2k3q71
RELATRIO
DAS ATIVIDADES
DE 1998
Braslia
1999 nrq
Membros
da Comisso de Direitos Humanos (CDH)
Funcionrios
da CDH
Endereo
completo da CDH
Introduo
Presena
dos membros da CDH nas reunies
Ao
legislativa
Indicaes
Requerimentos
de informaes
Proposta
de fiscalizao e controle
Proposies
transformadas em lei em 1998
Proposies
em tramitao
Eventos
III
Conferncia Nacional de Direitos Humanos
Seminrios
Audincias
pblicas
Sesso
solene
Subcomisses
e misses externas
Participao
em campanhas
Participao
em fruns, conselhos e comits
Fiscalizao
A
CDH e o processo oramentrio
Denncias
recebidas
Alguns
casos tratados pela CDH em 1998
MEMBROS
DA COMISSO DE DIREITOS HUMANOS
PRESIDENTE: Deputado ERALDO TRINDADE (PPB-AP)
1 VICE-PRESIDENTE: Deputado OSMAR LEITO (PPB-RJ
2 VICE-PRESIDENTE: Deputado LUIZ EDUARDO
GREENHALGH (Bloco PT-SP)
3 VICE-PRESIDENTE: Deputado LUIZ ALBERTO (Bloco
PT-BA)
TITULARES
EM 11/11/98
DEPUTADO 6d722t
|
PARTIDO 3l2z3e
|
ESTADO
|
AGNELO
QUEIROZ
|
Bloco/PC
do B
|
DF
|
ALDIR
CABRAL
|
PFL
|
RJ
|
ALZIRA
WERTON
|
PSDB
|
AM
|
CARLOS
MELLES
|
PFL
|
MG
|
DE
VELASCO
|
Bloco/PRONA
|
SP
|
ERALDO
TRINDADE
|
PPB
|
AP
|
FERNANDO
LOPES
|
Bloco/PDT
|
RJ
|
FLVIO
ARNS
|
PSDB
|
PR
|
GILVAN
FREIRE
|
PSB
|
PB
|
HLIO
BICUDO
|
Bloco/PT
|
SP
|
JAIR
BOLSONARO
|
PPB
|
RJ
|
JOS
ANBAL
|
PSDB
|
SP
|
JOS
THOMAZ NON
|
PSDB
|
AL
|
JOS
LINHARES
|
PPB
|
CE
|
LUIZ
ALBERTO
|
Bloco/PT
|
BA
|
LUIZ
EDUARDO GREENHALGH
|
Bloco/PT
|
SP
|
MAURCIO
REQUIO
|
Bloco/PMDB
|
PR
|
OSMAR
LEITO
|
PPB
|
RJ
|
ROBERTO
VALADO
|
Bloco/PMDB
|
ES
|
SEBASTIO
MADEIRA
|
PSDB
|
MA
|
TALVANE
ALBUQUERQUE
|
PFL
|
AL
|
VILMAR
ROCHA
|
PFL
|
GO
|
WALTER
PINHEIRO
|
Bloco/PT
|
BA
|
SUPLENTES EM 11/11/98 4f4n36
DEPUTADO
|
PARTIDO
|
ESTADO
|
AYRES
DA CUNHA
|
PFL
|
SP
|
DELFIM
NETTO
|
PPB
|
SP
|
DOLORES
NUNES
|
PFL
|
TO
|
FERNANDO
FERRO
|
Bloco/PT
|
PE
|
JORGE
WILSON
|
Bloco/PMDB
|
RJ
|
LAMARTINE
POSELLA
|
PPB
|
SP
|
MARILU
GUIMARES
|
PFL
|
MS
|
MARIO
ASSAD
|
PFL
|
MG
|
MOACYR
ANDRADE
|
PPB
|
AL
|
NILMRIO
MIRANDA
|
Bloco/PT
|
MG
|
NOEL
DE OLIVEIRA
|
Bloco/PMDB
|
RJ
|
PADRE
ROQUE
|
Bloco/PT
|
PR
|
PEDRO
WILSON
|
Bloco/PT
|
GO
|
RICARDO
GOMYDE
|
Bloco/PC
do B
|
PR
|
SARNEY
FILHO
|
PFL
|
MA
|
FUNCIONRIOS
DA COMISSO DE DIREITOS HUMANOS
Secretrio:
Mrcio
Marques de Arajo
Assessoria
Tcnica:
Augustino
Pedro Veit
Maria
Aparecida Neves da Cunha
Sueli
Aparecida Bellato
Norma
Rejane Pinto Batista (Assistente)
Setor
istrativo:
Clotildes
de Jesus Vasco (Coordenadora)
Eli
Ferreira da Costa
Juracema
Camapum Barroso
Maria da
Consolao Soares
Setor
de Informao e Documentao:
Adriana
Maria Dias Godoy
Ana Pacheco
Felcio
Natal Palasse
May Wolf
Teresinha
de Lisieux Franco Miranda
Programa
Pr-Adolescente:
Gilson
Alves Silva
Sabrina
Rosa do Carmo
Endereo da Comisso de Direitos Humanos
Comisso
de Direitos Humanos
Cmara
dos Deputados
Anexo
II, Sala 185A
Braslia
- DF - CEP 70160-900
Telefones
(061)318 8284, 318 8285, 318 8283, 318 8286 e 318 8287
Fax
(061)318 2170
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Page: http://www.tba.com.br/pages/cdh
E-mail:
[email protected]
Introduo
DIREITOS
HUMANOS EM 1998
1998
foi especialmente significativo para os direitos humanos
no mundo. Alm de marco do Cinqentenrio da Declarao
Universal dos Direitos Humanos e da Declarao Americana
de Direitos e Deveres do Cidado, o perodo foi rico em
esforos da comunidade internacional para implementar
esses direitos em mbito mundial, com o fortalecimento da
Corte Penal Internacional, ligada ONU, e o ineditismo
da deteno do general Augusto Pinochet, na Inglaterra,
pondo fim era da impunidade certa dos ex-ditadores, o
que abriu nova perspectiva para a validade
extraterritorial dos direitos humanos. Vimos cair uma
ditadura de quatro dcadas num pas populoso, a Indonsia,
onde o ex-ditador Suharto foi forado a deixar o poder. So
episdios histricos de elevado contedo simblico,
que contriburam para disseminar o debate e a compreenso
sobre os direitos humanos em escala universal, com grande
repercusso no Brasil.
Entretanto,
continuaram em alta os conflitos armados e as violaes
sistemticas dos direitos humanos. O continente africano
foi palco de vrias guerras sangrentas, a regio dos
Balcs continuou instvel, houve novos ataques
norte-americanos e ingleses contra o Iraque e o terrorismo
fez novas vtimas. Os testes nucleares da ndia e
Paquisto colocaram a regio do ndico em alerta.
Depois de um ensaio nas conversaes de paz, a Colmbia
voltou a conflagrar-se numa guerra civil. A utilizao
de crianas em combates foi generalizada. A misria e a
fome prosseguiram como rotina para uma parte importante da
humanidade. Os conflitos em todo o mundo indicaram a
necessidade de fortalecimento da ONU e de outras instncias
capazes de intervirem em nome da segurana, da paz e do
bem-estar dos povos face aos efeitos perversos da
globalizao econmica.
Em
nosso pas, os 50 anos da Declarao Universal dos
Direitos Humanos ocorreram em meio aos avanos
institucionais e ao crescimento da mobilizao social
nessa rea. As comemoraes ensejaram numerosas avaliaes
das conquistas e projees dos desafios a serem
superados. O balano dos direitos humanos no Brasil
manteve a tendncia dos ltimos anos: conseguimos avanos
que no podem ser desprezados, principalmente no campo
institucional, mas obtivemos muito pouco no que diz
respeito implementao de novos direitos. O pas
continua carente de solues para questes cruciais,
como a violncia policial, o desrespeito s crianas e
adolescentes, a precariedade do sistema carcerrio, as
dificuldades de o de grande parte da populao aos
servios da justia, sade, educao, segurana...
Cinqentenrio
O
cinqentenrio foi uma oportunidade bem aproveitada para
a difuso dos valores propugnados pela Declarao
Universal, que teve diversas edies novas, inclusive
desta Comisso de Direitos Humanos. A OAB fez publicar a
Declarao com seus 30 artigos comentados por
personalidade do mundo jurdico. Convnio entre a
Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, a Unesco e a USP
produziu o extenso manual "Direitos Humanos no
Cotidiano", reunindo interpretao dos artigos e
indicaes para os cidados colocarem em prtica o
contedo de cada item. A Comisso de Direitos Humanos
elegeu a Declarao como tema principal da III Conferncia
Nacional de Direitos Humanos, o que propiciou a anlise e
o debate envolvendo uma pluralidade de parceiros. Eventos
importantes foram realizados em todo o pas para debater
o significado da Declarao Universal. Para comemorar a
data, at uma moeda de R$ 1,00 foi lanada.
Dois
brasileiros foram distinguidos com importantes premiaes
internacionais. O Secretrio Nacional de Direitos
Humanos, Jos Gregori, recebeu o Prmio de Direitos
Humanos da ONU e a professora Luzia Canuto, que atua no
Sul do Par em defesa dos trabalhadores rurais e contra a
impunidade, o Prmio Direitos Humanos do Governo da Frana.
Os prmios refletem, alm dos mritos pessoais da atuao
de ambos, o reconhecimento da comunidade internacional
pelos esforos do Brasil para o progresso nos direitos
humanos.
Em
contrapartida, o Brasil recebeu em 1998 repreenso formal
da Corte Interamericana de Direitos Humanos pelo
assassinato de Joo Canuto - pai de Luzia Canuto -,
ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio
Maria-PA, e pela deficincia na apurao do crime,
ocorrido em 1995 e at hoje impune. Outra repreenso da
OEA foi evitada por meio de uma soluo amistosa no
processo relativo impunidade dos responsveis pelo
assassinato de 18 presos no 42 Distrito Policial, em So
Paulo, ocorrido em 1989. O governo brasileiro itiu a
responsabilidade e assumiu o compromisso de ver os responsveis
punidos e as famlias dos mortos indenizadas.
Conquistas
No
campo das conquistas obtidas em 1998 no Brasil,
assinalamos o decreto legislativo aprovando a solicitao
do presidente da Repblica para o reconhecimento da
competncia obrigatria da Corte Interamericana de
Direitos Humanos no pas. Outro instrumento legal
importante foi a ampliao das penas alternativas, uma
esperana de ver amenizado o drama da superlotao dos
presdios. Aprovado pela Lei 9.714, de 25 de novembro de
1998, ele prev, como alternativa privao da
liberdade, a prestao pecuniria, perda de bens e
valores, prestao de servio comunidade e a
entidades pblicas, interdio temporria de direitos
e a limitao de fim de semana para autores de crimes
menos graves.
O
programa de proteo testemunha, mesmo carente de
recursos e sem ter sido ainda regulamentado em lei, j
objeto de convnios entre a Secretaria Nacional de
Direitos Humanos e 6 estados, a partir da experincia
bem-sucedida do Gabinete de Apoio Jurdico s Organizaes
Populares - GAJOP, de Pernambuco.
No
bojo da reforma istrativa, a Secretaria Nacional de
Direitos Humanos ganhou mais status, abrindo-se a
perspectiva de ampliao de sua estrutura. Entre as aes
dessa Secretaria ao longo do ano, registramos a implantao,
em carter experimental, do servio civil voluntrio no
Rio de Janeiro e no Distrito Federal, que poder
representar o incio de um projeto mais amplo e
ambicioso. O programa de renda mnima associado
retirada de crianas do trabalho na zona canavieira do
Nordeste, sizaleira da Bahia e carvoeira de Mato Grosso do
Sul foi adotado, embora com um alcance bastante modesto.
Consideramos
oportuno o dilogo estabelecido pelo Secretrio Nacional
de Direitos Humanos com as emissoras de televiso para
sensibiliz-las no sentido de conter os excessos na
explorao da violncia e das imagens bizarras e
pornogrficas. Sem acenar com a censura, Jos Gregori
deu incio a este debate, ao qual a Unesco j est
participando. Essa uma questo que deveria ser
abordada tambm por outros atores sociais e veculos de
comunicao de massa, na busca de conciliar a programao
da mdia com o respeito aos direitos humanos e
cidadania.
Alguns
estados esto comeando a implantar medidas na esfera de
sua competncia, visando ao progresso dos direitos
humanos. No Rio Grande do Norte, foi elaborado em 1998 o
Programa Estadual de Direitos Humanos, secundando
documento similar em So Paulo - Estado pioneiro no lanamento
do programa em 1997. Ouvidorias de Polcia foram ou esto
sendo criadas, com formatos e eficcia diferenciados, no
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Par, Espirito Santo e
Distrito Federal, depois da experincia tambm pioneira
de So Paulo. H que se registrar ainda a celebrao
de convnios envolvendo a Anistia Internacional e a Cruz
Vermelha com o Governo Federal e governos estaduais para a
formao de policiais, capacitando-os a trabalhar com os
conceitos de direitos humanos. Um exemplo bem-sucedido
desses cursos o do Amap, onde a abordagem aplicada
em toda a estrutura da segurana pblica, incluindo a
criao da Polcia Interativa com a comunidade.
A
sociedade civil foi responsvel por iniciativas
importantes, das quais destacamos a criao do Balco
de Direitos Humanos do Movimento Viva Rio. Foi o oitavo
posto de atendimento jurdico comunitrio instalado pela
organizao carioca.
Violncia e impunidade 1l6a1z
A
violncia e a impunidade de policiais destacaram-se entre
os fatos negativos no s de 1998 como dos ltimos
anos. Os policiais militares que mataram 19 trabalhadores
sem-terra em Eldorado do Carajs-PA, em 1996, e os 12 de
Corumbiara-RO, em 1995, no foram ainda a julgamento,
sendo que a maioria continua a trabalhar normalmente. Dez
PMs acusados de participao na chacina de Vigrio
Geral, que resultou em 21 pessoas mortas em 1993, no Rio
de Janeiro, foram absolvidos em julgamento realizado em 28
de novembro de 1998, apesar dos fortes indcios e dos
testemunhos. J os policiais militares envolvidos no caso
da favela Naval, ocorrido em 1997 em Diadema-SP, onde o
conferente Mrio Jos Josino foi morto e outras pessoas
espancadas durante uma blitze, registrada secretamente em
vdeo amplamente divulgado, foram condenados.
Pesquisa
divulgada recentemente pelo Instituto Superior de Estudos
da Religio - ISER - constatou que, em 301 aes de
policiais militares que resultaram em mortes ou ferimentos
de civis no Rio de Janeiro, de 1993 a 96, no foi
condenado um nico PM. Levantamento da Ouvidoria da Polcia
de So Paulo mostra que a PM do Estado foi responsvel
pela morte de 466 pessoas em 1998, num crescimento de 15%
em relao ao ano anterior. J o relatrio anual da
Human Rigths Watch Americas indica que, no Rio de Janeiro,
a PM matou mdia mensal de 60 pessoas no mesmo perodo
A
tortura continua a ser uma prtica comum nas delegacias e
prises brasileiras, seja como meio de forar confisses
seja para manter uma pretensa disciplina baseada na
cultura do terror. Somente os casos registrados pela
Pastoral Carcerria da Arquidiocese de So Paulo
totalizaram, no ano do Cinqentenrio da Declarao
Universal, cerca de 500 denncias de torturas de
detentos. So pouqussimos os casos de aplicao da
lei 9.455/97, que criminalizou a prtica da tortura.
Necessrio se faz, diante da tradio histrica da
utilizao da tortura no Brasil, lanar campanhas
visando coibir essa monstruosidade por meio do o
cumprimento da nova lei.
Os
estabelecimentos penais esto caracterizadas pela
superlotao e a extrema precariedade da alimentao e
atendimento de sade, o que vem estimulando rebelies e
fugas freqentes. O complexo do Carandiru, em So Paulo,
emblemtico pelas violncias ali cometidas, dever ser
desativado, de acordo com as autoridades do Estado, com a
transferncia dos presos para 9 penitencirias de porte
mdio recm-construdas no interior. Em funo da
falta de vagas nos presdios, delegacias de todo o pas
esto sendo utilizadas inadequadamente para o cumprimento
de penas. Imperioso se faz que o Poder Judicirio adote
as penas alternativas e acelere os procedimentos de
progresso de pena, o que poderia reduzir a populao
carcerria e os custos de manuteno do sistema penal.
Crianas 6z2f6n
Embora
o pas disponha de uma legislao moderna sobre
direitos de crianas e adolescentes, falta estrutura para
garantir seu cumprimento. So insuficientes e normalmente
precrias as instituies destinadas aplicao de
medidas scio-educativas aos jovens em conflito com a
legislao. Igualmente, os poucos servios
especializados na proteo de crianas e adolescentes vtimas
de violncia, prostituio e outros tipos de abuso so
prestados normalmente por organizaes da sociedade
civil, verificando-se a omisso do Estado.
O
trabalho infantil tambm preocupa. Segundo estimativa do
IBGE, 4 milhes de crianas brasileiras entre 5 e 14
anos esto trabalhando. Muitas delas expostas a riscos de
acidentes e a problemas graves de sade. No raro so
submetidas a longas jornadas, o que as impede de estudar
e, assim, de sonhar com um futuro melhor. Para combater o
problema necessrio, alm de intensificar a fiscalizao
do trabalho, difundir programas de renda mnima eficazes
associados freqncia escolar. Tais iniciativas so
urgentes, face perspectiva de "infantilizao"
do mercado de trabalho, tendncia observada em pocas de
crise econmica, como ocorre no momento.
Conflitos agrrios 132t1e
Os
conflitos agrrios continuaram figurando em 1998 como um
dos problemas sociais mais graves no pas, caracterizados
por um enorme potencial de violncia. A lentido da
Justia no julgamento dos massacres de Eldorado do Carajs-PA
e Corumbiara-RO, s para citar os casos mais emblemticos,
estimula a impunidade e a reincidncia. O aumento da
pobreza na zona rural - decorrente de fatores como a falta
de planejamento e enfrentamento dos efeitos da seca no
Nordeste, a rpida mecanizao da agricultura, a demora
no processo de reforma agrria e o insuficiente apoio
pequena propriedade rural - resultou em um ambiente de
tenso em vrias regies. Ao longo do ano ocorreram
assassinatos de trabalhadores sem-terra, formao de milcias
por fazendeiros, confrontos durante ocupaes de terra,
saques de alimentos em armazns e caminhes por
lavradores famintos.
A
situao dos ndios tambm revela uma face do
desrespeito do Brasil para com os direitos humanos.
Juntam-se aos antigos problemas relacionados ocupao
irregular de suas terras por fazendeiros, garimpeiros e
madeireiros e demora nas demarcaes, a proliferao
de doenas, que vem assumindo propores alarmantes.
O
Brasil figurou, mais uma vez, entre os 38 pases
apontados pela Federao Internacional das Ligas de
Direitos do Homem e pela Organizao Mundial Contra a
Tortura que violam os direitos de defensores dos direitos
humanos. Assassinatos de jornalistas e radialistas, bem
como ameaas contra eles continuaram ocorrendo no ano
ado, alando o Brasil condio de um dos pases
mais perigosos para os profissionais da imprensa, de
acordo com a entidade internacional Jornalistas Sem
Fronteiras.
O
ano que ou foi rico de novas revelaes sobre o perodo
da ditadura militar. Vieram a pblico, pela televiso,
imagens da reunio ministerial de 1968, em que o ento
Presidente da Repblica, General Costa e Silva, anunciou
o AI-5 e recebeu o apoio dos seus ministros. Outro
ex-presidente militar, General Ernesto Geisel, itiu, em
entrevista gravada pelo historiador e ex-ministro Ronaldo
Costa Couto, que o jornalista Wladimir Herzog foi mesmo vtima
de assassinato e no de suicdio, conforme divulgaram
poca as autoridades militares. Vrios torturadores
confessaram seus crimes e os mtodos adotados, em
reportagem da revista Veja. Tambm foram divulgadas, pelo jornal O Globo, informaes at ento reservadas sobre a atuao da
secreta Operao Condor, que nos anos 70 reuniu os
governos ditatoriais do Chile, Argentina, Uruguai,
Paraguai, Bolvia e Brasil, com o apoio da CIA, para
perseguir, torturar e ass opositores polticos.
Perspectivas 4n1l1z
Infelizmente,
h no horizonte perspectivas sombrias para a virada do
milnio. Segundo relatrio da Organizao
Internacional do Trabalho, um tero dos 3 bilhes de
trabalhadores de todo o mundo estar desempregado ou
subempregado. Embora o PIB mundial tenha sido multiplicado
por 6 nas ltimas duas dcadas, 80% dele est sob
controle de 20% da populao do planeta. As projees
apontam para a concentrao de riquezas e o conseqente
aprofundamento das desigualdades sociais.
Tendo
em vista esses efeitos perversos da globalizao,
aliados ao acirramento da crise econmico-financeira dos
ltimos meses no Brasil, provvel e desejvel que o
enfoque sobre os direitos humanos valorize em 1999 as
questes econmicas e sociais - a chamada segunda gerao
desses direitos. Afinal, so esses fenmenos os que mais
esto colocando em risco os direitos humanos no Brasil e
no mundo. A excluso social, o aumento do desemprego, a
reduo de direitos trabalhistas e previdencirios
conduzem inevitavelmente fome e a marginalizao,
podendo neutralizar conquistas obtidas no campo dos
direitos humanos no Brasil nos ltimos anos. Torna-se
necessrio contrapormos uma ao cooperativa no sentido
da globalizao dos direitos humanos, buscando
implementar mecanismos capazes de equacionar os conflitos
decorrentes da presente conjuntura social.
PRESENA
DOS MEMBROS DA
COMISSO
DE DIREITOS HUMANOS NAS REUNIES DE 1998
TITULARES
|
DEPUTADOS
|
PARTIDO/UF
|
DATA
DE ENTRADA
|
DATA
DE SADA
|
REUNIES
|
|
|
|
|
REALIZADAS
|
PRESENA
|
|
|
|
|
Deliberativas
|
Audincias
Pblicas
|
|
ADEMIR
CUNHA
|
PFL/PE
|
12/03/98
|
20/03/98
|
9
|
7
|
-
|
AGNELO
QUEIROZ
|
PC
do B/DF
|
10/03/98
|
|
9
|
7
|
5
|
ALDIR
CABRAL
|
PFL/RJ
|
12/03/98
|
|
9
|
7
|
3
|
ALZIRA
WERTON
|
PSDB/AM
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
4
|
CARLOS
MELLES
|
PFL/MG
|
12/03/98
|
|
9
|
7
|
1
|
DE
VELASCO
|
PRONASP
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
16
|
ERALDO
TRINDADE
|
PPB/AP
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
15
|
FERNANDO
LOPES
|
PDTRJ
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
2
|
FLVIO
ARNS
|
PSDB/PR
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
11
|
GILVAN
FREIRE
|
PSB/PB
|
14/04/98
|
|
9
|
7
|
-
|
HLIO
BICUDO
|
PT/SP
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
7
|
JAIR
BOLSONARO
|
PPB/RJ
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
4
|
JOS
ANBAL
|
PSDB/SP
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
1
|
JOS
THOMAZ NON
|
PSDB/AL
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
1
|
JOS
LINHARES
|
PPB/CE
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
7
|
LUIZ
ALBERTO
|
PT/BA
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
10
|
LUIZ
EDUARDO GREENHALGH
|
PT/SP
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
10
|
MAURCIO
REQUIO
|
PMDB/PR
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
2
|
NAIR
XAVIER LOBO
|
PMDB/GO
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
-
|
OSMAR
LEITO
|
PPB/RJ
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
8
|
ROBERTO
VALADO
|
PMDB/ES
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
5
|
SEBASTIO
MADEIRA
|
PSDB/MA
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
4
|
TALVANE
ALBUQUERQUE
|
PFL/AL
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
-
|
VILMAR
ROCHA
|
PFL/GO
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
3
|
WALTER
PINHEIRO
|
PT/BA
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
7
|
SUPLENTES
|
DEPUTADOS
|
PARTIDO/UF
|
DATA
DE ENTRADA
|
DATA
DE SADA
|
REUNIES
|
|
|
|
|
REALIZADAS
|
PRESENA
|
|
|
|
|
Deliberativas
|
Audincias
Pblicas
|
|
AYRES
DA CUNHA
|
PFL/SP
|
31/03/98
|
|
9
|
7
|
-
|
DALILA
FIGUEIREDO
|
PSDB/SP
|
20/03/98
|
01/04/98
|
9
|
7
|
1
|
DELFIM
NETTO
|
PPB/SP
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
-
|
DOLORES
NUNES
|
PFL/TO
|
12/03/98
|
|
9
|
7
|
3
|
FERNANDO
FERRO
|
Bloco/PT/PE
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
5
|
JORGE
WILSON
|
Bloco/PMDB/RJ
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
2
|
LAMARTINE
POSELLA
|
PPB/SP
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
1
|
MARCOS
VINCIUS DE CAMPOS
|
PFL/SP
|
12/03/98
|
19/03/98
|
9
|
7
|
1
|
MARILU
GUIMARES
|
PFL/MS
|
12/03/98
|
|
9
|
7
|
3
|
MARIO
ASSAD JUNIOR
|
PFL/MG
|
01/06/98
|
|
9
|
7
|
2
|
MOACYR
ANDRADE
|
PPB/AL
|
14/04/98
|
|
9
|
7
|
1
|
NILMRIO
MIRANDA
|
Bloco/PT/MG
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
10
|
NOEL
DE OLIVEIRA
|
Bloco/PMDB/RJ
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
-
|
PADRE
ROQUE
|
Bloco/PT/PR
|
16/03/98
|
|
9
|
7
|
9
|
PEDRO
WILSON
|
Bloco/PT/GO
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
13
|
RICARDO
GOMYDE
|
Bloco/PC
do B/PR
|
17/03/98
|
|
9
|
7
|
1
|
SARNEY
FILHO
|
PFL/MA
|
12/03/98
11/11/98
|
08/06/98
01/01/99
|
9
|
7
|
1
|
AO
LEGISLATIVA
Um
dos campos de atuao da Comisso de Direitos Humanos (CDH)
o acompanhamento das matrias de interesse de sua rea
de competncia no Congresso Nacional. Mesmo no sendo rgo
deliberativo de proposies legislativas, a CDH pode e
tem oferecido subsdios a projetos em tramitao. Mais
importante politicamente, porm, so as articulaes
no sentido de influir na elaborao de proposies
relevantes para o setor, quer para aperfeio-las, quer
para apressar o seu trmite. O plenrio da Comisso
aprecia tambm requerimentos de informaes, indicaes
e propostas de fiscalizao e controle.
Veja,
a seguir, as proposies apresentadas pela Comisso e
as que dizem respeito aos direitos humanos em tramitao
no Congresso Nacional, objeto de acompanhamento pela
Comisso.
Indicaes
1. Indenizaes - Indicao enviada em
dezembro de 1998 pela CDH, sugere ao Presidente da Repblica
o encaminhamento de projeto de lei instituindo indenizao
s vtimas de mortes e violncias praticadas em dependncias
da Polcia Federal e instituies das Foras Armadas,
quando sob custdia ou em servio militar obrigatrio
ou treinamentos profissionais.
O
projeto foi sugerido em indicao por versar sobre matria
de competncia exclusiva do Poder Executivo. A
necessidade da providncia sugerida foi evidenciada, ao
longo dos quatro anos de existncia da CDH, pelas
diversas denncias que recebeu dando conta de
assassinatos, mortes acidentais e violncias praticadas
contra pessoas sob custdia do Estado em dependncia da
Polcia Federal e em prestao de servio militar e
treinamento nas Foras Armadas.
Via
de regra, os procedimentos investigatrios so lentos e
sem transparncia, quando no corporativistas e
tendenciosos, submetendo os familiares a um enorme
sofrimento e dificilmente alcanando a justia. Impe-se
reparar as famlias das vtimas, a exemplo do que
ocorreu no caso do detento Ivanildo Sampaio, morto sob
tortura em dependncia da Polcia Federal em
Fortaleza-CE em 1996. Nesse caso, o Governo Federal enviou
e o Congresso aprovou projeto de lei especfico
autorizando a indenizao. Para evitar a morosidade da
tramitao de projetos especficos como esse, a CDH
props ao Executivo a lei para instituir procedimento e
comisso especial destinados a apreciar os casos desse
tipo.
2. Corte Interamericana - Indicao
encaminhada ao Presidente da Repblica em maio de 1998,
sugere que o Brasil proceda ao reconhecimento da competncia
obrigatria da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A referida indicao foi proveniente de recomendao
da III Conferncia Nacional de Direitos Humanos e do
Encontro Preparatrio das Comemoraes do Cinqentenrio
da Declarao Universal dos Direitos Humanos, ambos
realizados pela CDH.
O
Presidente Fernando Henrique Cardoso enviou em seguida ao
Congresso mensagem acatando a competncia da Corte, sendo
o mesmo aprovado pelo plenrio da Cmara dos Deputados
em outubro e pelo Senado em novembro. A matria foi
promulgada no incio de dezembro, representando uma
importante conquista, pela qual vinham lutando h muito
tempo organizaes de direitos humanos e personalidades
do mundo jurdico. A jurisdio no Brasil da Corte
Interamericana de Direitos Humanos possibilita o
julgamento e a condenao do Estado brasileiro nos casos
em que este houver sido comprovadamente omisso em casos de
violaes de direitos previstos na Conveno Americana
de Direitos Humanos. Essa conveno foi aprovada por
Decreto Legislativo em maio de 1992. Com a declarao de
reconhecimento pelo Governo brasileiro em 1998, a jurisdio
da Corte ou a vigir plenamente no pas.
Requerimentos
de Informaes
1.
Falsificao de medicamentos - Dirigido ao Ministro
da Sade, solicita informaes sobre providncias
tomadas para coibir a falsificao de medicamentos. O
requerimento foi proposto pelo Deputado Pedro Wilson,
encaminhado pela CDH ao ministro da Sade em novembro de
1998 e respondido em janeiro de 1999 pelo Ministrio a Sade.
2.
Segurana na aviao comercial - Dirigido ao
Ministro da Aeronutica, solicita informaes sobre
providncias tomadas para aumentar a segurana dos vos
de aeronaves comerciais e os pousos e decolagens nos
aeroportos brasileiros. Proposto pelo Deputado Pedro
Wilson, o requerimento foi encaminhado em novembro de
1998, sendo respondido em fevereiro de 1999.
Proposta
de Fiscalizao e Controle
Anistiados
- De autoria do Deputado Maurcio Requio, proposta
de fiscalizao e controle encaminhada em julho de 1998,
prope que a Comisso de Direitos Humanos fiscalize a
concesso dos direitos devidos aos punidos por razes
polticas e sindicais durante o regime militar, j
anistiados ou no.
Aps
estudos, a CDH concluiu pela inviabilidade tcnica de
proceder fiscalizao e controle por meios prprios.
Optou, em conseqncia, por oficiar ao Presidente da Repblica
solicitando que o mesmo determine empenho da Comisso
Especial do Ministrio do Trabalho responsvel pelo
exame dos requerimentos dos anistiados no sentido do
efetivo cumprimento dos ditames legais referentes
concesso dos direitos devidos.
PROPOSIES
TRANSFORMADAS EM LEI EM 1998
Veja
algumas das matrias de interesse para a rea de
direitos humanos transformadas em lei durante 1998.
Competncia da Corte Interamericana
Decreto legislativo n 89/98 - Aprova solicitao de
reconhecimento da competncia obrigatria da Corte
Interamericana de Direitos Humanos em todos os casos
relativos a interpretao ou aplicao da Conveno
Americana de Direitos Humanos para fatos ocorridos a
partir do reconhecimento daquele instrumento
internacional.
Autor:
Poder Executivo.
Histrico:
A matria provm da Mensagem presidencial 1070/98,
transformada no Projeto de Decreto Legislativo 711/98, na
Cmara, e Projeto de Decreto Legislativo 94/98 no Senado.
O decreto legislativo foi aprovado na Cmara em 19.10.98,
no Senado em novembro, quando foi promulgado, sendo
publicado no Dirio Oficial, de 04/12/98.
Penas Alternativas
Lei
n 9.714/98 - Altera os arts. 43 a 47, 55 e 77 do
Decreto-lei 2.848, do Cdigo Penal, para ampliar as
alternativas pena de priso para os crimes de menor
gravidade, por meio da imposio de restries aos
direitos do condenado e prestaes de servios
comunidade.
Autor:
Poder Executivo
Histrico:
A matria iniciou-se como anteprojeto produzido pelo
Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria,
do Ministrio da Justia. Remetido ao Congresso Nacional
em 18 de dezembro de 1996, transformou-se no Projeto de
Lei 2.684/96, na Cmara, e PLC 32/97, no Senado. Recebeu
emendas na Cmara e Senado, tendo sido vetada
parcialmente pelo Presidente da Repblica. Foi publicada
no Dirio Oficial de 26/11/98.
Trabalho Escravo
Lei
9777/98 - Define como crimes condutas que favorecem ou
configuram trabalho forado.
Autor:
Deputados Paulo Rocha, Nilmrio Miranda, Alcides Modesto
e outros.
Histrico:
Projeto de Lei 929/95, na Cmara, e PLC 76/97, no Senado.
A Lei foi publicada no Dirio Oficial de 30.12.98.
PROPOSIES EM TRAMITAO
Veja
algumas das matrias em tramitao no Congresso
Nacional de interesse para a rea de direitos humanos. As
informaes das matrias em tramitao foram
atualizadas em 19 de janeiro de 1999. Em decorrncia do
encerramento da 50 legislatura, em 31 de janeiro de
1999, nesta data vrias proposies que vinham sendo
acompanhadas pela CDH foram arquivadas, tendo sido excludas
da relao abaixo. Algumas podero ser reapresentadas
pelos mesmos autores ou por outros parlamentares durante a
atual legislatura. Permanecem em tramitao na presente
legislatura, na forma regimental, as matrias de
iniciativa dos demais poderes, as originrias numa das
casas do Congresso Nacional que j estavam em tramitao
na outra e aquelas prontas para a ordem do dia do plenrio.
Criana e Adolescente
Projeto
de Lei 469/95 (PLC 77/97 - no Senado Federal)
Autor:
Deputado Alexandre Ceranto
Ementa:
Estabelece medidas de proteo ao trabalho do menor.
Histrico:
12.12.97 - aprovado e remetido ao Senado Federal.
30.04.98
- Senado Federal - Comisso de Assuntos Sociais -
aguardando votao do parecer do relator, Senador Lcio
Alcntara.
Projeto
de Lei 3188/97 - (PLS 113/96 - nmero de origem -
Senado)
Autor:
Deputado Ernandes Amorim.
Ementa:
Acrescenta artigo Lei 8069, de 13 de julho de 1990,
determinando o incio imediato de investigao de
desaparecimento de criana e adolescente (no prazo mximo
de seis horas aps notificao).
Histrico:
14.05.98 - Comisso de Seguridade Social e Famlia
encaminha Comisso de Constituio e Justia e Redao.
Cdigo Penal
Projeto
de Lei 724/95 - (PLC 10/96 - no Senado)
Autor:
Poder Executivo.
Ementa:
Define os crimes de especial gravidade e altera
dispositivos do Decreto-Lei 2848 de 1940 - Cdigo Penal
(incluindo dentre os crimes de especial gravidade o
narcotrfico e a formao de quadrilha ou bando
armados).
Histrico:
aprovado na Cmara e remetido ao Senado .
17.04.98
- Comisso de Constituio e Justia do Senado -
redistribudo ao relator.
Educao para Direitos Humanos
Projeto
de Lei 2369/96
- (PLC 49/97 - no Senado)
Autor:
Deputado Jos Anibal
Ementa:
Inclui a temtica Direitos Humanos de forma transversal
no currculo do ensino fundamental, sendo obrigatria
nos sistemas federal, estadual e municipal.
Histrico:
24.09.98 - A matria foi objeto de audincia pblica na
Comisso de Direitos Humanos, que a discutiu com a
participao do autor, Deputado Jos Anbal, e do
relator, Deputado Padre Roque. Aprovado na Cmara, o
projeto foi remetido ao Senado Federal.
15.12.98
- Comisso de Constituio e Justia do Senado -
aguardando votao do parecer do Senador Romeu Tuma.
Polcia
Projeto
de Lei 2859/97 - (PLC 21/97 - no Senado)
Autor:
Deputado Carlos Apolinrio
Ementa:
Dispe sobre norma geral de organizao que torna
obrigatria a avaliao psicolgica peridica dos
integrantes das polcias e corpos de bombeiros militares.
Histrico:
07.05.97 - Aprovado na Cmara e remetido ao Senado.
19.11.97
- Senado - aguardando incluso na Ordem do Dia.
Projeto
de Lei 1918/91 - (PLC
113/93 - no Senado)
Autor:
Deputado Jamil Haddad
Ementa:
Disciplina o emprego de algemas e d outras providncias.
Histrico:
O projeto procura impedir o uso humilhante de algemas,
preservando a integridade fsica e moral dos detentos e
presidirios. Aprovado pelo plenrio da Cmara, com
redao final do relator, deputado Nilson Gibson.
01.11.95
- Senado - Comisso de Constituio, Justia -
aguardando parecer do relator.
Questo Agrria
Projeto
de Lei 490/95 -(PLC
39/96 - no Senado)
Autor:
Deputado Domingos Dutra
Ementa:
D nova redao aos artigos 924 e 928 do Cdigo de
Processo Civil, para impedir a concesso de liminares em
aes possessrias, sem audincia de justificao prvia,
em litgios coletivos pela posse da terra urbana ou
rural.
Histrico:
Aprovado por unanimidade pela Cmara com redao final
oferecida pelo relator, deputado Nilson Gibson, remetido
ao Senado em 21/06/96.
15.12.97
- Senado Federal - encaminhamento do projeto Cmara,
com substitutivo.
04.02.98
- Cmara dos Deputados - aguardando distribuio na
Comisso de Constituio e Justia e Redao para
apreciao do substitutivo do Senado - PL 490-C/95.
13.05.98
- Comisso de Constituio e Justia e Redao -
Aguardando parecer do Relator ao substitutivo do Senado
Federal.
Projeto
de Lei 931/95
Autor:
Deputado Joo Coser.
Ementa:
Acrescenta pargrafos e altera o 'caput' do artigo
primeiro da Lei 8257, de 26 de novembro de 1991.
(estabelecendo que as terras onde forem localizadas,
processadas, armazenadas ou distribudas plantaes
ilegais de plantas psicotrpicas, incluindo a maconha,
sero desapropriadas em sua totalidade).
Histrico:
A este projeto foi apensado outro, o PL 1269/95, do
Deputado Fernando Ferro, em 13.12.95, com o mesmo
objetivo.
17.09.96
- Pronto para a Ordem do dia - PL 931-A/95.
Questo Indgena
Projeto
Lei - PLS 260/89 - no Senado (PL
4881/90, na Cmara)
Autor:
Comisso Diretora do Senado
Ementa:
Dispe sobre a demarcao das terras tradicionalmente
ocupadas pelos ndios e d outras providncias.
Estabelece prazo de 90 dias para que o Executivo apresente
um cronograma para a demarcao das terras indgenas.
Histrico:
Aprovado pelo Senado Federal, o projeto foi encaminhado
Cmara, onde foi aprovado, com substitutivo e remetido ao
Senado para apreciao.
08.02.96
- - Senado - Comisso de Constituio e Justia -
devolvido pelo relator, estando a matria em condies
de ser includa na pauta de reunio da Comisso.
Anistia a Militares
Proposta
de Emenda Constituio 188/94
Autor:
Deputado Zaire Rezende
Ementa:
Acrescenta pargrafo 6 e 7 ao artigo 8 do Ato das
Disposies Constitucionais Transitrias da Constituio
Federal, dispondo sobre a Anistia quanto s punies
aplicadas, atravs de atos de exceo, a servidores
militares.
Histrico:
Aprovadas pelas comisses pertinentes, a matria foi
retirada da Ordem do Dia do plenrio da Cmara, em
13.12.95, por requerimento do Lder do Governo.
Conveno sobre desaparecimentos
Projeto
de Decreto Legislativo 94/95
Autor:
Poder Executivo (Mensagem 1204/94)
Ementa:
Conveno Interamericana sobre o Desaparecimento Forado
de Pessoas, concludo em Belm, Par, em 9 de junho de
1994.
Histrico:
Trata-se da primeira conveno internacional
sobre desaparecimentos polticos. Aprovada pela Comisso
de Relaes Exteriores, a mensagem foi transformada em
Projeto de Decreto Legislativo.
19.10.95
- Plenrio - Discusso em turno nico -aprovao do
requerimento dos deputados Maurcio Campos, Inocncio
Oliveira e Jos Anbal, solicitando a retirada de pauta
deste projeto.
Conselho Nacional de Direitos Humanos
Projeto
de Lei 4.715/94
Autor:
Poder Executivo ( Mensagem 663/94)
Ementa:
Transforma o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa
Humana em Conselho Nacional de Direitos Humanos e d
outras providncias.
Histrico:
16.04.97 - Comisso de Constituio e Justia e Redao
o projeto projeto recebeu parecer do relator, deputado
Alexandre Cardoso, pela constitucionalidade, juridicidade,
tcnica legislativa e, no mrito, pela aprovao deste
e do substitutivo da Comisso de Direitos Humanos,
elaborado pelo relator, Deputado Nilmrio Miranda.
Aborto
Projeto
de Lei 20/91
Autor:
Deputado Eduardo Jorge.
Ementa:
Dispe sobre a obrigatoriedade de atendimento dos casos
de aborto previstos no Cdigo Penal, pelo Sistema nico
de Sade.
Histrico:
05.12.97 - Plenrio - Aprovao do requerimento do
deputado Acio Neves, Lder do PSDB e outros,
solicitando a retirada de pauta da Ordem do Dia, dos
recursos referentes a este projeto.
Federalizao de crimes contra direitos
humanos
Proposta de Emenda Constituio 368/96
Autor:
Poder Executivo (Mensagem 421/96)
Ementa:
Atribui competncia Justia Federal para julgar
crimes praticados contra os direitos humanos.
Histrico:
10.04.97 - Publicao do parecer da Comisso de
Constituio e Justia e Redao, pela
issibilidade (PEC 368-A/96). Aguarda-se incluso da
proposta na pauta do plenrio da Cmara.
Questo Indgena
Projeto de Lei 2057/91
Autor: Deputado Alozio Mercadante e outros
Ementa:
Dispe sobre o Estatuto das Sociedades Indgenas.
Histrico:
Foi constituda Comisso Especial para apreciao
deste projeto e dos que a ele foram apensados. Parecer
favorvel do relator, deputado Luciano Pizzatto, foi
aprovado por unanimidade, tanto pela constitucionalidade,
juridicidade e tcnica legislativa e, no mrito, pela
aprovao com substitutivo, e dos projetos apensados
(2160/91, 2619/92, 4442/94 e 4916/94).
06.12.94
- Foi apresentado requerimento do ento deputado Arthur
da Tvola no sentido de que a matria seja apreciada
pelo Plenrio.
Proposta de Emenda Constituio 133/92
Autor:
Deputado Nicias Ribeiro
Ementa:
Acrescenta pargrafo ao artigo 231 da Constituio
Federal, para impedir a demarcao de terras indgenas
em reas de fronteira, condicionando-as aprovao prvia
do Congresso Nacional.
Histrico:
A Comisso Especial constituda para examinar a matria
aprovou parecer do relator, deputado Salomo Cruz, que
prev a audincia dos Estados no processo de demarcao
e garante sua explorao independentemente de autorizao
do Congresso Nacional.
18.10.95
- Aguarda incluso na Ordem do Dia - PEC 133-B/92
Projeto
de Lei Complementar - PLS 257/89 - no Senado (PLP
260/90, na Cmara)
Autor:
Comisso Diretora do Senado.
Ementa:
Define a hiptese de "relevante interesse pblico
da Unio", para os fins previstos no artigo 231, pargrafo
6, da Constituio, dispondo sobre a explorao das
riquezas materiais do solo, dos rios e dos lagos em terras
indgenas.
Histrico:
25.04.96 - Em tramitao na Comisso de Constituio
e Justia e Redao da Cmara, recebeu parecer do
relator, deputado Jos Luiz Clerot, pela
constitucionalidade, juridicidade e tcnica legislativa
e, no mrito, pela aprovao deste e pela
inconstitucionalidade do substitutivo da Comisso de
Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias. Concedida
vista ao deputado Milton Mendes.
Remanescentes de Quilombos
Projeto
Lei do Senado 129/95 - (PL
3207/97 - na Cmara dos Deputados)
Autor:
Senadora Benedita da Silva.
Ementa:
Regulamenta o procedimento de titulao de propriedade
imobiliria aos remanescentes das comunidades de
quilombos, na forma do artigo 68 do Ato das Disposies
Constitucionais Transitrias.
Histrico:
Aprovado no Senado, o Projeto foi encaminhado Cmara
em 04.06.97, j tendo ado pela Comisso de Educao
e Cultura e Comisso de Defesa do Consumidor, Meio
Ambiente e Minorias.
13.07.98
- Aguarda distribuio na Comisso de Constituio e
Justia e Redao da Cmara.
Servio civil obrigatrio
Proposta
de Emenda Constituio 369/96
Autor:
Poder Executivo - (Mensagem 422/96)
Ementa:
Institui o servio civil obrigatrio, alterando a
Constituio Federal, acrescentando o inciso LXXVIII ao
artigo 5.
Histrico:
11.07.96 - Publicao do parecer do relator, na Comisso
de Constituio e Justia e Redao, deputado Jos
Genono, pela issibilidade, com substitutivo (PEC
369-A/97). Aguarda-se incluso da proposta na pauta do
plenrio da Cmara. Em seguida, ser apreciada pelo
Senado.
Situao do Estrangeiro
Projeto
de Lei 1813/91
Autor:
Poder Executivo (Mensagem 495/91)
Ementa:
Define a situao jurdica do estrangeiro no Brasil e d
outras providncias. O projeto visa a regularizao da
situao de imigrantes que vivem em condies
degradantes no pas, inclusive de trabalho escravo.
Histrico:
O projeto foi aprovado com emendas na Comisso de Relaes
Exteriores.
01.04.96
- Comisso de Constituio e Justia e Redao com o
relator, deputado Almino Affonso.
02.10.97
- Plenrio - discusso em turno nico - Aprovao do
requerimento do deputado Cezar Coelho, na qualidade de Lder
do Governo, solicitando a retirada da pauta da ordem do
dia.
01.12.98
- Plenrio - despachado Comisso de Relaes
Exteriores e Defesa Nacional e Comisso de Constituio
e Justia e Redao para darem parecer sobre as emendas
apresentadas em Plenrio.
Sistema Brasileiro de Inteligncia
Projeto de Lei 3651/97
Autor:
Executivo Federal
Ementa:
Institui o Sistema Brasileiro de Inteligncia, cria a Agncia
Brasileira de Inteligncia - ABIN, e d outras providncias.
Histrico:
19.01.99 - Plenrio - aprovado o pedido de urgncia para
este projeto.
Sistema penitencirio
Projeto
de Lei
2687/96
Autor:
Poder Executivo
Ementa:
Altera os arts. 74, 86, 195, 196, e 197 da Lei 7.210/84,
que institui a Lei de Execuo Penal. A proposio
busca a agilizao do procedimento da execuo penal e
a simplificao dos atos de locao e transferncia
dos presos.
Histrico:
Resultado de estudos e discusses da Comisso Especial
de Reformulao da Lei de Execuo Penal.
04.04.97
- Comisso de Constituio e Justia e Redao -
Aguardando parecer do relator, deputado Ibrahim Abi-Ackel.
Unio civil entre pessoas do mesmo sexo
Projeto
de Lei 1151/95
Autora:
Deputada Marta Suplicy
Ementa:
Disciplina a unio civil entre pessoas do mesmo sexo e d
outras providncias.
Histrico:
Comisso Especial - aguarda votao do parecer com
substitutivo, do deputado Roberto Jefferson.
EVENTOS
III
CONFERNCIA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
J
consolidadas como um dos mais importantes fruns anuais
da rea de direitos humanos no pas, as Conferncias
Nacionais de Direitos Humanos tm sido realizadas desde
1996 na Cmara dos Deputados pela Comisso de Direitos
Humanos. A III Conferncia Nacional, realizada em
parceria com diversas instituies pblicas e organizaes
no-governamentais de mbito nacional nos dias 13, 14 e
15 de maio de 1998 manteve essa tradio. O encontro
teve por objetivo comemorar o Cinqentenrio da Declarao
Universal dos Direitos Humanos e da Declarao Americana
dos Direitos e Deveres do Cidado.
Para
isso, numa primeira fase foram estruturados dois painis.
Num foi debatida a participao brasileira nos sistemas
universal e americano de direitos humanos; noutro deu-se
continuidade s proposies visando concretizao
do Programa Nacional de Direitos Humanos, alm de
propostas para a criao de programas estaduais.
Na
fase seguinte, organizaram-se cinco grupos temticos:
Programa Nacional de Direitos Humanos - Aperfeioamento e
Implementao; Formas de Articulao Visando a Criao
de Programas Estaduais de Direitos Humanos; O Poder Judicirio
e os Direitos Humanos; O Poder Legislativo e os Direitos
Humanos; e As Normas Internacionais de Direitos Humanos e
o Reconhecimento da Jurisdio das Cortes Internacionais
no Brasil. Uma grande plenria encerrou a conferncia.
506 pessoas representaram 276 instituies pblicas e
entidades sociais.
Os
expositores convidados foram o Ministro Marco Antnio
Diniz Brando, Chefe do Departamento de Direitos Humanos
do Ministrio das Relaes Exteriores; Professor Antnio
Augusto Canado Trindade, da Corte Interamericana de
Direitos Humanos; Deputado Hlio Bicudo, membro da Comisso
Interamericana de Direitos Humanos, Dr. Mrcio Gontijo,
Vice-presidente da Anistia Internacional no Brasil, Dr.
Romany Rolland, Presidente da Comisso de Direitos
Humanos da OAB; Dr. Jos Gregori, Secretrio Nacional de
Direitos Humanos; o Professor Paulo Srgio Pinheiro, do
Centro de Estudos da Violncia da USP; Reverendo Romeu
Olmar Klich, do Movimento Nacional de Direitos Humanos;
Deputado Mrio Mamede, Presidente da Comisso de
Direitos Humanos da Assemblia Legislativa do Cear e
representante do Frum das Comisses Legislativas de
Direitos Humanos; Dr. Belisrio dos Santos Jr., Secretrio
de Justia e Cidadania do Estado de So Paulo; Dra.
Maria do Perptuo Socorro Prado, do Movimento Nacional de
Direitos Humanos; Deputado Nilmrio Miranda,
Ex-Presidente da CDH e membro da Comisso de Direitos
Humanos do Parlatino; e o Dr. Carlos Fernandes, Presidente
da Associao Brasileira de Anistiados Polticos.
Seminrios
I SEMINRIO NACIONAL DE PSICOLOGIA E
DIREITOS HUMANOS
A
Comisso de Direitos Humanos da Cmara dos Deputados e o
Conselho Federal de Psicologia realizaram, de 17 a 19 de
setembro, no Auditrio Nereu Ramos, da Cmara, o I Seminrio
Nacional de Psicologia e Direitos Humanos. O objetivo do
evento foi possibilitar a reflexo, o debate e a troca de
experincias entre a temtica dos direitos humanos e o
campo terico e tcnico da Psicologia, com nfase nas
intervenes prticas desenvolvidas atualmente pelos
psiclogos brasileiros. Participaram do seminrio cerca
de 250 psiclogos, alm de deputados, representantes de
organizaes pblicas e no-governamentais.
A
partir do eixo temtico Psicologia, Direitos Humanos e o
Sofrimento Mental, foram debatidos os processos de excluso
institucionais, infncia e adolescncia, intervenes
clnicas e direitos humanos, mdia e subjetividade, sade
do trabalhador e violncia policial. O seminrio definiu
uma srie de iniciativas a serem adotadas pelos
profissionais da Psicologia para a aplicao dos
direitos humanos no mbito de suas atividades.
O
deputado Hlio Bicudo (PT-SP), ex-presidente da Comisso
de Direitos Humanos, foi homenageado no evento. Os
expositores foram Marris Tiadball (Costa Rica), Osvaldo
Saidon (Argentina), Armando Bauleu (Argentina), Emir Sader,
Antonio Lancetti, Peter Pl Pelbart, Ceclia Coimbra,
Ester M. Arantes, Slvia Laser e Pedro Gabriel Delgado. O
seminrio foi requerido pelo deputado Pedro Wilson
(PT-GO).
AS MULHERES E A VIOLNCIA INTRAFAMILIAR
A
Comisso de Direitos Humanos realizou, em 24 de novembro,
o seminrio "Os direitos humanos das mulheres e a
violncia intrafamiliar". O objetivo foi o de
formular propostas de medidas concretas de preveno e
combate violncia domstica, na perspectiva dos
direitos humanos das mulheres. O conjunto de propostas foi
apresentado ao Poder Executivo e encaminhada ao Pacto
Comunitrio Contra a Violncia Intrafamiliar, assinado
no dia 25 de novembro, no Ministrio da Justia, em Braslia.
O
seminrio, requerido pelo deputado Eraldo Trindade, foi
realizado em conjunto com entidades defensoras dos
direitos das mulheres: CFEMEA - Centro Feminista de
Estudos e Assessoria; CEPIA - Cidadania, Estudo, Pesquisa,
Informao e Ao; THEMIS - Assessoria Jurdica e
Estudos de Gnero e CLADEM - Comit Latino-Americano e
do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher.
Discutiram-se os "Mecanismos Legais de Defesa dos
Direitos Humanos das Mulheres", com Flvia Piovesan,
professora de Direito da PUC/SP e membro do Ministrio Pblico
do Estado de So Paulo; Esther Kosovski, membro do
Conselho Federal da OAB e Rosely Fischman, professora da
Faculdade de Educao da USP. Em seguida, os
"Mecanismos Sociais de Defesa dos Direitos das
Mulheres", com Tania Lago,
representante
do Ministrio da Sade; Dorrit Harasin, reprter da
revista Veja e Carla Segre, psicloga do Centro de
Estudos e Atendimento Relativo ao Abuso Sexual do
Departamento de Medicina da USP.
Audincias
Pblicas
TOLERNCIA RELIGIOSA EM DEBATE
A
tolerncia religiosa como meio de promoo dos direitos
humanos foi o tema em debate pela Comisso de Direitos
Humanos da Cmara dos Deputados no dia 3 de maro.
Participaram, como expositores, lideranas religiosas do
Conselho Nacional de Igrejas Crists e das comunidades
catlica, evanglica, judaica e bah'. O evento
buscou refletir a opinio de integrantes de diferentes
confisses religies sobre a intolerncia religiosa no
mundo contemporneo, analisando a expanso do fenmeno
e os confrontos ocorridos recentemente no Brasil e no
exterior.
As
lideranas presentes revelaram experincias
bem-sucedidas de promoo dos direitos humanos em suas
organizaes e expam suas idias a respeito da
educao para a tolerncia, bem como a influncia
espiritual na resoluo de conflitos. Os debates
embasaram um relatrio enviado Comisso de Direitos
Humanos das Naes Unidas, na sua sesso anual de maro/abril
de 1998, que integra as comemoraes do Cinqentenrio
da Declarao Universal dos Direitos Humanos. A
iniciativa partiu do deputado Pedro Wilson, autor do
requerimento de realizao do evento.
COMISSO APIA VTIMAS DO PALACE II
A
Comisso de Direitos Humanos recebeu, numa audincia pblica
no dia 5 de maro, representantes da Associao das Vtimas
do Edifcio Palace II, edifcio construdo pelo
ex-deputado Srgio Naya, que desabou em fevereiro de 1998
no Rio de Janeiro, matando 8 pessoas. Os moradores do prdio
solicitaram a colaborao da CDH no encaminhamento de
solues. A Comisso entrou em contatos com diversas
autoridades pblicas em busca de apoio s reivindicaes
dos ex-moradores do edifcio e de evitar que a impunidade
prevalea. Alm dos membros da Comisso de Direitos
Humanos, participaram vrios deputados do Estado do Rio
de Janeiro. A reunio foi proposta pelo deputado Fernando
Gabeira (PV-RJ).
COMISSO DE DIREITOS HUMANOS DEBATE SISTEMA
PENITENCIRIO
Analisar
o Sistema Penitencirio Nacional foi o objetivo da audincia
pblica realizada pela CDH em 31 de maro. Participaram
do evento, como expositores, o Presidente do Conselho
Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria, Licnio
Barbosa; o Secretrio da istrao Penitenciria
do Estado de So Paulo, Joo Benedicto de Azevedo
Marques; o representante da Human Rights Watch Americas no
Brasil, James Cavallaro; e o representante da Pastoral
Carcerria da CNBB, Padre Francisco Reardon. Proposta
pelos Deputados Nilmrio Miranda e Pedro Wilson, a audincia
foi motivada pela crise no sistema, apontada em relatrio
feito pela Human Rights Watch para a Organizao das Naes
Unidas, segundo o qual o Brasil est entre os nove pases
com a pior situao carcerria no mundo.
Levantamento
realizado pela imprensa mostra que as rebelies nos presdios
brasileiros bateram recorde em 1997 - ano dedicado pela
Campanha da Fraternidade da CNBB situao carcerria.
A CDH tem recebido grande volume de denncias das pssimas
condies dos presdios e de maus-tratos aos presos. O
Presidente do Conselho Nacional de Poltica Criminal e
Penitenciria itiu a gravidade da situao e
informou que o Governo Federal est realizando convnios
com estados para a construo de presdios. O Secretrio
de istrao Penitenciria de So Paulo, por sua
vez, assegurou que at o final do ano seriam inaugurados
diversos presdios de mdio porte no interior para
minimizar a situao no Estado.
COMISSO OUVE DEPOIMENTO DE TESTEMUNHAS DE
ASSASSINATOS DE SEM-TERRA NO PAR
A
Comisso de Direitos Humanos ouviu, no dia 2 de abril, o
relato dramtico de testemunhas oculares dos assassinatos
dos trabalhadores sem-terra Onalcio Arajo Barros, o
"Fusquinha", e Valentim da Silva Serra, o
"Doutor", ocorridos no dia 26 de maro em
Parauapebas-PA. As testemunhas que depam foram Maria
Zilda Pereira Alves e Paulo Rodrigues Arajo, integrantes
do Movimento dos Sem Terra - MST. Participou ainda, como
expositor, o Diretor do Departamento de Conflitos Fundirios,
do Ministrio de Poltica Fundiria, Gilmar Vianna
Conceio. A audincia foi proposta pelo Deputado Luiz
Eduardo Greenhalgh, designado pela CDH para represent-la
no sepultamento das vtimas e acompanhar as primeiras
providncias para a elucidao do crime. Ele fez um
relatrio de sua visita a Parauapebas. A CDH ou a
acompanhar os desdobramentos do inqurito, na expectativa
de evitar a impunidade sobre o duplo assassinato e
contribuir para estabelecer a paz no Sul do Par.
COMISSO DEBATE DIREITOS DA CRIANA
A
Comisso de Direitos Humanos realizou, no dia 16 de
abril, audincia pblica para analisar a situao
social de crianas e adolescentes e os projetos que lhes
dizem respeito em tramitao no Congresso Nacional.
Foram debatidos, na ocasio, temas como o trabalho
infantil, a explorao sexual e as tentativas de reduzir
a idade para imputao penal.
Requerida
pelo Deputado Pedro Wilson, a audincia pblica
coincidiu com a realizao, em Braslia, do V Encontro
Nacional de Meninos e Meninas de Rua. Essa organizao
teve papel relevante na aprovao do Estatuto da Criana
e do Adolescente e agora est mobilizada, com o apoio da
CDH, na reivindicao pela integral implementao do
Estatuto.
Participaram
da audincia, como expositores, representantes do
Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, a
presidente da Frente Parlamentar pelo Fim da Explorao
Sexual de Crianas e Adolescentes, Deputada Marilu Guimares
e a representante da Frente Parlamentar pelos Direitos da
Criana, Deputada Rita Camata.
COMISSO DISCUTE SITUAO DO ESTRANGEIRO
NO BRASIL
A
Situao dos Estrangeiros no Brasil foi o objeto de audincia
pblica realizada pela CDH no dia 28 de abril, atendendo
a requerimento do Deputado Nilmrio Miranda.
Participaram, como expositores, o representante da
Pastoral Social da CNBB e Procurador da Repblica, Dr. Cludio
Lemos Fonteles; o representante do Servio Pastoral
Migrante, Mrio Xavier Steinhoff; o Diretor do
Departamento de Estrangeiros do Ministrio da Justia,
Dr. Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto; o representante da
comunidade rabe de Foz do Iguau-PR, Reda Mohamad
Soveid; e o Presidente da OAB de Foz do Iguau, Mrcio
Rogrio de Souza.
O
evento destinou-se a uma melhor compreenso da situao
vivida no Brasil pelos imigrantes, principalmente os que
se encontram em situao irregular. Examinou-se o nmero
aproximado deles, os problemas de trabalho e moradia, alm
da represso policial que eles enfrentam. As informaes
subsidiaram a ao da Comisso de Direitos Humanos na
defesa dos direitos dos imigrantes, inclusive na tramitao
do projeto dispondo sobre a anistia aos estrangeiros em
situao irregular e o novo Estatuto dos Estrangeiros.
AUDINCIA CONJUNTA DEBATE MUDANAS NO
SETOR AREO E SEGURANA NOS VOS
O
impacto das mudanas no setor areo para a segurana
dos vos foi examinado em audincia pblica conjunta,
realizada em 30 de abril, por trs rgos tcnicos da
Cmara dos Deputados: Comisses de Direitos Humanos;
Economia, Indstria e Comrcio e a de Defesa do
Consumidor, Meio Ambiente e Minorias. O evento foi
realizado em atendimento a requerimento da Deputada Dalila
Figueiredo. Os expositores foram o Presidente da
Transbrasil, Omar Fontana; o Presidente da Vasp, Wagner
Canhedo; o Presidente do Sindicato Nacional das Empresas
Aerovirias, Mauro Gandra; o Secretrio de Direito Econmico
do Ministrio da Justia, Ruy Coutinho; o representante
da Embratur, Alex Castaldi Romera; e o Diretor da TAM,
Rubel Thomas. Os dirigentes das empresas areas
garantiram, na oportunidade, que as mudanas no setor areo,
incluindo o acirramento da concorrncia, no implicam em
aumento de riscos nos vos comerciais.
COMISSO DEBATE FOME NO NORDESTE
A
Comisso de Direitos Humanos realizou, no dia 19 de maio,
audincia pblica para debater a questo da fome que
atingia as populaes afetadas pela seca no Nordeste. Na
ocasio, o Presidente do Tribunal de Justia de
Pernambuco, Desembargador Etreo Galvo, um dos
convidados, defendeu a tese de que "roubar para comer
no crime", referindo-se ao fenmeno dos saques
de alimentos em armazns que ocorreram naquele perodo
no Nordeste. Para Galvo, crime foi a omisso do Governo
ao no evitar a fome que gerou os saques. A audincia
foi requerida pelo presidente da Comisso, Deputado
Eraldo Trindade, que apontou a responsabilidade do Governo
Federal na busca de solues permanentes e emergenciais
para o problema.
Como
resultado do debate, a CDH encaminhou indicaes ao
Governo Federal no sentido de atacar o problema da fome e
evitar o clima de animosidade no Nordeste. Alm do
Presidente do Tribunal de Justia do Estado de
Pernambuco, participaram da audincia a Coordenadora
Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra - MST -
para a regio Nordeste, Maria de Ftima Oliveira; o
General Gilberto Serra, Secretrio Nacional de Segurana
Pblica; e Jos Magalhes, Coordenador de Emergncias
da Critas Brasileira.
A
representante do MST props medidas governamentais para
evitar os efeitos da seca, como obras de infraestrutura e
frentes de trabalho. O Secretrio Nacional de Segurana
Pblica ressaltou a necessidade de se manter a lei e a
ordem, embora reconhecendo a natureza social do problema
da fome. O Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, por sua vez,
defendeu que o governo suspenda a incriminao do MST
pelos saques e abra um dilogo com os movimentos sociais
em busca de solues permanentes.
ANDAMENTO DOS PROCESSOS DE ELDORADO DO CARAJS
E CORUMBIARA
Uma
audincia pblica foi realizada no dia 3 de junho para
tomar conhecimento do andamento dos processos a respeito
dos massacres de trabalhadores rurais em Corumbiara-RO e
Eldorado do Carajs-PA. A audincia foi proposta pelo
Deputado Eraldo Trindade. Participaram o Procurador-Geral
de Justia do Estado do Par, Manoel Santino Nascimento;
o Juiz que presidia o processo sobre o massacre de
Eldorado do Carajs, Octvio Marcelino Maciel; o Chefe
da Casa Civil do Governo do Estado de Rondnia, Jos de
Almeida Jnior; o Procurador-Geral de Justia do Estado
de Rondnia, Ivo Sherer; e o Vice-Presidente do Tribunal
de Justia de Rondnia, Sebastio Teixeira Chaves. O
massacre de Eldorado do Carajs-PA ocorreu em 17 de abril
de 1996, quando 19 trabalhadores sem-terra foram mortos
por policiais. O massacre de Corumbiara-RO foi em 9 de
agosto de 1995, resultando em 11 mortos.
O
Procurador-Geral de Justia do Par culpou o arcasmo
da legislao vigente pela demora no julgamento. O Juiz
Octvio Marcelino Maciel, por sua vez, explicou que,
considerando-se o grande nmero de pessoas envolvidas,
acusados e testemunhas, o processo est sendo realizado
em prazo recorde. Os recursos estavam sendo analisados
pelo Supremo Tribunal Federal. J o Procurador-Geral de
Justia de Rondnia, Ivo Sherer, informou que o Ministrio
Pblico deu prioridade ao caso de Corumbiara, atribuindo
a demora natureza da ao, as caractersticas do
processo legal e s circunstncias do crime. Disse que
todos os policiais envolvidos no massacre esto
trabalhando.
CDH RECEBE NDIOS XUCURU
A
Comisso de Direitos Humanos realizou audincia pblica
no dia 4 de junho com 45 membros da comunidade indgena
Xucuru, residentes no Municpio de Pesqueira-PE, onde o
Cacique Chico, lder da comunidade, foi assassinado no
dia 20 de maio. O evento foi proposto pelo Deputado
Fernando Ferro. Familiares e amigos de Chico solicitaram
cooperao no sentido da apurao do crime, proteo
contra ameaas a 21 indos e homologao da rea
Xucuru, que teve sua demarcao contestada por
fazendeiros interessados junto ao Supremo Tribunal
Federal.
O
Cacique Chico exerceu importante liderana para a
conquista da demarcao. No vdeo exibido durante a
audincia, o cacique apare, em discurso perante sua
comunidade, advertindo para a possibilidade de vir a ser
assassinado. Em setembro de 1997, Chico esteve no Ministrio
da Justia para denunciar as ameaas que vinha sofrendo,
mas no obteve garantia de vida.
O
Presidente da Comisso, Deputado Eraldo Trindade, assinou
durante a audincia a designao do deputado Fernando
Ferro, para acompanhar a situao dos Xucuru. O
parlamentar pernambucano anunciou que realizaria audincia
conjunta com a Comisso de Direitos Humanos da Assemblia
Legislativa de Pernambuco, em Pesqueira, com a presena
de autoridades pblicas e integrantes de organizaes
civis. O objetivo prestar solidariedade e ouvir
testemunhos das ameaas sobre a comunidade indgena.
Posteriormente, Fernando Ferro apresentou relatrio sobre
a audincia e outras atividades realizadas em Pernambuco.
A CDH tambm oficiou s autoridades federais solicitando
rigorosa investigao, com a participao da Polcia
Federal na apurao do crime e na proteo aos ndios
ameaados, alm da agilizao do exame da contestao
da demarcao pelo STF.
RETRATO DA VIOLNCIA CONTRA A MULHER
A
Comisso de Direitos Humanos realizou, no dia 30 de
junho, a audincia pblica "A violncia contra a
mulher e o papel da imprensa escrita na divulgao e
formao da conscincia da populao". O evento,
requerido pelo Deputado Pedro Wilson, objetivou o
aprofundamento da discusso sobre violncia contra as
mulheres brasileiras a partir de informaes constantes
no livro
"Primavera j partiu - Retrato dos homicdios
femininos no Brasil", publicado pelo Movimento
Nacional de Direitos Humanos. Alguns autores do livro
participaram da audincia pblica como expositores: a
Professora Lia Zanotta Machado; o Socilogo Ricardo
Barbosa de Lima; a Coordenadora do Movimento Nacional de
Direitos Humanos, Valria Getlio de Britto e Silva; a
Professora Lourdes Maria Bandeira. Tambm participou,
como expositora, a Senadora Benedita da Silva.
AUDINCIA DEBATE SITUAO DOS BRASILEIROS
EM GUIN-BISSAU
A
situao dos brasileiros residentes na regio do
conflito militar em Guin-Bissau deflagrado no final de
junho foi debatida em audincia pblica no dia 1 de
julho, atendendo a requerimento proposto pelo Deputado
Luiz Alberto. Participaram, como expositores convidados, o
Diretor-Geral de Assuntos Consulares, Jurdicos e de
Assistncia a Brasileiros no Exterior, do Itamaraty,
Embaixador Lcio Pires de Amorim, alm de representantes
da comunidade guineense residente no Brasil. O objetivo do
evento foi conhecer as providncias do Ministrio das
Relaes Exteriores para retirar os brasileiros do pas
conflagrado e as possibilidades de o Brasil contribuir nas
negociaes de paz naquele pas integrante, como o
nosso, da comunidade de lngua portuguesa.
VIOLAO DOS DIREITOS HUMANOS DE BRASILEIROS NO PARAGUAI
A
CDH realizou audincia pblica em 5 de novembro, para
discutir a violao de direitos humanos de brasileiros
no Paraguai, evento proposto pelo Deputado Eraldo
Trindade. Participaram, como expositores, o Diretor-Geral
de Assuntos Consulares, Jurdicos e de Assistncia a
Brasileiros no Exterior, Embaixador Lcio Pires de
Amorim, representando o Ministrio das Relaes
Exteriores; a Secretria Nacional de Justia, Dra.
Sandra Valle, representando o Ministrio da Justia; o
representante da Comisso Nacional de Direitos Humanos da
OAB, Dr. Paulo Machado Guimares; e o Secretrio
Executivo do Movimento Nacional de Direitos Humanos,
Reverendo Romeu Olmar Klich.
Foi
exibida, na ocasio, uma fita de vdeo contendo srie
de reportagens do SBT, divulgadas no "Programa do
Ratinho", dando conta de graves problemas envolvendo
o narcotrfico, a prostituio de meninas brasileiras
no Paraguai e a situao de presos brasileiros naquele
pas. Procurou-se, com a audincia, conhecer a extenso
das violaes dos direitos de brasileiros no Paraguai alm
de solicitar providncias enrgicas das autoridades
responsveis pela assistncia jurdica aos brasileiros
no exterior. Concluiu-se, do evento, em que pesem os esforos
do Itamaraty no apoio aos nacionais no pas vizinho, que
a estrutura disponvel insuficiente para o atendimento
jurdico daquela comunidade, principalmente em se
considerando as deficincias da Justia paraguaia.
OS DIREITOS HUMANOS DE BRASILEIROS NO
EXTERIOR
As
Comisses de Direitos Humanos e de Relaes Exteriores
e de Defesa Nacional reuniram-se em audincia pblica
conjunta no dia 1 de dezembro, para debater a violao
de direitos humanos de brasileiros no exterior. O Ministrio
das Relaes Exteriores foi representado pelo
Diretor-Geral de Assuntos Consulares, Jurdicos e de
Assistncia a Brasileiros no Exterior, Embaixador Lcio
Pires Amorim, e pelo Diretor-Geral de Direitos Humanos e
Temas Sociais do Itamaraty, Marco Antnio Diniz Brando.
Tambm participaram, como expositores, a Professora
Tereza Sales, do Centro de Estudos sobre Migraes
Internacionais da Unicamp, o Professor de Direito
Internacional da USP, Masato Nimomya, a editora Clia Abe
Oi e a jornalista Ccia Corts, todos destacados
especialistas no tema.
A
agresso a direitos dos brasileiros que emigraram vem
aumentando com a prpria emigrao. Estima-se que cerca
de 1,5 milho de brasileiros estejam vivendo hoje no
exterior, concentrados nos Estados Unidos, Paraguai, Japo
e pases europeus. O xodo apresenta as caractersticas
de refgio econmico, em razo das precariedades do
mercado de trabalho no Brasil. Muitos membros dessas
comunidades brasileiras vm sofrendo sanes de
natureza documental, laboral e social, com restries de
direitos e alvo de represlias sociais e governamentais,
em flagrante contraste com o tratamento assegurado pela
Constituio brasileira aos estangeiros residentes no Pas.
So freqentes tambm os episdios de aliciamento de
brasileiras com a finalidade de serem exploradas
sexualmente no exterior. A audincia foi requerida pelos
Deputados Walter Pinheiro e Luiz Eduardo Greenhalgh.
AUDINCIA OUVE DEPOIMENTO DE TRABALHADORES RURAIS VTIMAS DE VIOLNCIA
Em
audincia pblica no dia 2 de dezembro, a Comisso de
Direitos Humanos ouviu os depoimentos dos trabalhadores
rurais Ccero Denivaldo Gomes da Silva e Edelson Alves de
Moraes, ambos vtimas de torturas praticadas por
policiais militares, no dia 13 de novembro, no Municpio
de Piraqu-TO.
Tambm depam, sobre o assunto, a Coordenadora
do Centro de Direitos Humanos de Palmas-TO, Irm Leonzia
Izabel da Silva, e o reprter do Estado de S. Paulo,
Gerson Camarotti, autor de reportagem sobre as torturas. O
caso ensejou a realizao de outra audincia pblica,
no dia 9 de dezembro, e o seu acompanhamento pela CDH. Os
Centros de Direitos Humanos de Palmas e de Cristalndia,
ambos no Tocantins, apresentaram dossi com mais de 200 pginas,
registrando numerosos casos de violncia policial no
Estado, inclusive fotos do Sr. Ccero com as marcas no
corpo das torturas que sofreu.
Na
mesma audincia, outro grupo de agricultores, de Querncia
do Norte-PR, deps a respeito de sucesso de violncias
cometidas por seguranas contratados por fazendeiros
daquela regio contra integrantes do MST. O caso j
havia sido objeto de audincia da CDH, em 17 de fevereiro
deste ano e, embora o ento Ministro da Justia, ris
Rezende tivesse prometido a interveno da Polcia
Federal, permanece a impunidade sobre os responsveis
pelas violncias cometidas contra os lavradores. A audincia
foi requerida pelo Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh.
COMISSO INVESTIGA VIOLNCIA POLICIAL EM
TOCANTINS
Em
nova audincia, no dia 9 de dezembro, a Comisso de
Direitos Humanos da Cmara dos Deputados retomou o debate
sobre a violncia policial no Estado do Tocantins. Foram
convidados o Secretrio de Justia e Segurana Pblica,
General Athos da Costa de Farias; o Procurador-Geral de
Justia, Dr. Jos Omar Almeida Jnior; o Presidente do
Tribunal de Justia, Dr. Joo Alves da Costa; o
Comandante-Geral da Polcia Militar, Coronel Napoleo de
Souza Luz Sobrinho; o Promotor de Justia Edson Azambuja;
e a Juza da Comarca de Wanderlndia, Joana Elias da
Silva.
Dessas
autoridades, somente o promotor de Justia Edson Azambuja
compareceu audincia, na qual solicitou garantia de
vida para si e para sua famlia. Segundo ele, quem se
dispe a falar sobre a violncia naquele Estado
costumeiramente apontado como "inimigo do
Tocantins". Tambm participaram do evento a
Coordenadora do Centro de Direitos Humanos de Palmas, Irm
Leonzia Izabel da Silva; e o Bispo de Cristalndia-TO,
Dom Heriberto Hermes.
Foi
deliberado, na ocasio, pedir ao Ministrio da Justia
proteo e garantia de vida para Ccero e Edelson, para
Jalson Maximiano da Silva - outra vtima de priso
arbitrria e torturas por policiais militares, alm dos
integrantes do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de
Palmas. O evento foi requerido pelo Deputado Luiz Eduardo
Greenhalgh.
COMISSES HOMENAGEIAM CHICO MENDES
As
Comisses de Direitos Humanos e de Defesa do Consumidor,
Meio Ambiente e Minorias realizaram, no dia 08 de
dezembro, a audincia pblica "Dez anos sem Chico
Mendes". A homenagem inseriu-se nas comemoraes da
Cmara dos Deputados do Cinqentenrio da Declarao
Universal dos Direitos Humanos - que transcorreu no dia
10/12/98 - e refletiu a preocupao do Poder Legislativo
e da sociedade brasileira para com a devastao
ambiental e suas graves conseqncias para os povos da
Floresta Amaznica. O evento, que contou com a participao
de diversas representaes de organizaes no-governamentais,
teve a senadora Marina Silva como expositora.
Chico
Mendes foi assassinado no dia 22 de dezembro de 1988, na
sua residncia, em Xapuri-AC, em razo de sua luta pelo
direito dos povos da floresta terra. Ainda vivo, Chico
teve seu trabalho reconhecido por organizaes
internacionais de defesa do meio ambiente e dos direitos
humanos, tendo sido, inclusive, laureado com o Prmio
Global 500, pela sua atuao em defesa da vida e do
desenvolvimento autosustentado da Amaznia. A audincia
foi realizada atendendo a requerimento do Deputado Pedro
Wilson.
AUDINCIA EM MACAP COMEMORA CINQENTENRIO
Proposta
pelo Deputado Eraldo Trindade, uma audincia pblica da
Comisso de Direitos Humanos foi realizada em Macap, no
dia 12 de dezembro, em parceria com o Governo do Estado do
Amap. Alm do Presidente, tambm representou a CDH no
evento a Deputada Alzira werton. Participaram, entre
outras autoridades, o Governador do Estado, Joo Alberto
Capiberibe, o Presidente do Tribunal de Justia,
Desembargador Gilberto de Paula Pinheiro; a
Procuradora-Geral de Justia, Dra. Raimuinda Clara Banha
Picano, as Deputadas Federais Raquel Capiberibe, Ftima
Pelaes, Deputado Federal Evandro Milhomem; Secretrio de
Segurana Pblica, Dr. Js de Arimatha;
Comandante-Geral da PM, Coronel Moreira; Delegado-Geral da
Polcia Civil, Dr. Paulo Csar. O evento contou ainda
com representantes de diversas instituies pblicas e
organizaes no-governamentais.
Os
participantes analisaram as conquistas e omisses na
implementao dos valores preconizados pela Declarao
Universal dos Direitos Humanos no Brasil e no Amap. A
trajetria da Comisso de Direitos Humanos foi lembrada
e as autoridades enumeraram as realizaes em suas
respectivas reas de competncia. Destacaram-se, entre
tais realizaes, o sistema unificado de segurana pblica
do Estado, que tem no respeito aos direitos humanos uma de
suas principais vertentes. O sistema, que teve a colaborao
da Anistia Internacional em sua formulao, inclui a
implantao da polcia interativa, que vem alcanando
bons resultados.
Encerrada
a audincia pblica, os representantes da CDH visitaram
os rgos da estrutura de atendimento criana e
adolescente do Estado, a qual foi considerada modelar,
assim como a polcia interativa.
Audincias Informais
CDH OUVE RELATO SOBRE ATAQUES A SEM-TERRA DO
PARAN
A
CDH realizou audincia informal com representantes de
trabalhadores rurais do Paran, no dia 17de fevereiro. O
Coordenador da Comisso Pastoral da Terra no Paran,
Darcy Frigo; o dirigente do MST no Estado, Roberto Baggio;
e o advogado Marino Gonalves, da Rede dos Advogados
Populares relataram o ataque desferido a dois acampamentos
do MST no municpio de Marilena-PR, por cerca de oitenta
pistoleiros armados e encapuzados, que assam o
lavrador Sebastio Camargo Filho e fizeram dezenas de
feridos. Os representantes dos sem-terra do Paran,
juntamente com membros da CDH, mantiveram, em seguida,
audincia com o ento Ministro da Justia, ris
Rezende, que comprometeu-se em instaurar inqurito da Polcia
Federal para apurar as responsabilidades. A audincia foi
requerida pelo Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh.
CDH DEBATE CONCESSO DE ANISTIA AOS PUNIDOS
PELO REGIME MILITAR
A
Comisso de Direitos Humanos realizou audincia informal
no dia 18 de junho, quando debateu o problema do
indeferimento sistemtico da anistia aos punidos por razes
polticas durante o regime militar. Entidades
representativas de diversos segmentos dos anistiados
participaram do encontro. O direito anistia, garantido
pela Constituio, no est sendo obtido na prtica
pela maioria dos civis e militares demitidos por atuao
poltica e sindical. A comisso do Ministrio do
Trabalho que examina os processos de anistia tem
indeferido os processos sob alegaes consideradas
injustas. Nos trs primeiros anos do primeiro Governo
Fernando Henrique Cardoso, somente 35 peties foram
concedidas, contra 627 durante o Governo Sarney, 183
durante o Governo Collor e 896 durante o Governo Itamar
Franco. Foi avaliada, na audincia, proposta de fiscalizao
e controle da concesso dos direitos devidos aos punidos
por razes polticas e sindicais, apresentada pelo
Deputado Maurcio Requio. A audincia foi requerida
pelo deputado Eraldo Trindade.
AUDINCIA COM A RELATORA ESPECIAL DA COMISSO
DE DIREITOS HUMANOS DA ONU, FATMA-ZOHRA OUHACHI-KSENTINI
A
relatora especial informou que a Comisso de Direitos
Humanos da ONU adotou resoluo sobre os resduos txicos
e o gozo dos direitos humanos, informando ainda sobre a
existncia de uma tendncia em de transferir, dos pases
desenvolvidos para os em desenvolvimento, resduos txicos
potencialmente perigosos para a sade humana e para o
meio-ambiente. O presidente da Comisso de Direitos
Humanos, deputado Eraldo Trindade, informou que, no
Brasil, no h fatos concretos que indiquem o risco de o
pas tornar-se depositrio desses resduos.
O
deputado considerou tambm que, embora seja um assunto
com contaes tcnicas importantes, ele tem implicaes
polticas polmicas, e no h, no Brasil, uma legislao
completa para tratar do problema. O tema s foi tratado
com maior ateno depois do acidente com o Csio 157,
ocorrido em Goinia-GO. O presidente da CDH disse tambm
que o Brasil no deve aceitar presses de pases
desenvolvidos para aceitar ser depsito de substncias txicas.
No obstante, reconheceu o parlamentar, "a participao
do Brasil num acordo de cooperao internacional reforaria,
internamente, a nossa preocupao em aperfeioar a
legislao sobre a matria.
O
deputado Eraldo Trindade comprometeu-se, ainda, em oficiar
ao presidente da Repblica e ao Ministro do Meio Ambiente
estimulando o controle mais objetivo e a participao em
eventuais acordos de cooperao contra a aceitao, em
nosso territrio, de rejeitos txicos.
AUDINCIA COM O SECRETRIO DE RECURSOS
HUMANOS DO MINISTRIO DA ISTRAO FEDERAL
Reuniram-se
na Comisso de Direitos Humanos, no dia 24 de junho, o
Secretrio de Recursos Humanos do Ministrio da
istrao Federal e Reforma do Estado, Antnio de Pdua
Casella, e representantes de diversas entidades sindicais
dos servidores pblicos federais que trabalham nos
ex-territrios, os atuais estados de Amap, Roraima e
Rondnia. Convidado pelo presidente da Comisso de
Direitos Humanos, Deputado Eraldo Trindade, o Secretrio
prestou esclarecimentos sobre diversos aspectos do
tratamento atribudo aos servidores pblicos federais
pelo Ministrio. O Secretrio respondeu s indagaes
formuladas pelo Deputado Eraldo Trindade e pelos
sindicalistas, comprometendo-se com a resoluo de vrias
questes pendentes em acordos anteriores entre o Governo
Federal e os novos estados.
Sesso Solene
SESSO SOLENE HOMENAGEIA DIA DA DECLARAO
UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
A Cmara
dos Deputados, atendendo a requerimento formulado pelo
Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, realizou sesso solene
em homenagem aos 50 anos da Declarao Universal dos
Direitos Humanos no dia 10 de dezembro, no plenrio
Ulysses Guimares.
SUBCOMISSES E MISSES EXTERNAS
Um
dos instrumentos privilegiados de interveno nos casos
importantes a presena dos parlamentares da Comisso
no local onde os fatos ocorrem. Alm da solidariedade, o
contato direto com as famlias de vtimas, as
autoridades e a comunidade, permite a coleta de informaes
mais precisas e a definio de providncias em conjunto
com entidades locais. Sempre que h um caso grave ou a
realizao de um evento importante para os direitos
humanos, e se requer a presena da Comisso, ela tem
procurado enviar representantes, o que nem sempre possvel
em funo das restries existentes quanto aos gastos
que os deslocamentos acarretam. Mesmo assim, parlamentares
da CDH tm participado dessas atividades, normalmente sem
nus para a Cmara dos Deputados.
SUBCOMISSO
Situao
dos garimpeiros de Serra Pelada e assassinato de sem-terra
em Parauapebas-PA
A
CDH constituiu, em junho de 1998, Subcomisso para
verificar a situao dos garimpeiros de Serra Pelada e
as providncias para a apurao do assassinato dos
trabalhadores rurais sem-terra Onalcio Arajo Barros, o
"Fusquinha", e Valentim da Silva Serra, o
"Doutor". Presidida pelo Deputado Luiz Eduardo
Greenhalgh, 2 Vice-Presidente da CDH, e integrada pelo
Deputado De Velasco, a Subcomisso foi ao Sul do Par no
dia 15 de junho de 1998, acompanhada pelo Dr. Perclio de
Souza, representante da OAB no Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana, do Ministrio da Justia.
Em
Serra Pelada, a Subcomisso foi recebida por 3 mil
pessoas, ansiosas por uma soluo para os trabalhadores
remanescentes do garimpo. Em dezembro de 1996, os
garimpeiros foram retirados pelo Exrcito, para imitir na
posse de 100 hectares da rea a Companhia Vale do Rio
Doce. Sem alternativas de trabalho, cerca de 10 mil
pessoas permaneceram, vivendo em extrema misria e
constantemente perseguidos e humilhados por 150 policiais
militares do Par, encarregados de proteger a rea da
CVRD. A Subcomisso realizou gestes junto ao Governo do
Par e Governo Federal para minimizar os problemas dos
garimpeiros, assegurando alternativas de sobrevivncia
aos mesmos.
Em
Parauapebas, os membros da Subcomisso tomaram
conhecimento dos fatos sobre o andamento do processo
judicial instaurado para apurar as responsabilidades do
assassinato dos dois sem-terra em 26 de maro. A
Subcomisso assumiu o compromisso de pleitear junto ao
Governo do Estado do Par a indenizao s famlias
das vtimas e, junto Procuradoria-Geral de Justia,
substituio do promotor responsvel pelo inqurito.
MISSES EXTERNAS
1.
Misso externa a Pernambuco, para realizar audincia pblica
em Pesqueira e levantamento de dados sobre a violncia
contra a tribo dos ndios xucurus. Realizada em junho de
1998, a misso foi desempenhada pelo Deputado Fernando
Ferro, que tambm coletou informaes sobre a rea
pertencente aos ndios e as ameaas de violncia a
membros da comunidade. Resultante da misso, vrios
requerimentos s autoridades responsveis foram
encaminhados, solicitando segurana aos ndios ameaados
e a continuidade do processo de demarcao e homologao
da reserva xucuru.
2.
Misso externa a So Paulo, a cargo do Deputado Pedro
Wilson, para participar de uma reunio do Movimento
Nacional de Direitos Humanos nos dias 13 e 14 de janeiro
de 1999, quando foram debatidos a proteo de
testemunhas e vtimas de crimes contra a vida e programas
estaduais de direitos humanos.
3.
Misso externa a Flrida, EUA, em maro de 1998, pelo
Deputado Walter Pinheiro, que participou de uma srie de
eventos com a comunidade brasileira residente naquele
estado norte-americano, inclusive visita ao Consulado do
Brasil em Miami e contatos com o Conselho de Cidados
Brasileiros. A misso subsidiou aes da CDH de defesa
dos interesses de nacionais residentes no exterior.
4.
Misso externa a Goinia, em 12 de maro de 1998, em
que a Comisso de Direitos Humanos foi representada pelo
Deputado Pedro Wilson num encontro da Campanha da
Fraternidade - Educao e Fraternidade.
5.
Misso externa Bahia, desempenhada pelo Deputado Luiz
Alberto, que representou a CDH em comemorao do Dia
Internacional para Eliminao da Discriminao Racial,
no dia 25 de maro na Cmara Municipal de Barreiras-BA.
6.
Misso externa Bahia, no dia 20 de maio, onde a CDH
foi representada pelo Deputado Luiz Alberto em audincia
pblica realizada na Justia Federal de Ilhus,
destinada a definir esforos conjuntos para assegurar a
posse pela comunidade indgena patax de terras de suas
reservas ocupadas por fazendeiros.
7.
Misso externa desempenhada pelo Deputado Luiz Eduardo
Greenhalg no acompanhamento do juri popular em Bauru-SP,
no qual a vtima Antnio Porfrio.
8.
Misso externa a Salvador-BA, para representao da CDH
no Encontro Brasileiro de Cidadania, realizado em 12 de
maio. A misso ficou a cargo do Deputado Luiz Alberto.
9.
Misso externa a Curitiba-PR, em 30 de abril, quando o
Deputado Flvio Arns representou a CDH no seminrio
Trabalho e Cidadania, promovido pela Anistia Internacional
e a Fora Sindical.
10.
Misso externa desempenhada pelo Deputado Pedro Wilson em
Barra do Garas-MT, onde participou, como observador da
CDH, do julgamento dos trs acusados de terem assassinado
o radialista Aparcio Ferreira da Silva - Aparcio Reis.
11.
Misso externa desempenhada pelo Deputado Roberto Valado,
em Vitria-ES, onde representou a CDH no seminrio
Criminalidade no Esprito Santo, evento promovido no dia
19 de junho no auditrio da TV Gazeta.
12.
Misso externa em So Paulo, no dia 24 de novembro,
desempenhada pelo Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, para,
em nome da CDH, acompanhar a reviso criminal do processo
dos seqestradores do empresrio Ablio Diniz.
13.
Misso externa a Salvador-BA, no dia 26 de novembro, para
participar das comemoraes do Dia Nacional da Conscincia
Negra, no plenrio da Assemblia Legislativa do Estado
da Bahia. A misso foi desempenhada pelo Deputado Luiz
Alberto.
14.
Misso externa a Feira de Santana-BA, no dia 18 de
novembro, pelo Deputado Luiz Alberto, que representou a
CDH nas comemoraes da Semana da Conscincia Negra, na
qual participou da mesa redonda Diversidade e Cidadania.
15.
Misso externa a Jundia-SP, desempenhada pelo Deputado
Luiz Eduardo Greenhalg, para participar de atividades
relacionadas contestao das aes do juiz daquela
cidade Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, no caso de crianas
tomadas das mes para serem dadas para adoo a casais
estrangeiros.
16.
Misso externa a Salvador-BA, para representar a CDH em
sesso especial da Assemblia Legislativa da Bahia, no
dia 2 de junho, com a finalidade de avaliar as aes pblicas
e as necessidades da populao das regies atingidas
pela seca no Estado. A misso ficou a cargo do Deputado
Luiz Alberto.
17.
Misso externa a Salvador-BA, em 21 de maio, onde o
Deputado Luiz Alberto representou a CDH no seminrio Violncia:
o que fazer?, promovido pela Comisso de Direitos Humanos
da Assemblia Legislativa da Bahia.
18.
Misso externa a Paris, Frana, entre 8 e 10 de dezembro
de 1998, quando o Deputado Hlio Bicudo representou a CDH
nas celebraes, em carter universal, do Cinqentenrio
da Declarao Universal dos Direitos Humanos, a convite
do Governo da Frana.
19.
Misso externa aos campos Saharawi (Saara Ocidental, frica),
entre 3 e 13 de dezembro de 1998, desempenhada pelo
Deputado Luiz Alberto, para acompanhar referendum a plano
de paz das Naes Unidas.
20.
Misso externa para participar de encontros e debates
sobre direitos humanos e movimento sindical no Brasil,
realizados em Firenze, Itlia, entre 15 e 23 de abril,
pelo Deputado Luiz Alberto.
PARTICIPAO EM CAMPANHAS
1.
Mostra de Direitos Humanos - A Comisso de Direitos
Humanos participou da II Mostra Internacional de Direitos
Humanos, realizada durante a Festa das Naes, de 2 a 6
de dezembro, na Expocenter, de Braslia, em parceria com
dezenas de embaixadas e organismos internacionais e
nacionais de direitos humanos. Houve exposio,
palestras, um concurso para estudantes denominado "As
Naes Construindo o Homem de Bem", ato ecumnico
e a plantao de rvores tpicas de diversos pases
na chamada Alameda das Naes. Em seu
stand, a CDH distribuiu exemplares de suas publicaes
e manteve funcionrios para atender aos visitantes.
2.
Campanha "Uma vida sem violncia um direito
nosso" - Promovida pelo Sistema das Naes
Unidas no Brasil e Ministrio da Justia/Secretaria
Nacional de Direitos Humanos, conta com a adeso de mais
de 100 entidades, inclusive a Comisso de Direitos
Humanos. No mbito da campanha, foi assinado, no dia 25
de novembro de 1998, o Pacto Comunitrio Contra a Violncia
Intrafamiliar. A CDH promoveu, em conjunto com entidades
feministas, o seminrio "Direitos humanos das
mulheres e a violncia intrafamiliar", em 24 de
novembro, que produziu um conjunto de propostas
encaminhadas aos coordenadores da campanha.
PARTICIPAO EM FRUNS,
CONSELHOS E COMITS
A
participao da Comisso de Direitos Humanos em fruns
e conselhos de mbito nacional foram constantes durante o
ano. Essa participao visa promover maior integrao
institucional no esforo para a consecuo de objetivos
comuns, alm de ampliar a troca de informaes sobre as
atividades de cada entidade.
1.
CDDPH - Trs membros da Comisso de Direitos Humanos
participaram, em 1998, como conselheiros, do Conselho de
Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CDDPH, do Ministrio
da Justia: o Presidente da Comisso, Deputado Eraldo
Trindade, e os Deputados Hlio Bicudo e Pedro Wilson.
Alguns casos sob a responsabilidade do CDDPH foram levados
pela Comisso de Direitos Humanos. A participao da
CDH no Conselho tem possibilitado uma parceria frutfera
entre os Poderes Legislativo e Executivo no enfrentamento
das principais questes sobre direitos humanos. O CDDPH
o principal rgo federal do Poder Executivo na rea.
2.
Frum Nacional Contra a Violncia no Campo - A CDH
participa desse frum integrado por mais de 30 instituies
atuantes, como a Procuradoria-Geral da Repblica, OAB,
CNBB, organizaes no-governamentais e representaes
dos trabalhadores rurais. A misso do frum buscar
solues para problemas relacionados violncia no
campo, acompanhando a tramitao de processos sobre
casos importantes e promovendo o combate impunidade.
3.
Trabalho Infantil - A CDH integra o Frum Nacional de
Preveno e Erradicao do Trabalho Infantil,
juntamente com representaes de ministrios, ONGs,
organismos internacionais e associaes de classe. O frum
tem como misso promover o desenvolvimento integral da
criana e do adolescente, protegendo ou retirando do
trabalho crianas e adolescentes menores de 18 anos,
buscando sua escolarizao no mnimo at a 8 srie.
4.
Comit Galdino - A CDH integrou o Comit Galdino
Jesus dos Santos, constitudo por entidades indigenistas
e de direitos humanos para acompanhar as decises
judiciais relacionadas ao homicdio do ndio Galdino
Jesus dos Santos e lutar contra a impunidade dos autores
do crime. O Comit coletou num abaixo-assinado 27 mil
s pedindo justia e a demarcao das terras
dos patax h-h-he no Sul da Bahia. Galdino foi
queimado vivo por um grupo de jovens em 20 de abril de
1997 em Braslia.
O
Tribunal de Justia do Distrito Federal, em julgamento de
recurso realizado em abril de 1998, manteve deciso da Juza
Sandra Santis de Mello, que desclassificou o crime de
hediondo para crime de leso corporal seguida de morte.
Novo recurso contra a deciso, desta feita junto ao
Superior Tribunal de Justia, dever ser julgado em
breve, solicitando juri popular.
FISCALIZAO
A
funo constitucional de fiscalizao, caracterstica
do Poder Legislativo, tem sido desempenhada pela Comisso
de Direitos Humanos por meio do acompanhamento das aes
governamentais e da execuo oramentria na sua rea
de competncia. Embora sua atuao se concentre na
esfera federal, a CDH, para dar respostas s denncias
que recebe, atua freqentemente na verificao de aes
prprias dos governos estaduais, sobretudo aquelas
ligadas segurana pblica. Como mtodo de trabalho,
a CDH procurou no esgotar sua fiscalizao na crtica
e na denncia. De cada procedimento instaurado, procurou
extrair exemplos e sugestes de medidas permanentes para
inibir novas violaes e contribuir para enriquecer o
processo de construo da cultura da cidadania e dos
direitos humanos.
A CDH E O PROCESSO ORAMENTRIO
A
Comisso de Direitos Humanos tem atribudo ao Oramento
da Unio grande relevncia como instrumento do exerccio
da cidadania. Para seus membros e dirigentes tem sido
muito clara a responsabilidade e o papel da instituio
na garantia de dotaes oramentrias para viabilizar
aes de proteo aos direitos humanos, coordenadas
pelo Poder Executivo.
Assim, desde a criao da Comisso, temos oferecido um
exemplo significativo de abordagem transparente e democrtica
do processo oramentrio.
A resoluo n 2, de 1995, da Comisso Mista de Oramento, do
Congresso Nacional, estabelece que as Comisses
Permanentes podero apresentar cinco emendas ao projeto
de lei oramentria, relativas s matrias que lhes
sejam afetas regimentalmente. Esse direito tem sido aproveitado com rigor democrtico pela
Comisso de Direitos Humanos. As organizaes
governamentais e no-governamentais que atuam na rea
dos direitos humanos so convidadas para debater a aplicao
das verbas pblicas e oferecer sugestes ao plenrio da
Comisso. O
grande interesse demonstrado por essas entidades em relao
lei oramentria anual e sua tramitao no
Congresso Nacional tem surpreendido.
Essa
troca de informaes entre os vrios setores que atuam
na defesa dos direitos humanos possibilita direcionar as
atividades e metas da Comisso, especialmente as de longo
e mdio prazos. Torna possvel tambm uma interveno
dessas entidades de direitos humanos no processo de
tramitao da lei oramentria, inclusive perante
outras Comisses Permanentes do Congresso Nacional e
mesmo perante os parlamentares individualmente. Dessa
forma, as emendas apresentadas pela CDH vm revestidas da
legitimao no s da deliberao plenria da
Comisso como das entidades da sociedade civil, que
apresentam suas sugestes.
A Comisso
de Direitos Humanos tem apresentado sistematicamente suas
cinco emendas desde 1995, aps a votao das sugestes
pelos deputados membros. Essas emendas, depois de
apreciadas e votadas pela Comisso Mista de Oramento, vo
sano presidencial. Em seguida, a CDH a a atuar
na fiscalizao da execuo oramentria,
estimulando as entidades que contriburam para a aprovao
das emendas para participarem desse processo, de modo a
assegurar a efetiva aplicao dos recursos previstos.
Para
um pas de dimenses continentais e grande contingente
populacional como o Brasil, as dotaes tm valores
bastante reduzidos. Para o oramento do exerccio de
1998, menos de 10% dos recursos realocados pelo Congresso
decorreram de emendas das comisses permanentes. Alm
disso, o oramento autorizativo e o Poder Executivo,
em muitos casos e por diferentes razes, no executa
inteiramente as emendas aprovadas pelo Congresso Nacional.
Nesse aspecto, as emendas das Comisses acabam sendo
prejudicadas face carncia de recursos e sua disputa
pelos interesses polticos. Na verdade, o volume dos
recursos destinados e efetivamente aplicados pelo Poder
Executivo no tm correspondido importncia que a
sociedade brasileira e o prprio Governo Federal vm
atribuindo aos direitos humanos.
Emendas da CDH
Para
o Oramento de 1999, a Comisso de Direitos Humanos
apresentou, no ano ado, as seguintes emendas:
1.
Atendimento mdico s comunidades indgenas -
Valor: R$ 10 milhes
A
populao indgena existente no Brasil estimada por
dados oficiais em 325.625 pessoas, distribudas em 215
povos. Prestar assistncia mdica a esses povos dever
constitucional da Unio. Entretanto, os cortes no Oramento
da Unio tm atingido drasticamente os dispndios para
a assistncia mdica dos indgenas. Em conseqncia,
ocorreu nessas comunidades aumento da incidncia de doenas
como malria, tuberculose, febre amarela, coqueluche,
hidrofobia e as doenas sexualmente transmissveis.
Segundo dados do setor de sade da Fundao Nacional do
ndio - FUNAI, somente entre os yanomami doenas
respiratrias causaram, entre janeiro e agosto de 1998,
52 mortes, a maioria de crianas, alm de provocarem o
esgotamento dos estoques de diversos medicamentos da
instituio.
Com
os cortes no Oramento previsto para 1999, ser difcil
a FUNAI manter as Casas do ndio (misto de hospital,
ambulatrio e alojamento), que j vm funcionando de
forma precria. Os recursos da presente emenda de autoria
da CDH, se mantidos, propiciaro a manuteno das
instituies destinadas ao atendimento das comunidades
indgenas e dos convnios para atendimento mdico
prestados por prefeituras municipais. Desta forma, a
emenda visa a reparar a deficincia do rgo
indigenista em sua misso de efetivar as obrigaes do
Estado para com os povos indgenas, atendendo a um
imperativo dos direitos humanos.
A
emenda foi aprovada parcialmente pela Comisso de Oramento
e pelo Congresso Nacional, no final de janeiro de 1999, no
valor de R$ 4 millhes.
2.
Proteo a vtimas e testemunhas de crimes contra a
vida - Valor: R$ 5 milhes
Sensvel
aos clamores da sociedade civil e de parcela significativa
do Estado que pretende afastar a impunidade como fator de
estmulo reincidncia criminal, a Comisso de
Direitos Humanos vem promovendo debates que bem demonstram
a necessidade de se implantar, em todo o territrio
nacional, um Programa de Proteo a Vtimas e
Testemunhas - j previsto, em projetos de lei em tramitao
no Congresso Nacional. No seu expediente ordinrio, a
Comisso tem recebido numerosas demandas que apontam a
ameaa vida como fator inibidor do alcance da Justia.
Mesmo
sem dispor ainda de lei especfica, foi criado em 1997 e
implantado em 1998 no mbito do Ministrio da Justia,
o Programa de Proteo a Vtimas e Testemunhas -
PROVITA, a partir da experincia do Gabinete de Apoio Jurdico
s Organizaes Populares - GAJOP, de Pernambuco. Com o
apoio da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, o GAJOP
vem colaborando na capacitao de outras quatro equipes,
que devero iniciar os seus trabalhos em 1999, atingindo
sete estados: Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, So
Paulo, Espirito Santo, Rio de Janeiro e Par.
O
programa, que consiste no remanejamento da vtima ou
testemunha, deve considerar a necessidade de prestao
de assistncia judiciria, documentao, sade,
alimentao, transporte, deslocamento para participao
de audincias judiciais e moradia, muitas vezes tambm
para cnjuge e filhos, enquanto persistirem as condies
de ameaa. O Ministrio da Justia estima que no ano de
1999 sero beneficiados com o programa 160 titulares,
podendo abranger 800 pessoas, includos os familiares dos
ameaados de morte. Entretanto, so extremamente
escassos os recursos disponveis para o programa, o que
motivou a presente emenda.
Esta
emenda foi aprovada parcialmente pela Comisso de Oramento
e plenrio do Congresso Nacional, no final de janeiro de
1999, no valor de R$ 3 milhes.
3.
Apoio financeiro s casas de abrigo para mulheres em
situao de violncia - Valor:
R$ 10 milhes
O
Brasil signatrio da Conveno Interamericana para
erradicar, prevenir e punir a violncia contra a mulher,
bem como da Conferncia Internacional de Direitos Humanos
(Viena 93) e da IV Conferncia Mundial sobre a Mulher, em
que reafirmou seus compromissos constitucionais
pertinentes. A plataforma de ao de Beijing 95 afirma:
"A distncia entre a existncia de direitos e a
possibilidade de exerc-los efetivamente se deriva do
fato de que os governos no esto verdadeiramente
empenhados em promover e proteger esses direitos". A
falta de mecanismos apropriados e de destinao de
recursos em nvel nacional e internacional agravam o
problema. O Oramento da Unio para 1999 no prev
recursos para as casas abrigo para mulheres em situao
de violncia, de modo a resgatar os compromissos que o
Brasil assumiu na sua prpria Constituio e perante a
comunidade internacional.
A
referida emenda certamente contribuir para evitar que
muitas mulheres morram por terem denunciado violncias de
que so vtimas, ou que no podendo contar com o servio
policial e judicirio, tm de viver sob condies
deplorveis, como o caso da grande maioria das meninas
que sofreram violncias sexuais em suas prprias casas.
A criao de mecanismos para coibir a violncia no mbito
da famlia, cujas maiores vtimas so as mulheres e as
meninas, est prevista na Constituio, em seu artigo
226. Esta emenda, se executada plenamente, permitir a
manuteno de 9 casas abrigo e a construo de mais 9,
com capacidade para atender 40 pessoas em cada uma delas.
A
emenda foi aprovada parcialmente pela Comisso de Oramento
e pelo Congresso Nacional, no final de janeiro de 1999, no
valor de R$ 8 milhes
4.
Qualificao profissional para a populao negra -
Valor: R$ 4 milhes
O
resultado das diferentes formas de discriminao dos
negros que encontramos na sociedade brasileira pode ser
medido pelos ndices de desigualdades existentes entre
negros e brancos em nosso ordenamento social. Alguns
exemplos: o censo de 1980 demonstrava que o ndice de
analfabetismo ou de pessoas com apenas um ano de estudo
era de 24% entre os brancos e 48% entre os negros. Mais de
80% da mo-de-obra negra estava alocada em atividades
manuais, enquanto entre a branca era de 60%. Entre as
mulheres, 56% das negras dedicavam-se prestao de
servios, especialmente o domstico, contra 24% das
brancas.
Para
que os grupos raciais possam competir em igualdade de
condies em nossa sociedade, preciso que se reconhea
e se busque eliminar as diferenas de oportunidades. No
sentido de promovermos aes afirmativas para reverter
essa injusta situao histrica, apresentamos essa
emenda, sugerida por um conjunto de entidades
representativa do movimento negro brasileiro, que visa
criao de instrumento de cooperao entre o Ministrio
do Trabalho e o da Justia, capaz de promover a igualdade
racial e tnica no mbito do trabalho.
Esta
emenda, submetida Comisso de Oramento, foi
rejeitada. A CDH apresentou destaque para votao em
separado da mesma, tambm rejeitado no final de 1999.
5.
Fiscalizao orientada para o combate ao trabalho
escravizador -
Valor: R$ 3 milhes
Uma
das realizaes mais significativas no respeito aos
direitos humanos no Brasil o resultado do esforo
conjugado por centenas de entidades, personalidades,
empresrios e profissionais em favor da erradicao do
trabalho forado infanto-juvenil. Sem dvida, o pas
pode orgulhar-se das conquistas nessa rea, que precisam
ser mantidas e ampliadas. os idnticos esto sendo
dados em favor do combate ao trabalho escravo em reas
rurais, sobretudo em regies distantes dos grandes
centros urbanos.
de reconhecer-se o trabalho da Secretaria de Fiscalizao
do Trabalho, do Ministrio do Trabalho, que vem
apresentando notvel eficcia em sua misso. Centenas
de trabalhadores j foram resgatados de fazendas onde
trabalhavam em situaes assemelhadas a de escravos.
Entretanto, ainda existem muitos fazendeiros e intermedirios
inescrupulosos que mantm situaes de trabalho forado
ou escravo sem serem alcanados pela fiscalizao.
Combater e fiscalizar preventivamente essa modalidade de
violao dos direitos humanos requer investimentos
compatveis com a gravidade desse realidade. Isso exige
operaes complexas, envolvendo recursos humanos e
materiais. H que considerar-se, tambm, o elevado risco
que a atividade de combate e fiscalizao envolve. Da
a necessidade dos recursos previstos na referida emenda.
Esta
emenda foi rejeitada pela Comisso de Oramento. A CDH
apresentou destaque para votao da mesma, que tambm
foi rejeitado, no final de janeiro de 1999.
DENNCIAS RECEBIDAS
No
decorrer de 1998 a Comisso de Direitos Humanos recebeu,
encaminhou e acompanhou os desdobramentos de 324 denncias.
So violaes de toda ordem (veja quadro a seguir), com
maior incidncia em prticas de prises arbitrrias,
torturas, assassinatos, discriminaes e abusos de
autoridade - ou seja, atos cometidos por agentes do
Estado. O encaminhamento e acompanhamento das denncias
demandou a expedio de 900 ofcios, alm de outras
modalidades de contatos com autoridades federais,
estaduais e municipais, fazendo gestes na busca de
empenho na elucidao dos casos, obtendo e reando
informaes sobre o andamento de procedimentos judiciais
e istrativos.
A
anlise do tratamento dispensado pelas autoridades
competentes na investigao e apurao destas violaes
demonstra que grande maioria dessas violaes no
objeto do pronto cumprimento da lei e da reparao dos
direitos violados. O empenho nas investigaes, em
geral, proporcional repercusso dos casos. Vale
dizer, se o fato denunciado pela imprensa, sensibiliza
a opinio pblica e os meios polticos, a investigao
toma o rumo da produo de resultados para evitar o nus
do desgaste poltico. Ao contrrio, se a violao no
divulgada, pouco ou nenhum esforo se faz para apur-la.
Embora
tal constatao possa ser considerada bvia, chegamos a
ela com base nos casos concretos que chegam a essa Comisso,
o que nos levou convico da necessidade de
instaurarmos,
no mbito da CDH, procedimentos para cada denncia
recebida, com a finalidade de acompanh-la at o
julgamento final.
A
solicitao de informaes e providncias sobre a
apurao de determinada denncia s autoridades
competentes, pela entidade da Cmara dos Deputados
responsvel pela rea de direitos humanos, muitas vezes
estimula os setores profissionais que atuam nas esferas de
investigao e apurao. Outra forma de interveno
que tem sido adotada pela CDH a de promover audincias
pblicas com participao de representantes da
sociedade civil e instituies pblicas para denunciar
e debater violaes emblemticas ou com ocorrncia
sistemtica num determinado local.
Alm
da falta de mobilizao pblica, a outra causa da
impunidade das violaes a ameaa e intimidao,
adotadas por violadores de direitos humanos contra
testemunhas e vtimas, sobretudo quando os violadores so
agentes estatais. Insistimos, portanto, na imperiosa
necessidade da efetiva criao e implementao de
programas de proteo s vtimas e testemunhas,
ouvidorias de polcia e outros instrumentos capazes de
prevenir e reprimir as violaes de direitos humanos.
Por
outro lado, de se reconhecer uma gradativa conscientizao
dos rgos governamentais responsveis por zelar pelos
direitos humanos, em qualificar e aperfeioar cada vez
mais seus sistemas de correio, buscando a especializao
dos procedimentos istrativos disciplinares luz da
legislao vigente. Trata-se, ento de acelerar esse
processo, compatibilizando-o com a exigncia democrtica
da cidadania e dos compromissos assumidos pelo Brasil
perante sua populao e a comunidade internacional por
meio da legislao vigente e do Programa Nacional de
Direitos Humanos.
luz das denncias recebidas, cabe-nos sugerir, no que diz
respeito s violaes cometidas por agentes estatais,
maior ateno das autoridades responsveis em fazer
observar, alm da legislao brasileira, instrumentos
internacionais como o Cdigo de Conduta para os Funcionrios
Encarregados de Fazer Cumprir a Lei, adotado pela Assemblia
Geral da ONU em 1970. Dirigido especialmente conteno
do poder do Estado sobre os indivduos, o Cdigo elenca
normas para limitar e enfrentar o abuso de autoridade.
Nesta mesma perspectiva, em 1990, durante o XIII Congresso
das Naes Unidas sobre Preveno do Crime e
Tratamento dos Infratores, foram adotados, por consenso,
os Princpios Bsicos sobre o Uso da Fora e Armas de
Fogo pelos Funcionrios Encarregados da Aplicao da
Lei - outra orientao adequada ao esforo de reduzir a
participao de agentes do Estado no papel de violadores
dos direitos humanos.
De
modo geral, os que matam, ameaam e torturam, sabem a que
leis e penas esto sujeitos. Contudo, agem como se
inexistissem, porque esto seguros de sua impunidade
quando a vtima annima. Aqui est em jogo a
necessidade de afirmao de valores morais,
concebendo-se os direitos humanos, fundamentalmente, como
respeito ao outro, a qualquer semelhante, pela simples e
irredutvel condio de humanidade, independente da sua
condio de exercer maior ou menor influncia sobre o
Estado. A assimilao desse princpio indispensvel
nos processos de seleo, treinamento e reciclagem de
agentes do Estado.
Finalmente,
registramos o aumento expressivo de pessoas portadoras de
sofrimento mental que procuram as entidades de direitos
humanos. Em setembro de 1998, por ocasio da realizao
do Seminrio Direitos Humanos e Psicologia, houve
inclusive uma oficina de capacitao para o atendimento
em organizaes de direitos humanos de pessoas
habitualmente tidas e tratadas como "loucas".
Essa ocorrncia demonstra a necessidade de um tratamento
mais adequado dessas pessoas pela rede de sade pblica,
que supere o uso de medicamentos e internaes
indiscriminados.
AS DENNCIAS RECEBIDAS PELA CDH EM 1998
TIPO
NMERO DE CASOS
|
|
VIOLNCIA
URBANA
05
|
TORTURAS
05
|
ASSASSINATOS
23
|
DESAPARECIDOS
POLTICOS
04
|
ANISTIADOS
POLTICOS
03
|
ANISTIADOS
POL.MILITARES
03
|
PRESOS
E PRISES
44
|
ATENTADOS
05
|
ARBITRARIEDADES
POLICIAIS
23
|
CRIME
ORGANIZADO
04
|
GRUPOS
DE EXTERMNIO
03
|
AMEAAS
09
|
AMEAAS
DE MORTE
14
|
ASSDIO
SEXUAL
01
|
AGRESSES
02
|
VIOLNCIA
EM MANIFESTAES 01
|
ARBITRARIEDADES
MILITARES
06
|
MAUS
TRATOS
03
|
|
SUBTOTAL
158
|
|
VIOLNCIA NO CAMPO
|
|
ASSASSINATOS
09
|
AMEAAS
01
|
AMEAAS
DE MORTE
01
|
TRABALHO
ESCRAVO
03
|
REAS
EM LITGIO
11
|
AGRESSES
01
|
JULGAMENTOS
02
|
CONFLITOS
AGRRIOS
09
|
|
SUBTOTAL
37
|
|
|
VIOLNCIA CONTRA GRUPOS VULNERVEIS
|
|
NEGROS
05
|
MULHERES
03
|
DEFICIENTES
01
|
NDIOS
11
|
|
SUBTOTAL
20
|
|
|
VIOLNCIA CONTRA CRIANAS E ADOLESCENTES
|
|
TRABALHO
INFANTIL
02
|
PROSTITUIO
INFANTIL
01
|
ASSASSINATOS
01
|
VIOLNCIA
SEXUAL
02
|
DESAPARECIMENTOS
01
|
SEQUESTRO/RAPTO
01
|
ARBITRARIEDADES
POLICIAIS
01
|
MAUS
TRATOS
01
|
ARBITRARIEDADES
JUDICIAIS
01
|
TRFICO
DE CRIANAS
01
|
|
SUBTOTAL
12
|
|
DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
|
|
CONSTRANGIMENTO
02
|
PENDNCIAS
JUDICIAIS
03
|
PROCESSOS
DE EXTRADIO
01
|
MANIFESTAES
DE INCONFORMISMO
04
|
SOLICITAES
DE INTERVENO
13
|
ARBITRARIEDADES
JUDICIAIS
08
|
ARBITRARIEDADES
ISTRATIVAS
05
|
BRASILEIROS
NO EXTERIOR
16
|
IRREGULARIDADES
FINANCEIRAS
02
|
IRREGULARIDADES
TRABALHISTAS
07
|
MEIOS
DE COMUNICAO
01
|
SADE
PBLICA
01
|
REIVINDICAES
DIVERSAS
26
|
|
SUBTOTAL
89
|
|
CAMPANHAS
DE SOLIDARIEDADE
INTERNACIONAL
08
|
|
|
TOTAL
DE CASOS
324
|
ALGUNS
CASOS TRATADOS PELA CDH EM 1998
AES CONTRA PINOCHET NAS CORTES
INTERNACIONAIS DE JUSTIA
Depois
da iniciativa do promotor espanhol Baltazr Garzn em
pedir ao Reino Unido a extradio do ex-ditador do
Chile, General Augusto Pinochet, a Comisso de Direitos
Humanos tambm fez um gesto no sentido de tentar obter,
das Cortes Internacionais de Justia, a investigao
dos crimes contra a humanidade praticadas por Pinochet e a
reparao das vtimas brasileiras da ditadura no Chile.
Aprovadas
por unanimidade do plenrio da CDH, representaes da
Comisso foram dirigidas em 10 de dezembro Corte
Internacional de Justia - rgo da Organizao das
Naes Unidas - e Corte Interamericana de Direitos
Humanos - ligada Organizao dos Estados Americanos.
A CDH solicita aos tribunais que apreciem o caso,
investiguem os crimes contra a humanidade (assassinatos e
torturas de opositores polticos) cometidos pelo
ex-ditador e promovam a reparao das cinco vtimas
brasileiras (Luiz Carlos Almeida, Nelson de Souza Koln, Tlio
Roberto Cardoso Quintiliano, Jane Vanini e Vnio Jos de
Matos).
CDH ACIONA MINISTRIO PBLICO CONTRA
EX-TORTURADOR
A
Comisso de Direitos Humanos dirigiu representao
Procuradoria-Geral da Repblica, em dezembro, solicitando
ao penal contra Marcelo Paixo de Arajo por
apologia ao crime de tortura. Ex-oficial do Exrcito, Arajo
itiu, em entrevista revista Veja, publicada em 9 de
dezembro, ter torturado cerca de 30 pessoas. Na
entrevista, ele defende a prtica da tortura como
elemento bsico e necessrio e, segundo suas prprias
palavras, "mais eficiente para se viabilizar a
confisso de um acusado".
A
representao, elaborada pelo vice-presidente da CDH,
Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, argumenta que o
ex-torturador, mesmo livre de responsabilizao pelas
torturas praticadas poca da ditadura militar, em
virtude da Lei da Anistia, praticou apologia ao crime de
tortura no decorrer da entrevista, publicada por rgo
de comunicao de alcance nacional.
COMISSO DE DIREITOS HUMANOS INVESTIGA
VIOLNCIA POLICIAL EM TOCANTINS
A
Comisso de Direitos Humanos da Cmara dos Deputados
acompanha, preocupada, a evoluo da violncia policial
no Estado de Tocantins. Em audincia pblica realizada
no dia 02/12/98, a CDH ouviu os Srs. Ccero Denivaldo
Gomes da Silva e Edelson Alves de Moraes, que, no dia 13
de novembro, no municpio de Piraqu-TO, foram vtimas
de brbaras torturas cometidas por PMs, pelo fato de
pertencerem ao Movimento dos Sem Terra. As autoridades da
Segurana Pblica do Estado no compareceram audincia.
Em
outra audincia, no dia 9 de dezembro, o promotor Edson
Azambuja, pediu garantias de vida para si e para sua famlia
por ter feito depoimento na Comisso. Segundo ele, quem
fala sobre o que ocorre no Estado apontado como inimigo
do Tocantins.
Um
dossi com mais de 200 pginas, elaborado pelo Centro de
Direitos Humanos de Palmas, elenca numerosos casos de
tortura, violncia e intimidao, incluindo fotos do
Sr. Ccero Denivaldo, feitas 24 horas depois da tortura a
que foi submetido. O corpo dele estava coberto de marcas
das violncias. O dossi foi remetido ao Ministrio da
Justia, com pedido de garantia de vida para as pessoas
ameaadas, inclusive os membros dos Centros de Direitos
Humanos de Palmas e de Cristalndia-TO, tambm vistos
como "inimigos do Tocantins". Outro dossi
recebido pela CDH aponta uma srie de irregularidades
ocorridas na estruturao do Ministrio Pblico do
novo Estado.
Policiais
militares de Tocantins aproveitaram o Dia Internacional
dos Direitos Humanos - 10 de dezembro - quando tambm se
comemorou o cinqentenrio da Declarao Universal dos
Direitos Humanos, para efetuar priso arbitrria de Jalson
Maximiano da Silva. Ele foi levado no para uma
delegacia, mas para o Quartel da PM, possibilitando que
fosse conhecido por todos os soldados. Cada um que ava
por ele proferia uma ameaa e lhe dava safanes. Foi uma
vingana pelo fato de Jalson, preso no dia 16 de
novembro e submetido a torturas, ter denunciado o fato ao
Centro de Direitos Humanos e Promotoria do Estado. Nas
duas prises, as acusaes contra Jalson eram falsas.
Em
ofcios dirigidos esta Comisso, o Secretrio de
Segurana Pblica e o Comandante-Geral da PM de
Tocantins encaminharam relatrio de casos citados no
dossi do Centro de Direitos Humanos, demonstrando que vrios
dos casos citados esto sendo objeto de sindicncias e
procedimentos judiciais, sendo que em alguns deles com
punies a policiais considerados culpados.
COMISSO DE DIREITOS HUMANOS
QUER JUSTIA NO CASO MARIA DO CARMO
A
Comisso de Direitos Humanos retomou, em 1998, o
acompanhamento dos desdobramentos do caso da Sra. Maria do
Carmo da Costa Carvalho dos Santos, vtima de tentativa
de homicdio pelo ex-marido Luiz Fernando Dias dos
Santos. A CDH foi acionada, por meio de requerimento, pelo
Deputado Humberto Costa, em fevereiro de 1997. Uma audincia
pblica com a presena da vtima foi realizada no dia 5
de novembro de 1997.
O
caso foi considerado dos mais emblemticos da violncia
domstica contra a mulher. Afinal, decorridos 20 anos
desde a tentativa de homicdio, que resultou em gravssimas
seqelas na vtima, o criminoso continuava abrigado pelo
manto da impunidade. O episdio tem sido relatado por
diversas entidades que se dedicam defesa dos direitos
humanos.
Segundo
afirmou o Presidente da Comisso de Direitos Humanos,
Deputado Eraldo Trindade, "prosseguimos empenhados em
colaborar no sentido de que prevalea a Justia. Este
caso provocou grande comoo entre os membros da Comisso."
Em novembro de 1997, o ento presidente, Deputado Pedro
Wilson, acompanhado do Deputado Humberto Costa e de uma
comitiva de outros parlamentares visitou a
Procuradoria-Geral da Repblica, onde apelou para que
fosse agilizada, tanto quanto possvel, a emisso do
parecer ao recurso impetrado pelo advogado do acusado no
Supremo Tribunal Federal. A representao da Comisso
esteve tambm com o Presidente do STF, para solicitar
rapidez no julgamento do recurso.
A
brutalidade que se abateu sobre a Sra. Maria do Carmo
constitui hoje num marco da violncia contra a mulher e
da reao da sociedade civil, que j no tolera que
episdios como esse permaneam impunes. O relatrio
desta Comisso, enviado s entidades nacionais e
internacionais de direitos humanos registra com destaque o
lamentvel episdio, que continua em aberto na Comisso
aguardando desfecho.
CDH CONTRA TESTES NUCLEARES NA NDIA E
PAQUISTO
A
Comisso de Direitos Humanos manifestou-se contra os
testes nucleares com exploses atmicas realizadas pela
ndia e Paquisto em maio e junho de 1998. O Presidente
da CDH oficiou ao ministro das Relaes Exteriores, Luiz
Felipe Lampreia, apelando para que o Brasil se
posicionasse energicamente no sentido de exigir, nas instncias
diplomticas, que a ndia e o Paquisto interrompessem
os testes nucleares que ameaaram a paz na regio do
Oceano ndico. Tambm solicitou o posicionamento do
Brasil no sentido de que a ndia cumpra as resolues
da ONU sobre o respeito aos direitos humanos na provncia
da Cashemira.
COMISSES DENUNCIAM ADOES IRREGULARES
DE CRIANAS
A
Comisso de Direitos Humanos cerrou fileiras com outras
entidades, como a Comisso de Direitos Humanos da Assemblia
Legislativa de So Paulo, contra a atuao sistemtica
do ex-juiz da Infncia e Juventude de Jundia-SP, Luiz
Bethoven Giffoni Ferreira, de retirar de mes pobres a
guarda de filhos para d-los para adoo a casais
estrangeiros. No dia 20 de julho, as duas comisses
legislativas entregaram a autoridades federais, em Braslia,
denncias fundamentadas num amplo dossi sobre a ao
do juiz, que acabou sendo removido da funo juntamente
com a promotora co-responsvel pelas decises sobre a
guarda das crianas.
O
Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, vice-presidente da
Comisso, foi designado para acompanhar o caso, que
demandou vrias reunies, audincias e manifestaes
pblicas. Foi formado o Movimento das Mes da Praa do
Frum de Jundia, integrado pelas mes que perderam a
guarda dos filhos.
BRASILEIRA PRESA INJUSTAMENTE NO PARAGUAI
A
Comisso de Direitos Humanos da Cmara dos Deputados
retomou, em novembro, esforos para demonstrar a inocncia
da cidad brasileira Rosimary Garcia Ferreira, de
Londrina-PR, presa h dois anos e sete meses em Assuno-Paraguai.
Esta Comisso, bem como diversas outras entidades de
defesa dos direitos humanos e outras representativas da
sociedade do Paran, estamos convencidos de que Rosimary
foi vtima de um golpe engendrado por uma quadrilha
internacional de traficantes.
Tudo
comeou quando Rosimary, procura de emprego, atendeu a
um anncio estampado no jornal Folha de Londrina. Ela foi
entrevistada por uma senhora que identificou-se como Ana,
que dizia ser funcionria licenciada da Polcia Federal.
Acabou sendo contratada para exercer o cargo de secretria
executiva de um grupo empresarial de comrcio de carne, e
para isso deveria viajar Espanha. Foi levada ento
para Ponta Por-MS e, l, sob ameaa de morte para si e
para a famlia, Rosimary foi obrigada a transportar
drogas, amarrada em seu corpo com fita cirrgica, sendo
seguida por um membro da quadrilha at ser presa no
Aeroporto de Assuno, onde tudo parecia estar preparado
para a deteno.
Desde
a priso de Rosimary, sua famlia obteve o apoio de
instituies pblicas e no-governamentais para
demonstrar a condio de vtima da cidad paranaense.
Vrias autoridades pblicas deslocaram-se a Assuno
para testemunhar no processo em favor de Rosimary. A Cmara
Municipal de Londrina enviou ofcio ao presidente da Repblica
do Paraguai, Raul Cubas, solicitando seu empenho para a
garantia de integridade fsica e da libertao de
Rosimary. Uma carta rogatria tramita no STF e
Procuradoria-Geral da Repblica desde fevereiro de 1997,
em que a Justia paraguaia pede a oitiva de testemunhas
aqui no Brasil. A CDH empenhou-se junto
Procuradoria-Geral para acelerar o processo no pas.
ESTERILIZAO DE NDIAS
A
esterilizao em grande escala de ndias pataxs no
Sul da Bahia, denunciada CDH, pode configurar genocdio,
pois impede a reproduo e, por conseqncia, a
sobrevivncia de grupo racial j reduzido depois de 500
anos de interveno do homem branco na regio. O
deputado federal Roland Lavigne foi acusado de ter
oferecido ligadura de trompas em troca de votos, o que o
parlamentar nega. Segundo o Conselho Indigenista Missionrio
- CIMI, a FUNAI nada fez para prevenir as ocorrncias ou
para punir seus responsveis. Durante o I Encontro de
Mulheres Indgenas do Leste, realizado em Itabuna-BA, ndias
denunciaram que receberam ameaas de corte de cestas bsicas
e de assistncia mdica, alm de processo judicial por
parte de uma equipe da FUNAI. O caso foi levado ao
conhecimento da Comisso Interamericana de Direitos
Humanos pelo CIMI.
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