissociabilidade, indivisibilidade e interdependncia dos
direitos humanos. Todos ganharam com essa unio de foras
sociais e essa apreenso de novos conceitos capazes de melhorar o
debate e a capacidade de anlise dos movimentos sociais.
Ao criar a
oportunidade de participao organizada desses adolescentes na
VI Conferncia, o objetivo do MNMMR, da Comisso de Direitos
Humanos da Cmara dos Deputados e do Frum de Entidades
Nacionais de Direitos Humanos foi o de propiciar espaos de
participao dos jovens na promoo e defesa de seus direitos,
em especial, aqueles estabelecidos pelo Estatuto da Criana e do
Adolescente, que asseguram a implementao de medidas
scio-educativas para adolescentes autores de ato infracional.
O documento produzido
pela Conferncia dos Adolescentes foi submetido plenria
final da VI Conferncia Nacional de Direitos Humanos e
incorporado ao documento final do encontro, para que siga os
trmites oficiais da Comisso de Direitos Humanos e do Frum de
? Nacional de Entidades de Direitos Humanos.
Programao
Dia 30
Quarta-feira
Participao dos(as)
adolescentes nas atividades gerais da IV Conferncia.
Dia 31
Quinta-feira
Manh: Plenria -
O adolescente em conflito com a lei, as medidas scio-educativas,
como se d a sua implementao via polticas pblicas: No
ao rebaixamento da idade penal!
Entidades parceiras do
Movimento Nacional de Meninas e Meninos de Rua e Coordenao
Nacional do MNMMR.
Tarde: Trabalho em
grupo - Discusso sobre as
medidas scio-educativas, as polticas pblicas existentes, a
realidade bra?sileira construo de propostas de polticas
pblicas.
A cooordenao
pedaggica ser da direo do MNMMR e os debates sero
realizados com a participao de cinco educadores.
Dia 1 de junho
Participao da
Plenria final da VI Conferncia,
Apresentao das
propostas plenria.
Relatrio
Este o Relatrio
da Conferncia dos Adolescentes, apresentado na plenria final
da Conferncia Nacional de Direitos Humanos em formato
multimdia, utilizando recursos cnicos, musicais, vdeo,
cartazes e faixas.
Existem diferenas
Adolescentes
Adolescentes
da
cidade X da
periferia
cara
"mais" X cara &quo?t;menos"
Polticas, mesmo que
pblicas, so diferentes ... Existem pblicos pobres e
pblicos ricos!
* Escola
"melhor" e "pior" (muda o jeito dos
professores. Um prdio bonito e o outro feio, o material
tambm diferente...)
* Hospital e posto
de sade
(poucos mdicos, pior
atendimento...)
* Policiamento
com mais violncia
"Quem
tem mais,
tem
direito a ser bem tratado,
quem
tem menos,
tem
direito a ficar calado
e
ser mau tratado!
Diferenas
de atendimento at para o infrator
"Adolescente
que "pode" e
adolescente
que "no pode"
so
atendidos de maneiras diferentes,
mudando
at a aplicao
das
medidas scio-educativas!"
Ns
pensamos que as medidas scio-educativas devem ser iguais para
ricos e para pobres!"
"Se
reduzir a idade penal, ser que isso ser aplicado tambm para
os filhos dos ricos?"
Tem
diferenas at na hora
"ANTES
DE AUTOR
O
ADOLESCENTE VTIMA!!"
No
ao maus tratos e tortura nas FEBEMs e instuies
"Educacionais"
"Falta
educao para os prprios monitores que tratam os adolescentes
como delinqentes!"
"
No devia haver mais monitor na FEBEM! Monitores de FEBEM
precisam ser trocados por educadores!
"FEBEM
cadeia meu, no educa ningum a no ser na vida do
crime..."
Continua
o Extermnio de crianas
e adolescentes pobres
JEAN
(um menino entre outros...)
Candelria????
Trfico
de adolescentes
Sem
sada, entram na prostituio
No
explorao sexual de crianas e adolescentes
"Adultos
e televiso so culpados!"
No
ao trabalho infantil
FAMLIA
"Precisa ter dinheiro para sustentar seus filhos!"
No
agresso e ao espancamento
"A
famlia tambm faz maus tratos!"
Adolescentes
ricos dizem
"Fao
e no d nada!"
Adolescente
pobre
"Mesmo
inocente paga o pato!"
PROPOSTAS
"Ns
adolescentes queremos que as medidas scio-educativas sejam
aplicadas de forma correta e que no fiquem somente no papel a
Lei do Estatuto. E que as medidas sejam REALMENTE EDUCACIONAIS
para que o adolescente possa ser reeducado e volte
sociedade."
-
Queremos
qualidade nas medidas scio educativas e que as
instituies sejam realmente um local onde o adolescente
possa se sentir bem e ser tratado como ser humano digno de
seus direitos!
-
Queremos
que os monitores sejam preparados para trabalhar com
adolescentes.
Queremos
que o dinheiro dado para as instituies que trabalham com
criana e adolescente seja bem aplicado e que haja
fiscalizao desse dinheiro.
Queremos
que os policiais tratem os adolescentes com dignidade,
respeitando os seus direitos.
-
Queremos que tenha mais dinheiro para escolas e que esse
dinheiro no seja usado para outras coisas.
Queremos
que as medidas scio educativas no sejam s punio mas
que sejam realmente educativas.
Se
hoje, ns adolescentes, estamos cobrando isso porque os
nossos direitos no esto sendo cumpridos como deveriam.
Polticas
Pblicas Sociais e Direitos Humanos: Propostas de Luta
Educao
-
ESCOLA
PBLICA, BOA E DE GRAA, PENSANDO NA REALIDADE QUE AS
CRIANAS E ADOLESCENTES VIVEM, NO RESPEITO E NAS DIFERENAS
ENTRE AS PESSOAS
-
MELHOR
PREPARA?O E SALRIO PARA OS PROFESSORES
-
COMBATER
A VIOLNCIA DENTRO DAS ESCOLAS
ESCOLAR
E COLOCAR MAIS COMPUTADORES E LABORATRIOS PARA QUE AS
CRIANAS E ADOLESCENTES NO SAIAM DA ESCOLA.
Polticas
Pblicas Sociais e Direitos Humanos: Propostas de Luta
? TRABALHO
Polticas
Pblicas Sociais e Direitos Humanos: Propostas de Luta
Sade
Cultura,
Lazer e Esporte
-
Atividades
culturais, de esporte e divertimento nas periferias e favelas
dando mais oportunidades aos jovens dentro de sua prpria
comunidade e fora dela. Atravs dessas atividades (capoeira,
circo, teatro, cinema, artesanato, msica? e etc) o jovem
poder ocupar seu tempo com coisas boas e positivas para
combater a ida de crianas e adolescentes para trfico de
drogas
Polticas
Pblicas Sociais e Direitos Humanos: Propostas de Luta
Justia
Polticas Pblicas
Sociais e Direitos Humanos: Propostas de Luta
Habitao
?
Polticas Pblicas
Sociais e Direitos Humanos: Propostas de Luta
Alimentao
Parcerias
Comisso
Nacional de Direitos Humanos da OAB
Mov?imento
Nacional de Direitos Humanos - MNDH
Conselho
Nacional de Igrejas Crists do Brasil CONIC
Rede
Brasileira Contra a Tortura
Procuradoria
Federal dos Direitos do Cidado
Secretaria
de Estado de Direitos Humanos (Ministrio da Justia)
Coordenao
Nacional DST/AIDS do Ministrio da Sade
Diviso
de Direitos Humanos do Ministrio das Relaes Exteriores
Articulao
de Mulheres Brasileiras
Agende,
Aes em Gnero, Cidadania e Desenvolvimento
CFemea
Centro Feminista de Estudos e Assessoria
ACNUR/Brasil
gora
Associao para Projetos de Combate Fome
CECRIA
Conselho
Indigenista Missionrio CIMI
INESC
Instituto de Estudos Scio-Econmicos
Comunidade
Bah do Brasil
CEJIL
Centro pela Justia e o Direito Internacional
Instituto
Atitude Direito e Cidadania para Homossexuais
Associao
de Apoio s Famlias e Reabilitao dos Encarcerados
Movimento
Nacional de Meninos e Meninas de Rua
Frum
Nacional Contra a Violncia no Campo
Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra MST
Centro
de Proteo Internacional de Direitos Humanos
Escritrio
Nacional Zumbi dos Palmares
Comisso
Brasileira Justia e Paz/CNBB
Comisso
de Direitos Humanos da Cmara Legislativa do DF
Frum
Nacional de Defesa da Criana e Adolescente (Frum DCA)
Federao
Nacional de Jornalistas FENAJ
CNBB/Critas
Brasileira
UNICEF
IBASE
Instituto Brasileiro de Anlises Scio-Econmicas
BSGI
Brasil Soka Gakkai Internacional
CONADE
Conselho Nacional dos Direitos da
Pessoa
Portadora de Deficincia
UNESCO
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